Eu estava acabada, não tive forças para encarar aquele sol nascendo feliz lá fora, eu queria morrer!

Céci estranhou, mas preferiu não cutucar o dragão com vara curta, me deixou quieta assim como minha mãe, eu estava um caco, queria me matar, ao mesmo tempo em que queria bater em Cato e de brinde transformar Kaela em pó. Fiquei assim por um longo tempo, pequeno no calendário, mas enorme para o meu coração que se desfazia mais a cada segundo.

***

Acordei com uma ressaca horrível, mas ainda assim fui correr naqueles campos gigantes. Estava jogado na grama pensando em como tinha sido idiota, mas eu ainda estava muito puto com tudo aquilo, quem aquele cara acha que é pra ficar todo amiguinho da Clove?

Ahhh! Eu quero morrer!

Eu me levantei e voltei para casa, e se meu dia já estava ruim, ficou pior com a pessoa que se materializou na minha frente assim que apareci na cozinha.

– Bom dia Cato! – Kaela sorria como se tivesse ganhado na loteria.

– Bom dia, agora sai da minha frente. – empurrei-a para o lado e peguei uma xícara de café antes de subir de dois em dói degraus para o meu quarto, estava sentado em frente à mesa quando Kaela saiu entrando no meu quarto do nada. – Ei!

– Você é desprezível! Você me beijou ontem e hoje me trata como se nada tivesse acontecido? – ela parecia genuinamente com raiva.

– Se você fosse menos oferecida talvez, e se eu tivesse te beijado, não o contrário, talvez sim. Mas a única pessoa desprezível aqui – me levantei da cadeira e a fiz ela recuar de volta para o corredor -, é você, porque foi você que me puxou para te beijar e eu não estava muito bem.

Ela inda estava com a boca aberta pra falar algo quando eu fechei a porta e tranquei, ela ainda gritou algo, mas eu não estava nem ai, terminei meu café e voltei a dormir.

***

Já tinha sido uma semana, eu estava um lixo, Cato não me mandou nenhuma carta, ou ligou ou ao menos um sms, eu estava pirando, Céci não percebeu muito, já que estava ocupada com seu mais novo “amigo”, um pescador gostoso chamado Rocco. Eu não tinha o que fazer em casa, então fui para a casa de Annie ajudá-la com as bijuterias que ela gostava de fazer.

Cheguei à porta da casa de vitoriosos onde Annie morava, nem perdi meu tempo tocando a campainha, sai entrando e a achei sentada numa poltrona de cabeça baixa, muito ocupada em um colar ou algo do tipo.

– Olá Annie. – Annie ergueu um rosto sorridente, mas fechou a cara.

– Tá doente Clove? – balancei a cabeça dizendo não – Então com fome?

– Não! Só estou meio... err...

– Depressiva? Chateada? De coração partido? – olhei para ela rápido demais, fui pega na armadilha – Oh Clove! Não foi o Emmett, foi?

– NÃO! É não! Claro que não, me desculpe me irritei um pouco. É, foi algo que algo sobre Cato, eu acho que eu lhe disse que estávamos namorando.

– Oh, sim você disse. Mas o que houve? – ela tinha uma preocupação genuína na voz, olhei ao redor – Não se preocupe, Emmett e Finn foram para a praia e não voltam tão cedo.

– Foi na semana passada durante a feira, ele me viu junto com Emmett e nem sequer quis me ouvir, eu... eu – passei a língua nos lábios e estava me segurando para não chorar, sorri para disfarçar – Eu ainda falei com ele, tentei explicar tudo, mas ele estava com muita raiva, muita raiva mesmo Annie. Ele simplesmente me deixou lá, me ignorou completamente. Eu só estava junto com o Emmett rindo, como amigos, ele não fez nada que Cato não pudesse gostar! – eu já estava começando a ficar irritada, irritada com Cato. Como ele pode ser tão... tão... arghhhh! Eu o odeio! Isso devia estar na minha cara, porque do nada Annie começou a rir, eu já estava me preparando para dizer umas poucas e boas, quando ela falou algo.

– Ciúmes. Cato estava com ciúmes e medo de te perder – eu a encarava sem entender nada, Cato? Ciúmes? Impossível.–, pense Clove, ele te perdeu para a arena uma vez, te perder para Emmett não seria menos ruim.

Cocei a cabeça. - Você acha?

– Claro! Ele vai ver o que fez e vai voltar atrás, só espere um pouco. – ela parou um pouco, pensando – Hmm venha comigo amanhã para Esperança, eu vou visitar Katniss e Peeta e quero que você vá junto.

Sorri meio envergonhada por estar preste a recusar, acho que Annie não lembrava que eu, Katniss e Peeta não éramos muito “amigos”.

– Annie, eu acho melhor não, você sabe – cocei a cabeça -, eu tentei matar Katniss umas vezes, acho que ela não vai me receber bem.

– Besteira! Eu falei com ela sobre você por telefone, ela realmente pareceu chateada por saber que você estava viva a princípio, mas depois de eu falar sobre como você estava sendo ela ficou mais calma, disse até que viria me ver qualquer dia para te dar um ‘oi’.

– Se você acha que não tem problemas, tudo bem então, que horas?

– Pode me encontrar na estação às 10 da manhã?

– Okay. – não posso acreditar que vou ver o lover boy e a garota em chamas depois de quase ter matado eles algumas vezes.

Cheguei em casa e fiquei jogada na cama o resto do dia, Céci apareceu e eu falei para ela que sairia amanhã com Annie, ela disse que também iria sair, com quem? Com quem? Claro que com o deus grego do seu novo “amigo”, também conhecido como pretendente em potencial a namorado.

Fiquei olhando o celular por um enorme tempo, então decidi que dane-se a hora, eu iria dormir agora mesmo e só acordaria amanhã!

***

Fazia uma semana, uma semana e nada da Clove me ligar, será que ela desistiu de tentar falar comigo depois daquilo? Meu telefone tocou, era um numero desconhecido.

– Alô?

– Cato? – uma voz feminina perguntou.

– Err... Sim?

– Meu nome é Annie, eu sou amiga da Clove. – ohh, perfeito, alguém vai brigar comigo! – Eu também sou meio que prima do Emmett, o garoto que você viu com ela – quer dizer que o ruivo tem nome? -, e você precisa acreditar, não era nada do que você deve ter pensado, Clove só estava sozinha já que Céci arrumou um “amigo” – senti ela ironizar a palavra ‘amigo’ -, ela esteve comigo o tempo todo, e só saiu quando ela e Emmett fora atrás do meu filho que de alguma forma tinha entrado num barco do túnel e saído do mesmo do estranho, Clove gosta de você.

– Bem, eu sei que fui idiota, mas eu só estava... sei lá, eu estava com raiva. – ouvi uma risadinha do outro lado da linha, o quê tinha graça naquilo?

– Você estava era com ciúmes. Mas eu queria lhe perguntar algo, você pode ir até Esperança amanhã? Lá pelas 8:30 da manhã? Eu vou estar lá, então nos conversamos melhor? – eu estava passando meus dias em casa, desde que minha mãe confundiu minha ressaca com alguma virose, então porque não.

– Okay, eu vou.

– Ótimo, você conhece Peeta, não? – murmurei um ‘Uhum’, isso não vai prestar – Ele vai lhe encontrar na estação, nada de ‘acho melhor não porque na arena’, esqueça a arena ok?

– Hmm, okay.

Eu estava cansado e ainda teria que encontrar com o lover boy amanhã. Desci a jantei, ainda tive um vislumbre de Kaela entrando depois do jantar, mas desde nossa briga na porta do meu quarto eu não falo com ela, então subi, tomei um banho e fui para cama, o dia amanhã seria longo.