Love And Death escrita por Baabe


Capítulo 25
De volta pra casa


Notas iniciais do capítulo

Bem meus amores, mais um capitulo saindo.
Acho que esse lance do Bill renascer ou no Tom ou na Cléo confundiu um pouco a cabeça de vcs, mas no decorrer da história vcs vão entender o porque disso tudo acontecer.
Talvez a história tenha dois finais diferentes, ainda não sei...
Esse capitulo é especial por causa das palavras que são ditas nele. Algumas revelações também serão feitas e no final a dona Simone vai falar uma coisinha importante.
A música cabe certinho e é linda
e não reparem na foto mal feita, não sou boa com isso :S

obs: Meninas, o que acontece nesse capitulo ocorre no mesmo dia que a Cléo desperta no Hospital, duas semanas depois da "morte do Bill" (odeio escrever isso).

Boa Leitura!



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                                                  Cássia Eller - Por enquanto

Mudaram as estações 

nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim, tão diferente

 

Se lembra quando a gente 

chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre 

sem saber 

que o pra sempre 

sempre acaba

 

Mas nada vai conseguir mudar 

o que ficou

Quando penso em alguém 

só penso em você

E aí, então, estamos bem

 

Mesmo com tantos motivos 

pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar, 

agora tanto faz...

Estamos indo de volta pra casa...

 



Tom

Duas semanas haviam se passado e durante este tempo isolei-me em Magdeburg com a minha mãe e com meu padrasto.
Aquele lugar era carregado de recordações, eu simplesmente odiei o tempo que vivi lá e sinceramente já não aguentava mais passar um dia sequer naquela merda. Queria apenas ir embora dali, mas para onde iria? Certamente não voltaria para o agora meu, e só meu, apartamento em Hamburg porque viver sozinho lá com as fortes recordações do meu irmão acabaria me matando.
Tudo estava uma droga e eu só tinha prazer quando enchia a minha cara. Passava o dia inteiro trancado em meu quarto me embebedando e vegetando em frente a Tv.
Era uma tarde de domingo -grande coisa os dias pareciam todos iguais- quando meu celular tocou, não sei por que aquela merda foi tocar eu jurava que havia desligado. Vi que era o Georg, mas mesmo assim atendi desanimado:


- Fala Georg! - a minha impaciência ecoou em minha voz.

- Tom até que enfim atendeu este celular, estou tentando falar com você há quase duas semanas. Como está?- ele perguntava afobadamente do outro lado da linha.

- Bêbado, e você? 

- Estou sóbrio o suficiente para dizer que você precisa de ajuda, precisa retomar sua vida. Vai ficar nessa até quando?

- Não enche Georg, não foi você que perdeu seu irmão.

- E você acha que eu considerava Bill o que? Um simples parceiro de banda?

- Acho você um idiota, só isso.

- Cara, vou te falar uma coisa. Você pode estar todo revoltado ai, querendo se vingar da vida, mas, não dê as costas a nós assim. Se isolar desta maneira não é a saída, muito pelo contrário, vai te afundar cada vez mais, te levar para um buraco sem fim. - Georg parecia um velho me dando lição de moral.

- Eu sei o que eu faço comigo mesmo ok?! E o que eu menos preciso agora é dos seus conselhos que não acrescentam em nada na minha vida Georg. - peguei pesado com ele, Georg era uma das poucas pessoas que eu aceitava que me desse conselho, era sem dúvidas meu melhor amigo, mas naquela hora eu parecia ter me esquecido disto.

- Tom, espera cara eu ainda não termi...

 Desliguei o telefone na cara dele. Por que eu estava fazendo tudo aquilo? Não sei, mas uma revolta tomou conta de mim e eu quando fico revoltado não sou lá uma boa companhia. Queria preservar os meus velhos amigos da minha tristeza, não queria inundar o ambiente deles com o meu desanimo, não queria que eles vissem o que eu havia me tornado naquele momento, uma pessoa fria, vazia e decadente. E eu também sinceramente não aguentaria os ver olhando para mim e dizendo: "Coitado do Tom, que pena do Tom, tadinho do Tom, olha a cara do Tom, vamos dar atenção a ele porque ele está precisando." Não, definitivamente eu não precisava de ninguém com pena de mim.
 Passei aquela tarde toda travado de bêbado, minha mãe entrou no quarto olhando para mim com aquele olhar de dó que eu não suportava, sim, eu não suportava olhar nem para a cara da minha própria mãe, sem contar também que eu não suportava olhar nem para a minha própria cara. Acredite se quiser, passei duas malditas semanas sem me olhar no espelho porque eu sabia que cada vez que eu olhasse para ele eu me lembraria que eu era o único idiota da face da terra com aquela fisionomia. O outro idiota estava faltando, e esse idiota era o meu irmão gêmeo que fez o grande favor de me deixar sozinho nesse mundo. Maravilha Bill, excelente irmão você é.
 Enfim, minhas emoções estavam à flor da pele e oscilavam entre uma tristeza agonizante e um ódio profundo de tudo e de todos. Eu havia me tornado algo que eu desconhecia e agora quem precisava ser salvo era eu. Mas quem iria me ajudar a superar a perda do meu irmão?

- Georg! - olhei surpreso para ele que se encontrava parado feito uma coluna do templo a minha porta.

- Você não vai se livrar tão fácil assim de mim. - ele me disse sério.

- E nem de mim. - Gustav surgiu de trás dele adentrando ao meu quarto também.

Pela primeira vez em duas semanas, senti uma felicidade tremenda tomar conta de mim. Eu apenas permaneci jogado em minha cama os encarando na tentativa de não demonstrar sentimento algum, mas, por dentro eu estava realmente muito feliz em vê-los a minha frente.

- Quando nos falamos pelo celular nós já estávamos na porta da sua casa. - Georg cruzou os braços sorrindo torto.

- Sabíamos da reação que você teria em falar conosco, mas sinceramente, eu já te conheço há quase 10 anos e eu sei que no fundo você está morrendo de vontade de dar um abraço na gente. - Gustav disse sorrindo igualmente.

- Vai continuar se fingindo de durão até quando hein moleque metido a macho? Vem aqui dar um abraço na gente cara. - Georg disse de braços abertos estampando aquele sorriso amigável dele.

 Confesso que fiquei ainda mais uns cinco segundos os encarando estático em minha cama, mas depois daquele curto espaço de tempo, levantei-me e corri pros braços dele. Isso pode ter soado um pouco gay, eu sei, mas cara eu amo aqueles dois moleques, amo demais. Então ficamos os três abraçados por um longo tempo, droga, eles me fizeram chorar e eu odiava chorar na frente dos outros. Mas tudo bem, afinal aqueles não eram os outros, aqueles eram os meus irmãos.

- Ah caras me desculpem pela minha atitude, não fui legal com vocês. - eu dizia agarrado a eles.

- Não tem porque pedir desculpas Tom, nós somos muito compreensíveis, não é Gustav?

- Claro! Acredite, também não está sendo nada fácil para nós...

- Mas vocês permaneceram juntos, não deram as costas um para o outro, compartilharam a dor. Mas eu fiz questão de me isolar e abafar minha tristeza no álcool, eu fui um idiota. 

- É você foi um idiota cara, deu mais valor para a merda da sua bebida do que para a gente. Isso não tem perdão. - Gustav me olhou sério, confesso que até me assustei. - É brincadeira cara, dá mais um abraço aqui. - ele sorriu e me deu um abraço de urso.

- Cara você está esmagando os meus ossos com essa sua força toda. Nunca vi um baixinho tão forte...

- Eu nunca vi um baixinho tão gordo isso sim. - Georg emendou. Nós três caímos na risada.

- Tava com uma saudade do car**** de vocês. Obrigado por não terem se esquecido de mim.

- Nós não iríamos desistir tão fácil assim de você Tom. Acho que Bill ficaria muito triste se nós nos esquecêssemos um do outro. – Georg disse pegando em meu ombro.

- É... Lembra como ele ficava depois das nossas brigas? Arrasado, ele era sempre o primeiro a pedir desculpas porque não suportava ver a banda naquele clima pesado. - Gustav recordava-se com um sorriso fraco no rosto.

- E eu tenho certeza que ele não quer mais te ver assim Tom e é por isso que nós estamos aqui. Viemos te buscar para retomamos a nossa vida, o nosso sonho, o Tokio Hotel. - Georg tocou no nome do TH e aquilo me machucou de certo modo.

- Você não sabe o quanto a mídia está agitada, todos correm atrás de nós, fazem perguntas torturantes e querem saber de você...

- Nos isolamos em nossas casas também, mal podemos sair.

- No caminho para cá eu comprei esta revista. - Gust disse entregando a revista em minhas mãos onde eu pude ler: "O triste fim do Tokio Hotel" Senti um aperto no peito ao ler aquilo, aquelas palavras estampadas ali me fuzilaram.

- Vocês têm razão, esse não pode ser o nosso fim. - eu disse determinado. - Não vamos deixar nosso sonho acabar desta maneira. Vamos dar a volta por cima e seguir em frente com o TH. - tive do nada um choque de animo.

- É assim que se fala cara, é assim que se fala. - Georg disse animado me dando fortes tapas nas costas.

- Até porque nós somos três vagabundos que não sabem fazer outra coisa nessa vida a não ser música. Foi a música que nos uniu, e será a música que nos manterá juntos. - filosofei, afinal, o TH me inspirava.

- É, vamos fazer isso por nós e pelo Bill. O Tokio Hotel era tudo para ele, nenhum de nós foi tão determinado a fazer a banda dar certo quanto ele e... - Gustav deu uma pequena pausa, logo notamos as primeiras lágrimas escorrendo de seu rosto - E eu queria apenas ter tido a oportunidade de dizer obrigado ao Bill, obrigado por ele ter feito parte do meu sonho.

- Parte do nosso sonho e parte da nossa realidade também. - Georg emendou igualmente emocionado.

- Meu irmão deu um passo inicial na nossa carreira, se não fosse por ele, certamente não seriamos o que nos tornamos hoje. Valeu mesmo por vocês terem vindo aqui me lembrar disto, lembrar que o Bill deve continuar vivo através do que ele mais amava, o Tokio Hotel. – abaixei minha cabeça escondendo minhas lágrimas.


Nos abraçamos novamente sentindo a energia que a nossa união nos proporcionava, eles ajudaram-me a fazer minhas malas. Depois disseram que eu estava fedendo e necessitava de um bom banho. Foi o que eu fiz. Enquanto tomava banho pensava em Melissa, era horrível pensar nela. Foi justamente aquela FDP que matou o meu irmão e ninguém tiraria isso da minha cabeça. Também pensei em Cléo. Como ela estava se saindo com o coração do meu irmão? Será que seu organismo já havia se acostumado com aquele órgão? Será que ela já havia despertado?

- Caras! – eu me dirigia a eles enquanto me enxugava. – Alguém tem noticias da Cléo?

- Nós a visitamos anteontem. Ela ainda estava dormindo, mas os médicos disseram que o organismo dela está reagindo bem. Não tem mais como ela rejeitar o coração do Bill. – Georg me respondeu.

- Hum, que bom. - eu disse mordendo os lábios com um olhar distante.

- Se você quiser, nós podemos ir visitá-la no Hospital assim que voltarmos para Hamburg. - Georg propos.

- Não, melhor não. Não sei se ver a Cléo agora me faria bem, não me perguntem o por que mas, por enquanto eu não quero ir visitá-la. Mas, eu queria pedir algo a vocês. Queria que vocês continuassem indo lá, vendo se ela está saudável, se está reagindo bem e tudo mais... Preciso ter noticias dela.

- Tudo bem Tom.

- E... Alguém ai sabe da Melissa? – Eu realmente não sei por que fiz aquela maldita pergunta.

- Nunca mais ouvimos falar dela. Ela também nunca mais nos procurou, nem nos ligou. Só a namorada do Georg que falou com ela semana passada se eu não me engano. – Gustav disse colocando algumas roupas a mais em minha mala.

- Ela que suma para sempre das nossas vistas, se eu a ver na minha frente não sei o que sou capaz de fazer com ela. Todo meu amor pela Melissa foi para o ralo depois do que ela fez ao Bill e a Cléo.

- Seu amor por ela? Como assim seu amor por ela? – Georg questionou-me com os olhos arregalados.

- Eu a amava ok? Amava porque sabia que meu irmão não gostava dela. Tinha dó dela, das coisas que o Bill as vezes falava para ela mas, agora eu entendo o motivo dele sempre ter tratado com tanto descaso aquela garota. Era porque no fundo ele sabia que ela iria desgraçar com a vida dele. – disse jogando minha toalha com raiva contra a poltrona que ficava ao lado da minha cama.

- Eu não acredito no que acabei de ouvir. Você era apaixonado pela namorada do seu próprio irmão... Isso é torturante cara. Por um acaso Bill sabia disso? – Georg ainda me olhava com aquela cara de espanto.

- Eu contei a ele ainda no Hospital, pouco antes dele falecer e ele disse que já desconfiava. – tentei concertar um pouco a situação. – Mas esqueçam disto! Eu não amo mais aquela garota, não amo garota nenhuma. Mulher não presta cara, elas só servem para desgraçar as nossas vidas, merecem ser usadas por nós e por mais que o Bill tentasse mudar minha opinião em relação a elas, no fundo eu não conseguia ver uma mulher de outra forma.

- Cara você está me assustando com essas suas revelações. Daqui a pouco vai nos dizer que é gay e está afim de um de nós. – Georg me disse em tom de deboche e eu entrei na onda da brincadeira dele.

- Oh Georg já que você tocou no assunto, vejo que esta é a hora certa para lhe dizer que você é o homem da minha vida. Vem aqui me dar um beijinho vem! – Fiz biquinho e fui em direção a ele. O cara entrou em choque e saiu pela porta desesperado.

Cai na risada, tava pra nascer homem com mais medo de gay do que o Georg. Percebi Gustav ao meu lado rindo da cena. Estávamos juntos rindo novamente e aquilo era bom.

- Vou levar suas malas lá para baixo e dar licença para você terminar de se trocar. Consegue ficar pronto em 10 minutos Tom? – Gustav me dizia enquanto ajeitava minha mala nas mãos.

- Me esperem lá no carro enquanto eu me despeço da minha mãe ok? Eu só preciso ter um tempo com ela.

- Ok. – ele me deu dois tapas nas costas e saiu pela porta.

Fiquei no meu quarto me trocando e depois desci deparando-me com a minha mãe sentada no sofá. Ela estava alisando um dos nossos cães com um olhar distante. Ao notar minha presença ela direcionou seus olhos aos meus.

- Mãe, eu estou voltando para Hamburg ok?! – disse me agachando na frente dela.

- Tudo bem meu filho. Eu sei que você não suporta este lugar, sei que as lembranças são gritantes aqui dentro, são torturantes. Não devia ter pedido para você voltar para cá, me desculpe. – ela me lançou um olhar triste enquanto alisava meu rosto.

- Mãe, não importa o lugar que eu esteja, as lembranças gritantes e torturantes estão aqui dentro - disse tocando em meu peito - Bill está comigo, fugir dele é fugir de mim mesmo. Agora mais do que nunca sinto que somos um só, me sinto na responsabilidade de viver por nós dois. – eu beijei a mão dela. – Vou retomar a minha vida por ele, farei tudo por ele daqui para frente.

- Tom! – ela me segurou forte pelos braços – Você não é o seu irmão, você não tem a obrigação de viver por ele, sabe por quê?

- Por que mãe?

- Porque ele voltará. Eu sei que ele voltará. - um sorriso estranho surgiu no rosto dela.

- Ah Mãe, vem para Hamburg comigo, me deixa cuidar de você. - era só o que me faltava agora, minha mãe pirar de vez.

- Tom eu não preciso ser cuidada, eu ficarei bem. Eu não estou ficando louca meu filho.

- Então pare de me dizer coisas sem sentido ok?! – eu disse calmamente a ela. – Promete que ficará bem.

- Gordon cuidará bem de mim. Me prometa você que ficará bem.  - ela disse alisando minhas tranças.

- Prometo. Eu te amo dona Simone! – eu a abracei. – Fala pro Gordon que eu deixei um abraço para ele.

Fiquei por muito tempo agarrado a minha mãe, choramos juntos. Eu odiava quando minha mãe chorava, aquilo me sensibilizava. Quem costumava ampará-la quando ela ficava triste era o Bill, era ele quem enxugava suas lágrimas, era ele quem chorava junto dela.
Saí pela porta de casa sem olhar para trás, vi os G´s me aguardando no carro para seguirmos ao aeroporto. Aquela seria a primeira vez que eu voaria sem ter meu irmão na poltrona ao lado da minha. Aquela sensação foi estranha, aquele banco vazio ao meu lado, aquele silêncio torturante... Olhei pela janela fitando as asas do avião que ainda estava em terra firme, eu ainda não havia me acostumado com aquilo, andar de avião ainda me amedontrava. Lembrei-me de algo que o meu irmão me disse alguns anos atrás na primeira vez que voamos para a América:
“- Tom, não tenha medo de voar, não tenha medo de se arriscar, não tenha medo de viver."

- Em que está pensando Tom? - Georg interrompeu meus pensamentos sentando ao meu lado.

- Que nada dura para sempre. - respondi a ele.

 


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Notas finais do capítulo

Ai...chega de tristeza!
No próximo capitulo vamos descobrir a escolha do Bill e vamos ver como Cléo está se saindo no Hospital.
Não perca as próximas emoções. Existe uma pessoa que possue o maior amor de todos e nem a morte é capaz de mudar isto.



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