Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 5
Capitulo 5 - Je T'aime.... Moi Non Plus


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo pessoal. Obrigada por todos os comentários no capitulo anterior. Continuem comentando, nossos egos agradecem o feedback. :)) Esperamos que gostem desse capitulo! :))



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Capitulo 5 Je T'aime.... Moi Non Plus

”Je ne sais pas si je trouve mes yeux dans tes yeux.

Je ne sais pas adoucir ma douleur avec vous,

mais où je vais prendre votre regard

et où tu ma douleur.”

“Já não sei se encontrarão os meus olhos nos teus olhos.

Já não se adoçará junto a ti a minha dor,

mas por onde for levarei o teu olhar

e para onde fores levarás a minha dor.”

Eu mal percebi que o que passou zunindo e se espatifou na parede era o meu celular. Caroline saiu de cima de mim ao mesmo tempo em que me arremessou contra a cabeceira da cama. O impacto deve ter sido ouvido no hotel inteiro.

–Você está maluca?

–Quem é Alex?

–Outra vez essa pergunta. Você sabe....

Então eu parei e percebi o que tinha acontecido e lembrei que deveria almoçar com a Alex naquela manhã. Eu pretendia desfrutar da noite de Paris com Caroline, mas as negociações com Alex tinham que ser feitas cuidadosamente, então eu não poderia dispensa-la . Estava tentando me dividir...Olhei para meu telefone em pedaços, peguei o do quarto e liguei pra recepção:

–Pode avisar por favor a senhorita que está no saguão que desço em alguns minutos. Ah, e sirva champanhe a ela como desculpa pelo meu atraso.

Caroline parecia uma estátua de cera do outro lado do quarto, sentada na poltrona e enrolada com um lençol como se eu nunca a tivesse visto sem roupa antes. Eu cheguei perto:

–Fique longe de mim.

–Alex representa negócios.

–Alex é uma mulher.

–Sim, ela é. E também uma bruxa extremamente poderosa com quem eu preciso me aliar, se quiser governar minha cidade sem correr riscos de motins ou traições.

–E você negocia isso como? Dormindo com ela?

Eu respirei fundo. Ela não queria realmente saber dos meus planos para a minha cidade, do meu reinado, do que eu pensava sobre equilíbrio do mundo sobrenatural. Nada disso pra ela importava porque nesse aspecto eu era apenas o sádico megalomaníaco. Alí ela era apenas a garota mimada com ciumes de que alguém também usasse o seu brinquedo.

–Eu diria que ela tem sido também uma boa distração, uma boa companhia, alguém que perece entender perfeitamente o meu universo, com quem eu posso falar de igual pra igual. Uma mulher madura e não uma garota temperamental que não sabe o que quer da vida....E um excelente antídoto contra o meu desejo de agarrar você todos os dias quando chego e você está quase nua no que seria o meu lado da cama.

Ela bateu palmas como se estivesse louca, os olhos dela na verdade pareciam loucos.

–Excelente, Klaus! Parece que você encontrou a pessoa certa pra sua vida. Eu só não entendo porque o cara que sai pra encontrar a sua musa inspiradora volta tão faminto pela garota temperamental que não sabe o que quer da vida. Ou eu entendi errado e o que fizemos agora foi a forma que você encontrou pra que eu lhe pague pela viagem? Eu não sou sua puta!

Cheguei mais perto dela. Eu estava enfurecido a ponto de sentir meus dedos afundarem na poltrona, se eu não mantivesse minhas mãos longe, aquilo seriam os braços de Caroline se fragmentando:

–Que tipo de garota idiota é você que pensa que estou te tratando como prostituta? Você acha realmente que eu preciso pagar uma prostituta?

Se havia medo nos olhos dela, ele foi ofuscado pelo rancor, ódio , fúria ou seja lá o que for que ela estava sentindo.

–Claro que não, você pode compelir o mundo inteiro pra transar com você.

–Da mesma maneira que compeli você agora não foi? Da mesma maneira que compeli você pra vir comigo, pra me provocar a cada segundo dessa viagem?

Os braços da poltrona estavam destruídos pela minha ira, ela levantou, tentando passar por mim, a respiração dela, o lençol fino entre nossos corpos nus, aquilo estava me deixando com tesão outra vez, mas ela não podia ganhar o jogo.

–Essa é a minha deixa pra sair da sua vida Klaus. Eu vou embora.

Joguei ela de volta na poltrona que deslizou batendo de encontro a parede. Fui até lá, estava em cima dela outra vez.

–Não se atreva a ir embora de Paris sem mim. Não se atreva a brincar de esconde-esconde comigo. Eu não sou seu brinquedinho, Caroline. Mas já que você quer bancar a garota mimada comigo eu vou te tratar como deve ser. Você vai voltar comigo e nós não vamos voltar pra New Orleans. Eu vou levar você até Mystic Falls e entregar você a sua mãe e dizer a ela que cuide de você até que você esteja pronta pra viver no mundo dos adultos.

–Você não se atreveria! Você não pode fazer isso e você não pode me obrigar a ficar aqui...

–Na verdade eu posso. Sim, Caroline eu posso compelir, eu posso manipular.... E eu estou sendo agora misericordioso e dando a garota de cidade pequena a chance de desfrutar dessa cidade. E você pode escolher entre fazer isso da forma como você planejou ou fazer isso colada nessa cadeira até que um dia eu decida voltar e te levar embora.

Eu estava literalmente em cima dela e a tensão sexual que existia entre a gente naquele momento me deixava ainda mais irado. Eu tinha transado com ela, ela tinha destruído meu telefone, ela tinha me dito coisas estúpidas, nós estávamos brigando...então porque porra meu pau estava duro só por encostar nela?

–Vá. Você parece pronto pra encontrar a sua...."garota perfeita".

Ela realmente sabia jogar. Havia quase um sorriso irônico por trás da maneira rude como ela me disse isso. Eu busquei revanche colocando minha mão sob o lençol indo exatamente entre as pernas dela, ela as contraiu fechadas, eu forcei. Eu sabia que ela não tinha repulsa pelo toque, ela apenas não queria que eu percebesse o que eu já sabia. Ela estava molhada. Foi minha vez de expor o sorriso cínico.

–Tenho que ir, Caroline, um cavalheiro não deve deixar uma dama esperando. Ah...e nós temos uma agenda hoje a noite...combinamos ontem.

–Filho da puta.

Eu ignorei e fui direto tomar banho, me vestir e parecer apresentável. Por sorte Alex parecia bem humorada sendo cortejada por todos os homens que trabalhavam no hotel naquele dia.

–Eu espero que o champanhe tenha servido um pouco como substituto a minha companhia.

–Nada substitui a sua companhia Niklaus, ela disse rindo graciosamente.

Observando os gestos dela eu poderia dizer que ela seria a companheira perfeita pra Elijah e toda sua nobreza. Ela certamente se interessaria por ele e ele poderia continuar seguindo o ciclo de ficar com as mulheres que eu tenho usado de alguma forma, com algum propósito e deixado pelo caminho.

Por sorte Alex não era só uma bruxa poderosa, ela também entendia suficiente de tecnologia pra me levar pra comprar um aparelho novo e tudo o que tive que fazer foi inserir o meu chip torcendo pra que os meus contatos estivessem gravados nele.

A lista de museus que Alex queria que eu visse a fim de me mostrar peças que ela havia roubado e substituído por réplicas para usar as originais em rituais de bruxaria , era imensa. Mas eu não tinha desistido da minha agenda para Caroline a noite e Alex sabia que eu tinha uma agenda nocturna.

–Não se preocupe, você vai estar liberado a noite para sua garota misteriosa.

O comentário dela me pegou de surpresa, mas eu fingi não me abalar. É claro que alguém já tinha falado pra ela que eu não estava sozinho em Paris. Eu havia acompanhado Caroline em vários programas tediosos de compras. Mas se ela disse "garota misteriosa" é porque ela não sabia o nome. Então Rebekah iria finalmente me servir pra alguma coisa.

–Uma vampira loira. É a minha irmã, Rebekah.

–Sua irmã está aqui? Porque não fomos apresentadas?

–Rebekah tem problemas de socialização, melhor deixa-la assim, acredite você não está perdendo nada por não conhece-la.

–Que pena que é sua irmã. Me informaram que é uma loira extremamente bonita. Se não fosse sua irmã poderíamos fazer coisas interessantes, os três. Ou sua família não liga pra essas regras bobas mundanas?

–Eu não pegaria a Rebekah nem que ela não fosse minha irmã.

Alex pareceu entender o meu recado. E eu fiquei imaginando o que de "interessante" Caroline seria capaz de fazer comigo e com ela se eu fosse louco o bastante de fazer a proposta. Objetos voando, móveis incendiados, meu novo celular se esborrachando no asfalto da Champs-Élysées não me pareceram imagens mentais interessantes.

Voltei ao hotel e Caroline não estava no quarto mas havia um bilhete: "Não voltei sem você. Estou curtindo Paris do meu jeito, de acordo com a minha mente de garota de cidade pequena. Não esperei por você porque certamente isso não seria interessante para alguém tão cosmopolita" PS- Lembre se que eu não sou Katherine, não tenho razões para fugir.

Então aquilo era um jogo de gato e rato em Paris, Caroline? Eu tinha que cancelar meus planos de uma noite perfeita com você e te procurar aleatoriamente na cidade que tem a noite mais movimentada do mundo? Eu fiz uma lista mental de todas as coisas que eu iria dizer a Liz Forbes quando fosse entregar a filha pra ela. E eu pretendia fazer isso em grande estilo, eu não seria nem um pouco discreto.

Porque, de todas as mulheres da face da terra, eu estava envolvido com uma como ela? Damon um dia me disse que Elena o havia perdoado porque todas as más ações dele tinham um propósito. Mas que Caroline não me perdoaria porque todas as minhas más ações não tinham propósitos. A verdade é que Elena conseguiu enxergar a verdade dos propósitos dele e aceita-lo como ele é, mas Caroline não consegue nem mesmo dialogar comigo sobre os meus propósitos. Ela, ou faz minha análise psicológica-, ou simplesmente não quer saber de nada a respeito.

Eu comecei a procurar por ela no Quartier Latin, a musica alta dos bares a mistura de cheiros dos restaurantes daquele bairro anunciaram desde a minha chegada que não seria uma tarefa fácil. Eu tive que me controlar bastante para não arrancar as cabeças dos gentis donos de restaurantes que insistem em tratar os turistas como presas que precisam ser caçadas. Havia alguém dançando tango e uma cabeça loira aplaudia efusivamente na roda que se formava em torno dos dançarinos, saí tentando romper a multidão e puxei a dona da cabeça pelo braço e quando ela se virou percebi que na verdade "ela" era "ele" o travesti me olhou e lambeu os lábios:

–Adoro homens violentos.

"Não, você, não adora". Eu soltei o sujeito e saí dali antes que tivesse que protagonizar um assassinato em massa que colocasse em risco a minha aliança com a Alex, que me fez prometer ser discreto na "cidade dela".

Não, Caroline não estava alí. E Paris é aquela cidade onde se locomover de carro é uma odisseia, mas eu preferi isso a ter que enfrentar o metro e todas aquelas pessoas com cheiro de morte que perambulam nas estações a noite.

O engarrafamento me deu tempo para olhar para um cartaz que anunciava um desfile aberto de moda em Saint-Germain-des-Prés, isso seria bem a cara dela, então vamos lá.

Compeli um cara pra me dar a última vaga disponível no estacionamento.

As boutiques do bairro estavam ao que me parece fazendo uma mostra de suas coleções. Era bom Caroline estar aqui porque as garotas que estavam desfilando no momento eram uma visão que conseguiria me entreter enquanto ela estaria prestando atenção nas roupas e querendo comprar todas.

Eu dei uma volta em todo o local do evento, estava bem mais calmo do que no Quartier Latin e eu pude constatar mais facilmente que ela não estava lá. Onde aquela estúpida se meteu? Eu ponderei se valia a pena sair e procura-la ou ficar ali e compelir três daquelas modelos pra que me servissem até o amanhecer. Mas algo como um instinto me disse que eu devia procurar aquela maluca, antes que ela arruinasse meus planos de ser discreto na cidade da Alex.

Um garoto me entrega um panfleto, uma festa em um clube noturno chamado Palais Maillot . Li as atrações da noite,aquilo parecia ser bem o tipo de música do qual ela gostava e que eu não conseguiria passar um minuto ouvindo sem querer matar um. Com o trânsito caótico eu levaria meia hora pra chegar até lá.

A música ensurdecedora quase me fez desistir de entrar e esperar por ela alí mesmo, caso ela estivesse lá dentro , quando ela resolvesse sair. Havia uma fila de pessoas desesperadas aguardando na entrada, eu ia compelir o porteiro pra me deixar passar quando o telefone toca, olhei o display pensando ser Caroline que criou algum tipo de juízo e retornou minhas ligações. Era Alex.

–Klaus, parece que sua irmã está prestes a dar problemas na minha cidade. Pode fazer com que ela seja só um pouco mais discreta, agindo como um ser humano comum?

Por um minuto eu havia esquecido da mentira que contei para Alex sobre Caroline ser Rebekah.

–Na verdade eu a estou procurando Alex. Tem alguma idéia de onde ela possa estar agora?

–Moulin Rouge, meu bem, onde mais? Ela pode até ser anti social como você disse, mas parece que a garota sabe onde buscar diversão.

–Eu vou busca - la.

–Bem, pelas informações que recebi ela não fez nada grave...ainda. Então apresse-se, querido.

Moulin Rouge! Tão óbvio! Porque eu não pensei nisso antes? Porque eu não lembrei que daquela vez em que ela brigou comigo foi curtir a noite quase se prostituindo na minha cidade? Claro...claro que ela iria pra o outro lado da cidade, bem longe do nosso hotel, mas em um local extremamente óbvio. O famoso Moulin Rouge e seu bairro que cheira a luxúria, onde tudo parece feito pra te proporcionar uma estadia realmente boa em Paris. Museu erótico, sexy shop, casas de diversão para adultos. Você encontra espaço pra qualquer tipo de fantasia. E eu a deixei molhada e extremamente irritada comigo hoje de manhã.

***************************************

–ELE ME CHAMOU DE CAIPIRA, praticamente!

Eu estava gritando dentro do táxi. O motorista já sem sabia o que fazer. Compelido para me ouvir calado e só dar opinião quando devidamente solicitada.

– Ele me trouxe para Paris… para comer outra mulher. Você está entendendo o quanto isso é fodido?

– Vocês são casados?

O olhar com o qual eu encarei o retrovisor foi o suficiente para o taxista saber que aquela pergunta tinha sido ofensiva.

– Ele disse que queria ser o último. Ele só esqueceu de me falar que eu seria só mais uma. Eu realmente achei que de alguma forma doentia e distorcida eu era especial para aquele filho de uma arreganhada. Você entende?

– Senhorita, você devia se acalmar. Aquelas pessoas que a senhora atacou na rua podem lhe trazer problemas. Aqui existem muitos gangues de rua, não é seguro uma moça como a senhorita – ele percorreu meu corpo com o olhar, como que tentando me fazer entender onde ele queria chegar sem dizer as palavras necessárias – ficar andando por aí na rua arrumando confusão e falando sobre como um vampiro, lobisomem que tentou matar a senhorita, transformou o seu ex namorado, e matou a mae dele entre dezenas de outras pessoas… Não é todo mundo que é tolerante com pessoas como a senhorita….

– Pessoas como eu? Como assim? - Eu já tinha compelido o taxista para esquecer tudo que eu falei assim que eu pusesse o pé para fora do Taxi, então podia falar o que eu quisesse….

– Especiais.

Fiquei emocionada com a sensibilidade do senhor. Tão bondoso.

– Se a senhorita quiser, eu posso leva la a instituição onde a senhorinha estava internada com segurança, e avisar os seus familiares que teve um surto.

Surto? Internada? Instituição? Filho da mãe. Ele disse que eu era “especial” porque ele achava que eu era doente mental.

Em vez de ficar frustrada até a medula, eu comecei a rir desesperadamente, quase me engasgando, deixando o senhor um pouco mais preocupado do que ele já estava.

Eu estava passando por doente mental porque estava me corroendo de ciúmes de Klaus com Alex! Meu Deus, realmente eu não deveria estar muito boa da cabeça para estar pagando um mico desses, e me humilhando para um taxista que só estava ouvindo meus devaneios porque eu o compeli.

Se Klaus queria estar com Alex, era com ele mesmo. Se ninguém é de ninguém então que comece a festa.

– Moulin Rouge por favor. Eu quero ir para lá.

– Sozinha senhorita? – O taxista realmente estava preocupado comigo e com o meu estado mental. Isso era meio que fofo.

– Sozinha nunca. Lá estará cheio de gente. Estarei muito bem acompanhada. – Ele fez um retorno de forma brusca e partimos em direcção a minha última noite em Paris. Não ia perder mais um segundo da minha eternidade pensando da filha da putice que o Klaus tinha feito comigo.

Ao entrarmos na rua, eu tive a certeza de que eu estava no lugar certo. Numa só palavra, luxúria.

– A senhorita quer ver um show do Moulin Rouge ? – o taxista perguntou meio que tentando entender o que a louca pretendia num lugar como aquele.

– Ver? – eu ri – eu pretendendo ser o show.

– A senhorita é bailarina? Porque a única forma de você fazer um show lá é sendo bailarina. E boa, muito boa.

– Boa noite. Obrigada pela viagem. E por me ouvir. Eu coloquei algumas notas no banco e sai do táxi. Decidida.

Eu não achei que seria realmente difícil, mas a segurança do lugar era apertada, e eu tinha tido que compelir mais de 10 seguranças e alguns managers para entrar. Também foi necessário compelir as bailarinas que iam se apresentar essa noite. E o pessoal de serviço nos corredores. Mas ninguém naquela joça de cidade ia me impedir de fazer o que eu queria. Eu já estava vestida adequadamente, quer dizer, despida adequadamente. Aquilo que eles chamam de roupa de apresentação eram umas pequenas linhas de contas brilhantes que tapavam praticamente nada. A única coisa que elas faziam era chamar atenção para o lugar onde estavam colocadas com todo o cuidado. Me fazia lembrar algumas fantasias insólitas que eu via as mulheres usarem no carnaval brasileiro, a única coisa que tapava o corpo delas era purpurina. No meu caso algumas contas nos lugares certos, e um enfeite de penas nas costas, como se as costas eu não pudesse mostrar, já o resto…. O show dessa noite era especial, por isso que tinha muita produção nos bastidores e eu tive tanto trabalho para conseguir me infiltrar. Hoje estaria havendo um show “privado” para um grupo de árabes importantes. Eles tinham fechado o local só para eles, e segundo o que eu entendi isso queria dizer que no mínimo eles eram donos de mais coisas que eu poderia listar.

– 2 minutos. – ouvi alguém gritar, era a minha deixa. Eu olhei para trás e vi as meninas ainda se preparando. Eu iria me apresentar por 5 minutos sozinha e depois elas entrariam para uma coreografia que eu obviamente não sabia, então eu sairia discretamente do palco. Deixando as verdadeiras bailarinas fazerem o seu trabalho. Talvez eu ficasse para ver o restante do show. A minha barriga estava fria de excitação. Nunca tinha feito nada tão legal na minha vida. Bati três palminhas pra mim própria antes de ouvir o

– Em 3

– 2

– 1

E entrar.

E eu arrasei.

Eu me via reflectida nos espelhos e isso me fazia sentir extremamente sensual. Eu não tinha o feedback do que o público estava achando porque eu estava cega pelas luzes. Mas eu podia ver meus contornos, e caramba, eu estava muito gostosa. As contas brilhantes mudavam de cor a cada novo movimento e davam um tom espectacular a minha pele. E as penas, se moviam junto comigo sensual e sinuosamente. Eu estava me divertindo e morri por alguns segundos quando 3 caras entraram no palco e me elevaram para uma taça de champanhe. Eu estava dançando numa taça de champanhe gigante. Com champanhe verdadeiro. A manager não tinha me dito que aquilo fazia parte do show mas eu estava adorando. Em algum momento perto do final da musica os árabes começaram a se levantar e aplaudir de pé. E eu joguei uma das contas da minha roupa fazendo com que a parte que tapava os meus mamilos se desfizesse. Mas eu não fiquei com vergonha. Antes pelo contrário. Eu abri os braços e fiz uma reverência elegante agradecendo aos meus espectadores. Eu fiquei gelada quando tiraram as luzes do palco e focaram neles. Klaus estava entre eles. E, ou estava muito enganada, ou ele ia me matar. Ele estava de braços cruzados, lábios apertados, contendo a raiva. Se ele achava que ia me intimidar estava muito enganado. Se ele queria brigar, muito bem. Afinal. Eu também queria.

Eu já estava me vestindo quando bateram na porta do meu camarim. “Meu camarim”, isso soou tão glamoroso, acho que vou querer ficar em Paris pra sempre. Devia ser Klaus querendo me arrastar pro hotel e me dizer todos os impropérios que ele tinha pensado no caminho. Como se depois dele ter trocado tempo comigo por tempo com Alex e ter me chamado de jeca algo que ele fosse dizer ainda pudesse me magoar.

Bateram de novo. Não era Klaus. Ele já teria colocado a porta a baixo.

– Sim. Pode entrar – eu disse ajeitando o vestido e procurando os sapatos adequados no meio de todas aquelas roupas fantásticas.

Ele entrou, era um homem muito moreno, eu diria da cor do pecado, olhos pretos, cabelos igualmente pretos e uma boca reta, ele tinha uma estatura imponente. Eu poderia dizer que era um dos homens mais bonitos que eu já vi.

– Sim?

– Eu sou Calim.

Meu deus o sotaque. Ele tinha daqueles sotaques molhadores de calcinha que destroem a moral de qualquer pessoa e as fazem querer fazer coisas imorais com estranhos.

– Olá eu sou a Caroline – eu disse toda sorridente, talvez sorridente até demais.

A manager do show entrou no camarim também e falou rapidamente que era comum para aqueles homens “convidarem” mulheres para se juntar a eles. E que algumas bailarinas já tinham sido convidadas por alguns do empregados do Calim para passar algumas temporadas na terra deles. E que tinha sido o tempo da vida delas. Eles eram muito generosos com a convidada. E ele queria me levar com ele. Aparentemente era a primeira vez que alguém chamava atenção do chefe. Meu ego bateu no teto, obviamente e eu fiquei meio atordoada. Lembrei de uma vez uma tia minha excêntrica dizer que um homem tinha oferecido não sei quantos camelos por ela em Marrocos. Eu ri.

– Você está interessada em ouvir a minha proposta Caroline? – a voz dele realmente era muito máscula e eu estava muito inclinada para aceitar qualquer tipo de proposta que ele quisesse fazer. Mas Calim não foi rápido o suficiente e Klaus respondeu por mim

– Não, ela não está.

E nesse momento eu soube que teríamos problemas. Muitos problemas.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? O que acharam? O que estão achando da fanfic até aqui? Não esqueçam de nos ajudar a divulgar se puderem. "boca a boca" sempre foi a melhor forma de publicidade do mundo! :)) Obrigada por terem lido mais esse capitulo da nossa história!