Um Amor para a Vida Inteira escrita por Juru


Capítulo 18
Passado sempre volta para nos assombrar


Notas iniciais do capítulo

“Um indivíduo pode sorrir, sorrir, e ser um vilão”. Willian Shakespeare



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POV Alice

Ele tinha me deixado e tudo que recebi foi uma misera carta.

Como ele toma toda a culpa por tudo que aconteceu desde que nos conhecemos e não me dá chances de responder?

Amassei a carta e joguei no canto do quarto.

- Alice? – Nessie colocou a cabeça dentro do quarto. Ela está sofrendo, também, ele era muito importante na sua vida – Posso entrar?

Balanço a cabeça positivamente sem olhá-la, ela entra no quarto e senta na cama na minha frente.

- Você tem que comer – Falou preocupada olhando a bandeja de comida intocada – Pedi pra Renée que você ficasse o fim de semana conosco, ela concordou, mas hoje já é segunda feira. A gente tem que ir pra escola.

- Me leva pra casa? – Pedi já levantando da cama e calçando meu tênis.

- Tem certeza? – Ela perguntou mexendo nas mãos.

- Por favor – Pedi mais uma vez, peguei minha mochila no chão do quarto e sai pela porta sem esperar por ela.

- Alice, querida – Esme falou do pé da escada.

- Eu estou indo pra casa – A abracei me despedindo.

- Vai ficar tudo bem – Ela garantiu me olhando nos olhos – Jasper vai voltar.

Quando ela falou o nome dele senti como se uma força apertasse meu peito, me fazendo sufocar sem ar. Ele tinha se tornado mais que tudo pra mim, era o meu ar, minha força vital. Sai pela porta antes que começasse a chorar mais uma vez, ele tinha ido embora, então isso me dá o direito de fazer o mesmo.

Nessie me levou pra casa em total silêncio, mas pude perceber que ela estava preocupada e queria conversar comigo. Provavelmente pensando que iria fazer alguma estupidez.

- Chegamos – Ela falou estacionando na frente da casa e desligando o carro – Quer que eu fique com você?

- Não precisa – Abri a porta e estava pronta para descer quando ela segurou o meu braço.

- Ele vai voltar – Ela garantiu, mas eu não poderia acreditar nisso.

- Não, não vai – Desci do carro e fechei a porta com mais força que o necessário.

Mesmo depois que entrei em casa e fechei a porta ela não foi embora. Subi as escadas e sentei na beira da cama, tinha que decidir o que fazer. Só tinha certeza de uma coisa precisava deixar Forks e tinha que ser hoje.

Peguei a mochila que larguei perto da porta e tirei todo o material de dentro, não poderia sair de Forks com muita coisa, Charlie é o chefe de policia e se me visse logo saberia que estava indo embora.

Coloquei o essencial dentro e desci para a cozinha, tinha que forçar alguma coisa para dentro senão iria acabar desmaiando, bebi um copo de leite e peguei uma maça para tentar comer no caminho.

Resolvi que precisava escrever um bilhete para Charlie e Renée, eles mereciam uma explicação.

Charlie e Renée,

Obrigada por tudo que fizeram por mim, vocês foram os melhores pais que já tive, mas tenho que sair de Forks pra sempre.

Me desculpe, vou deixar o carro estacionado na estação de trem em Seattle.

Obrigada mais uma vez

Alice.

Deixei o bilhete em cima da mesa da cozinha preso pelo vaso de flores, Renée encontraria quando chegasse em casa e eu já estaria longe.

Sai de casa e fechei a porta, Margareth estava no jardim da casa e tudo que eu não precisava agora era ela me confrontando.

- Bom dia, Alice – Ela falou sorrindo, mas quando me olhou fechou a cara – Algo errado?

- Não, só estou atrasada para a escola – Falei por cima do carro jogando a mochila no banco traseiro.

- Tem certeza que é só isso? – Ela é sensível demais, se eu ficar mais um minuto aqui vai descobrir que não tenho intenção alguma de ir pra escola.

- Claro – Afirmei e me forcei a sorrir para convencê-la – Agora preciso ir. Adeus Margareth.

Entrei no carro e o tirei da vaga, antes que ela percebesse as lágrimas nos meus olhos.

Dirigi para fora da cidade e só parei para abastecer quando já tinha passado por Port Angeles. Iria dirigir até Seattle e depois pegaria o trem para algum outro lugar no país, qualquer lugar menos Washington.

Minha barriga começou a reclamar, precisava parar e fazer uma refeição decente. Estacionei em um posto de gasolina que tinha uma lanchonete, a chuva estava começando e a impressão que tinha era que chovia mais que o normal em todo o estado, afinal já estava longe de Forks.

Entrei na lanchonete e o lugar estava vazio, sentei no balcão e peguei o cardápio engordurado.

- O que vai ser? – Uma mulher de meia idade parou na minha frente, parecia impaciente.

- Um cheese burguer – Pedi, ela balançou a cabeça e foi falar para o cara que ficava na chapa.

Virei a cabeça e vi uma viatura de policia estacionando, agora me sentia como uma fugitiva.

- Pra viagem – Falei pra ela e tirei o celular de dentro da bolsa para parecer despreocupada.

Os dois policiais entraram na lanchonete e sentaram em um booth perto da janela de vidro, pareciam não terem me notado.

Depois de cinco minutos a mulher trouxe meu lanche dentro de um saco de papel, paguei e sai da lanchonete andando casualmente para não chamar a atenção. Quando cheguei do lado de fora corri até o carro, mas só o suficiente para escapar da chuva.

Sai do posto e dirigi mais alguns minutos antes de encostar e comer o lanche que comprei, tinha gosto de gordura, mas isso não me importava no momento, estava comendo só para me manter em pé.

Voltei a dirigir e passei por uma placa que dizia que Seattle estava a 74 milhas de distância, em mais ou menos uma hora estaria na cidade.

A chuva ficou mais intensa e tive que reduzir a velocidade, não estava vendo a estrada claramente. Senti o carro jogar e depois percebi que passei por cima de alguma coisa. Parei no acostamento e coloquei o gorro do casaco de chuva, desci e vi o que pneu direito estava furado.

Trocar pneu deve ser uma tarefa fácil, especialmente na chuva. Abri o porta malas para tirar o estepe, já estava toda molhada.

- Oi Alice – Alguém falou perto de mim e senti meu corpo enrijecer e paralisar – Você não sabe o quanto esperei por você.

Engoli o bolo que se formou na minha garganta e me virei devagar para olhar quem estava falando comigo.

Ele tinha os cabelos compridos e loiros, a pele branca como cera e o pior de tudo os olhos vermelhos sangue, um vampiro.

Sorriu e balançou os dedos.

- Se lembra de mim? – Estava sem palavras para responder, seu rosto me era familiar, mas era um que já tinha esquecido a muito tempo.

Ele andou ao meu redor, me medindo e sorrindo. Parou do meu lado esquerdo e respirou fundo sorrindo de satisfação.

- Como senti falta desse cheiro – Passou os dedos pela minha orelha e pude sentir a pele fria como gelo – Você não me respondeu.

Olhei para ele, sentindo minha respiração falhar, estava aqui para me matar e dessa vez faria.

- Se lembra de mim? – Perguntou mais uma vez.

Neguei com a cabeça e ele fez cara de ofendido.

- Assim você me magoa. Vai me dizer que não se lembra da sua mãe gritando para que ficasse longe da menininha dela? – Ele voltou a andar em volta de mim.

Vi o passado voltar a mim como um flash. Minha mãe e eu morávamos em uma pequena casa perto da praia, uma noite estávamos sentadas na areia olhando o céu, quando ele pareceu, veio até mim, mas parou e recuou até minha mãe e ela me pediu para correr, entrei no mar ouvindo os seus gritos.

- Bem que eu queria ter matado as saudades antes – Ele falou cínico parando na minha frente – Mas você arrumou amiguinhos bem incomuns.

Sorriu alto e sua mão tocou a minha, queria me afastar, mas não conseguia me mexer.

- Desculpe pela roda – Ele falou jogando a cabeça de lado para olhar o meu pneu furado – Mas tinha que parar você de alguma forma.

- Me deixa ir – Consegui falar depois de reunir muita coragem.

Ele sorriu e coçou o queixo como quem pensa na possibilidade.

A imagem de Jasper veio a minha mente e lágrimas encheram os meus olhos se misturando com a chuva. Ele tinha ido embora para me proteger, mas mal podia imaginar que o que estava em mantendo segura era sua presença.

- Vamos fazer um jogo – Ele propôs – Eu vou te dar uma vantagem.

Isso seria inútil, já tinha visto do que eles são capazes.

- 10 minutos – Falou depois de pensar um pouco – Eu sugiro que você corra, naquela direção – Apontou para a floresta e sorriu mais uma vez.

- Você vai me matar – O acusei e ele sorriu.

- Claro que sim, mas antes quero ver você correr – Falou perto do meu rosto – Agora, antes que perca a paciência.

- Não – Não o divertiria com a minha vida.

- Você quem sabe – Jogou os ombros e o segundo seguinte estávamos parados no meio da floresta, não conseguia mais ver a estrada.

- Por favor – Pedi mais uma vez sentindo minha voz falhar com o choro.

- Desculpa não posso sequer prometer que não vai doer – Ele se aproximou de mim e segurou meu pescoço.

Estava prestes a morrer e tudo que conseguia pensar era como Jasper ficaria quando soubesse.

- Vai ser um prazer – Ele se aproximou do meu pescoço e o mordeu.

Senti a pior dor de minha vida, o sangue deixando minhas veias.

Ele me largou com um baque no chão e ouvi um rosnado.

Meu peito começou a arder e vi um lobo parando perto de mim e me cheirando. A dor aumentava como se fosse me partir em duas, estava ficando cada vez mais difícil respirar.

Quatro lobos cercaram o vampiro e ele começou a lutar com eles.

Fechei as mãos em punhos e queria gritar de dor, mas nenhum o som ficou preso na minha garganta.

- Vai ficar tudo bem – Edward segurou minha cabeça.

- Ela foi mordida a muito tempo, o veneno já atingiu o coração – Carlisle parou ao meu lado e segurou meu braço.

- Está queimando – Foi a uma coisa que consegui falar.

- Eu sinto muito, Alice – Foi a ultima coisa que ouvi até que o fogo me consumiu e não consegui prestar mais atenção em nada.

Me desculpe, Jasper.



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Notas finais do capítulo

N/A: Olá minhas florzinhas

Adoro o James, não poderia deixá-lo fora dessa fic.

Só mais um para o final.


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Hora merchan:

Para quem leu a Quem você pensa que é?, e não se agüentava de curiosidade para saber se teria ou não uma continuação, suas duvidas acabaram, vem ai: Quem você pensa que é? 2...anos depois, Eles ainda se odeiam, mas de um jeito diferente. Primeiro capitulo no ar.

Fogo, Jasper vestido de bombeiro, acho que é toda a propaganda que preciso fazer, kk. Prefácio no ar.

Hora merchan off


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Recado da dona da fic

Tanta dor, sofrimento, que eu ainda continuo depressiva.

A Alice também é um pouco impulsiva, deixou Forks e talz, e deu no que deu.

O James brincou de pega- pega com ela e pegou. Agora temos que ver no que vai dar.

Até o próximo capitulo,

Mordidinhas da Máh.


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Beijos e até uma próxima leitura.