Estava sentada no sofá tentando prestar atenção em um jogo de futebol que Charlie assistia atento, enquanto comíamos frango frito mandados por Sue.

Charlie a cada gol perdido de seu time do coração Arsenal era um xingamento. Agora entendo porque Renée me proibia de assistir TV com Charlie, pois ela sabia dos palavrões ao vento que ele dizia com a pobre TV indefesa. Sorri lembrando dos carões que Renée me dava quando me aproximava da TV quando estava tendo jogo do Arsenal.

– Porra chuta pro outro lado seu imbecil. - Gargalhei ao ouvir sua voz desesperada ao ver um passe errado do seu jogador preferido.

– Não seja tão grosso..

– Você não viu Bella? - Seus olhos tinham um ar de desespero. - Tinha um jogador na frente dele, se ele passasse a porcaria da bola com certeza teriam feito um gol. Mais não.. - Sorri vendo ele negar com a cabeça a estupidez do jogador.

– Talvez ele quisesse mostrar que ele é bom sozinho..

– Ele não é bom sozinho.. De onde ele tiro isso? - Charlie dizia fazendo gestos com as mãos, enquanto devorava uma asa de frango.

– Algum sinal de Jacob? - Charlie disse me olhando enquanto o jogo estava no comercial.

– Não.. Não sei se ele vem, acho que nem lembra de mim.

– Porque pensa isso Bella? Eram tão amigos, grudados 24 horas por dia.. Porque lhe esqueceria?

– Crescemos pai, as coisas mudam. - Sorri tímida implorando a deus para que meus pensamentos fossem errados e prematuros. Havia criado um carinho enorme por Jake e tinha medo do esquecimento por parte dele.

– Você é apenas precipitada em tudo que pensa, calma filha, espera que ele aparece.

Suspirei deitando no sofá preto e confortável.

Logo o jogo volto e Charlie volto com seus surtos. Mas me surpreendo quando o mesmo coloca a TV no mudo e me olha pensativo.

– O que houve? - Disse confusa.

– É verdade que esta namorando? - Seus olhos me percorriam tristes. Charlie sempre foi aquele pai conservador demais. Qualquer rapaz que se aproximasse de mim teria que ser primeiro analisado por Charlie, caso não passasse no exame de analise Charlie mostraria os seus bens.. Suas armas! E dizia que sabia muito bem como usa-las.

– Não vai matar ele vai?

– Não Bella, nunca tive pretensão de matar os rapazes que você conhece. Apenas tenho medo que lhe magoem, que você fique triste por causa deles. - Seus olhos eram amigáveis e acolhedores. Abaixei a cabeça passando as mãos pelo cabelo o bagunçando mais.

– Não se preocupe pai. Este é especial.

– Especial?

– Sim, é um rapaz simpático, educado, trabalhador e me faz bem. - Sorri falsadamente. Eu estava elogiando Edward Cullen. Isso era estranho!

– Quero conhece-lo. No natal espero vê-lo.

– Quem sabe.. - Sorri fazendo o mesmo dá um sorriso torto.

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Um barulho insistente na porta fazia Charlie revirar os olhos de raiva. Levantei depressa indo atender a porta.

Sorri ao ver Jake sorridente atrás da porta. Como ele tinha mudado. Estava extremamente forte, seus cabelos estavam curtos e arrepiados mas seu sorriso continuava o mesmo.

– Ah Jake. - Respirei fundo antes de abraça-lo fortemente. Suas mãos quentes me cercaram aprofundando o abraço. - Cara quem é você? - Disse sorrindo, estava tão diferente.

– Andei mudando um pouco, puberdade gero mudanças. - Seu sorriso apareceu mais uma vez me fazendo sorrir torto.

– Lógico a puberdade! - Disse estalando os dedos. Jake me puxo mais uma vez para outro abraço apertado, que retribui.

– Char esta vendo jogo? - Jake perguntou assim que ouviu um grito estressado de Charlie.

– É.. - Disse colocando a mão no bolso e olhando para meu all star.

– Imaginei. Sempre é assim. Hoje você esta com sorte pois Billy não esta aqui. - Jake disse em meio a uma gargalhada.

– Sou visita. Não querem me espantar.

– Bem provável.

– Temos muito o que conversar.. - Disse batendo em seu peito musculoso.

– Digo o mesmo. Tenho duvidas.

– Quais?

– Como assim esta namorando? - Seus olhos eram tristes, iguais a os de Charlie. Dei um passo para trás e chutando o vento.

– É.. coisas da vida. - Disse sorrindo para o nada. Jake continuava estático de frente a mim. O encarei por alguns segundos e o mesmo olhou para outro lado para não me encarar. - O que houve?

– Nada, apenas surpreso.

– Porque surpreso? Não sou pra namorar? - Disse irônica. O mesmo me olhou assustado e negou inúmeras vezes com a cabeça.

– Não só pensei que viria uma Bella solteira, desimpedida, enfim..

– Não estou completamente presa. Namoro não é uma gaiola Jake. - Sorri tímida.

– Gostei de ouvir isso. Não é uma prisioneira do namorado. Isso é bom.

– Pois é..

Conversei com Jake por umas 2 horas. Falamos sobre tudo. Infância, amores, dramas, gafes. E durante dias aquele momento me fez bem. Sorri de verdade e me senti feliz em conversar com ele.

Agora em casa tinha que aguentar Charlie implorando para conhecer Edward. Tentava ignorar de todos os jeitos. Mas ele estava insistente como nunca esteve antes.

– Filha o chama para vim aqui? Podemos ver um jogo, tomar uma cerveja.

– Pai ele é ocupado.

– Ninguém é ocupado para a namorada. E filha é final de semana, vamos chame-o.

– Você parece Renée sabia?

– Isso é bom?

– Não! - Disse obvia. Ser igual a Renée não era a melhor coisa do mundo.

– Filha..

– Ta pai, ta! Me dá esse prato? - Charlie sorriu esticando a mão para me entregar o prato sujo. Joguei o mesmo na pia o lavando.

O que faria agora? Como traria Edward aqui?