Simple Plan - Save you

Você nunca saberá como
Me machuca por dentro te ver
Eu queria poder te dizer algo
Para levar tudo isso embora

Às vezes eu gostaria de poder te salvar
Há tantas coisas que eu quero que você saiba
Eu não vou desistir até estar acabado

Se você cair, tropeçar
Eu vou te levantar do chão
Se você perder a fé em você,
Eu vou te dar forças pra continuar
Diga-me que você não vai desistir
Porque eu estarei esperando aqui se você cair
Você sabe que eu vou te apoiar

No dia seguinte Cléo acordou com sua mãe a encarando.

- Bom dia flor do dia! – Dulce cumprimentou a filha.

- Bom dia mãe, que dia lindo! – Cléo dizia se espreguiçando.

- Dia lindo mesmo, gostou da visita de ontem?

- Mãe, eu não acredito que ele veio me visitar assim, por livre e espontânea vontade, ele disse que estava preocupado comigo, me trouxe presentes, me abraçou. Ah mãe, a visita dele foi a melhor coisa que já me aconteceu, mesmo tendo durado tão pouco.

- Ah eu sabia que você iria adorar filha. Nem pude acreditar quando o vi aqui no Spa. Acho que ele estava mesmo preocupado com você. – Dulce disfarçava.

- Sim, ele se lembrou de mim. Ah agora eu vou tomar meu café da manhã, tomar meus remédios, ligar para as meninas e vou aproveitar o dia para passear pelos jardins daqui. Hoje estou me sentindo mais viva que nunca, Bill simplesmente despertou meu coração. - Cléo suspirava.

- Ah filha, não vai dar pra ligar para as meninas. Os telefones do Spa não estão funcionando, não sabemos bem o que aconteceu. - Dulce virava os olhos.

- Ah que pena mamãe, queria tanto contar para as meninas que Bill veio me visitar. Mas tudo bem. Agora vou passear por ai.

 Para Dulce, a felicidade que a filha estava sentindo compensava qualquer coisa, passava por cima de qualquer acordo e mentira.

Bill acordou naquela manhã com várias revistas a sua mesa. Na capa de simplesmente todas, estava a foto dele com Cléo. Bill olhava aquilo com certo desprezo, sentiu que tinha a usado, sentiu que tinha se aproveitado da doença dela para posar de boa pessoa. Mas ele também sentia certo mérito por ter “despertado” o coração de Cléo.
 
 Fazia uns dois meses que Melissa, a namorada de Bill kaulitz, havia se mudado para o apartamento que ele dividia com o irmão. Os dois estavam prestes a noivar e ela não via a hora.

- Nossa Bill, você saiu na capa de todas as revistas posando com a menina doente. Uau – Melissa dizia com um tom de certa inveja porque nem quando Bill anunciou que estava namorando, as revistas voltaram tanta atenção a ele.

- Não fale desta maneira maldosa Melissa – Bill disse seriamente.

- Tudo bem, tudo bem, parei. Seu irmão trouxe outra menina pra dormir ai ontem. Cada semana uma diferente, não sei como você agüenta isso. – Melissa reclamava.

- Estou acostumado já com isso, e não me importo muito se você quer saber a verdade. – Bill dizia enquanto lia atentamente as revistas sobre a mesa.

- Acho que já está na hora do seu irmão arrumar um apartamento pra ele, sinceramente, eu que não vou me casar com você e levar Tom e os casinhos dele de brinde né Bill?! Bill? Você está prestando atenção no que eu estou falando? Fica ai lendo essas matérias, desde quando você lê suas matérias?

 Bill não dava muita atenção, na verdade, já estava farto das reclamações e implicâncias de Melissa, queria por um fim no relacionamento deles, mas não sabia como.

Mais tarde Bill foi chamado pelo seu empresário David na gravadora.

- Bill você é um sucesso, só da você e a garota doente em todas as revistas, a eu amo essa garota, eu amo essa garota e mais ainda a mãe dela que teve esta idéia tão maravilhosa. - David vibrava

- Não pense que me sinto bem com isso David. – Bill falava sério.

- Você não faz idéia de quantas entrevistas já tem marcada pra você nesta semana. O telefone não para de tocar. A Alemanha toda está orgulhosa de você por estar apoiando uma fã doente.  

Bill pouco se lixava para o que Jost dizia.

- Mas e agora?

- E agora o que Bill?

- E depois que tudo isso passar? Precisarei contar a ela a verdade. Ela precisa saber que todo país a conhece, precisa saber que eu a enganei...

- Escute Bill - Jost o interrompia. - De que adianta você contar a verdade a ela? Quer que ela morra infeliz e decepcionada com você? Deixe ela ser feliz neste último mês que lhe resta de vida.

- Último mês que lhe resta de vida? Como assim? - Bill paralisou.

- Bem, o médico da menina disse a mim que se ela não achar um doador de coração em menos de um mês, ela morrerá.

- O que? Mas...tão brevemente assim? – Bill perguntou com espanto.

- Sim, está com os dias contados. Mas você já fez sua parte ok? Seria muito bom se ela ficasse viva, assim poderíamos dizer que definitivamente foi você que a curou, mas, fazer o que né? Agora vamos seguir com as nossas vidas, temos muito trabalho pela frente. - Jost tentava encerrar o assunto.

- Como pode ser tão insensível David? Eu sabia que ela estava muito doente sim, e que podia morrer sim, mas não sabia que tinha tão pouco tempo de vida. Precisamos encontrar um doador de coração para ela. - Bill disse determinadamente.

- Você acha que é fácil assim encontrar doador? A historia com a menina já passou, já nos gerou frutos bons agora vamos nos concentrar no plano de divulgação do Cd ok?!

 Bill passou aquela tarde trabalhando meio desatento. Seu pensamento estava completamente em Cléo.

Chegando a seu apartamento pela noite, desabafou com o seu irmão Tom sobre o que estava sentindo.

- Tom, aquela menina, a Cléo, ela mexeu comigo.

- Mexeu em que sentido Bill?

- Eu a usei, e me sinto um grande filha da puta por isso. Meu Deus eu não levei em consideração o quanto a minha visita foi importante para ela. Ela colocou minhas mãos sobre o peito dela para que eu sentisse o coração dela batendo forte por mim. Naquela hora eu me senti tão estranho, não sei explicar o que senti na verdade. E agora fiquei sabendo que ela está com os dias contados, é tão irônico, ver uma menina tão linda e cheia de vida na minha frente, nos meus braços e depois dar as costas a ela e deixar que ela simplesmente se vá assim, do nada. - Bill estava indignado.

- Colocou a mão nos peitos da menina e já ficou caidinho por ela? - Tom debochava do irmão.

- Não, não estou caidinho por ela e não coloquei as mãos no peito dela, e sim no coração. Estou preocupado com ela, estou com vontade de cuidar dela, quero salva-la, encontrar um doador compatível, só isso.

- Você sabe que o trato foi você ir visitá-la apenas uma vez e pronto. Não pode se envolver mais nisso. Você fez um acordo com a mãe dela e com o David. Você voltar lá para ver a menina novamente é totalmente louco. – Tom aconselhava o irmão.

- É eu sei que preciso esquecer mas, já estou muito envolvido.

- E a chatona da Melissa? - Tom desconversava.

- Ah, estou me cansando dela, estou mesmo.

- Demorou pra você a mandar ir pastar. Ela implica comigo, acho que me ama, só pode ser. – Tom disse meio que ‘se achando’

- Ora cale a boca vai Tom. – Bill disse jogando um travesseiro em cima do irmão.

 Bill foi dormir naquela noite pensativo. Deitou-se ao lado de sua namorada, deu-lhe um beijo de boa noite e virou para o outro lado. Deparou-se então com a revista aberta na pagina em que estava a foto que ele havia tirado com Cléo, Bill então sorriu como alguém que recorda de algo bom e dormiu.

Enquanto isso Cléo beijava a foto de Bill e lhe desejava uma boa noite, como sempre fazia.


Cléo

Durante muito tempo o meu maior sonho foi que Bill me conhecesse, soubesse quem eu sou. Agora estou indo dormir pela primeira vez, sentindo que ele pode estar pensando em mim no mesmo instante em que penso nele.