Burning escrita por Absolutas


Capítulo 27
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ter demorado para postar o capítulo anterior, é que eu ando muito atarefada nesse últimos dias. Prometo tentar não demorar tanto das próximas vezes, ok?
E muito obrigada a todas que comentaram o último capítulo, isso realmente é um incentivo para mim!
Bom, agora chaga de "falar"... Boa leitura!!



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CAPÍTULO 23

Recolhemos nossas coisas às pressas e caminhamos o mais rápido possível para longe de Dorothea. Era intrigante o fato de ela ter me seguido até aqui. Eu ficava me perguntando o que ela queria comigo. Por que ela escolhera justo a mim, para perseguir.

Nathan e eu caminhávamos silenciosamente, para o caso de Dorothea seguir o som dos nossos passos, apesar de que, ela deve ter ficado inconsciente por um bom tempo. Tempo o suficiente para despistarmos ela, penso eu.

Não estava muito atenta a paisagem a minha volta, enquanto andava. Os pensamentos me alienavam do cenário ao meu redor. Foi por isso que me surpreendi quando ao ver os primeiros raios de sol surgirem no horizonte.

– Nossa, já é de manhã! – comentei.

– Está com sono? – perguntou Nathan enquanto analisava meu rosto atentamente.

– Por incrível que pareça, não. – falei, surpresa ao notar isso.

– Eu também não. – falou com um sorriso. – A adrenalina e um energético e tanto, não è?

– É sim. – concordei, sorrindo também.

Voltamos a ficar em silêncio, ambos absortos em pensamentos. O sol já estava alto no céu quando ele resolveu falar.

– Lorena... – ele parou.

– O quê?

– Você sabe, que... que poderia ter fugido sozinha, não sabe? – perguntou.

– Eu...

– Um dia você vai ter que se aceitar como é. Um dia você vai ter que parar de fingir que não é especial.

– Eu não sou especial – discordei. – Sou uma aberração.

– Então somos dois. – ele sorriu com afeto.

– Você não é. – suspirei.

Ele se virou, ficando de frente para mim, e segurou meu rosto entre suas mãos. E nesse momento, eu não conseguia pensar em nada que não fosse ele.

– Você é a garota mais especial que eu já conheci. Nunca duvide disso. – disse ele com os olhos azuis intensos e depois tocou suavemente meus lábios com os seus, deixando-me extasiada. – Agora vamos, não podemos correr o risco de Dorothea nos achar novamente. Algo me diz que ela não é uma simples enfermeira.

Continuamos a caminhada conversando sobre coisas irrelevantes, até que ele me fez uma pergunta que me pegou desprevenida.

– Como era a sua vida antes de ir para o reformatório? – perguntou.

– Bom – falei depois de me recuperar. – Eu já te falei sobre isso uma vez...

– Não. – interrompeu-me. – Você apenas fez um resumo sobre como era a sua vida antes, eu quero saber mais.

– Ah, tudo bem. O que quer saber. – era mais fácil falar da minha antiga vida se eu ignorasse o episódio que mudou tudo, e foi o que fiz. Fingi estava apenas dando um passeio na floresta com um amigo, enquanto contava sobre minha vida. Não que eu gostasse de andar pela floresta antes, mas eu podia fingir que sim.

– Sei lá, é...Você tinha alguma matéria preferida?

Eu ri.

– Sim eu tinha. Literatura e Filosofia.

– Wow. Então você gostava de filosofar sobre as coisas.

– Na verdade não.

– Não? – perguntou confuso.

– Era uma das aulas mais divertidas. Nós não tínhamos que fazer anotações e debatíamos bastante sobre a matéria.

– Ah. – falou, ficando imerso em pensamentos de repente.

– E você? – perguntei depois de alguns segundos de silêncio. – Qual era a sua matéria preferida?

– Química. – respondeu.

– Sério? – perguntei, incrédula. Eu detestava química, não conseguia imaginar alguém considerando a mesma como matéria preferida.

– Sério. Eu tenho boa memória, decorar a tabela periódica foi fácil para mim.

– Não me lembro de quase nada da tabela periódica. – falei, pensativa. – Na verdade, acho que nunca a decorei!

Nathan soltou uma gargalhada ruidosa.

– E eu confesso que nunca tive o menor interesse pelas obras de Shakespeare, de Emily Bronte e de Jane Austin.

– Fala sério! Jane Austin é ótima! Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Persuasão... são incríveis, não acredito que não tenha lido.

– É claro que eu já li, para trabalhos escolares, só não prestei atenção. Esse tipo livro não faz meu gênero.

– Tudo bem, então. – digo encerrando o assunto.

– E seus amigos da escola? – perguntou Nathan. – Eu sei que Stella era sua melhor amiga, mas você tinha outros?

– Stella era a única que eu considerava minha amiga. O restante eram apenas conhecidos.

– Então você era realmente exigente. – comentou.

– Ainda sou. – brinquei.

– Fico feliz por preencher todos os requisitos.

– E quem disse que você é meu amigo? – perguntei com um sorriso sínico.

– Tem razão, amigo é muito pouco para mim.

Sacudi a cabeça incrédula. Ele realmente tinha o dom de inverter as coisas a seu favor.

– Você é impossível! – eu disse.

Ele sorriu e apressou um pouco o passo, me pegando pela mão e me levando com ele até estarmos debaixo de uma árvore grande.

– Acho que já está na hora da nossa refeição. Não comemos nada desde ontem.

– Verdade, eu realmente estou com fome.

Ele abriu sua mochila tirando de lá duas maçãs, uma pêra e um cacho de uva. Ele os colocou sobre um moletom preto com toca.

Famintos, atacamos as frutas e quando terminamos, acabamos com o estoque de água.

– Teremos que achar um rio ou uma nascente o quanto antes. Não podemos morrer de sede.

– Você sabe onde tem um rio por aqui? – perguntei esperançosa.

– Não, mas é melhor procurarmos. Vamos sentir sede logo, logo.

Dito isso, levantamos e pegamos nossas coisas, iniciando uma busca as cegas por uma fonte de água nessa floresta imensa.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!!



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