Rise of Lorien escrita por Sammy Martell


Capítulo 1
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Olha aqui eu de novo para encher o saco de vocês. Começando: o POV é de alguém novo, mas que vocês já conhecem. O capítulo não ficou tão bom como eu queria, mas é a vida.



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Estou sentado ao seu lado, colocando uma toalha molhada em sua testa. Sinto-me culpado pelo o que aconteceu com ela, poderia tê-la impedido no momento que resolver colocar em prática sua ideia maluca.

Me lembro como se fosse ontem, embora fizesse um mês desde que saímos de New York.

Ela saiu de debaixo da cama para tentar matar os mogs, mas seu legado era fraco e ela estava ferida, um ato de coragem que quase a matou. Me lembro da dor em seus olhos quando um dos mogs apertou a ferida em sua cabeça, eu queria atacá-lo, mas estava paralisado de medo. Quando apoiou a arma para suas costas eu entrei em pânico e me teleportei, mas era tarde demais quando ele atirou nas costas de Harley e ela desmaiou. Quase que de imediato, Malcolm é Lucy entraram atirando nos três mogs rapidamente exterminando a ameaça na sala. Lucy me abraçou enquanto eu tentava explicar o que acontecera. Me lembro de não conseguir parar de chorar enquanto tentava acordar Harley, mas ela não se movia.

Malcolm foi rapidamente para seu quarto e voltou, trazendo em sua mão uma estranha rocha, possivelmente loriena.

Lembro-me de tentar impedi-lo quando ele se aproximou dela e encostou a pedra no ferimento e o corpo dela tremeu. Lucy me segurou com uma força que eu não conhecia, sussurrando palavras gentis em meu ouvido tentando me acalmar.

Quando Malcolm acabou, virou o corpo de Harley para cima, deixando seu rostos exposto, mesmo estando em um estado semi-morto, ela parecia tão calma, como sempre parecia quando dormia.

O Cepan não hesitou em fazer respiração boca a boca nela, fazendo com que voltasse a respirar, fraca e muito lentamente, porém estava respirando.

Nós a levamos para o carro rapidamente, temendo que mais mogs estivessem para vir e fugimos. Passei o resto do mês cuidando dela, tentando me redimir por ter roubado seu Cepan.

Sorrio para mim mesmo, no final ela estava certa sobre isso. Eu tinha roubado Malcolm por dois motivos: precisava sair da casa, meu legado estava muito difícil de controlar e Harley já havia me visto mais velho uma vez, tinha que evitar que isso acontecesse novamente, além disso, Lucy queria ver Malcolm e não podia arriscar trazê-la para a casa, portanto fomos "acampar". No final tudo era minha culpa e por isso Harley está ferida e não acordou ainda, em coma.

– Scott? – ouço a voz doce e gentil de Lucy.

Viro-me para ela, que não hesita em vir até meu lado e tirar a toalha de minha mão.

– Você precisa descansar. Vá comer algo, tomar um banho, eu cuido dela, prometo.

– Não. – murmuro.

Lucy me abraça, me levantando.

– Querido, você precisa. – diz calmamente.

Resisto mais um pouco antes de desistir, saindo do quarto.

Vou em direção da cozinha só para encontrar Malcolm tentando achar algo no pen drive. Mas não tinha tido muita sorte até agora.

Ele se vira para mim sorrindo.

– Lucy deixou os restos da pizza de ontem na geladeira, eu vou na cidade hoje para comprar algo. – então seu sorriso se desfaz. – Como ela está?

Malcolm se culpa pelo o que aconteceu, mais até do que eu me culpo. Lucy é a única pessoa para nos agradar, seu jeito doce de ser e suas tentativas, muitas vezes falhas, de nos fazer dormir e comer durante o mês inteiro. Talvez ela esteja mais exausta que todos nós, mas nunca deixaria que soubéssemos.

Pego os restos da pizza e me sento ao lado de Malcolm na bancada, observando ele trabalhar. Nesse momento me lembro do que Harley costumava fazer quando estava entediada, isso ou treinar. A lembrança me trás uma dor que desconheço, algo novo, mas terrível.

Malcolm se vira para mim colocando uma mão em meu ombro.

– Eu sei que você se culpa pelo o que aconteceu, mas não há motivo, ela sempre foi uma pessoa impulsiva. – diz.

– Lucy pediu que dissesse isso? – pergunto.

Ele apenas fecha o computador e se retira da cozinha me deixando sozinho. É claro que Lucy pediu que ele falasse aquilo.

***

Estou me apoiando na pia, jogando água na cara e tentando lavar as memórias que me atormentam, mas obviamente é inútil. Não consigo esquecer, nem por um momento a dor em seus olhos quando o mog atirou.

Nesse momento, provavelmente, Lucy está dormindo e Malcolm está na cidade.

Ouço um barulho como uma porta se abrindo, primeiro penso que é Lucy, mas então eu ouço os passos ao lado do banheiro e me viro cuidadosamente para ver quem é e meus olhos não podem acreditar no que vejo.

Harley!

Ela parece confusa, claro que parece, porque ela está! Acaba de acordar um um lugar que não conhece, a primeira coisa a se pensar é que foi pega pelos mogs ou que está em qualquer lugar que se vai após a morte.

–Olá? – ouço sua voz.

Fico aliviado ao ouvi-la falar, mesmo sendo só uma palavra é a prova de que está viva e consciente.

– Olá? – seu tom aumenta.

Estou observando-a silenciosamente quando derrubo a saboneteira.

Harley levanta a cabeça, olhando em direção a porta. Ela se aproxima lentamente e a cada passo para frente dela, eu recuo um passo, até minhas costas baterem na parede.

Ela abre a porta e ambos gritamos de susto.

– Você! – exclama.

Tento dizer algo, talvez explicá-la onde está, mas Harley nunca foi exatamente a pessoa que gosta de ouvir os outros, provavelmente tem uma ideia sobre o lugar e não quer ouvir ninguém discordar da ideia que já está em sua mente.

Ela sai correndo e fecha a porta na minha cara, provavelmente acaba de voltar para o quarto.

Saio do banheiro atrás dela, indo em direção ao quarto e tentando abrir a porta que, surpresa! Está trancada.

– Harley me deixa entrar! – peço.

A essa altura, Lucy já está acordada.

– NÃO! – ela grita do outro lado.

Viro-me para a ruiva parada na porta de seu quarto, vendo sua expressão mudar de dúvida para surpresa.

– Por favor? – paro de empurrar a porta.

– Vai se ferrar! – ela grita.

Estou surpreso, tenho que admitir, sabia que ela não iria ficar feliz em me ver, mas tentar de tudo para não me deixar falar com ela? Isso eu não esperava.

– Harley, posso falar com você? – Lucy está ao meu lado em um minuto, tentando persuadi-la a abrir a porta.

Mas não há nenhuma resposta e o silêncio me preocupa. Desistindo de pedir e implorar, me teleporto para dentro do quarto só para descobrir que ela não está mais lá e, ao ver a janela aberta, sei exatamente para onde pode ter ido. E o pior de tudo: está chovendo.

Pulo pela janela, seguindo as pegadas na terra, já cheias de água. As pegadas param próximas da floresta, provavelmente porque ela parou de andar.

– Por que me seguiu? – ouço sua voz atrás de mim.

Me viro para olhar em sua direção e, diferente de antes, preciso olhar para baixo para olhar-la nos olhos.

– Por que está assim?

– Assim como?

– Fugindo de mim.

Tento me aproximar, porém ela se afasta rapidamente.

Enquanto nos encaramos tenho a oportunidade de prestar atenção em sua aparência. Ela está tão pálida quanto antes, o que sempre a fez parecer com uma vampira, seus cabelos estão encharcados e tapam seu rosto, não me permitindo vê-lo.

– Porque – responde lentamente – eu te odeio.

– Pelo o que?

– Por tudo! – grita.

Vejo faróis de um carro se aproximando.

– Quer saber? Não importa! Mas precisamos sair, agora! – tento puxar seu pulso, mas ela o puxa para trás.

– Como vou saber que não é uma armadilha? - ela pergunta.

O carro está se aproximando cada vez mais.

– Você quer discutir isso agora? – grito tentando superar o som da chuva.

– Sim!

– Eu não vou deixar você na chuva!

– Neste momento eu não estou te dando muita escolha! - grita.

O carro para a poucos metros de nós e o motorista salta correndo até nós dois, ambos estamos muito concentrados em nossa pequena briguinha para notar quem é.

– Harley! – o motorista grita.

Finalmente percebo, é Malcolm.

A expressão de alívio no rosto de Harley ao vê-lo é enorme, mas ela não corre até ele, duvido que vá, sei que ainda está com raiva pelo o que fizemos.

– Os dois, dentro do carro, agora!

Nós obedecemos. Entro no carro ao seu lado e Harley se senta no banco de trás abraçando as próprias pernas. Imagino que esteja congelando, pois eu também estou.

– O que em nome da sanidade os dois estão fazendo? – ele pergunta entrando no carro e começando a dirigir de volta para a casa.

Nenhum de nós responde. Eu estou decepcionado, esperava que depois de tudo que houve durante a batalha no apartamento, Harley não estaria com raiva. Ela por outro lado, está com raiva de nós dois e se recusa a falar uma palavra sequer.

Quando chegamos na casa, Lucy está nos esperando. Educadamente Harley recusa qualquer ajuda e se dirige para o quarto batendo a porta. Eu e Malcolm fazemos menção de seguí-la, porém Lucy nos para.

– Não. ela diz gentilmente. – Deixa que eu falo com ela.

E sai para o quarto de Harley.

Eu espero que ao menos ela possa fazer a diferença.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Kisses Sammy



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