Get Jinxed escrita por Stargaryen


Capítulo 2
A Melhor de Piltover


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei sem internet no meu computador, desculpem pela demora, espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/444395/chapter/2

O primeiro trabalho de Vi foi um dia após sua chegada. Ela estava organizando sua sala quando alguém abriu a porta.
– Escute, Valentona, preciso que você vá atrás de uma gangue com Jayce – Caitlyn praticamente cuspiu as palavras.
Vi ergueu as sobrancelhas e se apoiou na mesa.
– Pede com mais carinho que eu penso no caso.
– Engraçado, muito engraçado. Você vai!
– Qual é, Chapeuzinho! Você me queria tanto na equipe, que ódio é esse?
– Isso não significa que eu goste de você.
Vi assobiou.
– Ok. Se é tão importante, por quê você mesma não vai?
Caitlyn a encarou e encostou o rifle em seu rosto.
– Encontre Jayce na oficina.
– Não saio daqui até saber porque a senhorita não vai.
– Eu vou depois, ok?
– Aham.
– Confie em mim, Vi.
Vi a encarou desconfiada e abaixou o rifle com o dedo. Caitlyn era tão chata! Pegava no pé dela o tempo inteiro e agia como se pudesse mandar no mundo. Ela podia ser a xerife e o que mais fosse, mas Vi não recebia ordens de ninguém. Só iria atrás de Jayce porque não queria ser expulsa da polícia no primeiro dia. E porque Jayce era legal.
Ao abrir a porta da oficina, viu Jayce. Ele estava terminando de fechar sua camisa.
– Ahn...Me desculpe. Eu devia ter batido antes.
– Tudo bem, já acabei.
– Não vai colocar armadura?
– Trabalho rápido. Não vejo necessidade.
– Jayce...
Jayce piscou para ela e pegou seu martelo.
– Vou ficar bem. Se arrume, estarei te esperando do lado de fora.
Assim que terminou de se arrumar, Vi abriu a porta e Jayce já foi lhe explicando tudo. Segundo ele, Caitlyn descobriu o próximo passo de uma gangue que vive lhe dando dor de cabeça. Eles estavam indo para uma mineradora.
Dica de uma ex-criminosa: Se for assaltar, nunca vá para uma mina.
Como as manoplas de Vi não cabiam no carro e Jayce disse que não demorariam a chegar lá, eles foram andando. Pelo caminho, Vi viu várias pessoas. A mais interessante, digamos assim, foi Orianna. Jayce contou que há muito tempo, um senhor chamado Corin perdeu sua filha. Então, ele criou essa máquina como uma substituta e lhe deu o nome da garota. Em algumas ocasiões ela o ajuda, mas ele não se sente muito confortável perto dela. Jayce a acha muito humana para uma máquina. Mas deixou claro que isso não significa que ele não goste dela.
– Jayce, ela é uma máquina, não precisa desse desespero para provar que gosta dela.
– Orianna é legal, Vi.
– É uma máquina.
Ele riu.
– Vamos entrar aqui.
Juntos, eles entraram em uma floresta. Teriam que andar até encontrar uma espécie de clareira. Quando a encontraram, Vi pensou que tinha chegado no fim do mundo. Ela se apoiou nos joelhos para recuperar o fôlego. Aquele sol estava fritando sua cabeça. Ao se erguer novamente, deu uma explorada no local. A mina ficava no centro. Atrás, só se via paredes erguendo-se para o céu. Aquilo era o fim de um precipício. A única parte aberta era a entrada por onde vieram.
– O interesse deles não é a mina. É o que tem dentro dela.
Vi ergueu a sobrancelha.
– Não é meio óbvio?!
– O que está escondido nela, melhor assim?
– Muito melhor. – Eles pararam de frente para a entrada, que estava fechada com tábuas. – Só tem essa entrada?
– Sim.
– Que babacas. Eles pensam mesmo que isso segura a melhor de Piltover?
Vi carregou suas manoplas e se jogou contra as tábuas. No impacto, a primeira camada se quebrou. Ela carregou as manoplas outra vez e deu um soco que atravessou todas as tábuas. Fácil. Jayce a elogiou pelo trabalho rápido e ela agradeceu. Lado a lado, eles entraram na mina. Como esperado, seu interior era escuro e úmido. A pouca luminosidade que tinha lá era projetada por tochas. Algumas vagonetas cheias de metais estavam paradas nos trilhos. Ninguém parecia ter tocado naquilo. Ladrões idiotas, pensou Vi. Tinham metais realmente valiosos ali. Ela conseguiu até identificar algumas pedras preciosas no meio. Em vez de complicarem suas vidas e se enfiarem no meio da mina, deviam pegar essa vagoneta e dar o fora. Um barulho de pedras caindo a fez abandonar os pensamentos.
– Quem está aí? – Ela perguntou.
– Deve ter caído do teto. Vamos seguir.
Vi ficou encarando o breu à sua frente. Ela estava sentindo alguém ali.
– Saia daí, seu babaca!
– Vi, pare de discutir com o vazio. Nós estamos fazendo muito barulho.
Ela bufou e seguiu Jayce. As instruções de Caitlyn era seguir os trilhos até encontrarem uma pequena entrada à direita. Jayce tirou uma tocha de seu suporte e iluminou a parede por todo o percurso. Não podiam correr o risco de passarem direto e atrasar a operação.
– Não tem nada aqui, aposto que era um alarme falso. – Vi parou com as mãos nos quadris e cuspiu no chão. Estava irritada.
– Cait jamais nos mandaria aqui se não tivesse certeza. – Jayce continuou andando.
– Estou lhe dizendo, Jayce, não tem ninguém aqui nessa droga de mina além daquele cara que deixamos para trás.
– Tem alguém aqui, sim. E não tinha ninguém lá. Está errada duas vezes.
Vi chutou uma pedra.
– Se fosse realmente importante, a Chapeuzinho estaria conosco.
Jayce virou para Vi. Seu rosto estava sério.
– Você confia em mim, Vi?
– Talvez.
– Então siga em frente.
Vi revirou os olhos e voltou para o lado do parceiro. Quando estavam quase no fim do túnel, encontraram a tal entrada. Era uma pequena porta de metal, literalmente, e Jayce teria problemas para passar por ela, então, Vi pensou: Que mal teria quebrar essa porta também?
Eles trocaram um olhar. Jayce havia compreendido. Seu olhar dizia: jogue essa porta no chão. Vi sorriu. Estava gostando desse cara.
Um soco amassou a porta. Um grito informou que eles não estavam sozinhos. Dois socos a entortou. Três a jogou no chão. No mesmo segundo uma esfera de eletricidade passou por ela e derrubou cinco caras inconscientes no chão. Um sexto se levantou, mas por pouco tempo. Jayce já estava em cima dele com o martelo. Vi nem o viu transformar o canhão. Ele era muito rápido. Um sétimo homem passou do lado de Vi, que estava distraída com a agilidade de Jayce, mas foi a última coisa que ele fez na vida. Uma manopla foi enfiada no meio de sua cara.
– Achei que seria mais divertido. – Vi suspirou.
Jayce pediu silêncio com a mão. Eles não eram os únicos. Faltavam dois membros. Caitlyn avisou que eram nove. Ele saiu da sala e então aconteceu. Jayce caiu no chão com uma adaga enterrada nas costelas e Vi se jogou contra o homem. Ela avisou que tinha alguém atrás deles! E avisou para Jayce vir de armadura! Por quê ninguém a escuta?!
O homem, que estava debaixo do pé de Vi, estava tossindo sangue. O soco que ele havia tomado foi muito forte.
– Eu reconheço você, sua vadia! É Vi, não é?
– Sou sim, por quê?
O homem rugiu de raiva e tirou uma força sabe-se lá de onde, jogando Vi no chão em seguida. Ele tirou uma faca do bolso e tentou acertar o rosto dela, mas ela lhe deu um chute e ele bateu contra a parede. Vi sentiu uma ardência na bochecha. Aquele maldito tinha conseguido a acertar.
– Qual o seu problema?!
Jayce gemeu atrás dela. Precisava ser rápida. O outro membro podia aparecer e finalizá-lo.
– Eu era seu antigo líder, sua traidora! Essa gangue era a sua!
Vi encarou o homem.
– Devia ter imaginado. Mas você é bem estúpido, hein? Fica indo em minas sabendo que vai fracassar.
– Estúpida é você, que agora trabalha para o outro lado! Traidora!
Vi deu outro soco nele e sua boca se transformou em uma cachoeira de sangue.
– Pouco me importa o que você pensa de mim. Vocês são uns babacas. E ninguém machuca meus amigos! – Ela deu outro soco nele, dessa vez com mais força, o homem desmaiou.
Ela se virou para Jayce, que estava com a camisa manchada de sangue. A adaga estava em sua mão e ele estava suando. Vi se abaixou perto dele e sentiu sua pulsação. Estava bem fraca.
– Jayce! Jayce, você me escuta?
Ele assentiu mas parecia que ia desmaiar a qualquer momento. Seus lábios já estavam perdendo a cor. Tudo que ela pôde fazer foi pegá-lo nos braços com muito custo e tentar correr para fora da mina, mas parece que aquele não era seu dia de sorte. Quando estava quase na saída, ouviu uma explosão e as pedras caíram bem em cima dela. Vi beijou o chão e seu peso foi todo para cima de Jayce. Se ele não tinha morrido ainda, morreu nesse exato momento. A poeira que subiu estava fazendo-a lacrimejar, não enxergava nem um palmo à sua frente. Sentiu que seu tornozelo se quebrou. A dor era insuportável. Sentia o calor do fogo. Devia estar a poucos metros deles, mas ela não importava. Tinha que salvar Jayce, custe o que custar. Ela estava sentindo o desespero crescer. Seus braços estavam presos, o sangue de Jayce estava a encharcando, e ela não conseguia falar. O esforço que fazia para não deixar o peso cair sobre ele estava sugando sua força.
Passos ecoaram pelo túnel e Vi fingiu-se de morta. Uma risada feminina. Vi abriu os olhos no choque e pensou que era Jinx. Sua espinha estava congelada. Por um breve segundo, pensou que podia pedir ajuda para ela, porém, os olhos da mulher eram cor de âmbar. Não eram os olhos de Jinx.
Jayce gemeu outra vez e Vi tentou pedir desculpas. Seu breve momento de distração quase o matou de vez. Ela levantou os olhos outra vez e percebeu que tinha sangue escorrendo de sua testa. A mulher estava correndo para longe. Vadia. Estava sem gangue e de mãos vazias, mas não morreria naquela maldita mina. Vi tentou suspirar. Fracassou no primeiro trabalho e ainda matou um policial que, com toda certeza, teria se saído muito melhor sozinho.
Um tiro.
Vi olhou para a saída e viu a mulher caída morta no chão. Ok, isso foi estranho. Não tinha ninguém lá fora. Ela sentiu a respiração de Jayce em seu pescoço e voltou sua atenção a ele. Seus olhos estavam abertos. Os olhos dela marejaram. Não queria chorar, se recusava a parecer sentimental, mas a morte estava nos olhos de seu parceiro. Ela não aguentaria mais dez minutos sustentando o peso e ele não aguentaria perder mais sangue.
– Vi... – Ele tentou dizer, mas ela negou com a cabeça. Não poderia deixá-lo gastar o restante de sua força.
Mais passos. Puta merda, será que podemos morrer em paz?!, pensou ela.
– Jayce? Vi? – A voz de um garoto ecoou pelo túnel. Vi tentou responder, mas não conseguia. – Procurem por eles, pessoal, eles podem estar presos.
Vi estava perdendo a consciência. Seja quem for que esteja os chamando, tomara que os encontre logo. Sua visão já estava turva.
– Os encontrei! – A mesma voz a trouxe de volta. – Me ajudem aqui!
Uma onda de alívio a invadiu. O peso sendo tirado de suas costas era uma sensação inexplicável. Sentiu duas pessoas a levantando pelos braços. Ao abrir os olhos outra vez, viu Ezreal tentando acordar Jayce.
– Por onde vocês entraram? – Ela conseguiu perguntar.
– A explosão criou uma entrada por trás. – Ele estava dando água para Jayce. – Se eu fosse você, tomava água também. Vocês inalaram muita fumaça.
Um dos homens a sentou no chão e lhe entregou uma garrafa. Ela não percebeu como estava se sentindo mal. Estava tão preocupada com Jayce que nem se importou.
– Vamos levá-los ao hospital. – Ezreal virou-se para ela. – Sei que vai dizer que está bem, já entendi seu gênio.
– Eu estou bem.
– Dizer isso com o pé num ângulo sobrenatural e o rosto com uma máscara de sangue é bem convincente.
– Qual é, Loirinho. – Ela tomou mais um gole de água.
– Você sustentou uma montanha de pedras, Vi. Você não me engana.
– Blá, blá, blá. Cadê a Chapeuzinho? Ela disse que nos encontraria.
– Acha que aquela mulher morreu sozinha?
Vi encarou Ezreal.
– Como ela fez isso?
– Ela tem uma boa mira. Estava escondida em uma árvore. Ela estava vigiando para não deixar ninguém fugir. Ou entrar.
– Headshot.
Ezreal sorriu.
– Especialidade dela. Se importa se eu pegar uma de suas muletas? – Ele apontou com a cabeça para um guarda, que riu da comparação.
– De forma alguma.
Os dois pegaram Jayce e o carregaram para fora. O outro guarda ajudou Vi a se levantar e eles saíram da mina. Vi nunca gostou tanto de ver a luz do sol. Caitlyn estava encostada em um dos carros. Estava visívelmente preocupada.
– Graças ao céus! Eles vão ficar bem?
– Eu estou bem. – Disse Vi.
Caitlyn a encarou.
– Sério. Preocupe-se com Jayce.
Ela suspirou.
– Ok, ok. Tire suas manoplas, vamos levá-las separadas.
Vi tirou uma delas e entregou para Ezreal, que entrou no outro carro.
– Qual era o motivo dessa missão?
– Fábrica de bombas. A explosão a destruiu, não se preocupe. E a mesma explosão matou todos os bandidos. Um deles, que eu suspeito que você saiba exatamente qual é, morreu bem antes disso.
– Eu não queria matá-lo!
– Não estou lhe julgando, Vi, acalme-se – Um dos carros partiu com Jayce. – Vamos, entre. Você precisa de cuidados.
Vi soltou um muxoxo de impaciência e Caitlyn a ameaçou com o rifle. Vi disse que só entraria no carro pois estava cansada, se quisesse ela quebrava a arma no meio. Caitlyn riu. Logo as duas estavam se beijando, e...
Algo caiu no chão. Vi acordou assustada. Tinha pego no sono outra vez. Que raio de sonho foi esse?! Até parece. Esse fim nunca aconteceu, e nunca iria. Caitlyn era o cúmulo da chatice. Já haviam três meses que elas trabalhavam juntas, então ela podia reclamar. Vi se ajeitou na cadeira e tomou seu café, agora frio. Já se passavam das duas da manhã e ainda tinha muito o que fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Get Jinxed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.