Entre reis e rainhas escrita por Natasha Bonni


Capítulo 1
Capítulo 1 - O mistério do colar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, minha segunda fanfic nesta categoria. Espero que gostem, agradeço de coração as minhas amigas, que me apoiaram. Ju,Alle e Izzy, obrigada pelo carinho e apoio. May, você divou na capa uma vez mais, obrigada. Enfim, nos vemos lá em baixo.



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Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo. - Guimarães Rosa

Um dia comum numa cidade comum, era exatamente assim que se resumia a vida das quatro garotas da casa da esquina, como eram conhecidas. Ambas maiores de idade, todas sem família e tentando apagar seus passados.

-Júlia, será que você poderia parar de mexer nos meus cadernos? – a voz de Mariana reverberou pela casa, alcançando a amiga, que agora procurava algo em meio aos papeis espalhados pelo chão do quarto. Mariana parou na porta, respirando fundo ao ver a bagunça provocada pela amiga. –O que você quer?

-Eu só... – Júlia olhou para amiga, que a fitava ameaçadora. – Certo, eu admito. Estava procurando aquela sua história sobre um lugar distante, que tem um bosque e um...

-Ok, já chega! – gritou Mariana, de repente – Saia já daí – com os olhos ferozes, a jovem avançou sobre a amiga, tomando-lhe as folhas de papel rabiscadas com seus rascunhos.

Com os gritos, Allessandra e Isabele adentraram o quarto da mais nova, que agora tentava ajeitar a bagunça feita pela outra. – O que aconteceu aqui?

-Júlia. – fora a resposta dada por Mariana, que ainda parecia chateada com o ocorrido. Júlia a fitava curiosa, sem um pingo de remorso sequer.

-Por que mexeu nas coisas dela, Jubs? – fora Isabele quem perguntara, tentando usar todo o seu bom senso para administrar a situação.

-Por que eu estava curiosa – a resposta franca da menina irritou ainda mais Mariana, que agora guardava os papeis em uma caixa grande. Ao notar os olhares acusadores das amigas, a garota se explicou – ora essa, galera. Mary escreve a mais tempo do que posso contar, e nunca nos deixa ler. E de uns tempos para cá anda toda esquisita, sonhando e murmurando sobre coisas sem sentido. Eu fiquei preocupada – ela tentou argumentar.

Alguns minutos de silêncio se arrastaram entre as quatro amigas, que se fitavam como se estivessem a espera de algo acontecer. Com um suspiro pesado, Allessandra caminhou até a estreita cama de solteiro de Mariana e se sentou, sendo seguida por Isabele e Júlia. As três voltaram seus olhares para mais nova, que parecia acuada e sem jeito. Com um suspiro pesado, Mariana deu-se por vencida.

-Beleza, vocês venceram – declarou a jovem, levando a caixa até um canto do quarto e a depositando lá. Em seguida, pegou outra, um pouco menor e de madeira, com um símbolo que lembrava um brasão real, entalhado na tampa do objeto. As amigas a olhavam questionadoramente. Mariana sentou-se no meio da cama, depositando a caixa e a abrindo em seguida. Dentro dela, não havia nada alem de folhas de papeis escritos e um colar.

-Minha nossa, o que é isso? – Allessandra fora a primeira a notar a joia ali dentro.

-Não faço a menor ideia, Alle – respondeu Mariana, - tudo o que sei é que aí tem a resposta do meu passado.

-Por que diz isso, Mary? – Isabele examinava os papeis com tanta atenção, que beirava o medo.

-Por que depois de olhar por algum tempo para ele, acabei escrevendo isso – a morena apontou para os papeis, que logo foram retirados da caixa por Júlia.

-O que exatamente, é isso? – ela quis saber.

-Não sei, mas sonho com este lugar á muitas noites. E sempre acaba do mesmo jeito, eu, vocês e um enorme castelo a beira-mar – com um suspiro cansado, a garota se levantou e caminhou até a escrivaninha que ocupava o canto de seu quarto, abriu a primeira gaveta do móvel e tirou um pequeno envelope de lá, levando até as amigas depois. – Leiam. – pediu.

Espremidas, as três meninas leram o que havia na carta, arregalando os olhos a cada palavra absorvida.

-Mas aqui diz... – Allessandra não conseguiu terminar.

-Eu sei, não faz sentido – comentou Izzy, olhando incrédula para Mariana.

-Espera um pouco, será que você poderia explicar isso aqui? – Júlia já estava pra lá de aborrecida com toda a situação.

-Sim, essa carta foi deixada junto comigo na porta do orfanato. Não faço ideia de quem escreveu, e muito menos por que me abandonaram, mas tudo o que sei é o que está nesta carta. – esclareceu Mariana. – Se serve de consolo, não sei muito mais do que vocês.

- Oh claro, e isso é ótimo! – zombou Alle, passando as mãos pelo rosto – Mariana, você sabe o que isso significa? – ela levantou de repente, olhando para as amigas. – Temos que descobrir quem escreveu isso, e por que você foi deixada naquele orfanato, amiga.

-Ué, ela foi deixada pelo mesmo motivo que também fomos. – Isabele se levantou, - Não nos quiseram – deu de ombros.

-Acho que não é bem assim – Jubs palpitou – acho que Alle tem razão, poderíamos investigar e ver no que dá – sugeriu ela.

-E como faremos isso? – Mariana perguntou, refletindo seriamente sobre a sanidade mental das amigas.

-Vamos procurar na internet, nos jornais, livros... Sei lá, qualquer coisa! Só não podemos ficar paradas e esperarmos mais dezoito anos para termos uma resposta – Allessandra respondeu.

Todos olharam para Mariana, que agora ponderava as palavras da amiga. Ela precisava dizer que nunca fora muito fã de andar bisbilhotando vidas alheias.Mas agora a coisa era diferente, era a sua vida, a sua história que estava incrustada naquela carta e no colar. E apesar do medo que começava a corroer suas veias, ela sabia o que precisava fazer.

-Tudo bem, vamos fazer isso – concordou por fim.

Depois de tomarem a decisão de investigar o misterioso passado de Mariana, as quatro se juntaram na sala, portando o computador de Isabele, que era a única com um na casa. Mariana e Allessandra haviam ido até a biblioteca que ficava no fim da rua, e pego alguns exemplares sobre história e até magia, o que na opinião de Allessandra e Júlia era pura besteira, e gastaram todo o restante da tarde pesquisando.

Já passava da meia noite, quando elas se deram por vencida. O sono e o cansaço, assim como a fome e a sede as fizeram partir para cozinha. Depois de serem demitidas de seus últimos empregos, as garotas economizavam o máximo possível, e saíam todos os dias a procura de emprego. O que não ocorrera neste dia em especial.

-Ok, eu preciso dormir um pouco – disse Izzy, terminando de engolir o último pedaço de seu pão com geleia.

-Somos duas – afirmou Júlia.

Cansadas e irrevogavelmente frustradas, as quatro subiram para os minúsculos quartos que compunham o andar superior da pequena casa que compraram em um leilão ilegal, meses atrás.

Mariana tomou um rápido banho, colocou o pijama de flanela e se atirou sobre a cama, com o colar em mãos. Mesmo exausta, ela não conseguia dormir. As imagens do ultimo sonho que tivera na noite anterior ainda tomavam-lhe a mente. Como ela poderia sentir conhecer todos aqueles lugares, aquelas pessoas, sem nunca tê-los visto.

Respirando fundo, Mary apertou o colar contra o peito e fechou os olhos, porém, apenas para abri-los de espanto em seguida, ao notar que algo se mexia sobre ela. Quando olhou para baixo, notou que uma luz estranhamente pálida saía de suas mãos. Um grito irrompeu sua garganta, e assustada, Mariana atirou o colar sobre o colchão. Instantes depois, o ambiente era invadido por três garotas completamente desalinhadas, com cabelos bagunçados e portando objetos que pensavam ser ameaçadores.

-Cadê o bandido? – Júlia perguntou, brandindo um travesseiro na frente do rosto, pronta para acertar qualquer um que se metesse a besta.

-Quem foi? Por que? – Allessandra tinha um chinelo nas mãos, com os olhos arregalados e ameaçadores para qualquer um que a fitasse por mais tempo que o necessário.

-O que houve, Mary? – Isabele fitou a amiga, jogando as agulhas de crochê que trazia consigo, no chão.

Sem dizer nada, a menina apontou para cima da cama. O colar ainda brilhava, atraindo atenção das meninas.

-Mas... – interrompendo a fala da amiga, Mariana se aproximou da cama e pegou e peça nas mãos. Não havia notado, mas havia um pequeno fecho na lateral do objeto, por onde saía a tal luz. Curiosa, ela não esperou por perguntas e o abriu.

O que aconteceu a seguir, não poderia ser descrito em palavras. Tudo o que as garotas se lembraram de ver fora a luz, e então, a escuridão resplandeceu sobre elas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, por favor não deixem de opinar. Obrigada por lerem.
Kisses and Cherrys.