Cartas para você - Cato e Clove escrita por Scoutt


Capítulo 35
O Anjo do Coração Podre e Desertor - Kaela


Notas iniciais do capítulo

ALERTA: personagem novooooooooooooooooooo ♥
ai vcs se perguntam, como diabos vc quer acabar com a fic se tu poem um personagem novo mulher? ahhh gente, slá, mas esse personagem é extreme necessário, minha "Celeste" merece um pouco de carinho, eu me apeguei a ela e não posso simplesmente matá-la!!!1
bj no core do Team Anti-Kaela



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Kaela

Eu observei enquanto Kali caminhava para longe de mim, nada poderia acontecer de pior que isso, não existe ninguém, ninguém que poderia ter destruído mais minha vida que aquela garota pequena com cara de anjo, e coração podre.

***

Kali

Eu não tinha ideia que ver o espanto no rosto de Kaela depois de 6 anos me faria tão feliz, ela iria aprender a controlar a língua dessa vez, ela iria perceber que eu nunca me forcei para manipular a história, as pessoas simplesmente acreditam em quem parece mais verdadeira, então, que coloquemos as atrizes no palco!

***

Kaela desceu de encontro a cidade, iria arrumar algo para ocupar a mente, talvez ir ao centro de pesquisa? Fazia cerca de um mês que ela tinha desistido de continuar lá, mas mesmo assim os pés a guiaram para a antiga casa de vitoriosos que ficava próximo ao porto.

– Olá, será que eu atrapalho se ficar aqui hoje? – ela exclamou parada à porta, uma ruiva levantou a cabeça das anotações que fazia.

– Kaela? Oh, não, entre. Cuidado... – antes que ela entendesse ao que ela tinha que ter cuidado, algo se chocou as suas costas e ela foi direto ao chão, salva pela mão que à amparou da queda eminente. – Cuidado com o Keaton.

Kaela riu por quase cair, então olhou para cima, para seja lá quem estava a segurando para agradecer, o cara tirou a caixa que estava atrapalhando sua visão e a colocou no chão, tudo que Kaela conseguia ver era a massa de cabelos pretos, até que ele ergueu a cabeça, e ela gelou.

– Kent? – a voz saiu como um sussurro, ela teve o impulso de esbofeteá-lo, mas como ia explicar à Benny sem ela achar que ela tinha voltado a ter ataques, coisa que ela nunca teve realmente?

– Kaela? Então você ainda está por aqui. – ele sorriu, ela queria matá-lo.

– Então vocês se conhecem? Puxa, isso é bem, Kaela pode te ajudar a qualquer hora então? – Benny era ruiva, mas às vezes Kaela achava que ela tinha uma alma de loira, porque as burrices que ela colocava em palavras eram enormes, não que ela pudesse culpar a coitada de não ter sacado a tensão entre os dois, ou talvez só da parte de Kaela.

– É, sabe o que é Benny, eu só passei pra dizer oi, eu tenho que ir... er... Eu tenho que ir. – ela saiu sem dar mais explicações.

E eu pensava que não poderia acontecer mais nada para estragar meu dia, e eu pensando que nunca mais teria que aturar aquilo, isso só pode ser um complô para mim!

***

– Ei Benny... – a ruiva olhou o moreno de soslaio e assentiu – Kaela ainda mora no mesmo lugar?

Depois de entender o novo caminho para a casa da garota, Kent se despediu e saiu do prédio em direção as terras mais altas, até as casas iguais, na casa dos Meyers não encontrou ninguém, mas a vizinha o ajudou bastante quando ele estava quase desistindo.

– Procurando Kaela? – uma senhora o perguntou da varanda da casa ao lado, ele caminhou para chegar a frente da casa vizinha.

– Sim, sabe se ela demora?

– Acho que demora sim. – ele fez uma careta e a senhora sorriu – Ela deve estar na cachoeira. – quando ele fez outra careta, ela riu. – Não sabe chegar lá, não é?

– Creio que não, faz muito tempo que eu vim aqui.

– Siga a trilha e você vai ouvir o barulho da queda, não tem perigo de se perder.

– Obrigado. – ele sorriu e saiu andando pela trilha.

***

Joguei uma pedra na água, droga, droga, droga. Arranquei minha blusa e os shorts, revelando o biquíni que a muito eu aprendi que devia usar se não quisesse voltar toda molhada para casa, me joguei na água, que estava fria de encontro a minha pele, mergulhei e fiquei embaixo d’água até o ar se tornar necessário.

– Tentando se matar querida? – ouviu a voz e sorriu para si mesma, pronto, estava ouvindo coisas, seria impossível que ele estivesse ali, ele não tinha porque procurá-la, mas ficou parada ao vê-lo de pé sobre a pedra onde outrora ela esteve, limpo do rosto as gostas que a embaçava a visão e o fitou com uma calma contida.

– Me chame de querida de novo e você não terá língua. – ele sorriu e arrancou de si a camisa, antes de mergulhar, saindo próximo a ela – O que você está fazendo?

– Que foi Meyers? Não lembra de quando nadávamos juntos?

– E eu devia lembrar? Devia lembrar de como você me deu as costas também? – o rosto de quem se contorceu em uma careta.

– Ora, vamos lá, não foi assim. – ele se aproximou – Como eu poderia sonhar que meu pai era um pacificador idiota que fugiu com uma garota da capital que por “coincidência” é minha mãe? Por deus, eu tinha o quê, 12 anos! Eu não podia simplesmente decidir ficar aqui sozinho não é?

Você podia ter ficado comigo”, ela queria gritar, mas não o fez, nadou para se afastar.

– Não, não, não. – ele nadou e ficou na frente dela antes que ela chegasse perto da margem – Você vai ficar com raiva de mim pra sempre?

– Pretendo. – se você deixar, quase completou.

– Sei que eu era seu melhor amigo, mas eu não podia arriscar ver meus pais serem acoitados em praça publica só porque eu queria ficar.

– Você queria ficar? – deixou escapar.

– Claro. Eu nasci aqui, eu gostava daqui.

– Isso não faz diferença, e eu acho, que pro seu bem, você devia se afastar de mim, eu não sou mais aquela menininha de quem sua mãe gostava e que todos achavam que era um exemplo, nesses 6 anos muita coisa ruiu daquele antiga menina, ela cresceu e... E descobriu que ser boazinha dá azar. – ela tentou falar no tom mais desprezível que pudesse, ela queria chorar por ter que destruir a imagem que Kent tinha dela, entretanto, era necessário.

Ouviu-o praguejar antes de puxá-la pelo braço.

– O quê você pode ter feito de tão ruim? Matou aquela peste que te perturbava? Como era o nome mesmo, Kali? – ela sorriu com sarcasmo.

– Quem dera fosse isso, teria me poupado muita coisa. – tentou nadar de novo, mas o braço ainda estava preso em um aperto de ferro. – Ei Keaton, me solte, nada que você falar vai me fazer esquecer que querendo ou não, você foi embora há muito tempo.

– E como isso te afeta? – ele se aproximou – Eu fui embora sim, e daí? Sua reputação não é a mesma? Tsc, isso é ruim, mas também devo dizer que a minha está tão suja quanto a sua, ou mais.

– Ah é? Duvido, o que você fez, usou o tom errado em uma festa da capital? – ela pensou que aquilo fosse o bastante para ele se mandar, mas ele apenas riu.

– Não, digamos que eu gostasse de amedrontar as garotas na festa, até conseguir o que eu queria delas. – ela o encarou, sua máscara de frieza caiu diante aquelas palavras, ela o odiava, agora sim, ela o odiava, ela riu sem emoção.

– Bravo Kent. – conseguiu forçar um sorriso. – Então eu acho que você mudou muito não? – ele a fitou por um momento, e ela acrescentou em um sussurro. -... Mas eu preferia o você de antes. – puxou o braço das mãos dele e nadou para a margem, ele não a impediu ou a chamou, ela pegou suas coisas e caminhou para longe, parando apenas para colocar os shorts.

***

Das duas uma, ou eu sou um idiota, ou Kaela tem algum transtorno mental que a deixa sensível ao mesmo tempo em que com uma ferocidade imensa nas palavras.

– Keaton, você vai mesmo catalogar as pesquisas, ou vai apenas ficar batendo a caneta na mesa? – Benny o tirou do transe.

– Ah, tá, vou catalogar sim... Er, Benny?

– Hmmm?

– O quê você sabe sobre a Kaela? – a ruiva ergueu a cabeça das anotações.

– Ué, achei que vocês se conhecessem. – deu de ombros – Bem, eu tô aqui há um ano e meio, e a reputação da menina é ruim viu, mas ela é legal, quando o centro abriu ela passou uns 6 ou 7 meses fazendo estágio aqui, mas faz um mês que desistiu.

– Reputação ruim é? – ele não deu o braço a torcer.

– É, ela teve uns probleminhas na escola, coisa que garotas não deveriam ter. Beijando professores, colocando a culpa em terceiros e arrumando briga com a “culpada”, segundo o que eu ouvi claro, porque Kaela não parece tão.. er, tão, ah sei lá, mas eu não acho que faça o gênio dela fazer isso.

–Também não. – se tem uma história mal contada é essa.

***

Kali

Depois de passar em casa e ouvir pela milésima vez que eu não arrumasse confusão, eu estava andando pela cidade, hoje eu não era culpada ou vitima, hoje eu não era ninguém, o que era bom.

Passando pela parte rural, eu cheguei as grandes prédios que seriam casas de vitoriosos e fiquei olhando, como eu queria morar numa casa assim, mas depois da rebelião a maior parte das casas agora eram escolas, hospitais e aqui tinha um centro de pesquisa de cultivo ou algo assim, enquanto ela debatia consigo mesma o que diabos aquele centro fazia, um moreno alto saiu do prédio, ela sorriu em conhecimento, quando percebeu quem era, ora ora, o inferno chegou cedo para minha Kadelinha.

***

– Olá. – ela se colocou caminhando ao lado do garoto.

– Olá? Eu conheço voc... – as palavras morreram e aquilo a agradou. – Ah, você, maravilha. – ele apressou o passo, ela fez o mesmo.

– Ah Kent, o que foi, não sentiu saudades?

– Ah, me poupe Kali, a última coisa que eu sentiria de você é saudade, você é um demônio. – coloquei a mão no peito fingindo estar ofendida.

– Sério, já ouvi me dizerem que pareço um anjo, modéstia a parte.

– Um anjo com um coração podre.

– Oh, que tocante. – deixei a falsa doçura para trás – Como está a sua amiguinha, isso é, se ainda são amigos, ela ficou tão sozinha naquele tempo, nos até ficamos amigas. – ele parou.

– Então tá explicado, ou você foi uma boa professora, ou uma atriz perfeita. Kaela não fez nada do que falam, não é? – o encarei inocentemente, fiz biquinho enquanto falava calmante.

– Muito bonito da sua parte acreditar que sua amiga não fez nada, mas sim, ela fez, eu vi. – ri no final, não dava pra resistir em pensar que alguém podia acreditar no que eu digo, realmente, as pessoas acreditam no que querem acreditar.

Keaton me pegou pelo braço e me puxou enquanto caminhava, o defensor da donzela em perigo ia tentar algo.


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