Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 26
POV Jasper




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– Jake, espera! Seu pai disse que está tudo bem agora, fique calmo, por favor!! – dizia minha mãe aflita.

Ficar calmo? FICAR CALMO?! Você diz isso porque não tem ideia da força que a Sophie tem!! Se as coisas chegaram ao ponto do Carlisle se machucar, é claro que a Sophie não saiu ilesa!! EU NÃO VOU ME ACALMAR ATÉ QUE EU VEJA SE POSSO OU NÃO CONFIAR EM VOCÊS!!

Jacob falou bem nervoso, saiu batendo a porta e, claro, quebrou-a. Minha mãe suspirou. Era a única coisa que ela fazia desde que recebera o telefonema do meu pai avisando que já estavam no aeroporto, voltando para casa. Só nós sabemos a aflição que ela passou nos últimos dias. Ficamos sem notícias do papai durante vários dias. Todos estavam a ponto de explodir, cada um dentro de sua personalidade. Minha mãe só fazia chorar. Ela vivia pelos cantos chorando e rezando para que papai, Rose e Sophie voltassem bem. Era difícil vê-la sorrindo durante o dia. Nem mesmo quando estávamos todos juntos ela conseguia disfarçar sua tristeza. E claro que isso afetou todo mundo. Já não bastava aquele sofrimento de sequer sabermos se nosso pai e irmãs estavam vivos, ainda éramos obrigados a ver nossa mãe naquele estado de lamúrias. A gente percebia que ela tentava ser forte, provavelmente por causa da gente, mas ela não conseguia se segurar. É claro que ela não era a única que estava segurando as emoções. Bella, Emmett e eu tentávamos de todas as formas trazer um pouco de paz e animação para aquela casa. Emmett usava seu bom humor para tentar arrancar alguns sorrisos e, de vez em quando, ele conseguia, mas na maioria das vezes acabava chorando junto com todo mundo. Bella sempre foi mais introvertida, mas ela ajudava nas tarefas de casa para tirar um pouco da tensão dos ombros da nossa mãe. Eu, claro, tentava emanar um pouco de calma para todos, mas era tanto sentimento negativo em um lugar só que eu acabava sendo afetado, não obtendo nenhum resultado. E também tínhamos aqueles que não faziam a menor questão de esconder o que estavam sentindo, Alice, Edward e Jacob. Alice, minha linda boneca, chorava quase que o tempo todo. Ela estava aflita por não conseguir ver nada. Isso sempre a deixava ansiosa e insegura. Edward não chorava na frente de ninguém, mas a cara dele não escondia o quanto ele estava triste. Eu não sabia se era por conta de não termos nenhuma notícia do papai ou se era por causa de tantos pensamentos depressivos em um mesmo lugar. Com toda aquela instabilidade, Edward provavelmente não conseguia evitar usar seus poderes. E isso só piorava quando Jacob estava perto. Era sempre a mesma coisa, Edward lia o pensamento dele e retrucava para todo mundo ouvir. Então Jacob perdia sua pouca, quase inexistente, paciência e os dois começavam a brigar. Minha mãe perdeu a paciência uma vez e acabou dando umas palmadas nos dois. Depois disso, eles ficaram um pouco distantes um do outro, para evitar mais confusão. Mas não resolveu muito, porque o Jacob estava com os nervos tão à flor da pele que qualquer coisa era motivo para ele, literalmente, virar o cão. Todo mundo tentava acalmá-lo de alguma forma, mas nem mesmo a Bella, que é mais próxima dele, conseguiu amansar a fera.

E assim foram-se os nossos dias, que pareceram anos, até que ontem nossa mãe recebeu a ligação do papai. Ela colocou no “viva-voz” para que todos pudéssemos ouvir. Foi um alívio geral. Saber que nosso pai e irmãs estavam vivos foi como tirar um peso enorme de nossas costas. Melhor ainda quando ele disse que já estava voltando para casa. Porém, não foram somente boas notícias que recebemos. Quando minha mãe perguntou se estavam bem, nosso pai ficou calado por um tempo. Ele deu uma suspirada cansada no telefone e falou que tanto ele quanto Sophie estavam feridos. Claro que ele não deu detalhes sobre o que aconteceu, como aconteceu, porque aconteceu, o quanto eles estavam machucados e coisas do tipo, mas só pelo suspiro que ele deu já sabíamos que não era algo superficial. E por dedução nós podíamos concluir que eles se machucaram mais do que poderíamos imaginar, já que demorou tanto tempo para que ele nos desse alguma notícia. Por um lado ficamos felizes por saber que pelo menos eles estavam a salvo e por outro ficamos apreensivos por vê-los logo.

E então chegamos a mais um ataque de nervos do Jacob, tudo porque, durante uma conversa, Emmett se perguntou o quanto eles estariam machucados. Aí então começou uma discussão do caramba e resultou em mais uma porta quebrada. Eu entendia o quanto ele estava nervoso, afinal Sophie era sua amada protegida. Mas por que ele tinha que quebrar as coisas? Sempre sobrava ou para mim ou para o Emmett consertar. Eu já estava começando a ficar irritado com aquilo. Eu simplesmente não fazia nada porque entendia tanto o lado dele quanto o lado da minha mãe, que não tinha condições de impor autoridade a ninguém naquelas circunstâncias. Era uma situação extremamente delicada. Eu tinha ainda mais consciência disso do que todos, afinal eu podia dizer exatamente o que ele estava sentindo. Eram sentimentos confusos, mas eu conseguia decifrá-los por conta do meu dom. Eu diria que ele estava inseguro, magoado, ansioso, revoltado, aliviado e triste ao mesmo tempo. Era emoção demais pra uma pessoa só e ao mesmo tempo! Não me admirava ele estar tão instável. E era justamente por isso que todos estavam tendo o máximo de cautela quando ele estava perto. Pra nossa sorte ele não ficava em casa muito tempo. Como ele estava muito inquieto, vivia correndo pela floresta a fora.

Olhei para minha mãe suspirando novamente. Aquilo realmente me incomodava.

– Mãe, está tudo bem. Assim que o papai chegar ele vai dar um jeito nessa situação. – disse tentando acalmá-la.

– Eu sei, meu anjinho. Mas me sinto frustrada por não conseguir fazer nada na ausência do seu pai. Acho que ele vai se decepcionar comigo quando chegar e encontrar essa bagunça toda. – ela falava com um sorriso melancólico no rosto.

– Isso não é verdade, mãe. O papai não pode exigir nada da senhora, já que foi ele quem causou isso tudo não dando notícias. – disse Emmett abraçando nossa mãe.

– Obrigada, meu ursinho. Eu sei que seu pai provavelmente vai entender, já que ele tem aquela compaixão exageradamente absurda. – agora ela sorriu sinceramente, o que nos fez sorrir também.

– Mãe? – Alice veio descendo as escadas. – Você sabe que horas que o papai chega? Não vamos buscá-los no aeroporto?

– Edward e Bella já foram buscá-los.

– Mesmo? Eu queria ter ido. – disse Alice fazendo bico.

– Logo, logo eles devem chegar, bonequinha. Fique tranquila.

Alice veio até mim e me beijou suavemente para, logo em seguida, me abraçar forte. Eu a abracei bem apertado, tentando passar a segurança que ela tanto precisava naquele momento. A verdade é que até mesmo eu estava ficando ansioso. Eu sabia muito bem como papai era um excelente lutador, além de ser muito forte. Para chegar a se machucar, com certeza algo extremamente inesperado aconteceu. Por mais que a guarda Volturi tivesse excelentes soldados, eu diria que poucos eram mais competentes que meu pai. Alguém deve tê-lo pego de surpresa ou deve ter sido um vampiro extremamente forte, porque mesmo sendo pacifista meu pai não ia apanhar de graça. Ou ia? Talvez ele se segurasse na frente de Rose e Sophie. Mas não havia motivos para isso. Rose já matou não só vampiros como humanos também e Sophie... Ah! Essa nem se fala! Se por um lado ela não podia respirar ar, por outro ela respirava luta. Eu estava chocado demais quando a vi lutando para fazer alguma constatação, mas, putz, ela luta bem demais. Os movimentos dela são impecáveis e sua força é inigualável. Dá para perceber que ela foi criada para lutar e matar, como uma máquina exterminadora. Se ela não tivesse toda aquela tristeza por trás, com certeza suas lutas seriam belas de se assistir. Levando isso em consideração, não tinha o menor motivo para que meu pai se contivesse. Mas só saberíamos a verdade quando ele retornasse.

– Eu vou preparar o quarto da Sophie. Alice, você me ajuda? – minha mãe disse.

– Claro, mãezinha.

Minha gata e minha mãe subiram as escadas, deixando Emmett e eu na sala. Estávamos assistindo um programa qualquer na TV, mas não estávamos muito interessados. Óbvio que não estaríamos! Enquanto nosso pai não chegasse, aquele clima pesado ia ficar no ar. A gente chegava a sentir pesos em nossas costas, tamanha a aflição que estávamos sentindo. Parecia exagero, afinal não foram tantos dias assim. Mas quando se pensa na situação em que estávamos, era impossível não sentir a pressão. Sophie foi raptada por um vampiro que deixou a Rose em um estado deplorável. Descobrimos que Rose tinha ajudado na emboscada para raptar a Sophie. Nem tínhamos acabado de digerir aquela informação e já soubemos que Sophie, provavelmente, havia sido levada para os Volturi. Então meu pai decidiu ir atrás dos Volturi para confirmar. Até aí a situação estava até controlada, mas então nosso pai resolveu “ignorar” o resto da família e ficar quatro dias sem dar notícia. Conclusão: passaram-se milhares de tragédias na cabeça de todo mundo da casa. Nosso pai nunca ficava sem nos dar notícia! Até quando era pra uma cidade próxima, para trabalho, ele ligava assim que chegava e continuava ligando até o dia que retornasse. Nós nunca passamos por uma situação onde não tínhamos a menor ideia do que estava acontecendo. E isso foi que fez aquele peso se instalar na nossa casa. Claro que a ligação dele tinha ajudado a aliviar a tensão, mas ainda estávamos apreensivos. Não sei! Talvez todos sentissem a necessidade de ver nosso pai, na nossa frente, para termos certeza de que realmente estava tudo bem. Era um sentimento estranho, eu não conseguiria explicar.

Saí de meus devaneios e fixei meu olhar em Emmett. Ele estava totalmente inquieto. Passava canal por canal com o controle remoto, sem parar em algum deles. Sua perna balançava freneticamente enquanto ele ruía as unhas de todos os dedos da mão.

– Emmett, fica calmo! – eu disse.

– Não consigo cara! Eu fico pensando no que aconteceu e me dá uma agonia. Quer dizer, se o papai que é o papai se machucou, o que pode ter acontecido com a minha loira? – ele respondeu olhando diretamente em meus olhos.

– O papai não ia deixar que ela se machucasse, lembra?

– É, mas a Sophie se machucou. O que me garante que a Rose não tenha se machucado também?

– Ah Emmett! Eu sei lá, cara! Você vai ter que esperar eles che...

– CHEGARAM!! – disse Jacob me interrompendo e entrando na sala, afobado.

Vi minha gatinha descendo as escadas às pressas junto com a minha mãe. Fomos todos esperar na porta. Vimos o carro chegando e estacionando. Bella e Edward desceram do carro e logo em seguida nosso pai e Rose. Cara! Eu nunca vi nosso pai tão machucado antes! O que será que aconteceu? Quem teria feito algo assim com ele? Tinha que ser um vampiro muito forte para deixar nosso pai naquele estado. Rose parecia não ter sofrido nada. Estava até melhor do que quando foi para lá. Corremos até eles. Minha mãe logo abraçou meu pai e Emmett foi direto até Rose.

– Querido, o que fizeram com você? Eu fiquei tão preocupada! Olha só para você! Está todo machucado! – minha mãe falava já com os olhos cheios de veneno.

– Está tudo bem, meu anjo. Não precisa chorar. – meu pai enxugou as lágrimas que desciam pelo rosto da minha mãe enquanto sorria abertamente.

– Onde está minha florzinha, Carlisle? Onde está nossa pequena? – ela perguntava aflita.

– Mas o qu... – meu pai olhou para trás e se surpreendeu ao não encontrar o que achava estar ali. – Sophie! O que está fazendo aí dentro? Desce logo garota! – meu pai falava com a cabeça dentro do carro.

Sophie saiu de dentro do carro lentamente. Todos nos assustamos. Ela estava parecendo uma múmia de tão enfaixada. Mas o que acontecera? Meu pai estava machucado, Sophie estava machucada... O que raios aconteceu naquele castelo? Provavelmente Rose não participara de seja lá o que for, afinal ela estava bem. Então o que? Por quê? Como? Eram tantas perguntas a se fazer que nem sabia por onde começar. Minha mãe logo abraçou Sophie e começou a chorar de novo. Eu podia sentir o quanto ela estava triste. Triste por ver sua filha daquele jeito. Triste por não ter feito nada para evitar tudo aquilo. Era muito agonizante para mim! Sentimentos fortes como os de Carlisle e Esme eram intensos demais para mim. Eu não suportava vê-los tristes, preocupados ou decepcionados. Qualquer um desses sentimentos era demais para mim. Por isso aquela cena estava me emocionando. Deixei que meus olhos marejassem. Olhei para minha gatinha e ela já estava aos prantos, como a nossa mãe. Meus outros irmãos estavam comovidos, mas nada como nossa mãe e Alice. Sophie, por outro lado, estava calma. Achei estranha aquela reação, afinal ela deveria estar preocupada ou triste como das outras vezes. Mas ela estava diferente. Seus sentimentos não eram mais tão confusos como antes. Eu não sentia segurança alguma, mas ela sabia o que estava sentindo.

– Não chore, mãe. Eu estou bem. – ela disse.

– Está bem? Está toda enfaixada! Quem fez isso com você? Eu vou tirar satisfações agora mesmo! Ninguém tem permissão para machucar minha florzinha dessa forma! Eu...

– Esme, acalme-se! – meu pai interrompeu. – As coisas já estão resolvidas. Não precisa tirar satisfações com ninguém. Essa história deve terminar aqui e ser esquecida, ok? – meu pai falava tentando transmitir segurança.

– Mas... – ela ainda tentou argumentar, mas foi interrompida.

– Fui eu. – Sophie falou como em um suspiro.

– O que foi você, florzinha?

– Eu me machuquei assim. – ela falou e minha mãe colocou as duas mãos na boca, tamanha surpresa. Confesso que também fiquei chocado. – Digamos que oitenta por cento desses ferimentos foram causados por eu mesma.

– Por quê? – uma voz surgiu atrás de todos. Era Jacob.

– Jake... – Sophie olhou para ele com um olhar triste.

Por que você faz essas coisas? Por que tem que ser assim? Por que tem que aceitar esse tipo de situação? Eu não entendo! – ele falava mais magoado do que nervoso, mas era perceptível sua alteração.

– Jacob, vamos explicar tudo com calma. Não há motivos para você ficar nervoso. Tudo já se resolveu. – disse meu pai.

Já se resolveu? JÁ SE RESOLVEU? Olha só para vocês! Querem mesmo que eu acredite que está tudo bem? EU NÃO ACEITO ISSO! EU NÃO VOU ME CONFORMAR! ISSO NÃO É JUSTO! – agora sim ele se descontrolou, rosnando novamente, cena muito comum nos últimos dias.

Jacob, abaixe esse tom! Não pense que eu me esqueci da sua falta de respeito comigo! Você já está encrencado o suficiente! – meu pai falou em seu tom autoritário. Eu sentia que ele estava cansado e sua paciência estava por um fio.

– Querido, deixe ele. Jacob ficou nervoso o tempo todo em que vocês estavam fora. Só nós sabemos o quanto ele ficou preocupado. – disse minha mãe.

– Não Esme! Esse moleque está testando a minha paciência! Ele já ganhou uma surra por me desrespeitar! Não vou tolerar isso novamente! – meu pai disse surpreendendo a todos, dessa ninguém sabia.

– AH! Quer dizer que você pode fazer o que bem entende e passar por cima dos outros e eu não posso sequer falar o que penso? POIS EU DIGO! EU QUERO MAIS É QUE TODOS VOCÊS VAMPIROS VÃO SE FUDER! TUDO QUE VOCÊS FAZEM É BAGUNÇAR A MINHA VIDA! COMO SE JÁ NÃO BASTASSE A SOPHIE ME FAZER DE IDIOTA! AGORA ELA ARRUMOU AMIGUINHOS PARA JUNTAR TODO MUNDO E RIR DA MINHA CARA! EU TÔ CANSADO DIS...

Jacob não conseguiu terminar de falar. Sophie foi até ele e o abraçou. Ele ficou sem reação, até porque ela começou a chorar. Eu senti que ele estava segurando para não abraçá-la de volta, afinal ele era um eterno orgulhoso. Ele ficou parado, sem se mover, enquanto Sophie o abraçava. Eu conseguia sentir que ela estava com o coração apertado.

– Para! Para com isso! Quem foi que te fez de idiota? Quem foi que riu de você? Jake, tudo que eu fiz foi pensando em manter você longe do perigo! Em momento nenhum eu achei que você era um idiota! Perdoe-me por causar toda essa confusão na sua vida! Eu sei que teria sido muito melhor se você tivesse sofrido um imprinting por uma humana ou por uma loba! Sinto muito que tenha sido por mim! Por favor, me perdoa!

Nesse momento eu senti uma onda de arrependimento vindo de Jacob. Cara, ele falara aquilo impulsivamente. Mas depois de ver a Sophie chorando em seus braços e pedindo perdão, ele se arrependeu profundamente do que disse. Ele achou que ela estava magoada com o que ele disse. Ele estava confuso.

– Sophie, me solta. – ele disse bem baixo.

– Só se você me perdoar! – ela o apertou com mais força, mas parecia estar doendo nela.

– Por favor, me solta! Eu estou bem agora! Solte-me! – ele continuou tentando afastá-la.

– NÃO!

Ela então fez algo completamente inesperado. De repente roubou um beijo de Jacob. Ele ficou com os olhos arregalados, igual todo o resto da família. Ninguém esperava que Sophie fosse fazer algo do tipo, devido a sua timidez e introspecção. De fato, algo havia mudado nela. Eu podia sentir que ela não estava segura do que fizera, mas ela parecia esperançosa. Será mesmo que isso causaria alguma comoção em Jacob? Oh! Essa era uma pergunta retórica. O cara ficou completamente vermelho. Tive que segurar para não rir. Quem ia acreditar que o lobo impetuoso que estava gritando agora a pouco ia ficar tão constrangido com um beijo? Ela se afastou um pouco e ele continuou parado com os olhos arregalados. De repente ela começou a rir. Aí eu não aguentei, comecei a rir também. Logo todos estavam rindo e ele continuou com cara de quem não entendeu. Mas senti que ele se magoou com aquilo.

– Depois diz que não ri de mim, não é? – seu tom agora era extremamente magoado.

– Desculpa. É que você fez uma cara tão engraçada que eu não resisti. – ela falava com humor, mas voltou a ficar séria. – Jake, eu tenho plena consciência que desde que você me conheceu sua vida virou de cabeça para baixo. Eu queria me afastar de você justamente para que isso não acontecesse, mas parece que o efeito foi contrário. Então agora vou assumir minha responsabilidade e permanecer ao seu lado por toda a eternidade. Você vai me aceitar? Mesmo depois de tudo que eu te fiz passar? Você ainda me quer ao seu lado? – ela disse aquilo de uma maneira tão meiga que ninguém conseguiria recusar.

Jacob ficou sem reação novamente. Provavelmente não esperava que aquilo fosse acontecer. Eu conseguia ouvir seu coração batendo aceleradamente. Ele estava ainda mais confuso.

– E... eu... eu não... quer dizer... você... – ele não conseguia falar.

– Você não precisa me responder agora. Pode pensar o quanto quiser ou precisar. Sei que meu pedido talvez seja demais, mas agora consigo entender o que eu sinto. E a verdade é que eu sempre te amei. Desde a primeira vez! Quando vi seus olhos preocupados olhando para mim, eu senti algo diferente. Ninguém nunca se preocupou comigo daquela forma. Eu não conseguia entender o que era toda aquela atenção, todo aquele carinho. Eu fugi de você com a desculpa de que eu tinha uma vida difícil e que eu deveria ficar sozinha, mas a verdade é que eu estava com medo. Medo de algo que eu desconhecia. Mas agora eu entendo! Eu entendo que desde aquele dia eu quis estar do seu lado, sentir aquele carinho de novo, me sentir uma mulher de verdade. Se você puder me conceder esse desejo, prometo que tentarei o possível e o impossível para te fazer feliz e compensar toda essa bagunça que eu fiz.

Ela estava sendo extremamente sincera. Jacob ficou em silêncio e com a cabeça baixa. Ele parecia organizar as ideias em sua mente.

– Cara! Larga de ser bobo! Olha só o que essa garota tá te oferecendo? Pega logo! – disse Emmett.

– Emmett, essa é uma decisão do Jacob. – disse meu pai. Ele se dirigiu até Jacob e ergueu o rosto dele. – Filho... Ou melhor... Jacob, eu ainda quero conversar com você. Mas já que a Sophie disse tudo isso, quero aproveitar a situação para lhe perguntar: você quer ser meu filho? Você quer mesmo fazer parte de uma família de vampiros? Preciso que pense nisso quando estiver pensando em uma resposta para a Sophie. Eu vou respeitar o que você decidir. Mas você precisa ter a consciência de que a Sophie agora é minha filha. Se você decidir que não dará uma chance a ela, tudo bem. Tenho certeza que ela vai entender e nós também vamos. Mas se você quiser estar ao lado dela, peço para que considere se tornar parte da família permanentemente. Eu não quero mais ter você como um vigia da nossa casa, como se estivesse nos fazendo um favor. Você sabe muito bem que eu amo você como qualquer um dos meus outros filhos e que já consideramos você como um membro da família. Por isso, vamos resolver isso de uma vez por todas. Quero que escolha! Não se sinta pressionado, pode me responder quando estiver pronto. Eu estarei aqui para te ouvir, ok? – Jacob apenas afirmou com a cabeça e meu pai sorriu. – Bem, então vamos para casa. Temos muitas coisas para explicar para vocês.

Meu pai disse isso e todos o seguiram.

Continua...


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