Oasis – stop crying your heart out

Segure-se, não tenha medo

Seu destino pode manter você aquecida

Porque todas as estrelas
Estão desaparecendo
Apenas tente não se preocupar
Você as verá algum dia
Pegue o que você precisa
E siga seu caminho
E faça seu coração parar de chorar

Cléo despertou em um lugar que nunca havia estado antes. Ainda sonolenta, notou a presença de sua mãe ao seu lado. A garota sentia-se fraca. Sentia um incomodo no braço. Notou que era uma agulha injetada que transportava soro as suas veias.

- Mamãe, o que houve? – ela perguntava sonolenta.

- Você desmaiou no show do Tokio Hotel querida. Também né, três dias naquela fila embaixo de sol, chuva, sem se alimentar direito. O que você queria?

- Ah, agora estou me lembrando de tudo. Quanto tempo irei passar aqui?

- Eu não sei filha, só sei que passara esta noite aqui.

- E a Mika e a Kamilie?

- Bem, elas estão no show. Alias você sabia que o show foi interrompido por sua causa?

- O que? Por minha causa? – ela perguntava surpresa.

- Sim, todos ficaram preocupados com o seu estado. Eu que fui lá e autorizei que o show continuasse. O publico estava muito agitado.

- Ah que mico, que mico. Todos devem estar me odiando agora.

- É, acho que só um pouquinho. – Dulce disse sorrindo.

Cléo voltou a dormir rapidamente e sua mãe passou a noite toda ao seu lado.

No dia seguinte, sentia-se bem melhor. Acordou por volta das 11h30min. Tomou o café da manhã meio enojada. * Bem que me falaram que comida de Hospital era um horror. *

Sua mãe adentrou ao quarto carregando um grande envelope. Dulce encontrava-se pálida, com a feição preocupada.

- Que cara é essa mamãe? – Cléo perguntava com certa preocupação.

- Filha, eu tenho algo muito importante para lhe dizer. – Dulce dizia se aproximando do leito da filha.

- O que? Você está me assustando com essa cara, está pálida, diga logo.

- Fizeram uns exames em você ontem, com o meu consentimento é claro. E descobriram que você está com o coração fraquinho. – Dulce dizia com cuidado a filha.

- Coração fraquinho? Como assim? – Cléo não entendeu o que a mãe quis dizer.

- Você sabe que não é a primeira vez que desmaia assim. Você também sabe que tem pressão baixa e tudo mais. Os exames disseram que você sofre de uma espécie de arritmia. Seu coração bate fraco demais, pode até parar. – Dulce dizia baixo, já com lagrimas nos olhos.

- Meu Deus mamãe que horror. Há quanto tempo tenho isso? – Cléo tapou a boca com as mãos.

- Já está com isso há algum tempo. Se tivéssemos descoberto antes, talvez poderíamos evitar muitas coisas, mas, o estagio de sua doença é avançado.

- Mamãe, eu vou morrer? Apenas me responda isto. – Cléo se desesperava.

- Filha eu não quero te assustar, mas agora você precisara se tratar. Se piorar, precisara de alguém com um coração compatível ao seu para lhe fazer uma doação.

- Doação? E agora? Terei que ficar para sempre internada neste Hospital? – Cléo começava a chorar.

- Calma minha filha não fique assim. – Dulce abraçou Cléo. – Você agora começara um tratamento para evitar que seu estado piore. Não poderá sofrer emoções muito fortes, não poderá se esforçar muito. Mas é só por enquanto, eu sei que você ira se curar. Irei falar com o Doutor para saber com ele se há necessidades de você ficar neste Hospital ou se poderá voltar para casa e se tratar lá.

Dulce beijou a filha na testa e retirou-se do quarto para ir falar com o Doutor. Cléo permaneceu na cama. Abraçava os joelhos se encolhendo. Chorava com muito medo do que havia descoberto.

Mais tarde sua mãe voltou acompanhada de um medico, este sugeriu que Cléo fosse levada para uma bela casa de campo, a 30 minutos de Hamburg. Tratava-se de uma espécie de Spa Medicinal.

- Spa medicinal doutor? – Cléo perguntava sem saber o significado daquilo.

- Sim Cléo. Neste Spa, ficam hospedadas pessoas com doenças especiais, assim como a sua. O ar puro, a tranqüilidade, os cuidados particulares. Lá tem tudo isto e muito mais. Pense em uma bela casa de férias. Tem um rio lá e também cavalos, dentre muitos outros animais...

- Tem TV? Internet? – Cléo interrompeu o Doutor.

- Não Cléo, lá não tem nada disto. Tem apenas telefone. Mas é este o objetivo. Os pacientes não entram em contato com esta tecnologia toda e aprendem a aproveitar melhor da natureza. Isto ajuda muito na recuperação. Se tivesse TV, Internet... De nada adiantaria. – O doutor explicava.

- Bom melhor que ficar neste Hospital deve ser. Mas quanto tempo passarei lá? Não poderei sair para nada? Para ir ao shopping, visitar minhas amigas, ir aos shows do Tokio Hotel....?

- Não, não poderá sair por algum tempo. Mas poderá receber visitas daqui uma semana mais ou menos. Shows então, nem pensar mocinha. – o medico dizia enquanto apertava com os dedos o nariz de Cléo.

- Mas que horror. Por que isto está acontecendo comigo? – Cléo olhava triste para baixo.

- Ai Cléo, há tantas pessoas que passam por coisas piores. Você ira gostar do Spa Medicinal. Eu ficarei hospedada lá com você. – Dulce se pronunciava.

Cléo se preparava para deixar o Hospital. Iria para casa arrumar as malas. Seguiria viagem no dia seguinte para o Spa Medicinal

. Ao chegar a seu lar, tratou de ligar para Mika e Kamilie. Pediu para que as amigas passassem a noite lá, queria se despedir delas. Ao chegarem, foram recebidas com muita emoção pela amiga. As três se abraçaram forte e subiram para o quarto de Cléo. Passaram a noite falando do Tokio Hotel. Assistiram a Dvd´s, leram revistas, comeram porcarias, fofocaram bastante. Cléo já havia lhes dito que estava doente e que passaria um tempo fora da cidade.

- Prometam que irão me telefonar sempre? – Cléo pedia para as amigas.

- Prometemos. – as duas diziam em coro.

- E prometam que não se esquecerão de mim e que sempre me manterão informadas sobre o que se passa com o Tokio Hotel?

- Prometemos. – Mika disse por ela e pela amiga. – Ah Cléo, por falar em Tokio Hotel, você sabia que Bill, fez carinho em sua testa enquanto você era carregada para trás do palco?

- O que? Bill fez carinho em minha testa? – Cléo desacreditava enquanto seus olhos brilhavam.

- Sim. Foi tão fofo. Ele ao te ver estirada e indefesa aos pés dele, tratou de acenar para o pessoal da produção ir te dar assistência, ai ele fez carinho em sua cabeça enquanto cantava a ultima parte de “Love and Death.” – Kamilie dizia enquanto encenava o momento.

- Ah, nunca mais lavarei minha testa. – Cléo dizia enquanto se jogava na cama. – Ah, mas que droga, já tomei banho e lavei muito bem minha testa. Mas tudo bem, o importante é que ele me tocou. – seus olhos brilhavam fitando o enorme pôster de Bill Kaulitz que tinha no teto de seu quarto.

As três riram juntas. Passaram mais alguns instantes conversando e caíram rapidamente no sono.

No dia seguinte, acordaram já em clima de despedida. Aquele domingo estava nublado e triste. A despedida das meninas comoveu Dulce, esta começou a chorar ao ver o forte abraço que as três davam juntas.

- Tchau meninas, eu amo muito vocês. – Cléo disse entrando no carro.

Cléo e Dulce seguiram viagem rumo ao Spa Medicinal. Cléo pediu para a mãe passar pelos principais pontos de Hamburg, ela queria se despedir da cidade que tanto amava. Foi durante todo passeio pendurada a janela, vendo cada detalhe do que deixava para trás. Pediu para a mãe passar também pelo prédio onde os irmãos Kaulitz viviam.

- Tchau Bill, EU TE AMOOO! – Cléo gritou com a cabeça para fora do carro.

- Cléo, está louca? Não grite assim. E trate de desapoiar da porta, pode cair. – Dulce dava bronca na filha.

Cléo

Estou eu agora saindo de Hamburg,a cidade que tanto amo, deixando para trás toda minha vida para ir viver isolada em uma casa de campo. Não sei se irei agüentar, é tão difícil partir assim. Sentirei falta de minhas amigas, falta do meu Tokio Hotel que tanto amo, falta de Bill. Espero que o TH não esteja me odiando por eu ter interrompido o show deles, mesmo que por uma hora. Estou com tanto medo do que vem pela frente, preciso de uma motivação para continuar forte. O que posso dizer agora é que estou me sentindo calma também, como se algo bom fosse me acontecer. Não sei por que estou com essa sensação, mas é ela que está me mantendo forte.