Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 8
POV Esme




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Subimos para o escritório e eu não sabia se estava ansiosa ou feliz. Ver aquela garotinha na nossa casa tornou meu dia muito melhor. Carlisle sabia que eu estava radiante de alegria, podia ver em seus olhos. Ele me conhecia muito bem. Mas eu também o conhecia bem o suficiente para saber o quanto ele estava aflito com aquela conversa. Sophie era diferente de todos os nossos filhos. Não sabíamos se ela chegou a ter uma vida normal, nem mesmo quando humana. Sendo assim, será que ela concordaria com o estilo de vida que levávamos? Muita coisa mudaria na vida dela e talvez ela não fosse gostar e nem se habituar tão fácil. E aquela conversa seria justamente para expor tudo aquilo para ela. Não conseguia sequer imaginar sua reação. Ela era tão instável. No dia anterior, quando ela estava lutando, parecia forte, determinada e frívola. Mas quando foi abraçada por Carlisle, demonstrou-se completamente sensível e carente. Hoje, quando ela chegou parecia um gatinho assustado escondendo-se atrás de Carlisle. E quando eu a abracei senti-a tremendo em meus braços, nem sabia exatamente por que. Não conseguia definir quem era a verdadeira Sophie em meio a tantas reações diferentes. Talvez nem ela mesmo soubesse quem era realmente.

Entramos no escritório e eu comecei a ficar mais ansiosa. Apertei a mão de meu marido, meu porto seguro. Ele me olhou carinhosamente e me sorriu, como se quisesse dizer que tudo ficaria bem. Não tinha como não confiar nele. Sorri de volta e me senti invadida por uma calma fora do comum. Não importava o que ocorreria, juntos superaríamos tudo. E era justamente isso que queríamos passar para Sophie. Queríamos que ela entendesse que não importava o passado, agora ela tinha uma família que estaria ao seu lado em qualquer situação.

– Sente-se, pequena. – disse Carlisle à Sophie, apontando o sofá que ficava de frente para sua mesa.

Ela obedeceu e sentou-se. Segui meu marido até seu assento, atrás da mesa. Ele sentou-se e eu fiquei em pé ao seu lado. Vi que Sophie parecia indiferente a tudo. Perguntei-me se ela realmente estava disposta a fazer parte da família. Lembrei-me do que Carlisle havia dito sobre um acordo. Perguntei-me o que realmente estava acontecendo. Carlisle apoiou os cotovelos sobre a mesa e olhou firmemente para Sophie, mas foi a mim que ele direcionou a palavra.

– Esme, antes de começarmos essa conversa, gostaria de lhe colocar a par de tudo. – ele parecia entender minha confusão. – Sophie e eu fizemos um acordo. Ela passará uma semana aqui em casa e se não desistirmos dela, aceitará fazer parte da família definitivamente.

Achei aquele acordo completamente sem noção. Claro que não desistiríamos dela! Por que ela faria aquele acordo? Não parecia fazer sentido nenhum.

– Claro que nessa semana, mesmo sendo um acordo, não deixaremos que ela pense que não é da família. Por isso, antes de qualquer coisa, gostaria que você dissesse o que sente para ela. – Carlisle me lançou um olhar extremamente carinhoso. Com certeza queria que eu mostrasse o quanto já me sentia mãe de Sophie.

Olhei para aquela garotinha a minha frente. Ela não olhava para mim, parecia com medo. Achei estranho. Por isso fiz questão de me aproximar dela. Ela ainda olhava para os próprios pés, como se fosse mais interessante. Sorri. Ela parecia um gatinho assustado mesmo. Sentei no braço do sofá e ergui seus olhos para mim, segurando-lhe o queixo. Fiquei um tanto quanto chocada. Seus olhos brilhavam de uma forma tão viva. Ela parecia ter grandes expectativas sobre mim. Fiquei me perguntando por que. Mas achei melhor deixar as questões que surgissem para depois. Naquele momento eu só queria fazê-la entender o quanto eu já a amava.

– Florzinha, eu não sei muito bem porque você quis fazer esse acordo, mas já vou lhe dizendo que não vamos desistir de você. Desde a primeira vez que Carlisle me falou sobre você, um sentimento brotou dentro de mim. E mesmo antes de te conhecer eu já te sentia como minha filha. Não me peça para explicar porque, pois não saberei. Mas não importa os motivos, a questão é que agora você faz parte da nossa família. Eu serei sua mãe e Carlisle será seu pai. Não faremos distinção entre você e seus irmãos. Você é nossa filha tanto quanto eles. E tudo que fizermos será pensando no seu melhor. – passei suavemente minha mão sobre seu rosto. – Te daremos todo o amor e carinho que você precisa e estaremos sempre ao seu lado. Quando precisar não hesite em nos chamar, estamos aqui para isso. Não tenha medo, não tenha vergonha. Não estamos aqui para te julgar e sim para lhe guiar e apoiar. Entende?

Ela olhava para mim com os olhos marejados de veneno. Parecia tão indefesa naquele momento. Provavelmente aquela postura arrogante e frívola era só uma casca que protegia algo extremamente delicado e sensível. Ela estava tão vulnerável diante de mim que senti uma vontade enorme de lhe envolver em meus braços. E foi o que eu fiz. Sentei-me ao seu lado e lhe abracei. Ela tremia muito. Aquilo me preocupava.

– Carlisle, ela está tremendo.

De repente ela começou a chorar. Fiquei sem reação. Não sabia o que estava acontecendo. Será que ela era carente a ponto de um abraço lhe causar tamanha emoção? Tudo que eu podia fazer era acariciar seus cabelos e sussurrar palavras de amor em seu ouvido.

– Shiii... Não precisa chorar assim, minha florzinha. A mamãe não vai te deixar.

Ela chorava ainda mais. Ela parecia querer absorver aquele carinho o máximo possível, como se a qualquer momento aquilo pudesse se perder. Será que ela realmente acreditava que desistiríamos dela? Será que ela estava tão certa daquilo a ponto de propor um acordo tão sem sentido? Isso era preocupante. Significava que ela não acreditava em nós. Como poderíamos provar a ela que estávamos falando a verdade? Será que conseguiríamos fazê-la acreditar? Será que ela já fora iludida tantas vezes assim a ponto de ter certeza que também a abandonaríamos? Será que era um problema de autoestima? Tanto coisa podia ter acontecido. Não sabia nem sequer o que pensar. Mas decidi que nada daquilo importaria. Tudo que eu tinha que me preocupar era na criança em meus braços. Minha criança.

Carlisle se levantou e foi em direção a uma poltrona que ficava encostada na parede, perto da janela. Ele sentou-se e me chamou para sentar ali também. Peguei minha menina no colo e me sentei a seu lado. Ela ainda chorava muito. Carlisle a pegou de meus braços e a sentou em seu colo. Ele também a abraçou e ficou acariciando seus cabelos, enquanto eu passei um de meus braços sobre os ombros dele e acariciava as costas de minha menina suavemente. Ficamos assim até que ela se acalmasse um pouco. Era de partir o coração. Carlisle olhava para mim de maneira extremamente sofrida. Eu o compreendia muito bem. Não sabíamos por quanto tempo ela havia segurado aquelas lágrimas. Nem sabíamos quantas vezes ela não aguentara segurar e chorara daquela maneira, sozinha.

– O que sua mãe disse é verdade, pequena. Estamos aqui para te dar amor e carinho. Não precisa chorar desse jeito, como se fosse nos perder a qualquer momento. Estamos bem aqui, do seu lado. – Carlisle beijou o topo de sua cabeça. – Não tenha medo, confie em nós.

– Não confio em ninguém. – ela disse já mais calma.

– Mas pode confiar na gente, florzinha. – disse.

– Eu até gostaria, mas não posso. Sinto muito. – ela ainda não olhava para mim quando falava. Aquilo estava começando a me intrigar.

– Por que não pode? O que te impede? – Carlisle perguntou.

Ela ficou em silêncio. Carlisle e eu nos entreolhamos. Ela não queria falar. Será que era por medo? Será que estava sob algum tipo de ameaça? Precisávamos saber ou não poderíamos protegê-la.

– Pequena, olhe para mim. – Carlisle pediu e ela obedeceu. – Nós queremos protegê-la, só isso. Você não precisa desconfiar da gente. Não temos nenhum motivo para prejudicá-la.

– Não quero que me protejam. Eu não mereço isso. – seu olhar era completamente vazio.

– Merece sim, florzinha. Você já sofreu demais. Agora queremos cuidar de você, queremos que tenha uma vida normal, na medida do possível. Todos merecemos ser felizes e você não é exceção. – eu disse, tentando fazer aquele brilho voltar a seus olhos.

– Vocês não me conhecem. Dizem isso apenas por sentirem pena.

Não permito que fale assim! – Carlisle foi firme. – Não te pediria para ser minha filha por pena. O que eu e sua mãe sentimos se chama amor. Você nos ofende dizendo isso.

– Não foi minha intenção, eu só não entendo. Vocês já têm seis filhos, não precisam de mais uma. Além do mais, eu só vou trazer problemas para vocês. Ou acham que só por me tornar alguém da família os vampiros não vão mais me atacar?

– Isso não importa. Nós vamos te defender, nem que para isso precisemos lutar. – disse Carlisle bastante determinado.

– Lutar? Por mim? Ficaram loucos? – Sophie se levantou do colo de Carlisle um tanto quanto revoltada. – Jamais permitirei algo assim! Isso não é da conta de vocês! Não se metam!

– Não estamos te dando uma escolha. A partir de agora você não lutará mais! Nós resolveremos o problema. Vamos cumprir nossa promessa e cuidar de você. – Carlisle continuava firme.

– NÃO! – ela gritou.

– Entenda, florzinha. Não queremos que se machuque mais em lutas desnecessárias. Existem tantas formas de... – ela me interrompeu.

– VOCÊS NÃO SABEM O QUE DIZEM!

– Abaixe esse tom, mocinha. Somos seus pais agora e você nos deve respeito. – Carlisle mantinha a postura altiva, não era do tipo que aceitava desrespeito. Ele suspirou antes de continuar. – Você está proibida de lutar. Não importa a situação, deve vir nos avisar. Fui claro?

– E você acha que eu vou obedecer a uma ordem tão sem sentido assim? – ela estava sendo atrevida.

– Irá!

– E se eu não obedecer? Vai fazer o que?

– Quer mesmo saber? Pois já te mostro.

Eu sabia muito bem o que viria a seguir, quando Carlisle se levantou e segurou o braço de Sophie.

PAFT* PAFT* PAFT* Aaii – ela gemeu.

É isso que vai acontecer. Mas te garanto que não serão só três vezes. – Carlisle falava firme, ainda segurando o braço de Sophie, que parecia bem assustada.

– Vo-vo-você bate nos seus filhos? – ela perguntou espantada.

– Apenas quando merecem. – Carlisle voltou a se sentar, já mais calmo, com Sophie em seu colo.

– E você também faz isso? – ela perguntou para mim, agora olhando em meus olhos.

– Apenas quando necessário. – respondi receosa devido à intensidade de seu olhar.

Ela ficou em silêncio. Ela parecia analisar a situação. Não sabia definir se ela estava revoltada ou com medo. Fiquei apreensiva. Aqueles não eram métodos de disciplina comuns nos tempos modernos. Não sabíamos quantos anos ela já tinha vivido. Será que ela nunca tinha sido disciplinada por seu pai? Será que ela chegou a ter um pai? Talvez fosse cedo demais para lhe impor esse tipo de correção. Mas o quanto antes ela entendesse que éramos seus pais, melhor seria. Não queríamos dar espaço a pensamentos de autoexclusão.

– Eu não quero mais ficar aqui. – ela disse, nos surpreendendo.

– O que disse? – Carlisle parecia espantado.

– Eu não preciso disso.

– Olha, pequena, sei que é difícil entender, mas fazemos isso pensando no seu melhor.

– Eu sei muito bem o que é apanhar de alguém que se diz ser meu pai. Não preciso passar por isso de novo.

Aquilo nos surpreendeu. Então ela teve uma família e, pelo visto, foi algo bem diferente do que estávamos dispostos a oferecer para ela.

– Você apanhava do seu pai? De que jeito? – Carlisle perguntou.

– Não é diferente do que você faz. – ela estava sendo atrevida de novo.

– Perguntei de que jeito! – Carlisle estava perdendo a paciência.

– O que você quer que eu responda? Que ele me batia com socos e chutes? Que chegou a me espancar até que eu ficasse inconsciente? Que dependendo da situação ele me batia com qualquer coisa que encontrasse pela frente? – ela dizia com bastante mágoa.

Aquilo era uma situação delicada. Claro que alguém que teve aquela experiência não veria o castigo físico como algo disciplinador.

– Nesse caso é totalmente diferente do que fazemos. – disse Carlisle.

– Diferente em que?

– Nem eu nem Esme vamos te espancar ou algo do tipo.

– Mas vão me bater!

– Serão palmadas disciplinares. Não vamos te machucar. Vamos apenas te ensinar que para toda ação existe uma consequência. E é melhor que essa consequência seja uma boa surra do que as coisas que a vida irá lhe impor. Você deve saber muito bem que a vida é dura e que não facilita para ninguém.

– Eu me recuso a passar por isso! Se é pra apanhar, eu não preciso estar em uma família! Passo por isso todos os dias. – ela ainda não entendia.

– Não, querida. Você ainda não entendeu. Não faremos nada para te machucar. – tentei amenizar a situação.

– Não? Vocês acham que não dói?

– Sim, sabemos que dói. E é pra doer mesmo. – respondeu Carlisle.

– Está sendo contraditório.

Carlisle suspirou novamente. Seria difícil fazê-la entender.

– Pequena, sei que estou te pedindo muito, mas confie em mim. Eu tenho mais seis filhos, sei muito bem o que estou fazendo. Quando disse que não machuco, é porque eu não machuco. Pode perguntar para qualquer um dos meus filhos. Nunca deixei uma marca sequer neles. O máximo que chega a acontecer é eles ficarem com certo incômodo no traseiro por alguns dias. Mas até isso são casos extremos. Eu não uso de violência para disciplinar meus filhos. Sei que para você parece contraditório, mas você vai perceber a diferença com o tempo. O meu objetivo é ensinar-lhes uma lição para que não voltem a cometer o mesmo erro novamente. Diga-me, quando seu pai lhe batia ele explicava o motivo de vocês estar apanhando?

– Motivo? Ele não precisava disso!

– Seu pai te batia sem nenhum motivo? – perguntei espantada.

– Bom, se tinha nunca me disse.

– Pois bem, aqui você não vai apanhar por aquilo que não sabe. E isso só acontecerá caso você cometa algum erro, no caso desobedeça às regras da casa. E não será sempre que chegaremos a esse extremo. Também adotamos outros métodos de disciplina. – disse Carlisle.

– Isso é estranho. Vocês são estranhos. – ela parecia estar mais conformada.

– Você vai se acostumar. – Carlisle agora sorria.

– Vai me bater sempre que eu lutar?

– Sim, vou.

Ela ficou calada. Parecia fazer algum tipo de consideração. Estava torcendo para que ela nos compreendesse, mas talvez ela fosse precisar de um tempo.

– Tudo bem. Já que fui eu quem propôs o acordo, vou me submeter ao seu modo de vida. Será apenas por uma semana. Já passei por torturas piores, posso aguentar.

Ela ainda não tinha entendido, mas pelo menos resolveu aceitar. Ainda tínhamos tempo para lhe provar que não queríamos machucá-la, que ela não precisava desconfiar de nós. Carlisle suspirou novamente, seria difícil conquistá-la. Ela tinha certeza de que só passaria uma semana conosco. Mesmo que nós disséssemos que não a abandonaríamos, ela continuava com aquela ideia fixa na cabeça. Isso estava me deixando aflita. Eu queria mostrar logo o quanto ela já era importante para nós. Eu queria que ela sentisse que o meu amor já era grande demais para que eu pudesse simplesmente me afastar dela. Será que ela pretendia fazer qualquer coisa para que nós desistíssemos dela? Não parecia que ela queria isso. Será que ela acreditava ser tão detestável assim? Será que ela realmente pensava ser insuportável? Aquilo me deixou intrigada.

– Florzinha, você acha mesmo que nós não conseguiremos cuidar de você? Acha mesmo que é tão detestável assim? – perguntei preocupada.

– Eu não acho, tenho certeza. Já disse, vocês não me conhecem. Eu não sou um doce de garota, não tenho modos e pareço atrair desgraça.

– Olha a boca. – Carlisle chamou a atenção dela.

– Mas em momento nenhum pensamos que você é perfeita. E não é isso que queremos também. – disse tentando fazê-la entender.

– Amamos você do jeito que é. – disse Carlisle fazendo cafuné naquela cabecinha branca.

– Sinto muito, mas eu não sei o que isso significa. Já ouvi muito sobre isso, mas não sei o que é amor. Pra mim não faz sentido. – ela falou de maneira tão triste que era de cortar o coração.

Como assim ela não sabia o que era amor? Será que nunca tinha passado por nada parecido? Será mesmo que ela nunca foi amada, nem mesmo por seu pai? Era algo que eu não conseguia conceber. Uma pessoa que não recebera nem o mínimo de afeto. Realmente existia algo assim? Será que ela esteve sempre sozinha? E sua mãe? Onde sua mãe entrava naquela história? Uma mãe que permite os abusos do pai e não dá amor à filha? Aquilo realmente existia?

– Querida, e sua mãe? Era como seu pai? – perguntei temendo a resposta.

– Não sei. – seus olhos se encheram de veneno.

– Como não sabe? – Carlisle perguntou.

– Eu nunca tive mãe. Ela morreu após me parir.

Então era por isso que ela não conseguia olhar para mim. Ela nunca teve mãe, não sabia como agir. Senti meus olhos se encherem de veneno. Mais do que nunca eu queria ser uma boa mãe para aquela garotinha. Ela precisava do amor de uma mãe, precisava daquele carinho. E eu estava disposta a dar tudo de mim para que ela tivesse aquilo que não deve ser negado a ninguém; amor. O amor incondicional que só uma mãe sabe dar. Ela precisava de mim.

– Oh minha florzinha, vem aqui. – tirei ela do colo de Carlisle e a embrulhei em meus braços. – Agora você tem uma mãe. E eu prometo que te darei todo o amor que sua mãe não pôde te dar.

Ela afundou o rosto em meu peito, tremendo muito. Timidamente ela foi passando os braços ao meu redor. Não consegui me conter também, deixei que as lágrimas escorressem por meu rosto. Carlisle enxugou meu rosto e sorriu para mim. Naquele momento eu tive a certeza que nada poderia tirar minha menina de mim. Ela era minha! Minha filha! Não permitiria que nada pudesse arrancá-la de meus braços.

– Ok! Chega de chorar, pequena. Queremos te ver sorrindo. – Carlisle fez com que ela olhasse para ele. – Sei que só com palavras será difícil para você entender o que significa amor. Mas não se preocupe com isso, vamos te mostrar o que é ser amada. E você vai se viciar tanto que nunca mais vai querer ficar sem a gente. – Carlisle sorriu e eu também. Ela continuava séria. – Vamos terminar essa conversa por aqui, temos muito que fazer. Mas antes quero deixar algumas regras claras. A primeira delas é respeito. Somos seus pais agora e você não pode falar conosco como se fôssemos qualquer um. Inclusive esse foi o motivo por você ter ganhado aquelas três palmadas. Sempre que nos desrespeitar você será punida de uma forma ou de outra. Entendeu? – ela afirmou com a cabeça, provavelmente abalada demais para discutir. – Isso também vale para seus irmãos. Você não pode ser rude com eles e também não pode brigar com eles. Segundo, a senhorita está terminantemente proibida de lutar. Se for ameaçada deve nos avisar imediatamente. Você tem uma velocidade acima da média, pode fugir sem nenhum problema. Nós resolveremos a situação, por isso nada de se meter em lutas desnecessárias. Seria bom também que você não bloqueasse mais a sua mente, dessa forma será mais fácil podermos te encontrar.

– Edward não vai suportar. – ela disse bem baixinho.

– Edward não usa o poder dele 24h por dia. Não precisa se preocupar com ele. Terceiro, você não pode sair dessa casa sem a minha permissão ou a de Esme. Inicialmente você não poderá sair sozinha, já que está sendo perseguida. Até conseguirmos estabilizar sua situação, você sempre estará acompanhada ou de nós ou de seus irmãos.

– Vocês vão se machucar. – ela ainda falava baixo.

– Nós sabemos nos cuidar. Assim como não conhecemos você muito bem, você também não nos conhece. Por isso não vá achando que somos tão fracos assim.

– Mas... – Carlisle a interrompeu.

– Nada de “mas”. Estamos assumindo o controle das coisas e faremos o que for necessário para que você esteja segura. Fui claro?

Ela afirmou novamente com a cabeça. Ela realmente era muito instável. A um minuto atrás estava desafiando Carlisle descaradamente e agora apenas consentia de cabeça baixa. Será que ela estava disposta a aceitar as coisas, assim tão fácil? Ou será que ela estava apenas cansada de discutir? Provavelmente era a segunda opção.

– Vamos, temos que te mostrar seu quarto. – disse Carlisle se levantando.

Ela saiu do meu colo enxugando as lágrimas e eu levantei também. Dei-lhe a mão e ela apenas abaixou a cabeça. Sorri. De certo modo achava aquilo fofo. Seguimos para o quarto que seria dela. Era um dos quartos de visita, mas daríamos um jeito de decorá-lo do jeito que ela quisesse. Ela entrou e sentiu-se um pouco deslocada. Eu e Carlisle ficamos na porta, deixando que ela se entrosasse com o novo ambiente. Carlisle me abraçou e ficamos observando nossa garotinha. Fiquei me perguntando com quantos anos ela foi transformada. Não parecia ter mais de 15 anos. Nossa nova caçulinha.

– Esse será seu quarto. Vamos decorá-lo do jeito que você quiser. – disse a ela.

– Não precisa. Assim está bom. – ela estava sem expressão novamente.

– Você que sabe, mas se quiser mudar qualquer coisa é só nos avisar. – disse Carlisle.

– De jeito nenhum! Faço questão de decorar esse quarto! Não vou deixar minha filha ficar em um quarto que não seja a cara dela. – disse sorrindo.

– Mas esse quarto é a minha cara. Não gosto de luxo e nem de coisas extravagantes. Está simples e confortável, está bom.

– Deixe assim por enquanto, querida. Com o tempo ela vai mudar de ideia. – disse Carlisle a mim. – Principalmente depois que começar a frequentar a escola. Ela ainda vai mudar muito, já que não teve uma vida muito normal.

– Escola? – ela nos olhou curiosa.

– Isso mesmo, pequena. Você será matriculada na mesma escola que seus irmãos. – Carlisle respondeu.

– Pra que? – ela perguntava inocentemente.

Carlisle e eu nos entreolhamos.

– Você não sabe o que é uma escola? – perguntei.

– Sei, mas nunca frequentei uma. Não vejo necessidade.

– Nunca frequentou uma escola? Quer dizer que nunca estudou? – Carlisle parecia pasmo.

– Minha família tinha tradição de criar pessoas autodidatas. Eu estudava em casa.

– Pois bem, aqui você frequentará uma escola, como qualquer outra garota da sua idade. Quantos anos você tem? – Carlisle perguntou.

– 269. – ela respondeu inocentemente, fazendo com que Carlisle e eu ríssemos.

– Não, florzinha. O que seu pai quer saber é com quantos anos você foi transformada.

– 15. – acertei na mosca.

– Nossa nova caçulinha, Carlisle. – disse sorrindo e Carlisle me sorriu de volta. - Temos que dar um jeito nessas roupas, Carlisle.

– Concordo.

Ela nos olhava confusa.

– COMPRAS!! – Alice entrou no quarto sorrindo.

– Vá arrumar algumas roupas para sua irmã, bonequinha. Vamos ao shopping. – disse Carlisle.

– Deixa comigo, paizinho.

Alice saiu do quarto levando uma Sophie espantada pela mão. Ainda tinha muita coisa a ser feita e eu mal podia esperar pelo dia em que finalmente veria um sorriso no rosto da minha mais nova filha.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Odiaram? Mandem a opinião de vcs e façam essa novata feliz... hauhauahauhaauhau XD!! Não sei se consegui demonstrar a Sophie do jeito que queria... Meu objetivo é que ela realmente seja uma personagem um tanto confusa devido a tudo que ela passou, q será revelado aos poucos na fic XD!! Enfim, vcs vão entender melhor essa personagem com o passar do tempo XD!! Muita coisa ainda vai acontecer XD!! Vocês acham que a Rose vai aceitar isso tão fácil? Será? Hauhauahahauahauahau XD!! Esperem e verão XD!!
Bom, non tenho mto mais o q dizer XD!! Só espero estar agradando XD!!
Té o próximo cap
o/



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