Get Jinxed escrita por Stargaryen


Capítulo 1
Rastro de Destruição




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Uma menina de cabelo preto estava correndo pelos becos de Piltover. Sua sorte era que ninguém dava a mínima atenção para uma criança de cinco anos, afinal, ela tinha acabado de assaltar uma loja. Não sabia ao certo o motivo, mas hoje estava com medo.
– Isso é besteira – Ela falou para si mesma. – Já roubei coisas maiores, isso é apenas uma caixa de donuts.
Vi se sentou no chão e começou a comer. Haviam meses que ela estava na rua. Roubava para comer, roubava para se vestir, roubava por diversão. Dormia em qualquer beco, invadia casas para tomar banho, e assim vivia bem. Porém, ultimamente, ela estava começando a ficar chateada. O lado ruim de tudo isso era que Vi estava vulnerável. Mesmo para uma menina de cinco anos, ela era um demônio. Batia em homens adultos, mas isso não garantia sua segurança. E, por mais que ela não queira admitir, ficar sozinha era ruim. Às vezes é legal ter alguém para conversar.
Estava começando a escurecer. Vi suspirou e fechou a caixa. Ia deixar alguns donuts guardados, para o caso de não conseguir roubar comida no outro dia, como aconteceu uma vez. Ao erguer a cabeça, encontrou um par de olhos rosas a encarando por um buraco. Vi se assustou. Tinha certeza que o beco estava vazio.
– O que é você?
A coisa saiu do buraco e mostrou ser uma criança. Uma criança medonha que tinha uma metralhadora com orelhas, mas, ainda assim, uma criança.
– Posso considerar isso como ofensa e quebrar sua cara, sabia?
– Antes de você quebrar a minha, eu quebro a sua.
A menina, que tinha os cabelos laranja, soltou uma risada debochada.
– Você é só uma bebezinha. Não ia fazer nem cócegas.
– Você ainda não me disse quem é.
– Jinx. De Jinxed. E você?
– Vi. Você é amaldiçoada?
– Claro que não. – Ela deu um sorriso maníaco. – Eu sou a maldição dos lugares por onde passo.
Vi ergueu as sobrancelhas.
– Uau. Muito perigosa.
Jinx riu.
– Me poupe de seu sarcasmo, pirralha. Que tal formamos uma dupla? Estive te observando, você é boa. Pode me ajudar a construir armas. Nós vamos dominar essa cidade tosca e deixá-la divertida.
– Não custa tentar.
A vida de Vi se tornou muito mais fácil ao lado de Jinx. Algumas semanas depois, elas já eram amigas. Até descobriu que Jinx era apenas dois anos mais velha. Um dia, depois de roubarem algumas armas, invadiram uma oficina e as aprimoraram. A metralhadora de Jinx, Pow-Pow, foi aprimorada por Vi. Jinx criou Fishbones, um lança-míssil que lembrava muito um tubarão. Vi não se importava em ficar sem arma, mas Jinx não aceitou e a entregou uma pistola, que mais tarde virou uma pistola de choque, Zapper. Com essas armas, as duas estavam cada vez piores. Piltover já estava em alerta. Eram roubos para todos os lados, e com eles vinham muita destruição, mas ninguém sabia quem eram os autores. Muito menos que eram duas meninas de cinco e sete anos.
Jinx estava sonhando alto. Deu ideia de assaltar o banco. No mesmo dia, uma gangue teve a mesma ideia.
– O pai de vocês sabem que estão na rua esse horário? – Perguntou o homem que parecia ser o líder.
– Cale a boca, seu imprestável, esse banco é nosso.
O homem riu, mas parou ao notar as armas das garotas.
– Não me digam que...
– Sim, somos nós – Ela apontou Pow-Pow para os homens. – Não me atrapalhem. Quero jogar esse prédio no chão.
Vi, que era a mais esperta, foi na frente e arrombou a porta do banco. Tão fácil que dava pena. Jinx entrou saltitando. Sua risada era medonha, como sempre. Era só ver uma porta aberta que já explodia a sala com Fishbones. Não que uma porta fechada fizesse diferença. Ela explodia assim mesmo. E isso irritava Vi. Iam acabar sendo descobertas.
Ao chegarem no cofre, Jinx falou para Vi fazer as honras da casa. Não existia nada que Vi não pudesse abrir. Nada. Ela abriu com a mesma facilidade com que abriu a porta do banco. O cofre estava com sacos de dinheiro até o teto. Cada uma pegou dois. A gangue, que seguiu as garotas, estava impressionada. Duas garotinhas fizeram um roubo daquele tamanho com mais facilidade do que um bando de adultos. Ao notar a presença dos homens, Vi pegou Zapper e acertou em cheio no líder. Os outros homens recuaram para a parede e levantaram as mãos. Vi riu. Se quisesse, quebrava um por um.
– Jinx disse para não atrapalhar.
Jinx, que estava com o rosto coberto de fuligem, concordou com a cabeça.
– Nós não estamos fazendo nada! – Disse um dos homens. – Só...Queríamos ver se vocês se saíram bem.
Vi o derrubou no chão com Zapper e lhe deu um soco que arrancou sangue de seu nariz. Os outros homens não sabiam se riam, por ele ter apanhado por uma menina daquele tamanho, ou se ficavam com medo pelo mesmo motivo.
– Vocês vieram nos roubar. Ou acharam que nós éramos duas idiotas que iam se dar mal.
– Talvez os dois. – Disse Jinx.
O líder, que estava agonizando no chão segundos atrás, resolveu falar.
– É verdade, mas vocês são incríveis – Ele foi ajudado por um dos homens. – Quero vocês na gangue.
– Não quero um líder fraco que agoniza no chão por um choque de merda – Disse Vi.
– Ei, ei! Você é muito nervosinha, menina. Você é a mais nova, não? Tem o que, sete anos?
– Ela é, é minha irmã mais nova, Vi. E sete anos tenho eu.
Os homens ficaram surpresos. Elas eram mais incríveis do que eles pensavam. Vi também estava surpresa. Irmã? Desde quando Jinx era sua irmã?
Por fim, depois de Vi chutar o líder nas partes baixas, xingar todos os outros membros e jogar um saco de barras de ouro contra o menor deles, Jinx a convenceu. A vida delas poderia ser muito mais fácil. Elas lucrariam o dobro, talvez o triplo, não iriam nem dormir na rua mais, pois eles tinham uma espécie de covil. Poderiam conquistar aquela gangue, e com um bando de babacas às ordens, Piltover estaria condenada. Vi ficou furiosa, pegou o martelo que um deles segurava, e quebrou a parede.
– Andem, seus babacas, querem que alguém nos pegue aqui?!
Anos mais tarde, Vi criou outra arma. Era uma granada-armadilha. Ótimo para usar contra outras gangues. Quando ativada, ela prendia quem estivesse sobre ela e explodia, deixando a vítima em chamas. Ela deu três para cada membro da gangue e avisou que quebraria os dentes de quem usasse para fazer gracinhas.
A gangue de Vi era a mais temida de Piltover, e ninguém sabia nem a inicial de seus nomes. Eles faziam estragos e deixavam um rastro de destruição por onde passavam. Enquanto Vi surrava os rivais, ou quem entrasse em seu caminho, Jinx destruía tudo o que via. O resto da gangue virou praticamente um zero à esquerda. Serviam apenas para carregar as coisas roubadas.
Um dia, resolveram invadir Zaun. A gangue achou loucura e se negou a ir, então as duas meninas foram sozinhas. Jinx disse que, quando pudesse, ia largar Piltover e mudar-se para lá com Vi.
– Aqui é nojento, Jinx -Disse Vi.
– É incrível, Vi! Não quero destruir nada aqui, nada, nadinha mesmo!
Vi revirou os olhos. Jinx estava observando a cidade boquiaberta. Ela estava realmente maravilhada. Vi resolveu deixá-la para lá e entrou em uma lanchonete. As pessoas daquele lugar eram medonhas. Tinha um homem com um frasco enorme de veneno preso às costas. Que tipo de pessoa normal andaria assim?
Isso mesmo, nenhuma.
Vi deu meia-volta e saiu daquele lugar. Encontrou Jinx sentada no chão, admirando aquele céu poluído como se estivesse observando as estrelas. Olhou em volta e viu os rios lotados de esgoto. Jinx nunca pareceu ter a cabeça boa, mas aquilo era realmente insanidade. Zaun era terrível. Como ela conseguia gostar daquilo? Jinx queria passar a noite naquele lugar nojento. Vi já estava querendo socar a cara da menina até fazer sumir aquele sorriso dela.
– Vamos embora, Jinx.
– Não, eu quero ficar aqui! – Aqueles enormes olhos rosas estavam brilhando. – Aqui é incrível, Vi. Eu nunca vi algo assim.
Vi fez uma cara de nojo.
– Só fico aqui se puder quebrar algo.
– Mas é tão perfeito para ser destruído!
– Nós viemos aqui para isso. Ou a gente destroi, ou a gente vai embora.
Jinx fez bico e cruzou os braços ao se levantar.
– Vamos, chorona, vamos destruir o paraíso.
Vi sorriu. As duas, cada uma com um explosivo na mão, pararam de frente para um prédio que Jinx julgou ser feio. Contaram até três e jogaram pelas janelas abertas. Elas tinham uma mira invejável. Em poucos segundos ocorreu uma explosão. Jinx jogou a franja para trás e saiu pulando, deixando a parceira para trás. Vi estava tossindo muito. Um pequeno pedaço de concreto a atingiu e ela sentiu um fio de sangue escorrendo por baixo do olho esquerdo. Tinha calculado mal e ficou muito perto do prédio. E ela não estava contente. Esse tipo de crime estava perdendo a graça. Se ela estivesse socando a cara de um infeliz, talvez seria mais divertido.
– Vai ficar parada igual uma babaca aí, Vi?
Vi suspirou e seguiu pela rua, que estava ficando cheia. Foi totalmente sem-noção atacar um prédio em plena luz do dia. As pessoas estavam as observando.
– Jinx...Acho que eles desconfiam de nós.
– Somos apenas duas crianças.
Sim, elas eram, mas as coisas em Zaun eram diferentes. Vi arregalou os olhos ao ver que a polícia já estava atrás delas. Jinx teve uma crise de riso e saiu correndo. Aquela garota era doente! Ela corria como ninguém, sua risada ecoava pela cidade. Para ela tudo era diversão. Vi não aguentava correr daquela forma. Isso era o que ela mais temia. Sabia que esse dia chegaria.
– Jinx! – Vi gritava. – Não me deixe para trás!
– A toda poderosa tá com medinho? Que feio, Vi! – Ela ria mais ainda. Vi prometeu a si mesma que iria dar um soco no meio da cara dela assim que a alcançasse.
E Jinx desapareceu. Bela amiga ela era. Vi correu até entrar na floresta que separa as cidades-estados e, ao notar que eles desistiram de segui-la, se encostou em uma árvore. Ela respirava fundo. Seus pulmões estavam a ponto de explodir. Suas pernas tremiam tanto que ela caiu sentada no chão. Ia estrangular aquela maldita. Ao abrir os olhos, viu um cabelo laranja e um sorriso maníaco.
– Eu vou escrever seu nome com seu sangue! – Vi se jogou contra Jinx e a prendeu no chão. – Você me deixou sozinha! Você disse que nunca me abandonaria!
Jinx ficou observando-a, intrigada. Talvez, preocupada. Vi percebeu que, pela primeira vez na vida, estava chorando.
– Você...Você está chorando, Vi.
Vi sentiu o rosto queimar. Que futilidade. Chorar era coisa de menininha. Ela não era uma menininha, definitivamente não. Jinx teve outra crise de riso. Vi estava sentindo a raiva subir. Ela estava sendo zombada pela única pessoa em que ela confiava. Sem pensar duas vezes, Vi fechou os punhos e deu um soco na cara de Jinx. Foi outra burrice. A garota estava armada com Pow-Pow, Fishbones e Zapper.
Por incrível que pareça, ela não fez nada. Vi tomou Zapper da mão de Jinx e se sentou perto de outra árvore. Iria dormir ali mesmo. Iria embora no outro dia com Jinx ou sem ela. Pouco importava. Ela estava sozinha outra vez. E isso a fez voltar a chorar. Dessa vez, Jinx não riu. Ela se sentou ao seu lado e a abraçou.
– Vai ficar tudo bem, Vi. Você é minha irmãzinha. Não vou deixar nada acontecer com você.
Vi resolveu confiar nela mais uma vez e adormeceu.
Quando completou onze anos, Vi criou um míssil. Eles iriam realizar o assalto do século. Jinx implorou para ficar com o míssil. Ela era tão infantil que o apelidou de Super Mega Míssil da Morte e desenhou uma carinha nele.
A gangue parou em frente uma indústria de mineração. Jinx já estava com o sorriso maldoso no rosto outra vez. A ideia de jogar tudo aquilo no chão a animava. Ela estava espalhando as granadas-armadilhas pelas saídas com outros membros da gangue. Vi achou que era exagero. Não tinha necessidade de prender as pessoas e forçá-las a morrer.
Jinx estava pulando de um lado ao outro e atirava nas janelas com Fishbones. Ela queria ver o desespero das pessoas. Disse que era apenas a abertura do show. Vi estava de cabeça baixa. Realmente não via mais graça nessas coisas.
– Preparar – Jinx gritou. – Apontar! Fogo!
Vi levantou os olhos bem a tempo de ver o Super Mega Míssil da Morte colidir contra a indústria. Jinx gritou de animação ao ver tudo desmoronar. Vi lembrou-se que tinha um túnel ali. Os gritos dos mineradores presos despertou uma coisa estranha nela. Um desejo de salvá-los. Vi viu um aparelho robótico ali perto e retirou seus punhos.
– Vi? O que você está fazendo? – Perguntou Jinx. O sorriso havia desaparecido de seu rosto.
– Isso é errado, Jinx!
Jinx ficou incrédula. Vi vestiu os punhos como luvas e começou a socar os escombros até quebrá-los. Quando abriu passagem, saiu correndo dali, deixando toda sua gangue para trás. Ela ouviu os xingamentos que eles referiam à ela, mas continuou correndo. Quando chegou longe o suficiente, resolveu parar para respirar um pouco. Sua cabeça estava doendo.
– Você tem problema, Vi?! – Jinx chegou gritando. Ela estava sozinha.
Vi engoliu em seco. Nunca viu tamanha raiva na voz de Jinx.
– Eles eram inocentes!
– E quem liga?
Vi encarou Jinx.
– Era injusto.
Jinx fechou a cara e pegou Zapper de Vi.
– Você não é digna de usar essa arma mais. Você é uma vergonha, Mãozuda.
E com essas palavras, deu às costas. Vi a observou até ela sumir. Jinx podia ser idiota, podia ter pensamentos horríveis, mas ela a salvou. Não salvou, no sentido real, mas salvou de certa forma. Elas eram irmãs. Perdê-la estava doendo.
Vi voltou a viver sozinha. Nunca mais teve parceiro algum. Nos anos que passou sozinha, aprimorou seus punhos hextech e agora usava como arma. Era muito melhor assim. Vi gostava de quebrar as pessoas na mão. Agora só roubava de outros criminosos. Não queria mexer com gente inocente. Não mais. E nunca mais viu Jinx, muito menos os outros membros da gangue. Não estava nem aí, também. Não precisava mais deles.
Ela estava escondida outra vez. Voltou àquela indústria de mineração, que foi esquecida, e entrou no túnel que desabou. Ouviu dizer que a xerife local estava à sua procura. Há algumas semanas ela evitava sair de lá. Até a entrada estava bloqueada com pedras. Todo cuidado era pouco. Odiava ter que ficar naquele lugar escuro, mas, não via outra solução. Nem queria citar a poeira. Só de pensar já começava a tossir.
Enquanto tirava suas manoplas, Vi começou a pensar que, talvez, se não tivesse salvo aqueles mineradores, ela ainda teria uma parceira. Uma hora dessas ela estaria fugindo da lei acompanhada. A risada de Jinx estaria ecoando pela cidade e, provavelmente, prédios estariam sendo explodidos às suas costas. Tinha que admitir, ela realmente sentia muita falta dela. Claro, tudo poderia ter dado errado também. Mas, elas estariam ferradas juntas, certo?
Vi suspirou. E se Jinx estivesse morta? Ela nunca saberia. Há anos ela estava nervosa com isso. Queria pelo menos um sinal de que ela estivesse bem.
Dias depois, Vi foi para um bar e chamando atenção, como sempre. Era a menina do cabelo rosa com duas manoplas enormes que entrava em bares para pedir suco. Mesmo já sendo maior de idade, odiava cerveja, essas coisas. Estava ali apenas para se distrair, pois tinha acabado de brigar sozinha contra uma gangue que tentou tomar seu esconderijo. Pf. Fracotes. Tudo que conseguiram fazer foi deixá-la com um corte na bochecha.
– E aí, rosinha, quer dar uma voltinha comigo? – Um bêbado apoiou-se em Vi.
Um defeito de Vi: a raiva sobe muito rápido à sua cabeça. Ela contou até dez, mas o sangue já estava esquentando.
– Não encoste em mim.
– Qual é, docinho.
– Docinho é a sua mãe! – Vi se levantou e o puxou pela gola da camisa, jogando-o no chão em seguida. – Não me encha a porra da paciência!
– Além de bonitinha é nervosinha?
– Não sei se alguém já te avisou, mas, Vi é de Violência!
Quando se deu por si, tinham dois brutamontes a segurando e uma multidão em volta. Eles pareciam bem animados. O homem que mexeu com ela estava jogado no chão implorando por perdão. Ele estava sangrando, tinha alguns dentes a menos, seu nariz estava ligeiramente torto. Alguns homens a olhavam com admiração. Quem diria que a menina do suco não era flor que se cheire! Ela estava ficando irritada. Parece que aquilo atiçou os caras. Eles não seriam bobos de enchê-la, não com pouco de álcool no sangue, mas ainda assim, ela estava incomodada. A garçonete do bar chegou correndo com uma bacia de água e foi limpar o cara, que estava olhando fixamente para Vi. Ele parecia reconhecê-la. Vi percebeu que a colocaram no chão no mesmo segundo em que a porta do bar se abriu. Quem a abriu foi a xerife de Piltover, Caitlyn. Merda. Vi fugiu, fugiu e fugiu, mas finalmente ela a encontrou. E em que situação, também. Um homem enorme entrou no bar segurando um martelo maior ainda. Ele passou os olhos pelo local e ergueu as sobrancelhas. Caitlyn avaliava a cena.
– Que espetáculo! Hoje é nosso dia de sorte, hein, Jayce?! – Ela sorria. – Você aí, valentona. Nós queremos falar com você.
Vi bufou e contornou a multidão. Estava com ódio. Já estava até tirando uma das manoplas, sabia que ia ficar sem elas. Não tinha nem como fugir. Ao sair do bar, viu Caitlyn apoiada em seu rifle e Jayce transformando o martelo em canhão. Eles pareciam tranquilos.
– Já podem me prender, vamos poupar a fadiga. Só tomem cuidado com minhas bebês, ok?
Jayce franziu o cenho.
– Do que está falando?
– Vocês vão me prender.
Ele e Caitlyn trocaram um olhar.
– Era o certo, valentona, mas...
– Vi, Chapeuzinho. Meu nome é Vi.
– E o meu é Caitlyn, Vi – Ela respondeu em tom provocativo.
– Blá, blá, blá, o que você quer?
– Chegou aos meus ouvidos que você cria confusão há muito tempo. Muito tempo mesmo.
– Tá, e daí?
– Você não é de se jogar fora como a maioria dos bandidos, Vi. Eu quero você como aliada.
Vi recolocou a manopla e a ajustou. Não era possível que isso seria sério.
– Ok, parou a graça, né? Fala sério.
– É sério – Disse Jayce. O tom dele era intimidador. – Você trabalha pela lei e paga pelos seus crimes. Simples.
– Sem chance.
– Não seja boba, Vi – Caitlyn acenou impacientemente com a mão. – Você vai poder socar criminosos como sempre fez, mas dentro da lei.
– Hm...Não é bem assim, Cait.
– Eu a quero na equipe de qualquer forma. Se for preciso esse acordo, que assim seja.
Vi riu.
– Se deixarem eu bater nos caras, estou dentro.
Caitlyn assentiu com a cabeça, levantou seu rifle e saiu andando. Jayce suspirou e foi atrás dela. O assunto estava encerrado. Vi entendeu como um sinal para segui-los. A ideia de não precisar fugir de ninguém mais estava a animando. E o mais legal de tudo era que podia quebrar quem quisesse sem ser punida. Tá, não exatamente quem quisesse, mas algo assim. Pouco importava. Ela estava esperançosa. Talvez agora sua vida poderia ser normal. Ou quase isso.


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