Depois da morte de Augustus Waters escrita por Malia Stilinski


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Mega mil perdões pela excepcional demora, é que misturou preguiça e muitos compromissos, mas aqui está.Não é muito grande, mas é maior que o último aoiheoiheoaheoih.



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– Está pronta? -perguntou minha mãe.

– Sim.

– Então vamos. Passou protetor solar?

– Passei sim.

– Ah, bom.

Entrei no carro enquanto minha mãe fechava a porta de casa. Eu nem conseguia acreditar. Fazia apenas dois meses da morte do Augustus e eu lidava como se tivesse passado um ano inteiro. E ainda por cima tinha ficado com outro garoto que não era só um garoto e sim o melhor amigo do meu ex-namorado. Falando assim eu me sentia uma patricinha, daquelas que fica com todo mundo. Isso me deixava mais triste.

Percorremos o trajeto até a igreja em silêncio. Chegando lá encontramos meu pai que tinha vindo direto do trabalho.

– Como está, meu amor? – perguntou quando me viu.

– Estou bem. – respondi.

Notei nesse meio tempo uma troca de olhares entre meus pais e percebi que dependendo do que eu sentisse hoje meus pulmões poderiam não aguentar. Prometi a mim mesma que iria ficar calma. Era apenas uma missa e a saudade que eu tinha, eu sentia todos os dias. Não seria diferente aqui.

Entramos na igreja e a família do Gus já estava ali, os sobrinhos dele correndo de um lado para o outro. Quando me viram, correram até mim jorrando perguntas todas de uma vez.

– Hazel, você sente a falta do Gus? – perguntou o primeiro.

– Você vai morrer também? – perguntou o segundo.

– Por que você não arranja outro namorado? – perguntou o terceiro.

– Saiam, vão brincar, vão! – enxotou a Sra. Waters. Ela e as duas filhas gêmeas vinham caminhando na nossa direção. – Como você está, Hazel? – perguntou me dando um abraço

– Estou bem. – falei dando um sorrisinho e ela sorriu de volta.

Cumprimentei as gêmeas e pedi licença para ir sentar num dos bancos. Fui sentar bem lá na frente no terceiro banco. Fiquei brincando com meus dedos, relembrando dos momentos bons antes de o Augustus morrer. Algumas lágrimas rolaram, mas acho que ninguém percebeu e sequei-as rapidinho.

– Olá, Hazel. – disse uma voz solidária.

Ergui a cabeça e vi Isaac, Graham e a mãe deles que eu nunca lembrava o nome.

– Oi pessoal. – respondi.

Reparei que Isaac tinha uma vareta em uma das mãos.

– Vou ficar aqui com a Hazel, mãe. Tudo bem? – pediu enquanto andava sozinho até o banco mexendo sacudindo a vareta no chão.

– Tudo bem. Vamos ficar mais ali atrás. – ela respondeu e sorriu antes de sair levando Graham junto.

Isaac e eu ficamos um tempo em silêncio, por que na verdade sempre que conversávamos dávamos risada, e nunca falávamos de uma assunto sério.

– Como você está? – perguntou.

– Estou bem. E você?

– Também. Nem parece que faz só dois meses.

– Pois é. É estranho. – falei.

Ficamos em silêncio até o padre começar a falar dando inicio à missa.

Nem prestei muita atenção aos dizeres do padre, fiquei pensando na vida e em como ela prega peças. Fiquei imaginando como seria se Augustus voltasse, mas nada seria do jeito que era antes. Tinha que admitir que meus sentimentos eram outros agora. Se ele não tivesse morrido, nosso amor continuaria, porém, a vida segue e ela me deu outra chance. Não um amor pra substituir, mas um amor para continuar, para ter pelo que lutar. Então não estou reivindicando a história que vivemos, estou continuando a minha, por que a do Augustus terminou. A vida me deu um novo amor para continuar lutando, para não deixar a nossa história, o nosso amor morrer como Gus pediu. É uma nova chance para ser feliz, assim como eu fui a chance dele.

Eu me sentia leve agora, e quando dei por mim, meu rosto estava molhado de lágrimas. Passei a mão, secando-as. Eu queria ir para a casa, mas sabia que seria falta de educação sair assim, sem mais nem menos, mas eu me sentia cansada.

– Estou cansada. – sussurrei para Isaac.

– Eu também. – ele sussurrou de volta.

Encostei a cabeça no ombro de Isaac, com receio do que algumas pessoas iriam pensar. Com umas últimas lágrimas caindo, acabei pegando no sono.

– Ei, Haz. Acorda. A missa já vai terminar. – sussurrou Isaac.

Levantei a cabeça com dificuldade, pois meu pescoço estava muito dolorido.

– Por quanto tempo eu dormi? – perguntei.

– Uns quinze minutos, vinte, talvez.

– Ai, que vergonha. – murmurei e Isaac riu.

Uns cinco minutos depois o padre encerrou a missa com um Pai Nosso.

– Como tem gente que consegue ir à missa todos os dias? – Isaac perguntou incrédulo.

– Não sei também. Vamos procurar nossos pais.

– Sim.

Virei-me para trás onde os tinha visto da última vez, mas parece que todo pessoal da missa resolveu levantar para conversar com os parentes do Gus ou ir embora, então achei melhor esperar eles passarem para encontrar meus pais.

– Acho que devemos esperar um pouquinho. – falei para Isaac.

– Por quê?

– Parece que todo mundo resolveu ir embora ou conversar com os familiares do Gus. Não dá pra ver nossos pais.

– Quem sabe a gente vai pelas paredes? – sugeriu.

– Pelas paredes? – eu ri.

– Ah, - ele riu também. – isso foi estranho.

– Não, mas eu entendi. Vem cá. – enganchamos os braços e fomos saindo em direção as paredes. – E se formos para fora? Para o carro dos nossos pais, podemos espera-los lá. – opinei.

– Aham. Podemos ligar pra eles avisando. – disse Isaac.

– Ótimo. Só vamos sair daqui.

Andamos por uns cinco minutos até encontrar uma saída mais próxima, que era a entrada principal da igreja.

– Tá, eu vou ligar para os meus pais. – falei.

– Ok, vou ligar para a minha mãe. – ele disse, e eu fiquei curiosa pensando em como que ele telefonava para as pessoas. Ele pegou o celular, tateou a procura do único botão na tela e falou alto e em bom som:

– Ligar para mãe.

Ligando para mãe. – falou o celular.

– Nossa. – exclamei sem conseguir me conter e Isaac riu. – Que legal.

– Pois é. – e então a mãe dele atendeu. – Oi mãe. Não deu, a Haz disse que tinha muita gente ali no meio da igreja, ela não conseguiu enxergar vocês. Sim, sim. Nós saímos, han... Só um minuto. Haz, onde estamos?

– Estamos na frente da igreja. – informei.

– Estamos na frente da igreja. Tá, nós esperamos vocês. – e desligou. – Ligou para a sua mãe?

– Hã... Não! Vou ligar. – fiquei prestando atenção enquanto ele telefonava. Digitei o número e no primeiro toque ela atendeu.

– Hazel, você estão na frente da igreja? Por que não veio até nós? Não achamos vocês, ficamos preocupados. – ralhou no telefone.

– Calma, não consegui achar você, tinha muita gente. E achei que seria melhor ir para fora.

Tudo bem, a mãe do Isaac já nos falou. Estamos saindo da igreja. Já estou vendo vocês. – e desligou.

Eles vieram até nós, trocaram umas últimas palavras, nos despedimos e fomos embora para a casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, não deixem de comentar, vocês sabem que eu adoro interagir com vocês e saber o que vocês estão achando da história! Beijos!