–Jonathan, eu estou com fome. – Scarlet me falou com os grandes olhos azuis abertos.

Lembrei-me que não tinha nada para comer aqui, olhei ao relógio 17h, perfeito. Deixei Scarlet sozinha e me arrumei, Scarlet estava bem arrumada. Abri um portal e atravessei para Nova York com Scarlet no colo.

–A onde estamos? O que era aquilo? – Scarlet me enchia de perguntas

–Estamos em Nova York, aquilo é algo que você deve ficar longe – Eu afirmei e a alertei sobre portais.

Entrei na primeira loja de roupas infantis e providencia roupas sociais elegantes e pretas para Scarlet, vesti ela em uma e com o meu terno, fomos a um restaurante no Brooklyn, mas logo tive uma surpresa, saindo do restaurante estava a família do ano. Jocelyn, Clarissa, Lucian e Jace.

–Sebastian... – Clarissa ia falando

–Jonathan – Jocelyn foi mais rápida

–Olá querida família – Eu disse num tom irônico

–Papai, quem são eles? – Scarlet disse puxando grudada na minha perna. Eu a peguei no colo.

–Scarlet essa é sua avó Jocelyn, fique o mais longe dela que conseguir. Sua tia Clarissa, seu ‘tio’ Jace e o cachorro de estimação Lucian – Eu disse num tom divertido deixando todos com as expressões horrorizadas.

–Bom, olá. – Scarlet disse no meu colo – Prazer em conhecê-los.

–Bom, se vocês me permitem quero ter um jantar em família com a minha filha. Sabem como são esfomeadas essas crianças de hoje em dia. – Eu disse para eles.

–Jonathan... – Jocelyn tentou fala

–Poupe suas palavras ‘‘mamãe ’’, você não vai querer pronuncia-las na frente da sua netinha vai? – Eu perguntei divertido. – Prazer em vê-los. Scarlet dê tchau para sua avó e sua tia, você não as vera tão cedo.

–Bom, tchau. – Scarlet disse encantando Jocelyn.

A expressão de Jocelyn era divertida, aterrorizada, porem divertida. Eu sai com Scarlet no colo deixando quatro pessoas totalmente paralisadas nos observando, pedi uma mesa e comemos em silencio.

–Você deveria comer mais. – Eu observei o prato dela.

–Estou satisfeita. – Ela disse por mim.

Pagamos a conta e nos retiramos do restaurante, quando estávamos atravessando a porta vi Jocelyn me aguardando, sozinho e desesperado.

–Por Lilith, não posso ter nem um jantar agradável querida mamãe? – Eu perguntei rindo.

–Jonathan, eu não estou brincando. O que você fez aos pais dessa criança? – Jocelyn perguntou desesperada – Querida, ele te machucou?

–Eu não fiz nada Jocelyn, eu não posso simplesmente ter tido relações com alguém? Não posso ter amado alguém? Scarlet não ligue para a sua avó visivelmente perturbada, ela me abandonou quando eu era apenas um bebe querida, acredita? – Eu disse para Scarlet.

Scarlet me olhou horrorizada e olhou horrorizada para Jocelyn, Jocelyn me olhou raivosa, eu não tinha medo dela como adolescentes deveriam ter de suas mães, Jocelyn não me ameaçava, ela nunca foi minha mãe e nem nunca vai ser.

–Como você ousa? – Ela falou – Você não ama ninguém, como pode dar educação necessária para uma criança se você não ama nem a si mesmo Jonathan? O que você fez aos pais dessa criança. E pelo anjo, você só tem 19 anos, como ela pode ter sido sua filha?

–Valentim não é um pai muito preocupado com a vida sexual precoce dos seus filhos, pergunte para Jace, ele sabe responder essa pergunta tão bem quanto eu. Acredite se quiser Jocelyn, eu tenho uma filha. E vou cria-la muito melhor do que você criou. Diga a Lucian que mandei lembranças, talvez eu apareça no casamento. – Eu disse não prolongando essa conversa.

–Papai, o que é vida sexual? – Scarlet me perguntou, me deixando visivelmente assustado.

–Nada pequena, somente uma coisa que eu pretendo que você inicie depois dos 30 – Eu disse frio, para que não prolongássemos a conversa – Diga tchau a sua avó, você só a vera novamente... Bem, acho que você não a vera novamente, ela não é uma boa influencia.

Jocelyn bufou, eu sorri divertindo, até que Scarlet fez algo que eu achei estranho, algo que nas nossas seis longas horas juntos, ela não tinha feito.

– Tchau vovó – Ela disse abraçando Jocelyn que permanecia assustada, estática e visivelmente perturbada.

–Tchau ‘‘mamãe ’’ – Falei num tom divertido, pegando Scarlet no colo e indo para um beco a onde eu abri o portal que me levou novamente à propriedade.

Eu coloquei Scarlet no chão com o seu ursinho de pelúcia do qual eu fora informado que se chamava ‘‘Senhor Piu ‘‘, um nome exótico que Chuck tinha dado à uma águia. Corri por toda a casa, trancando o porão, o escritório, a sala de treinamentos e a sala de armas, no quarto de hospedes coloquei as coisas que compramos e as coisas que estavam na mochila, tais como ursinho e um pijama. As fotos e as cartas de Brooke eu tranquei na gaveta do escritório.

Quando voltei à sala, Scarlet estava adormecida no sofá, agarrada ao ursinho, eu a peguei no colo e a levei até o quarto dos hospedes, que agora seria o seu quarto. Agora eu precisava tentar saber sobre Brooke, o que havia acontecido correr atrás de Willian e Charles para saber mais sobre essa história toda, e continuar meu plano.

Contatei uma feiticeira para entrar nos sonhos de Willian e Charles, entraríamos no sonho dos dois na mesma noite, o que era ótimo e menos trabalhoso. Liguei para um informante meu na Clave para me contar sobre como anda o senhor e a senhora Tippit, segundo ele os dois estão ausentados a dois dias de suas atividades. Contatei um grupo do exercito da parte sul da Ásia, estávamos preparando essa rebelião há dias, e nada poderia atrapalhar.

Acordei com as luzes, e vi Brooke na minha frente, ela estava angustiada, maravilhosa devo dizer exatamente como Scarlet me mostrou na foto, tão mudada, tão cheia de atitude, toda ousada e extremamente sexy.

–Jonathan – Ela disse preocupada

–Ela esta bem Brooke, você pode ver – Eu disse magoado e na defensiva.

–Jonathan vim te alertar, Jocelyn sabe que você esta por aqui, ela avisou a Clave sobre Scarlet, é só questão de tempo até meu pai voltar ao trabalho e descobrir que Scarlet esta com você e então ele vira atrás de vocês. – Ela disse triste e preocupada – Will e Chuck já sabem que ela esta bem, contate-os, por favor.

–Já farei isso Brooke, temos que conversar... – Eu tentei falar.

–Eu não tenho muito tempo Jonathan, eu amo vocês – Ela disse – E mude a cor desses olhos pretos, a menina esta tendo pesadelos com isso estou ouvindo daqui, acorde e vá fazer o café da manha, ela gosta de panquecas.

E com isso eu acordei, alguns raios de luz entravam pela janela do escritório, eu sai tomando o devido cuidado de trancar a porta, eu não sabia cozinhar, minha dieta era balanceada quando eu era pequeno, afinal eu fui criado pra ser uma maquina de matar, tinha que ter uma dieta balanceada para ajudar nos treinos, isso era ovo em quase todas as refeições, como eu faria panquecas?

–Papai. Ops, Jonathan – Scarlet falava – Quando a mamãe vai voltar? Eu já estou com muitas saudades.

–Bom dia Scarlet – Eu disse frio como sempre- Eu não sei quando a sua mamãe vai voltar. Scar pensa comigo, você viu sua mamãe há dois dias não viu?

–Vi sim – Ela concordou

–Sabe quanto tempo eu não vejo a sua mãe – Ela negou com a cabeça – Bom, contando os seus cinco anos, mais nove meses da gravidez... Eu não vejo sua mãe vai fazer quase seis anos Scar.

–Nossa, Jonathan, porque tanto tempo? – Ela perguntou.

–Ah Scar, a mamãe quis assim. – Eu tentei justificar.

–Não quis não papai, opsss Jonathan, ela acordava gritando todos os dias o seu nome, eu a ouvia chorando todas as noites baixinho de saudades – Scarlet entregou – E teve um dia que mamãe ficou tão nervosa e tão irritada que quebrou a casa inteira e quando eu perguntei pro tio Chuck o que ela tinha, tio Will respondeu que era porque o meu pai tinha feito algo muito feio.

–Ah ele disse isso? – Eu perguntei.

–Disse, tio Chuck e tio Will gostam muito de você, e se fosse por tio Will eu já teria conhecido o senhor há muito tempo. – Ela disse animada

–Scarlet pelo amor de Lilith, não me chame de senhor, eu não tenho nem 20 anos – Eu tentei explicar.

–Porque você fala esse nome feio? Mamãe costumava falar que essa tal de Lilith era muito mal e queria nos separar – Scarlet falou triste – É com Lilith que mamãe esta?

–Não Scar, Lilith é uma antiga amiga do seu avô, ela é minha madrinha assim dizendo, eu não sabia que ela tentou separar vocês, mas quando eu vê-la vou perguntar o porque dela ter feito isso. – Eu disse tentando parecer o mais doce possível – E sua mãe é uma ótima pessoa, ela jamais estaria com Lilith, ela esta com o anjo.

–Mas Jonathan, se Lilith é mal, porque ela é sua madrinha? – Scarlet perguntou.

–As pessoas boas vão se encontrar com o anjo um dia Scarlet, as más vão se encontrar com Lilith. Seu avô já foi se encontrar com Lilith – Eu expliquei

–O vovô Valentim era seu pai Jonathan? Eu o conheci ano passado – Scarlet falava

–Conheceu? – Eu perguntei levantando da cadeira e colocando Scarlet sentada no balcão, comecei a fazer omelete enquanto conversávamos.

–Sim, ele foi visitar eu e a mamãe em Porto Rico, ele falou que queria que eu morasse com ele, me levou ao shopping, ele que me deu o ‘‘Senhor Piu ’’, mas mamãe não gostava que eu ficasse muito tempo com ele. – Scarlet falou – Porque ele foi ver Lilith, papai? Opss Jonathan.

–Pode me chamar de papai – Eu disse – Bom, ele não foi muito bom, fez umas coisas meio ruins, ai ele foi visitar Lilith, sua mãe era uma pessoa boa e foi visitar o anjo, sua tia Clarissa um dia vai visitar o anjo, o namorado dela Jace vai visitar o anjo, seus tios vão visitar o anjo, mas papai, vovô Valentim, Jocelyn, e os pais de sua mãe um dia vão visitar Lilith.

–Eu nunca conheci os pais da mamãe, não sei nada sobre eles papai. – Ela disse tristemente.

–Eles não são pessoas boas. – Eu falei

–Mas mamãe, tio Will e tio Chuck são filhos dele e são minhas três das quatro pessoas favoritas do mundo – Scarlet disse toda animada.

–Aé? É complicado Scarlet, mas pensa assim, tudo tem sua exceção, a mulher que você conheceu ontem..

–Vovó Jocelyn, sua mãe. – Ela disse me corrigindo.

–Ela não foi bem minha mãe, mas isso mesmo. Ela vai visitar Lilith, eu vou visitar Lilith e seu avô Valentim já foi, mas sua tia Clarissa é filha deles e vai visitar o anjo. Entendeu? – Eu tentei explicar

–Sim papai, porque Jocelyn não foi bem sua mãe? Você não nasceu dela papai? Não entendo – Ela disse fazendo muitas perguntas

–Bom, vovó Jocelyn me deixou quando eu era um bebe, ela nunca quis saber de mim Scar, diferente da sua mãe, que ficou com você o quanto pode, a vovó Jocelyn fugiu para ter Clarissa e me deixou com Valentim . – Eu expliquei do jeito menos sombrio que consegui.

–Ela parecia tão preocupada com você ontem papai. – Ela disse

–Bem, ela não estava – Eu disse colocando o bacon no prato e me preparando para fazer suco.

–Você e tia Clarissa não parecem, ela parece com vovó Jocelyn e você parece com Valentim – Scarlet observou

–Bom, eu pareço com Valentim. Clarissa parece com Jocelyn. Sua mãe e seu tio Willian parecem com os pais deles, seu tio Charles parece com os avós de Bart – Eu tentei explicar terminando de espremer laranja e colocando em dois copos de vidro.

–E eu papai? Pareço com quem? – Scarlet perguntou animada

–Bom Scarlet, você parece sua mãe, menos os olhos, você tem os olhos iguais aos meus – Eu disse tirando a omelete da panela e colocando nos pratos.

–Mas seus olhos são pretos papais – Ela disse

–Não Scar, eles ficam pretos. Eles são da cor do seu – Eu expliquei colocando tudo o que eu sujei na pia.

–Me mostra – Ela pediu.

Eu tinha que pensar em uma lembrança feliz e pensei na única vez que Valentim parecia orgulhoso de mim, pensei nos beijos com Brooke, no primeiro eu te amo, naquela noite debaixo da arvore, e por ultimo pensei quando Scarlet me mostrou a foto na noite anterior, quando eu descobri que ela era minha filha. Senti meus olhos voltando ao azul e os abri para Scarlet ver.

–Nossa que legal – Ela gritou

–Sim, demais, agora coma! – Eu disse pegando ela no colo e a colocando sentada no banquinho para ela ficar da altura do balcão.

Comemos em silencio. O bacon estava bom, o suco estava ótimo, mas a omelete estava realmente razoável, dava pra matar a fome, mas não era gostosa.

–Papai, faz panquecas amanha? Mamãe as fazia de sexta – Scarlet falava

–Bom Scarlet, não sou sua mãe, não sei fazer panquecas - Eu disse e depois fui perceber a cara de choro dela – Ah por favor não chore, sou novo nisso.

–Eu sei – Ela disse com os olhos mareados abraçando o Senhor Piu.

–Bom Scarlet, o papai é ocupado, você vai ter que ficar sozinha a noite. – Eu disse tentando explicar para ela.

–Papai eu só tenho cinco anos – Scarlet disse

–Já vamos resolver o seu problema – Eu disse.

Tirei Scarlet do banquinho, coloquei tudo na pia e liguei para um membro fiel do Ciclo, e pedi para ele me mandar alguém de extrema confiança para cuidar do meu bem mais precioso, sem citar qual. Ele disse que estaria mandando a própria filha caçadora. Eu deixei Scarlet na sala e fui lavar a louça, depois fui tomar banho, colocando minha roupa de caçador, quando desci Scarlet perguntou.

–Papai o que é isso? Quantas cicatrizes – Scarlet falava

–Isso são runas, a sua mãe te contou e te mostrou as dela? – Eu perguntei

–Sim, tio Will tem varias pelo corpo, mas não essas cicatrizes – Ela observou.

Meu lado demônio ficou alerta e meus olhos mudaram de cor, tinha alguém na propriedade, eu mandei Sophie para o quarto e foi quando vi o meu leal caçador, eu dei uma volta para que ele não me visse saindo da névoa, quando sai , cheguei por trás dele.

–Olá George – Eu disse

–Olá Jonathan, bom, trouxe o que você pediu, essa é minha filha Rachel, tem 16 anos, estuda em casa. Mais de confiança impossível – Ele disse

–Sabe lutar? – Perguntei á ele

–Sabe – Ele afirmou

–Vou precisar dela disponível na minha casa por 24h por dia, preciso que ela se mude George, vou dar toda proteção necessária para Rachel – Eu disse.

–Eu sei – Ele disse – Rachel venha cá.

E do carro preto desceu uma loira de parar o transito com longas pernas brancas, cabelos na cintura e um rosto agradável, uns seios maravilhosos e cintura bem delineada. As ruas eram tão delicadas, parecia uma Barbie daquelas mundanas.

–Bom até mais George – Eu disse para ele, praticamente expulsando-o .

Ele entrou no carro e saiu, quando o carro saiu de vista, eu vendei Rachel e andei com ela em círculos até cansar ela, depois a levei até a propriedade.

–Bom Rachel, o que você vai ver é totalmente confidencial, vou te entregar o meu bem mais preciso e se algo que você ver nessa casa vazar, eu mesmo torturo a sua família inteira e você sabe do que eu sou capaz, preciso de uma prova de lealdade – Eu disse

Rachel pegou sua estela e me entregou, eu fiz uma runa de ligação entre nós, ela seria submissa a mim, querendo ou não.

–Rachel, minha filha Scarlet precisa de alguém para lhe dar aulas e ficar com ela o dia inteiro, precisamos de alguém para cozinhar e limpar, já sabe né, você não vai sair dessa casa e o que ameaçar entrar você vai matar imediatamente, sem dó e nem piedade – Eu disse convicto – Estamos entendidos?

–Sim senhor – Ela disse.

–Me chame de Jonathan, agora venha – Eu disse a guiando em mais círculos até entramos na propriedade. – Scarlet, desça aqui.

Logo eu avisto uma criança loira saltitando com um ursinho na mão, olhando para mim e para Rachel curiosa.

–Quem é papai? Ela é bonita – Scarlet disse

–Sim, Scarlet essa é Rachel, ela cuidará de você quando papai não estiver – Eu disse.

–Oi Rachel – Scarlet disse dando um abraço nela

–Oi Scarlet, tudo bem? O que temos aqui? – Ela perguntando sobre o ursinho

–O Senhor Piu – Scarlet respondeu

–Ótimos todos adoraram o Senhor Piu, agora eu tenho que trabalhar, tchau. – Eu disse a elas indo para a sala de armas e pegando minhas armas para conter uma rebelião.