Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 19
Capítulo 19




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Love is a four letter word
And never spoken here

The days  that nerver comes-Metallica

 

 

 

Por um lado eu achava que Megie tinha total razão. Eu não queria ficar ali pro resto da minha vida, sentia arrepios só de pensar nisso. Mas por outro, eu ainda estava meio pé atrás, e isso era causado principalmente pelo cara louco do beco.

 

-De qualquer forma, se esses caras estão tão apressados em sair da cidade, acho melhor você começar a arrumas as suas coisas.

 

-Você fala como se eu houvesse umas cinco malas pra aprontar. No máximo eu consigo encher minha mochila com as roupas que eu tenho aqui. – eu olhei pra Narrow dormindo encostado em meu pé. – Mas o que me preocupa mesmo é ele, não sei se ele vai se acostumar a essa vida de circo.

-Audrey. – Megie pôs as mãos em meu ombro. – Ele é um gato. Vai sobreviver com um pouco de leito e algo pra cravar as unhas. Agora vai logo arrumar suas coisas.

 

Ela se levantou e pegou a bolsa jogada atrás do sofá – com o susto que levou – e veio me dar um abraço.

-Antes de partir, venha se despedir de mim ta bom?

-É claro.

Eu abracei bem forte. Isso era provavelmente o nível máximo de intimidade que Megie tinha com alguém, e isso me deixou feliz, mas também me fez lembrar que quando eu não estivesse mais por perto ela se sentiria sozinha. E talvez eu mesma também me sentisse.

 

Essa viajem me lembrava e muito quando eu saí de casa. Eu simplesmente saí, e não foi bem uma fuga, já que ninguém tentou me impedir, mas um abandono. Apesar de que dessa vez eu acho que não será tão difícil, já que diferentemente da primeira, agora eu tinha um lugar certo para estar, e não estava completamente sozinha.

 

Abri a porta para ela. A maquiagem remanescente estava meio borrada. Demos um ultimo sorriso antes de eu novamente fechar a porta.

Imagino que a minha situação no trabalho iria ficar meio confusa, mas sei que Megie daria um jeito nisso por mim.

Depois daquela conversa, tudo se tornou mais claro pra mim. Eu estava realmente decidida a partir, agora eu queria isso. E não estava realmente me importando com os riscos e perigos da viajem – se é que existiam muitos- eu queria fazer parte disso. Além do mais tenho agora outros motivos que me impulsionam.

Fui até meu quarto e abri o guarda – roupa velho que havia comprado numa liquidação de garagem. Tirei todas as coisas- que não eram muitas – e joguei sobre a cama. Comecei a separar o que era realmente essencial. Algumas blusas que nem cabiam mais em mim fui deixando de lado. Na parte de baixo do móvel peguei todos os meus pares de sapatos- dois all stars surrados, duas chinelas de dedo e único sapato de salto – fui jogando tudo dentro da mala, da forma mais organizada possível. Ao final, não para minha surpresa, coube tudo dentro da mala, algumas coisas mais frágeis coloquei em outra mochila. Estava deixando para trás meus dois únicos jogos de cama, afinal eu não iria precisar deles.

 

Narrow agora estava no meu pé de novo, miando baixinho e me olhando com seus grandes olhos amarelos como se soubesse que estávamos de partida.

- É parceiro, você vai ter um novo lar, nós teremos.

 

 

 

É o que parece.

 

Deixei as malas na sala, e fui dar uma limpeza na geladeira. Algumas garrafas de cerveja, um queijo meio estragado, três ovos, alguns saches de ketchup e maionese e uma garrafa de água mineral. Sempre tive uma alimentação completa.

 

Joguei alguns coisas fora, as outras deixei lá mesmo. A geladeira fora uma das poucas coisas que já estavam aqui quando cheguei, e imagino que ela já tenha mais de vinte anos pelo barulho que o motor faz.

 

Quando novamente entrei no apartamento, depois de haver descido para jogar coisas no lixo, o telefone começou a tocar.

-Audrey? – era a voz de Kathy e parecia meio alarmada. – Audrey, por favor, venha para cá agora mesmo!

-Kathe? É você? O que aconteceu?

-Sim sou eu, por favor, venha até o Circus, o mais rápido possível.

-Mas o que aconteceu? Nós já vamos embora?

-Não, não é isso, não posso lhe explicar por telefone, por isso você deve vir o mais rápido possível.

-Ta legal, eu estou indo agora mesmo.

-Estamos esperando.

O telefone ficou mudo.

Eu fiquei no mínimo surpresa. Agora estava preocupada, o que será que estava acontecendo?

 

Parei de tentar fazer suposições, peguei meu casaco e me pus em direção ao Circus.

Uma boa caminha e com ajuda do metrô cheguei em menos de meia hora.

Parecia tudo normal, com a exceção da imensa lona flamejante que se encontrava ao leste da casa. Fui caminhando e toquei a campainha com os dedos suados.

Georg  abri a porta logo em seguida, sua expressão era absolutamente tranqüila.

-Audrey! – ele disse com sua suave voz mais com um toque de surpresa.

Ele abriu mais a porta, dando espaço pra minha passagem

-Então, o que está acontecendo?

 

Ele ficou um minuto em silêncio. Possivelmente lendo minha mente.

- Mas Kathe não deu nenhum telefone. É impossível, não foi com Kathe que você falou.

-Como assim? Eu tenho quase certeza que foi a voz dela que eu ouvi.

Ele tornou a fechar a porta.

-Audrey! O que está fazendo aqui?- era a vos de Kathe, que vinha descendo a escada.

Ela ficou encarandoGeorg  por alguns segundos e novamente olhou pra mim.

-Eu não te liguei Audrey. – sua voz agora era quase sombria.

 

-Então quem diabos estava do outro lado da linha? Porque eu tenho certeza que eu atendi a um telefonema.

 

Eles se entreolharam e eu senti que eles estavam tão confusos quanto eu.

-Não sabemos. – eles responderam em uníssono.

-O que você está fazendo aqui?

Tom  agora também descia as escadas. Por um segundo eu senti uma onda de constrangimento, mas ao mesmo tempo senti minha temperatura aumentar, era quase reconfortante o ver novamente., mesmo tendo passado tão pouco tempo.

-Também é bom ver você. – eu disse com uma ponta de sarcasmos forçado.

Ele sorriu.

-Não esperava te ver tão logo – ele chegou mais perto. – Não que isso seja algo ruim.

Eu sorri.

 

 

 

 


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