Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Depois respondo os rewiens, ok!



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Visitas



Eu subi as escadas sentindo o corpo dele ao lado do meu. O corredor estava vazio, o que era um alívio.


Destranquei a porta e vi Narow correndo em minha direção.


-Perdão amorzinho. – eu o coloquei no braço e depois o pus de volta no chão. - Estive muito ocupada esse tempo todo, coloco já seu almoço.


-Fecha a porta pra mim, por favor. – eu falei ao Tom


Ele estava olhando tudo atentamente, como se aquele apartamento já houvesse sido seu.


-Lugar legal, vista legal também. – ele estava parado em frente à janela.


-Comprei por isso.


-Pela vista?


-É. – eu já estava do lado dele. – Eu planejava fazer um pequeno jardim aqui. Mas não deu certo.


Eu voltei e despejei a ração do Narow na tigela.


-E porque não?- ele voltou-se pra mim.


-Flores não combinam com esse lugar. - eu respondi. – E não vai esperando que eu te sirva alguma coisa, porque aqui não tem nada.


Ele riu.


-Eu não estava esperando mesmo, mas uma água eu aposto que tem.


Eu -Não entendo pfui em direção a cozinha e voltei com um copo d´agua na mão.

Ele sentou-se no sofá e ficou olhando pra janela. Eu voltei e entrei no banheiro tirando toda a roupa suja de lama e trocando por limpas.


Quando retornei a sala, ele estava novamente parado em frente à janela e não se virou quando eu cheguei perto.


-Você gostou não foi? – eu disse.



Porque você não fez um jardim aqui.



 


-Já disse, flores não combinam com esse lugar.


-E como é que você mora aqui? – ele falou virando o rosto para mim com um olhar de quem estava despejando todo o seu charme.


-Você sofre de algum transtorno bipolar?- eu perguntei.


Ele sorriu.


-Agora eu entendi porque você não costuma ser muito gentil. – eu disse olhando pro horizonte de prédios cinza.


-Entendeu?


Eu assenti.


-Porque não combina com você.


Eu não sabia se era por causa da estação em que estávamos, mas o céu já estava em um tom alaranjado.


-É realmente bonito. – ele disse.


-Eu sei.


-Audrey. – ele falou e em seguida se correu um silêncio. - Você não é tão ruim quanto eu pensava. – Nos encaramos. – Mas não vai achando que eu vou manerar com você entendeu?


Eu balancei a cabeça positivamente.


-Eu já estou acostumada. – eu finalizei.


Ficamos parados ali parados por um bom tempo, enquanto os últimos raios de sol iam desaparecendo pouco a pouco. Depois eu fui sentar no sofá, a minha barriga já estava reclamando.


-Acho que vou pedir uma pizza.


-Não precisa, eu não to com fome. –Tom falou.


-Não é pra você otário é pra mim.


Peguei o telefone e liguei pro Joe, era a melhor pizza do bairro. Ela chega em meia hora ou então é o seu dinheiro de volta.


-De quem é esse violão? – ele pegou o violão que estava de traz da poltrona.


-Meu.


-Você toca?


Eu balancei a cabeça.


-Toca pra mim.


-Ta maluco? - bipolar era pouco ele era um lunático. – Eu não toco na frente de ninguém, na verdade eu também não sou muito boa.


-Tenho certeza do que é melhor do que diz. – ele ficou me encarando.


-Melhor não.


Eu me levantei indo em direção da varanda e fechando a porta, porque novamente voltara a chover. Antes de virar para voltar ao sofá, comecei a ouvir uma tranqüila melodia produzida pelo meu violão.


Tom estava debruçado sobre o instrumento tocando. Ele parecia ainda mais bonito daquela maneira, tão calmo, tão imaculado. Por um breve instante eu fechei os olhos e ouvi a música mesclada com o barulho da chuva e aquilo se tornou tão... mágico. Quando eu novamente abri os olhos, ele continuava a tocar mais agora me encarando com aqueles olhos tão profundos.


-Você não havia me dito que sabia tocar. – eu pronunciei quebrando toda aquela atmosfera de calma.


-Aprendi muita coisa por essa vida de circo.


Eu caminhei até ele me sentando ao seu lado.


Ficamos ali parados, ele com o violão ainda no colo, e eu o admirando de perto.


“Peeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem” – o som histérico da campainha quebrou o silêncio.


Eu me levantei indo atrás da minha bolsa para pegar o dinheiro. Abri a porta e o entregador que não parecia ter mais que dezesseis anos me entregou um caixa de papelão fumegante. Indo logo seguida embora emburrado porque eu não havia dado gorjeta.


Sentamos a mesa, coloquei dois pratos, e duas cervejas e me dei até o trabalho de pegar uns talheres que haviam sido da minha avó, uma das poucas coisas que eu ainda guardava da minha família.


Nós comemos na maior parte do tempo em silêncio. O vento chicoteava com força a vidraça me fazendo tremer às vezes.


- É assim sempre? – Tom perguntou sem levantar o olhar.


-Assim como?


- Você aqui, sozinha, com esse gato estranho, comendo sozinha, vivendo a base de cerveja e cigarros...


Eu olhei para ele e depois voltei meus olhos para o resto de pizza no prato.


 


 


 


 


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