Capítulo III – I’m Ready.

Lana Walker

Marco havia ido ao mercado e comprado coisas o suficiente para encher os armários, porém, tudo que ele havia comprado era: enlatados, comidas congeladas, alguns macarrões instantâneos, salgadinhos... Nada que ele havia comprado era saldável. Mas, não poderíamos jogar fora, teríamos que comer até acabar, e eu lhe disse que da próxima vez eu iria junto para comprar.

Já era tarde quando ele acordou de sua soneca da tarde. Eu estava sentada na varanda do meu quarto, que me proporcionava uma bela vista, e lia um livro que comprei no aeroporto. Ele bateu na porta anunciando e eu murmurei um “Entra.”, aproximou-se de mim e perguntou:

— O que está fazendo?

— O que parece que estou fazendo? – indaguei sarcástica – Estou lendo este livro.

— Desculpe senhorita educada. – retrucou também sarcástico – Eu estava pensando em ir para uma balada que tem aqui perto, e vim perguntar se você estava a fim de ir também. – murmurou – Ficou o dia todo trancada aqui dentro.

— Eu topo, não tenho nada para fazer mesmo. – dei de ombros – Mas, eu vou demorar um pouquinho de nada para me arrumar, tudo bem?

— Sem problemas, vou ficar esperando lá em baixo. – avisou apontando o polegar por cima do ombro.

— Não! – repliquei – Espera aqui mesmo.

— Tudo bem. – estranhou, e desapareceu pelo corredor.

Eu precisava lavar meus cabelos, secá-los, arrumá-los, passar maquiagem, me vestir... Isso levaria muito tempo, mas se eu dissesse isso a ele, ele simplesmente piraria ou iria sozinho, então era melhor que eu começasse a me aprontar agora mesmo.

(...)

Uma hora e meia depois eu estava pronta, meu cabelo lindo e macio, maquiagem impecável e minha roupa estava razoável. Assim que desci as escadas encontrei Marco deitado no sofá dormindo, e olha que eu nem demorara muito.

— Marco? – o chamei – Marco... – sacudi seu braço gentilmente, mas nem assim ele acordou, então eu gritei por ele: - MARCO!

— Oi! – disse acordando meio tonto – Ei, não se acorda ninguém assim, não.

— Jura? Engraçado, hoje de manhã me acordou deste modo. – retruquei. – Estou pronta!

— Já era hora, não? – reclamou levantando-se e ajeitando a roupa. – Vamos.

Meia hora depois estávamos parados em frente um clube com letras neons na fachada que se lia “Club Night Show”, ele era todo fechado por fora, só havia uma porta e dava para se ver as luzes piscando do lado de dentro.

Saí do carro e dei uma checada no espelho para ver se estava tudo em ordem, então Marco chegou ao meu lado e sussurrou:

— Cada um sai com quem quiser. – e entregou-me um cartão de entrada vip.

— Então não venha me atrapalhar. – pisquei para ele e entrei, antes parando na porta para que o segurança visse o passe de entrada.

Dentro da boate era totalmente diferente de fora. Ela tinha luzes de todas as cores piscando, músicas tocando no último volume, pessoas se acabando de dançar na pista e havia, em um canto isolado, um barzinho onde vendiam as bebidas.

Não perdi tempo e comecei a dançar, adentrei na multidão para ficar mais perto das caixas de som, eu gostava de senti-lo vibrar. Mas, quando eu finalmente consegui me aproximar das caixas a música parou, e começou a tocar a música “Right Round” do cantor Flo Rida, e logo apareceu um rapaz ao meu lado para dançar comigo.

Ele era bonito, loiro com olhos castanhos mel, um belo contraste, e pele bronzeada. Ele ficou de frente para mim e dançava, até que eu virei de costas para ele e colamos nossos corpos e começamos a mexer. Eu mexia em meu cabelo, levantava os braços para cima e rebolava, eu estava mesmo precisando me soltar, a muito tempo não fazia isso.

Dançamos até cansar e quando a uma música acabou eu sorri para ele agradecendo pela dança e fui até o bar pedir uma bebida.

— O que deseja? – o garçom pediu.

— Quero esse aqui. – apontei para o cardápio de bebidas onde estava escrito “Ice Dance”.

Ele assentiu e começou a preparar o drink, despejou em um copo fino e deu para mim, no primeiro gole que eu dei eu pude sentir o álcool descer queimando pela minha garganta e logo após senti a garganta refrescar, era realmente muito bom.

— Se divertindo? – Marco apareceu pedindo seu drink.

— Demais. – gritei por cima da música. – E você.

— Também. – riu – O que acha de depois dançarmos uma música juntos?

— Por mim tudo bem, a próxima que tocar dançamos sozinhos e a que tocar depois desta, dançamos juntos.

— Tudo bem, nos vemos daqui a pouco. – falou assim que eu fui saindo.

Próxima música: Chris Brown, Turn up the music, eu adorava essa música, mas não era uma boa música para se dançar então eu apenas esperei em um canto terminando minha bebida e mexendo meu corpo no ritmo, e não demorou muito até que Marco reaparecesse ao meu lado, e momentos depois a música acabou, e deixou que outra começasse.

— Agora é nossa vez. – murmurou puxando-me para a pista.

A música era Infinity do Guru Josh, a minha música preferida.

Ela começava lenta e nesse momento estávamos de frente um para o outro, deixando-nos levar encarando-nos nos olhos, quando ela começou a ficar mais rápida um sorriso apareceu em meu rosto e eu comecei a mostrar para ele o que era dançar com uma mulher inglesa como eu.

Eu estava dançando sensualmente, passei meus braços por seu pescoço e mexia meu corpo em ondas conforme a música ficava lenta, quando ela começava a ficar mais rápida eu virava de costas para ele e dançava o melhor que conseguia. Teve um momento que nossos rostos estavam um do lado do outro e eu pude observar que ele olhava para mim com desejo e ele também mordia o lábio como se estivesse se segurando para não fazer algo, e era neste momento que eu mais o provocava, mas infelizmente a música parou.

— Eu... Eu acho que é melhor irmos embora, está ficando tarde. – disse olhando em seu relógio. – Já são uma e meia da manhã, estamos aqui a mais de cinco horas.

— Nossa, passou tão rápido. – murmurei – Melhor irmos mesmo.

Sem dizer mais nada saímos da boate e voltamos para o nosso apartamento em silêncio, mas eu podia notar que ele estava inquieto, talvez fosse pelo drink que ele havia tomado, ou então fosse pela nossa dança...

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