The legend of guardians escrita por Jessica Tatiane Souza Leme


Capítulo 20
Obstinações crônicas.




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  Enquanto o grupo de Basilissa se recuperavam  no Templo das almas, Vough havia dado ordens para Kharis, Mayumi e Aratiel ficarem em guarda no palácio da arcanjo. O vampiro no momento estava andando por um vilarejo em completa ruína, tendo sido destruído junto com seus habitantes pelo exercito de Night Ghost. Ele caminhava pelos vestígios de pedra, madeira, armaduras quebradas e até armas como se estivesse a procura de algo. Havia apenas um elmo prateado intacto, no qual, Vough o chuta com força fazendo com que voasse a vários metros e acertasse uma catacumba. O lugar chamava a atenção do vampiro, pois de lá emanava uma estranha energia. Curioso em saber do que se tratava, seguia seus passos em direção a tal catacumba estando pensativo:

— Nunca havia sentido essa energia antes em Frostwar... O que diabos está acontecendo por aqui?

  Pouco depois de passar pela pequena entrada, que dava acesso, vozes começavam a pairar sobre a mente do vampiro como ilusões:

— Vough... - Sussurrava uma voz.

— Vough... - Sussurrava outra voz.

— A sua sede é compreendida... - Completava a ultima voz.

  Ele parava de andar por um momento, movendo os olhos escarlates para os lados. Inicialmente pensava que havia mais alguém ali que não tivesse percebido, mas logo se deu conta de que aquelas vozes estavam em sua mente e estranhamente sentia seus desejos ambiciosos ainda mais intensos. Vough balançava a cabeça de um lado para o outro, afim de voltar a si. Porém, tudo aquilo o deixava bastante intrigado. Sua atenção estava fixa à catacumba e comentava para si mesmo:

— Isto está muito estranho... Essas vozes surgiram em minha mente somente de eu estar próximo a esse lugar... Seja o que for irei descobrir!

  Assim sem mais delongas, o vampiro dava longos passos em direção a catacumba; adentrando mais a fundo via um objeto dentro e indagava:

— O que é isso? Parece ser uma espada...

  Logo o objeto, que de fato tratava-se de uma espada, punha-se a pulsar uma aura avermelhada que se espalhava por todo o local em forma de nevoa. Um clima de tensão se formava conforme mais palavras eram proferidas:

— Sua sede de sangue...

— É a mesma que a nossa...

— Você está disposto a sacrificar tudo a sua volta...

— Por um poder maior do que um deus...

— Ou cair na tentação errada...

— Corromper carne e alma por objetivo nenhum...

  Conforme tudo acontecia, um portal se abria em uma câmara dentro do mesmo local, porém de forma discreta. Vough parava a uma curta distância da tal espada, a medida em que aquelas vozes novamente ecoavam em sua mente. Aquilo o deixava confuso, a ponto de fechar os olhos por um breve momento. Logo os abria e fitava a espada, dizendo:

— Essas vozes... Será que essa espada está provocando essas ilusões? Hum...

  Guiado por sua curiosidade e ambição o vampiro aproximava-se mais da espada, levando a canhota ao cabo da mesma. Ao tocá-la, um forte espasmo atingia-lhe o corpo, fazendo com que ele caísse; ao mesmo tmepo, uma imagem aparecia em sua mente: um ser com uma parencia  muito similar a sua, vestindo trapos de uma armadura de general, em meio ao que parecia ser uma terra devastada por infindáveis guerras, segurando aquela mesma espada com uma expressão corporal de derrota. Aquele ser fitava fixamente os olhos de Vough, dizendo-lhe:

— Os rios de sangue se encherão... Seja pelos inocentes... Seja pelos culpados... Mas as mãos... Serão suas...

  A voz era feminina, porém distorcida. Um ar de asas demoníacas se estendia para os lados, em seguida se explodia dizimando aos poucos em pétalas negras. A ilusão desaparecia deixando Vough  livre novamente para tentar empunhar a espada. Ele se intrigava com a ilusão, pois aquela imagem lhe pareceu muito familiar. o vampiro soltava um longo suspiro pesado buscando conter aqueles espasmos; em um impulso apanhava a espada com mais firmeza a levantando. Uma entidade completamente coberta em uma névoa carmesim, aparecia a sua frente exclamando:

— O contrato foi selado. Seu sangue será o próximo nesta linhagem maldita!

  Disto isso, a entidade desaparecia e então a espada começava a perder seu brilho, permanecendo como uma simples espada com cabo ornamentado e lâmina avermelhada. Vough havia fitado aquela entidade anteriormente, com uma expressão de curiosidade e ao mesmo tempo em guarda atentando-se nas palavras ditas ou qualquer movimentação. Muitas duvidas surgiram em sua mente, mas antes que pudesse indagar a respeito a tal entidade já havia desaparecido. Seu olhar se voltava em direção à espada posicionando-a verticalmente. Ele sentia uma presença se aproximando, pondo-se em alerta, porém permanecendo na mesma posição.

— Ora, ora... Então ela veio parar aqui... E justamente você a encontrou. - Dizia uma voz feminina, surgindo das sombras a uma curta distância do vampiro.

— Kharis, então você conhece essa espada... - Dizia Vough, virando-se de frente a figura feminina.

—  Acredito que tenha visto, em parte, o "ultimo" portador dessa espada, pois lhe digo que sou eu! Essa belezinha ai se chama Apocalipse. - explicava a vampira, tendo um sorriso sarcástico no canto dos lábios. - Sabe, me pergunto se ela vai se apossar de você, ou vise-versa, o suficiente para que seu poder seja despertado.

— Se essa espada é sua, por que está aqui e somente agora notou a presença dela? - Indagava o vampiro.

— A Apocalipse se separou de mim, depois da ultima batalha que tive. - respondia Kharis. - Talvez ela veio para Frostwar junto comigo, mas esteve adormecida.

— O que significa que ela estava procurando um novo portador. - Completava Vough de forma arrogante.

— O que também não significa que seja você! - revidava a vampira de forma indiferente, agora com um semblante sério. - Vou te contar um segredo sobre a Apocalipse: para que ela seja despertada é necessário um sacrifício. Eu duvido muito que você queira que a única, na qual, pode te redimir deixe esse mundo. Mesmo sendo uma criatura mágica ela não é imortal...

— Um sacrifício... - resmungava Vough, estando pensativo e fitando a Apocalipse. - Eu não faço ideia de quem está se referindo, Kharis. Tão pouco me importa quem a tenha portado antes, ainda tem muitas questões que devo compreender e a única  certeza que tenho é que não foi em vão que encontrei a Apocalipse!

  Após tais palavras, Kharis assume uma postura ofensiva e então dizia:

— Pois bem, faremos um trato: se em cinco minutos eu não ver a aura sangrenta se ativando, te punirei mostrando o passado da Apocalipse em primeira mão, o que me diz?

— Me punir? Não me faça rir! - respondia Vough ironicamente. - O que te digo é que tem uma péssima atuação. Nem Meyfen caiu nesse seu falso jogo de perca de memória.

— Há fatos que apenas podem ser revelados em um determinado tempo... - respondia Kharis. - Não sou exatamente a sábia para tal... Ao contrario: estou mais para a personificação da loucura!

    Dita tais palavras, a vampira impulsionava-se contra o corpo de Vough com a intenção de manejar um soco lateral, porém ao invés de prosseguir com o golpe, a vampira apenas passa por cima utilizando seus ombros como impulso com as mãos e disparava diversas rajadas vermelhas em sua direção. Não tendo a intenção de dar brecha, retirava a foice de Symph, que estava em uma espécie de "porta armas" em suas costas, enquanto estava no ar. A vampira estava atenta aos movimentos seguintes do rival pára ter reações.

  A expressão de Vough perante as palavras de Kharis era de indiferença, apenas erguendo levemente a sobrancelha esquerda. Concentrava-se em se atentar as ações da vampira; notando o falso soco pela lateral, ele se movia rapidamente para o lado oposto manejando a Apocalipse em uma posição defensiva, a deixando do lado não cortante. Isso deixava claro que se aproveitaria da situação para testá-la, em seguida aplicava um corte frontal com a arma na direção de Kharis. A lâmina da espada apenas atingia a foice, porém sem maiores reações. Por um momento Vough fitava a lâmina da espada estranhando o fato dela não ter reagido, pensou que talvez fosse por não ter usado tanta energia. Kharis enganchava a espada no lado inferior da lâmina da foice, puxando Vough para perto e aplicando um chute na barriga o lançando para longe.

— Dois minutos restantes, comandante. E você ainda não consegue fazer nada. - Provocava a vampira.

Logo ela começava a canalizar uma energia espectral em torno da foice, enquanto fitava o vampiro profundamente. Este após ser chutado, rodopiou no ar para cair em pé no chão tendo o corpo levemente curvado para frente. Desta vez as palavras da outra lhe enfureciam, então o corpo do vampiro começava a emanar uma aura negra intensa, dizendo:

— Não preciso que ninguém me imponha limites para utilizar minhas armas!

  Após ter dito isso, ele segurava a Apocalipse com força, como se estivesse tentando controlar os poderes da arma ou até mesmo despertá-la de alguma forma; em um movimento veloz saltava em direção a Kharis. Na metade do caminho transformava seu corpo em nevoa vermelha e preta, tendo a intenção de passar por dentro da vampira, surgindo logo atrás da mesma estando a se levitar. Sendo  subitamente atingida, Kharis permanecia sem reação, tendo terminado de canalizar a energia necessária. Em um movimento rápido, fez a foice desaparecer e transformar a canhota em uma longa garra vermelha e preta. Naquela mesma velocidade, se lançava contra Vough o apanhando pelo pescoço, aplicando-lhe um estranho choque que fazia seus membros serem brevemente paralisados e sentisse uma sensação gélida por seu corpo.

— Chega de enrolação, Vough. - Dizia Kharis apanhando a espada com a outra mão livre.

  A energia espectral era difundida na mesma, fazendo-na emanar uma aura mista de vermelho e verde-musgo. Kharis perfurou levemente a perna direita do vampiro, deixando-o cair no chão e tendo uma ilusão causada pela energia da Apocalipse. Nela, diversos seres eram vistos morrendo de várias formas, sempre com um portador da tal espada presente na cena. Primeiro um rei desiludido; depois um assassino sanguinário; seguindo o mesmo, um caçador desesperado; e por ultimo, um general desolado. Em todas as ocasiões o cenário era igual ao que se passou na primeira ilusão, porém as vozes de desespero eram claramente ouvidas; uma visão de uma Frostwar deteriorada, tendo corpos espalhados por todo o lugar. Desde todos os heróis mortos e decapitados aos parceiros de Vough devidamente trucidados aos pés do mesmo.  No entanto, era perceptível que algo naquele suposto Vough não lhe era familiar. O vampiro fechava os olhos, enquanto curvava levemente o corpo para frente e tendo a ferida do golpe regenerada. Ele respirava de forma um tanto ofegante, levando a mão livre a própria testa, estava nitidamente atordoado e pensava consigo mesmo:

— Mas que diabos é isso?

— Eu te avisei, se essa espada se ativar é esse o destino deste lugar. - Dizia Kharis em tom indiferente.

  Aos poucos Vough ia recuperando sua consciência, se pondo em postura reta e fitando a  vampira com seu típico olhar de seriedade, dizendo:

— Não sou tolo, Kharis! Você é a antiga portadora dessa espada, acha que não percebi que provocou tudo isso para me amedrontar?

— Eu somente conjurei a energia espectral para a Apocalipse te mostrar o destino de todos aqueles que a portaram. - explicava Kharis, jogando a espada no chão. - cabe a você mesmo destruí-la ou utilizá-la.

— Não irei destruí-la. - respondia Vough, aproximando-se cautelosamente e apanhando a arma. - Ela ainda me será muito útil, suas ilusões apenas me aguçaram ainda mais a curiosidade.

— Como imaginei. - comentava a vampira com um leve sorriso sarcástico no canto dos lábios. -  Temos nossas peculiaridades e ao mesmo tempo somos parecidos, provavelmente este foi um dos motivos para a Apocalipse o escolher.

  Uma energia familiar surgia, aproximando-se de Vough, seguido de uma voz feminina:

— Vough- sama! Está bem?

  O vampiro punha-se de lado, movendo apenas os olhos escarlates para sua serva, esta que parava a uma curta distância do mesmo. Ele indagava em tom  imponente:

— O que está fazendo aqui, Mayumi? Deveria estar no palácio junto com Aratiel. Foi o que ordenei, não?

— Perdoe-me, Vough-sama. - se desculpava a kitsune, abaixando a cabeça. - Tive um pressentimento ruim e vim ver se estava tudo bem... Além disso, senti uma energia estranha...

— Ora, ora... Então ela sentiu a energia da Apocalipse quando você entrou aqui, Vough. - comentava Kharis, fitando a kitsune e estando com uma expressão pensativa. - Isso quer dizer que Basilissa provavelmente também sentiu... Interessante!

— Isso não importa, essa espada agora estará comigo. E já viu que não aconteceu nada demais. - respondia o vampiro de modo ríspido. - Vamos! E você também, Kharis!

  Em seguida ele teletransportava-se junto a Kharis e sua serva para o Palácio de Basilissa.


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