POVBella

Já estava cansada de ficar sentada no sofá duro da sala de espera. O que diabos esse homem estava fazendo para não me atender logo. Nem sabia a quanto tempo estava ali, mas tinha a certeza de que já estava o suficiente. Minha única saída era encarar a secretaria que ficava a cada minuto me olhando. Ela parecia cansada e sem paciência. Então estava evitando olha-lá.

– Querida, o Sr. Cullen a espera. - Ela disse simpática pela primeira vez. Sorri com preguiça e ela retribuiu com um sorriso amistoso. Antes que a mesma abrisse a enorme porta respirei inúmeras vezes.

Senti minhas pernas bambearem assim que o avistei sentado em sua cadeira olhando algo em seu notebook. Uma mistura de sessações correram sobre meu corpo. Medo, atração e surpresa. Medo por conta das coisas horríveis que haviam me dito. Atração era inevitável, qualquer mulher ficaria balançada ao ver um homem tão bonito e sensual a sua frente. Surpresa por ver que ele não era um velho ranzinza como imaginava, ao contrario. Ele era um jovem, de boa aparência e aparentemente sem motivos nenhum para ser mal humorado. Me aproximei devagar. Mas seus olhos permaneciam vidrados no computador sobre a sua mesa. O vi dar um sorriso torto ao olhar algo no computador. Abaixei minha cabeça com receio de encará-lo mais uma vez. Até que seus olhos enfim fitaram os meus. Mais uma vez parecia uma idiota, agora extremamente atraída por seus olhos verdes. Como aquelas mulheres puderam odiá-lo? Ele parecia ser a melhor pessoa do mundo.

– Sente-se! - Ele disse sério. Sua voz rouca e firme me fez bambear. Limpei a garganta e sentei. - Isabella Swan, certo?

– Sim.. - Minha voz estava fraca e sem vontade de sair. Então respirei mais algumas vezes até sentir que estava mais segura e que conversaria com ele como uma pessoa normal.

– Bom, recebo muitas pessoas que estão concluindo a faculdade e precisão de emprego para poder conclui-lá. E não consegui até agora achar alguém ao nível procurado. Espero que consiga. - Seus olhos me olharam de forma pesada. Ele havia saído da pose de homem "amoroso" "simpático" para "assustador" "cruel".

– Obrigada! - Agradeci simpática. O mesma retribuiu o agradecimento com um sorriso torto. A entrevista não durou mais de 20 minutos. Ele fez perguntas simples, as mesmas que tinha ensaiado em casa horas antes de vim para cá. Sai do local apreensiva. Precisava urgentemente daquele emprego para poder passar de semestre na faculdade. Faltava muito pouco para me formar, mas nessa reta final era obrigatório conseguir um emprego, isso servia para experiencia para cada aluno. E já havia ido a inúmeras empresas e não conseguia um resultado positivo. Aquela empresa era minha última saída. Estava cansada. Tudo o que queria era chegar em casa e dormir um máximo possível.

POVEdward

Já passava das 21:30 e implorava pela minha cama. Mas como de costume e falta de sorte havia pegado um trânsito horrível. Depois de 20 minutos com o carro parado consegui chegar em casa. Joguei minhas coisas em qualquer lugar, precisava de uma banho e da minha cama.

– Boa noite senhor. - Tânia dizia simpática como sempre. Eramos só eu e ela. Seu trabalho era 24 Horas, ela dormia aqui. Assim evitaria a total solidão que sentia algumas vezes.

– Boa noite Tânia. Ocorreu tudo bem hoje? Algum problema?

– Não senhor..

– Edward Tânia, pode me chamar de Edward. - Odiava essa mania. Nunca gostei de ser chamado de senhor, era uma expressão velha.

– Ok, Edward. - Ela sorriu envergonhada. - Bom o senhor Thomas ligou hoje cedo pedindo para que quando o senhor chegasse ligasse para ele, e era urgente.

– Urgente? Certo, brigada Tânia. - Subi as escadas com pressa. Assim que cheguei no meu quarto procurei o número de Thomas entre a montanha de papeis sobre a minha mesa. Encontrei o número escondido em baixo da pilha e liguei imediatamente para Thomas. Thomas era um dos maiores afiliados da empresa ele já me salvo inúmeras vezes. Sempre que a empresa estava na pior Thomas a salvava.

– Aló.– Thomas disse rude como de costume. Ele era um velho de 70 anos e bem mal humorado. Não tínhamos uma especie de amizade. Ele sempre me considero um jovem inconsequente que não sabe comandar uma empresa tão grande como a Cullen's.

– Tânia me disse que o senhor tinha ligado querendo conversar comigo.. Aconteceu algo?

– Não surtirá efeito nenhum se conversarmos por telefone. Amanhã irei cedo ao seu escritório e conversaremos. E por favor não chegue tarde como de costume.

– Sim senhor. - Minha voz saiu tremula. Thomas me dava medo. E não usava em contrariá-lo.

– Até mais.

– Até! - Desliguei o telefone o jogando na cama. Em minutos estava em baixo do chuveiro sentindo a água gelada deixar meu corpo anestesiado e mais calmo. Escultei o telefone tocar mais uma vez. Temi que fosse Thomas então tratei de vesti qualquer coisa e fui atender.

– Aló..

– Meu amor..– Escultei a voz estérica da minha mãe do outro lado. Suspirei ao perceber que a minha pressa foi pra nada.

– Oi mãe. - Disse desanimado a fazendo suspirar triste do outro lado da linha.

– Se toda a vez que eu ligar você me atender desta maneira irei parar de ligar.

– Desculpa mãe. E que to muito cansado e amanhã tenho que acordar bem cedo.

– Ok, amanhã vamos almoçar juntos? estou com saudades meu amor.

– Certo.. Quando terminar a reunião que terá amanhã na empresa eu ligo.

– Certo meu amor. Boa noite, durma bem.

– Boa noite mãe. - Desliguei o telefone e o joguei bem longe. Agora iria fazer o que tanto desejava. Dormir!