Aquilo que os Sonhos dizem. escrita por Ana Áctile


Capítulo 95
Epílogo - Sonhos.


Notas iniciais do capítulo

E AI GALERAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Tudo beleza?
É, eu sei que demorei bastaaaaaante dessa vez, mas fazer o que se as provas decidiram conciliar logo com o fim da fic, né?! haha '
Mas tá ai, pessoal! O tão esperado epílogo!



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Poucos meses depois.

Colégio Stevie Madson.

O Stevie Madson está um alvoroço por causa da festa da formatura que será em breve. Falta um mês ainda, mas os alunos estão com medo de que seja pouco tempo para tantas coisas a se fazer.

Eu e Lucy estamos fazendo parte da organização. A festa vai acontecer na quadra da escola.

Bem, mesmo com toda a correria devido a formatura, ainda temos que frequentar as últimas aulas. Ordens do diretor. E é por isso que eu, Lucy e Klaus estamos numa sala de aula neste momento. Strongland também está aqui.

Peter não está falando comigo. Ele me ignora por completo.

Me sinto angustiada...

Vazia...

Perdida.

Sinto falta das vezes que ficávamos conversando nos intervalos. Sinto falta simplesmente de ouvir sua voz.

O sinal do intervalo tocou.

•••

Estava cansada de ficar sentada na mesa, calada, só ouvindo Lucy e Klaus conversarem. Avisei a eles que daria uma volta pela escola.

E cá estou eu caminhando por um dos muitos corredores da escola. Com as lembranças como companhia.

Até que eu fui interrompida. Havia esbarrado com alguém.

–Olha por onde anda. - Aquele que esbarrou em mim falou com irritação.

Levantei a cabeça pra saber em quem havia esbarrado e dei de cara com Peter.

–Desculpe. - Murmurei.

Grosso. Estúpido. Ele me enganou e acha que pode me tratar assim?

E eu me sinto completamente atingida.

Ele saiu andando. E eu fiquei ali, parada.

–Alice.

–Jack. - Falei ao olhar pra trás. -Você viu...

–Vi.

Suspirei.

–Preciso de te contar uma coisa. - Ele falou.

–O que?

–Eu menti.

–O que? Como assim? Que outra mentira é essa?

–Ele não enganou você.

–Como?

–Peter não enganou você. Eu inventei aquilo tudo. - Confessou.

Meus olhos arregalaram.

–Você o que? - Esbravejei. -Jack! Como pode?

Bati em seu braço.

–Ai! - Exclamou.

–Você tem noção do que fez? Tem?

Enquanto falava, batia em seus braços fazendo-o recuar cada vez mais. Ele bateu com as costas na parede.

O errado na história não é Peter. Sou eu. Eu não acreditei nele quando disse que não havia me enganado. Ele estava falando a verdade. Peter realmente gosta de mim. E eu não acreditei.

A angústia aumentou.

Sentei no banco de madeira e enterrei meu rosto nas mãos. Jack se sentou do meu lado.

–Fala logo o que aconteceu. - Exigi.

–Eu escutei sua conversa com a Lucy. Aquela que vocês tiveram na sala de aula. - Revelou. -Sabia que vocês estavam lá.

–Como?

–Queria falar com vocês então eu fui até o refeitório, mas só encontrei Klaus. Ele me falou onde estavam e fui até lá. - Explicou. -Voltando a assunto... Quando ouvi você contar que haviam se beijado eu fiquei transtornado.

–E o que você tem a ver com isso? - Reclamei.

–Alice, você é a única dentre todos que sabe o quanto eu e Strongland nos odiamos. E desde criança, vale lembrar. Eu não queria aceitar o fato de que você estava se aproximando dele muito menos de tê-lo beijado.

–Ainda assim, Jack. Você não tinha nada a ver com isso.

Bati de novo no seu braço.

–Ai! Você quer parar com isso? - Ele pediu.

–Não.

Passei as mãos pelos meus cabelos.

–Pra que você está me contando isso agora? Me fala. Por favor. - Pedi, impaciente.

–Pra você correr atrás daquilo que você quer. Você gosta dele, Alice. - Afirmou. -Já aceito esse fato... -Brincou.

–Como diz a Lucy... Palhaço. - Aceitei a brincadeira. -O único problema é que eu não tenho a mínima ideia do que fazer.

–Não faz mal. Dá tempo da gente pensar em alguma coisa. - Lucy falou.

–Vocês gostam tanto assim de ouvir conversas? - Ironizei.

–Bobona. - Lucy falou. -Não ouvi tudo e o que eu escutei foi sem querer. Não foi a intenção. - Ela se desculpou. -Acontece que eu pensei que você fosse voltar pra mesa, mas não foi o que aconteceu. Decidi procurar por você e quando a encontrei, vi que vocês dois estavam conversando e não quis atrapalhar.

–Deixou Klaus sozinho? - Desconfiei.

–Não né... - Ela fez bico. -Peter apareceu lá e senti que ele estava precisando conversar com o Klaus. Deixei eles dois lá e vim atrás de você, que já era o que eu ia fazer quando o garoto surgiu.

Suspirei e concordei com a cabeça.

•••

Dias depois.

Falta uma semana para a festa de formatura.

Eu e Lucy estamos no shopping. Na terceira loja diferente. A procura do vestido.

Eu não estou nada ansiosa para esse dia. Na verdade, nem mesmo quero ir. Mas Lucy e Jack insistiram. Disseram que iriam até minha casa se fosse preciso e me obrigariam a ir até a escola.

–Rose, e este? - Lucy pediu minha opinião ao sair do provador com o vigésimo vestido diferente.

–Tá legal...

–Rose! Pelo menos olha pro vestido antes de dar a opinião.

Olhei pra ela.

–Está ótimo. Lindo. Maravilhoso.

–Ainda não é esse. Sinto isso.

Ela entrou no provador novamente.

Decidi dar uma olhada nos vestidos. Fiquei passando de vestido em vestido sem olhar direito para cada um. Fiquei assim até que passei por um que me fez parar pra ver.

O vestido é azul escuro e o forro dele, feito de tule na cor preta, é um pouco maior que o tecido azul, formando uma barra negra. E assim o cumprimento do vestido vai até um pouco acima dos joelhos.

–Gostou desse vestido, né? - Lucy falou por trás de mim.

–Que susto, Lucy! - Reclamei. -É... acho que sim. Não tenho certeza.

–É mesmo? Pois parece que foi feito pra você! - E riu.

Procurei um jeito de mudar de assunto.

–Uau! Lucy esse vestido é lindo!

E é verdade! De todos os vestidos que ela experimentou, este foi o melhor. O vestido é longo e preto, fazendo com que os cabelos ruivos e os olhos verdes de Lucy sejam valorizados.

–Ta ai! Pela primeira vez vi uma opinião sincera vinda de você desde que começamos a ver os vestidos.

–Tenho que concordar. - Falei.

Rimos juntas.

–Só por isso eu vou comprá-lo. - Lucy falou.

•••

Uma semana depois.

Hoje é o dia da festa de formatura.

E eu não sei o que faço com Lucy. Pensei que tinha conseguido enrolar ela com a história do vestido, mas me enganei.

Agora, o vestido azul que havia encontrado na loja está estendido na minha cama. E eu estou o encarando.

Escutei batidas na porta.

–Entra.

–Jovem Rose, só pra avisar que sua amiga...

–E ai, Rose! - Lucy falou ao entrar no quarto.

–Chegou. - Blue completou.

–O que você está fazendo que ainda não se vestiu? - Lucy perguntou.

–Pensando. - Respondi.

–Pensando no que garota. Não temos tempo pra ficar pensando. - Lucy retrucou. -Te dou cinco minutos pra botar esse vestido. Então eu volto e te ajudo com a maquiagem. - Avisou.

Quando vi, ela já tinha ido embora do quarto.

–Vem. Vou te ajudar. - Blue se ofereceu.

–Obrigada, Blue.

Coloquei o vestido sem dificuldade. Blue me ajudou fechando o zíper nas minhas costas. Lucy entrou no quarto logo depois.

–Perfeito! - Ela exclamou.

Depois de me ajudar com a maquiagem, Lucy e eu saímos do quarto e encontramos Klaus esperando na sala.

Nos despedimos de Madame Blue e tomamos rumo da escola.

•••

Baile de formatura do Colégio Stevie Madson.

Chegamos na escola. Na entrada já dá pra ouvir a música vinda lá de dentro. Entramos no local.

Alcançamos a quadra. Ela já está totalmente cheia. Tanto as mesas quanto a pista de dança. Encontramos Jack acenando para nós de uma mesa. Nos aproximamos dele.

Nós estávamos conversando a vinte minutos quando, assim que Klaus desligou o celular e falou alguma coisa pra Lucy, ela me fez levantar da mesa e saiu me puxando.

A escola inteira estava totalmente vazia. Só havia pessoas na quadra. Fora isso, somente aqueles que acabaram de chegar são aqueles que estão passando pelos corredores. E estão indo para a festa.

–Rose, chegou a hora. - Lucy falou.

–Hora de que? - Indaguei.

–De você se entender com o Peter. - Ela respondeu. -Não aguento mais ver vocês dois nessa situação. Aliás, ninguém está aguentando. - Contou. -Presta atenção agora, Rose. Ele está chegando. E todos nós sabemos que aqui só tem uma entrada. Ou seja, você vai esperar por ele lá.

–E depois?

–Ah! Depois é com vocês. Agora vai! Resolvão isso de uma vez por todas. Vamos está torcendo por vocês.

Ela me abraçou, sussurrou um 'boa sorte' e depois saiu andando de volta pra quadra.

E eu fiquei ali, parada como uma estátua, no meio do corredor. Alguns colegas de classe que acabaram de chegar, passaram por mim e acenaram. E eu, sem-graça, acenei de volta.

Eu estou com medo. Com muito medo. Cometi o maior erro da minha vida, então, o que vai ser dela se eu não repará-lo?

Vou fazer aquilo que sei de melhor, ou seja, ir e ver o que fazer só na hora.

Estou indo atrás daquilo que é importante pra mim.

Estava andando o mais rápido que pude por causa dos saltos dos sapatos que tive que usar. Madame Blue quase me matou. Ela disse 'Jamais, Jovem Rose. Não poderei deixa-la usar coturnos na sua festa de formatura' .

Eu virei em um corredor. E foi ai que tive uma sensação de déjà vu.

–Já não te disse pra olhar por onde anda?

–Parece que quem não olha por onde anda é você. Porque, comigo, isso nunca aconteceu com alguém que não fosse você.

–Respondona.

Desviei o olhar. Vi que ele começara a andar.

–Espera! - Pedi.

–O que é?

Ele parou de andar e virou de modo que ficasse de frente pra mim.

–É...é... - Gaguejei.

–Vai ficar ai gaguejando? Fala alguma coisa, Blackned. Nem eu, nem você podemos ficar aqui durante a noite...

–Me desculpe. - Murmurei.

–O que? - Ele perguntou, confuso.

–Me desculpe. Me desculpe. Me desculpe. - Murmurei repetidas vezes.

Minhas mãos, que estavam escondendo meu rosto, foram retiradas de onde estavam. Minha cabeça foi erguida.

Ele estava perto de mim outra vez. Como a meses não estava. Próximo o bastante para secar uma lágrima que estava deslizando pela minha bochecha e que eu nem sabia de sua existência.

–Quando nos reencontramos no ano passado, eu disse que você havia mudado.

Assenti.

–Acho que estava enganado. Você continua a mesma menina chorona.

Ri.

–Sei a verdade agora.

–Que verdade?

–Que você não mentiu pra mim. Você estava falando a verdade. Eu cometi o maior erro de toda a minha vida e agora tenho que consertá-lo. E que eu fui gostar justamente do garoto que só sabia implicar comigo quando eramos crianças.

Tapei a boca quando percebi o que tinha acabo de falar.

–Acho que não foi só eu que custou a acreditar, né? - Ironizou.

Concordei com ele sinalizando com a cabeça.

–Espera? Como assim 'não foi só eu'? - interroguei.

–Eu também demorei a acreditar que estava começando a gostar mesmo de uma garota. E que ela seria logo você.

Eu devo estar extremamente vermelha depois do que acabei de ouvir.

Primeiro, suas mãos envolvem meu rosto. E em seguida, sinto mais uma vez o gosto de seus lábios.

•••

Três meses depois.

Não tive mais sonhos desde aquela noite. A noite que a criatura abriu seus olhos. Um par de olhos de um tom castanho tão vibrante. Os olhos de Jack que eu havia esquecido de como eram.

Os olhos de Adam.

A resposta estava tão perto... Inimaginavelmente perto.

Três meses se passaram desde que eu e Peter nos aconselhamos.

Três semanas se passaram desde que Strongland resolveu me pedir em namoro.

Foi engraçado o dia que ele pediu permissão para o meu pai. Estávamos todos reunidos em casa. Papai fingiu que iria fazer alguma coisa com ele, pelo menos, do jeito que levantou do sofá e a cara que fez quando ouviu o pedido, parecia que sim.

Papai e Madame Blue resolveram se casar. O casamento está previsto para daqui a um ano.

Perdoei Jack. Nós somos (continuamos) amigos.

É, Rose...

Agora sem amigo que sumiu. Sem sonhos. Sem sangue. Sem tormenta.

Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Vou fazer a lista de curiosidades e vou ver se posto hoje mesmo!



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