_Katniss! _ Ouvi Clove gritar abrindo a porta, e suspirei enquanto assitia Peeta desaparecer ao meu lado.

Eu estava deitada na minha cama, faltava pelo menos meia hora para que eu começasse a minha rotina de acordar, tomar banho, comer meu cereal e ir para a escola.

_ Eu te mato! _ Ela falou com raiva, assim que me viu, agarrando um ursinho de pelúcia da comoda ao seu lado.

_O que eu fiz para você querer cometer um ursinhosidio comigo? _ Perguntei virando para olhar seu rosto vermelho de fúria.

_Avisar...? _ Perguntei sustentando parte de meu corpo sobre meu cotovelo.

_Não se faça de desentendida Katniss Evellin! _ Clove rugiu braba, jogando o bichinho em mim.

Agarrei o coitado antes que batesse mim, e suspirei olhando cansada para ela.

_Prima esta cada vez mais difícil se comunicar com você! _Falei sentando preguiçosamente sobre minha cama.

_Não finja que você não sabia! _ Clove vociferou fechando a porta.

_Por que minha mãe abre a porta pra você? _ Perguntei sarcasticamente, sentindo as consequências de acordar mais cedo que o normal dominar o meu humor.

_ Katniss! _ Clove falou histérica batendo insistentemente seu pesinho no chão.

_Por que você não me da uma pista gênio? Eu realmente não estou no meu funcional total! _ Falei a encarando.

_Cato, Cato pulou minha janela de noite, me exigindo uma resposta! _ Clove tagarelou histericamente andando de um lado para o outro do quarto.

_A isso! _ Respondi sem querer dar muita corda a sua crise histérica.

_”Isso”? Ele me beijou! _ Clove revelou estupefata, sentando-se na minha cama.

_Opa ele não falou nada sobre beijo! _ Soltei espantada com sua audácia, enquanto procurava distraidamente uma roupa em meu armário.

_Estão você sabia? _ Clo perguntou espantada.

_Sim, quer dizer, não sobre o beijo! Ele falou na reunião, que se não tivesse resposta ele iria ir buscar! _ Respondi virando para encara-la.

_E por que não me avisou? _ Ela perguntou chocada.

_Sério Clo? Eu não lembrei na hora, e depois vai dizer que você não gostou? _ Perguntei, sentindo um sorriso malicioso brotar em meus lábios quando seu rosto astomaticamente a denunciou.

_ Você podia ter me avisado, eu vestiria meu pijama da Vitoria Secrets, em vez do de vaquinha que você me deu! _ Ela choramingou, sem realmente me olhar nos olhos.

Soltei uma gargalhada, ao imagina-la, vestida com um o macacão imitando uma vaca, com uma janelinha na bunda, pronta para dormir, e Cato surgindo pela porta.

_Sério,acho que ele não se importou muito com roupa, até por que se me lembro bem, da ultima vez que vi, um botão da bunda havia caído, deixando boa parte da sua calcinha a mostra.

_Serio Kath, foi horrível! _ Clove choramingou, jogando-se sobre minha cama.

_Ta mas e ai? _ Perguntei sentando-me ao seu lado na cama.

_Depois que ele surgiu na janela me dando o maior susto, e pegando boa parte da minha traseira amostra, ele me cobrou a resposta! _ Clo esclareceu vermelha.

_E... _ Incentivei empolgada.

_Eu aceitei, ele simplesmente não queria sai do meu quarto, se minha resposta não fosse sim. _ Clove tagarelou envergonhada.

_E quando ele te beijou?_ Perguntei empolgada.

_Logo depois de dizer que adorou meu pijama! _ Clove sussurrou constrangida, seu rosto tingido de um vermelho intenso.

_Ta agora conta tudo direito. _ Falei debruçando-me sobre ela para ver seu rosto vermelho.

_Ok! _ Ela falou sentando-se. _ Eu estava lá, vergonhosamente lendo meu novo livro, andando de um lado para o outro, quando um assovio vindo do lado da janela, e quando eu viro quem eu vejo?? Sim Cato, sentado na minha janela, me olhando, eu não sei quanto tempo ele ficou ali, mas instintivamente larguei o livro e levei a mão ao buraco do pijama que por sinal estava aberto, estão, ele andou até mim com aquele sorriso cafajeste, juntou meu livro do chão e disse: “ Eu disse que viria buscar minha resposta” e eu fiquei que nem uma retardada olhando para ele, ele deve ter pensado que eu tenho problemas mentais. _ Ela surrou jogando-se novamente na cama.

“Ai eu peguntei oque ele estava fazendo ali, e ele com toda a sua graça, sentou na minha cama, e enquanto lia a capa do meu livro, disse que veio saber minha resposta sobre ir ao baile, eu não sabia o que fazer, então disse a ele, que aquilo era crime, e que se ele não saísse do meu quarto eu ia chamar a policia."

_Mas não respondeu-o que ele queria! _ Conclui deitando-me ao lado dela, evirando o rosto para olha lá.

_Eu não tinha a resposta ainda! _ ela choramingou. _ Bom depois disso ele riu, disse que eu ficava linda nervosa, e que não ia sair dali sem a resposta que ele queria, e com as palavras dele, ele disse “E o que eu quero não é um não!”, ele falou todo charmoso, eu não pude resistir, aqueles olhos me matam Kath, eu disse que iriai, se isso fizesse ele sair do meu quarto, ele sorriu , pegou meu queixo e disse. “Vou esperar ansioso, minha boneca de roselana!” Ai acariciou o meu rosto e soltou “ Adorei o pijama” depois balançou a aba solta do meu pijama e me beijou, eu não sabia se morria por te-lo beijado, ou se morria por ele ter chegado tão perto das minhas partes baixas, e o cheiro dele, aquele cheiro de colonia masculina, invadindo meu ser, haaaaaaaaaaaa! _ Ela gritou enquanto rolava de um lado para o outro na cama.

_ Fico feliz que você finalmente resolveu ficar com o Cato Clo! _ Falei sorrindo, enquanto me levantava.

_Eu não vou ficar com ele Kath! _ Clo se explicou sentando-se rapidamente.

_Como assim? Você não acha que já esta mais que na hora de parar de lutar contra o destino Clo! _ Continuei contendo minha indignação pela indecisão de minha prima.

_Destino Kath? Até você não acredita nisso! _ Clo falou se levantando.

_De uma coisa eu sei prima! _ Falei olhando bem séria para seu rosto de porcelana. _ Quem desdenha pouco tem, um dia ele vai cansar de correr atrás de você, e partir pra outra. _ Resumi, dando o assunto por encerrado. _ Agora eu vou tomar banho.

Demorei mais que o necessário para sair do banho propositalmente, assim não sobraria muito tempo para as lamurias de Clove, por mais que eu amasse a minha prima, não suportava a ideia de auto flagelo que ela executava sobre si mesma.

_Kath! _ Clove sussurrou com os olhos inchados quando me viu sair do banheiro.

_Aula Clo! _ Conclui jogando a mochila sobre o ombro e descendo as escadas, escondendo o amargo do arrependimento dentro de mim mesma, minha mãe me esperava na porta, com duas maças na mão e meu almoço.

_Atrasada! _ Ela cantarolou quando desci o ultimo degrau.

_Também te amo! _ Falei sorrindo beijando seu rosto, pegando meu almoço e uma maça._ Corri quando vi ônibus estacionar na esquina, e peguei o primeiro lugar que achei vago ao lado da janela.

_Você acha mesmo que isso vai acontecer? _ Clo choramingou sentando-se ao meu lado.

_Já falei o que penso! _ Falei abrindo o diário de Belle.

Ajeitei a capa provisoria que havia feito para ele e me ajeitei melhor no banco, recomeçando minha leitura, enquanto murmurava “huns” e “uhuns” enquanto ela se lamuriava, minha primeira aula era livre, o que me deixou livre para continuar lendo o diário de Belle.

Dentre suas muitas anotações, Belle descrevia a perseguição silenciosa por parte da Igreja sobre sua família, que eram conhecidos por serem uma especie de médicos da região, como ela se sentia constantemente vigiada, e como sua a perseguição começou a se tornar mais publica com a popularização da inquisição sobre as famílias que possuíam grande influencia e iam contra as chantagens da igreja, agora eu estava chegando ao momento crucial, onde a igreja perseguia sua família os forçando a largarem suas póses e fugir para um lugar seguro. Ajeitei-me melhor em minha cadeira, sentindo a estranha falta da companhia de Peeta, olhei ao redor a sua procura, mas nada, apenas vários alunos que se distribuíam em pequenos grupos, conversando em si, pela sala de aula.

“12/05/1200

Mamãe mandou-me ir antes com meus primos para a antiga casa de minha avó no campo, ela me falou que era seguro, e que logo estaria conosco, Amã Bin irá me acompanhar, assim como a amã de Jhoanne e das outras, estou com medo, nunca me separei de minha mãe, e sinto que não devia deixa-lá sozinha, mas não posso ir contra sua ordem, nem a ela nem a de meu pai, espero que tudo fique bem, rezo para que eles fiquem seguros.

A carruagem nos espera, tenho que partir, que o Senhor tenha piedade de todos nós.”

“20/05/1200

Chegamos a antiga casa de minha avó, estava vazia e suja, como deveria estar uma casa abandonada, havia mato por todos os lados, e frutas podres nos pés das arvores frutíferas, passamos dias limpando, Jeremi, ajudou a trocar as tabuas podres, mesmo Amã Bin nos aconselhando a não usarmos magia, tudo foi muito mais rápido assim.

Andando pela floresta hoje, descobri que há um monastério pelas redondezas, quando contei isso a Amã Bin, ela ficou ainda mais nervosa, fez-me prometer que não me aproximaria mais do monastério, e que não caminharia mais sozinha. Depois disso, ela passou a repreender-nos rigorosamente quando usamos magia.

Espero que mamãe e papai cheguem logo, sinto sua falta, e o aperto em meu peito esta cada vez mais forte. Sonho com eles todas as noites, esta frio e escuro, mamãe chora e papai a consola, estou cada vez mais preocupada.”

“22/06/1200

Um mensageiro chegou da cidade para Amã Bin hoje pela manha, depois de muito chorar, Amã Bin reuniu todos na sala, e revelou que nossos país haviam sido queimados na fogueira pela inquisição, Roberth teve um ataque de fúria, Jhoanne a Medelene não paravam de chorar, Jeremi pôs as mãos sobre a cabeça e começou a balançar-se de um lado para o outro como uma criança, Denil escorou-se na janela, e eu apenas fiquei ali, parada sobre a porta, abraçada a mim mesma, sentindo o frio de meu sonhos penetrarem meus ossos.

Não sei como fui parar na floresta, com o frio do outono batendo em meu rosto, quando percebi estava caída na grama fria e seca, o Sol forçando sua presença por entre as árvores, um rio corria pleno em algum lugar perto, e eu chorei, chorei por não seguir ao meu coração, chorei por que sabia que havia algo errado e não pude fazer nada, chorei e amaldiçoei a mim mesma pela maldição que levaria todos nós a fogueira.

Não sei bem quem me descobriu, mas quando acordei não estava em minha cama, e o havia chamas trepidando ao meu lado, mas eu estava sozinha, havia apenas uma grande capa preta sobre meus ombros e mais nada.”

“05/12/2100

O Inverno chegou e com ele o frio e a neve, ainda não descobri a quem pertencia a capa que cobriu meu corpo naquele sia sombrio, passei boa parte do outono tentando descobri a quem pertencia, mas é difícil controlar a magia, quando se usa sozinha, Jhoanne e Medelene, se negam a me ajudar, seria muito mais fácil se elas apenas me ajudassem.

Sinto que terei de andar mais vezes pela floresta se quiser achar a alma bondosa que me ajudou aquela noite.”

“03/03/2101

A primavera chegou e com ela a época do plantio, Amã Bin obriga todos a não usar magia, mas nós a contrariamos quando ela não esta perto.

Fui a floresta hoje, e senti a presença de alguém me olhando perto do rio, mas não pude encontra-lo, por que Madelene veio ao meu encontro.”

“04/03/2101

Hoje encontrei meu salvador, ele é belo, tem os olhos azuis como a água do rio, seu cabelo brilha como os Girasois no verão, e seu olhar e quente como o Sol, ele é aluno do monastério, falou-me que não podia ser pego fora dos muros da escola e que por isso não permaneceu comigo, sua fala é doce como o mel, e quando ele sorri meu coração frio se aquece.

Irei encontra-lo novamente amanha pela manha.”

Parei e respirei fundo, olhei a minha volta, mas não havia ninguém na sala, virei o pulso para olhar meu relógio e descobri que estava atrasada para minha aula de educação física, saltei da cadeira e joguei o livro dentro da mochila, sai correndo pela porta, ainda com a descrição do homem que Belle havia encontrado na floresta em minha mente, algo nele me soava familiar.

Decidi que ja que estava atrasada, iria matar á aula e pular direto para o meu almoço, ignorei o ginásio e sai para o campo, o Sol estava fraco sobre as nuvens, mas o time de futebol treinava como nunca, subi até o alto, e me sentei escorada nas grades da arquibancada, eu precisava saber mais sobre Belle e esse tal homem que havia arruinado minha vida.