Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 20
Capítulo 20




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Não dei à mínima se o clima estava parecendo meio suspeito para georg  e Kathelin.

 

- Mas o que está acontecendo?- ele perguntou por fim.

- Audrey recebeu um telefone supostamente feito por Kathe, mas não foi ela. E agora estamos aqui tentando entender. – respondeu Georg.

 

-Telefonema? – Tom me encarou com uma expressão interrogativa.

Eu assenti com a cabeça.

De dentro de outro cômodo que eu presumi que fosse a cozinha Dama saiu, e pela primeira vez trajando Jeans e uma camisa de mangas compridas pretas. Trazia na mão uma xícara grande e parou assim que nos viu todos reunidos na sala.

 

Antes mesmo que ela pudesse fazer qualquer pergunta. Um forte barulho irrompeu no andar superior. Ficamos parados, esperando pra ver o que sucedia. O cômodo foi inundado pelo silêncio. Nós nos entreolhávamos.

-O que foi isso? – falou Dama coma voz alarmada.

-Tem alguma coisa aqui! Alguma coisa grande. - Disse Kathe com o olhar focado no nada, parecia alarmada, como se estivesse hipnotizada – Temos que sair daqui, e sair AGORA.

 

- O que é Kathe? O que vocês estão sentindo? – Perguntou Tom agora a segurando pelos ombros.

 

-Não sei o que é, mas está aqui. Vamos, por favor! – ela olhou para Georg como quem procurasse um consolo, mas ele parecia tão assustado quanto ela. – É forte demais. Não sei se ao menos é humano.

 

Eu não precisei ouvir mais. Corri até a porta com intuito de transformá-la em cinzas se fosse preciso para abri-la. Mas estava trancada. Eu estava prestes a derreter a trinca quando novamente ouvimos o barulho no andar superior.

Kathe nesse momento caiu de joelhos no chão, com as mãos tampando os ouvidos com força. Repetindo a irmã, Georg também pois as mãos na cabeça como quem sentia uma forte enxaqueca.

 

Ouviram-se passos no corredor, e instante depois apareceu uma sombra no dorso da escada. Uma figura encapuzada que me parecia quase familiar. Tom se posicionou a frente de mim e dos outros. A estranha figura então parou no meio da escadaria.

 

Eu me afastara um pouco da porta, o que foi bom porque em seguida ela foi aberta com enorme ferocidade.

 

Baltazar irrompeu o cômodo. Seus trajes pela primeira vez estavam desalinhados e sujos. Mas o mais chamava atenção era sua face contorcida por algo que eu supus ser raiva.

 

A estranha silhueta encapuzada começou a bater palmas. E depois a gargalhar, uma risada de escárnio quase perturbadora aos ouvidos.

- Atrasado! – falou numa voz perfeitamente humana. – Velhos hábitos nunca morrem!

Baltazar ofegava com os olhos focados na forma preta sobre a escada.

- Eu realmente estava esperançoso de que após hoje você não sobrevivesse. Mas vejo que continua em forma.- continuou o estranho.

Ele falava num tom sarcástico.

 

O estranho então abaixou o capuz deixando a mostra sua face. Sua face que era incrivelmente bela. Os cabelos negros se encontravam um palmo abaixo dos ombros.  Seu rosto fino e delicado era quase perfeito. A boca era um traço fino, severo e rosado. E os olhos eram de um carmim sutil.

Mas como Kathe dissera, ele não era completamente humano. E todos ali sabiam o que ele era.

Vampiro.

Mas para mim ele parecia algo a mais, havia uma estranha familiaridade nele.

Ele nos encarou um a um. Pousando por fim o olhar em mim.

-Tenho que admitir que você reuniu um belo time.

-Vá para o inferno! – bravejou Tom quase num rugido.

Ele voltou a encarar Tom. E sorriu.

-Se mantêm muito jovem pelo que percebo! E mantêm os bons modos também meu caro Tom.

Eu olhei para Tom que agora se mantinha numa postura rígida.

 

- Mas deveria tratar melhor os velhos amigos. – Ele prosseguiu. – Apesar de que a última vez que eu lhes fiz uma visita você era apenas um jovem homem na pele de um garoto.

 Ele continuou a descer a escada parando de frente para todos nós.

- Você não tem o direito d...-Tom tentou dizer mas foi interrompido.

O belo vampiro apontou o dedo esquelético e branco para sua boca e em seguida, como que por mágica, seu corpo se desintegrou e pôs a tomar outra forma. O vampiro adquiriu a forma de um homem jovem, não devia ter mais que vinte cinco anos. Era bonito, apesar de trajar roupas que seriam do meu avô.

Tom  ficou estático. De repente seu rosto estava pálido como cera. Sua boca ficou em formato de um pequeno “O”, e nos olhos uma apatia que quase me deixou triste também.

 

- Quantas vezes eu já te disse para respeitar os mais velhos? – ele olhou para Tom que agora parecia uma estátua. – Hein, irmãozinho?

E com isso ele pôs se a rir.

Agora eu sabia por que daquela reação de Tom, era o irmão dele. O irmão que Baltazar havia matado.

 

- Dimétrio! – balbuciou Tom  num sussurro que seria quase inaudível se eu não estivesse tão perto dele.

Dimétrio novamente ganhou a forma do vampiro encapuzado.

-Você é o Diabo! – Disse Tom que falava entre os dentes.

-Quem sabe! – Respondeu o vampiro com um sorriso que deixou a mostra suas suaves presas.

Ele novamente olhou em volta. E num sobressalto ele disse:

-Ah, que indelicadeza minha! Acabei com a confusão toda esquecendo que nem todos me conhecem.

E fazendo uma referência, ele prosseguiu.

- Me chamo Bill de Lafaitt. Infelizmente Baltazar não me apresentou a vocês. – ele encarou Baltazar. – Mas não precisa, eu mesmo faço isso. Na verdade eu me pergunto se vocês não querem ouvir uma história.

 

- Não queremos nada que venha de você. – Disse Tom agora retornando a sua cor normal.

-Fale por você mesmo – agora o vampiro falava num tom sombrio. – Acredito que essa história também interessa a você. Até porque Baltazar nunca contou o verdadeiro objetivo sobre isso tudo.

Ele sentou – se em uma das poltronas como se estivesse em casa e fosse uma vovó que iria contar uma história para seus netinhos.

- O que você quer dizer com verdadeiros objetivos? – Tom questionou.

-Hmm...deixe me ver. – ele parou fingindo estar pensativo e novamente cruzou olhares com Baltazar. – O que você acha? Creio eu que tem muitas coisas que eles não sabem sobre você, não é irmão?

Ninguém disse nada de imediato. Mas todos podiam sentir uma atmosfera carregada, era quase sufocante estar ali.

-Irmão? – Tom disse em voz baixa olhando para os próprios pés, como se precisasse digerir aquilo.

- Tsc tsc tsc. – fez Bill. – Que feio irmãozinho, não contar isso pra aqueles que você chama de filhos.

E quanto mais o vampiro gesticulava mais eu achava parecido á alguém. Mas quem? Quem?

-Baltazar você é uma fraude. E abusa desses pobres garotos como se fossem brinquedos.

- O que mais? – perguntou Tom.

-Pare Bill. Você não precisa fazer isso. - falou Baltazar. Que agora estava com a aparência quase de um doente. Estava fraco.

-Não. Ele vai continuar sim. – Protestou Tom

- O que ele lhe disse Tom? Disse que eu era um antigo inimigo que há décadas procurava por vingança? Que eu era um vampiro sanguinário que queria destruir a ele por puro remorso de antigas disputas pessoais? Que eu havia matado sua família humana, e agora procurava por ele? Estou certo não estou?

Tom aquiesceu.

- Então vamos do principio.

-Bill...- disse Baltazar.

-Chegou a hora Baltazar.

- Há mais ou menos dois séculos, um vampiro chamado Magnus me tornou um filho das trevas. Sabendo ele, que após muito me observar, eu possuía um dom, eu era um Metamorfo. Ele conhecedor da alquimia presumiu que me tornando também vampiro, meus poderes alcançariam o nível máximo. E foi o que fez.

E ele estava completamente certo. Meus poderes de Metaformo antes que eram ilimitáveis, se tornaram excepcionais e eu era incrivelmente poderoso. Porém, Magnus também havia transformado em vampiro outro antes de mim, na qual criava como filho. Esse seria Baltazar. Baltazar era nutrido de uma formidável capacidade psíquico, mais comparado a mim seus poderes eram completamente obsoletos. O que causou muita inveja, além de que Magnus me tratava com rei. Eu era sem dúvida seu preferido, aos seus olhos eu era a criação perfeita.

Bill deu uma leve interrupção para olhar para Baltazar, e novamente prosseguiu.

- Na época, eu havia me apaixonado ardentemente por uma jovem camponesa parisiense. Apesar de saber de minha verdadeira natureza, o sentimento era recíproco. E eu objetivava torná-la minha esposa e depois transformá-la também em vampira, para que assim vivêssemos pela eternidade nosso amor. Então certa noite quando estava indo visitá-la, eu a encontrei morta. Seu corpo jazia sem vida no chão, haviam sugado todo seu sangue até a morte. Eu vaguei inconsolável pela noite caçando Baltazar. Porém esse havia fugido de Paris levando uma parte da fortuna de Magnus.

Ele interrompeu mais uma vez a história como se aquilo lhe trouxesse demasiada dor, mesmo após muitos anos.

- E dessa forma vim caçando Baltazar por toda a Europa. Mas perdi sua pista, e por um século e meio ele veio se escondendo de mim. Só que certa vez enquanto ainda o caçava, tive a sorte de encontrá-lo por acaso num vilarejo na América do Sul.

Tive o conhecimento que agora ele havia adquirido um empreendimento que requeria outros jovens que possuíam dons assim como eu. A priori eu achei que era apenas isso, mas não... eu conhecia muito bem Baltazar, e ele nunca foi de coisas pequenas. E por isso tratei de investigar.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Finalmente o Bill apareceu.