Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

...''eu olho pra maneira como estamos deitados e o sorriso aparece novamente no meu rosto e mais uma vez eu tenho a certeza que esse é o tipo de vida que eu quero pra mim, ou melhor para nós dois!''...



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Abro meus olhos e encontro Peeta ainda agarrado em mim, sua cabeça na minha barriga e nossas pernas entrelaçadas, novamente eu sorrio com essa imagem. Mas minha vontade de ir ao banheiro começa a falar mais alto, eu passo meus dedos pelo cabelo dele, levanto minha cabeça para poder ver o rosto dele e ele realmente está dormindo profundamente, seu rosto está relaxado, sua respiração suave e eu tento ao máximo sair sem acordá-lo, o que me exige muito esforço e um certo tempo, afinal nossas pernas estão realmente juntas demais, mas eu consigo, pego um travesseiro e lentamente levanto a cabeça dele da minha barriga, coloco o travesseiro no lugar e o deito novamente, eu escorrego da cama parando de joelho no chão de frente pra ele, ele se mexe um pouco mas não acorda, mesmo com a vontade de ir ao banheiro eu ainda fico alguns segundos olhando ele dormir tão tranquilamente, tenho que me controlar para não passar meus dedos no rosto dele, mas eu consigo, então me levanto e vou ao banheiro, quando saio ele continua na mesma posição, eu olho novamente pra ele dormindo e desisto da ideia de voltar para cama, por que eu realmente não vou conseguir dormir e vou acabar acordando ele, pego um cobertor que estava no pé da cama e coloco em cima dele, observo por mais alguns segundos e então eu saio do quarto na ponta dos pés, fecho a porta lentamente e paro no corredor olhando para os lados enquanto me decido para que lado ir, escolho um lado e começo a andar pelos corredores, enquanto ando penso se minha mãe ainda estaria no trem, afinal nem sei por quanto tempo dormi e aquela hora nós já estávamos indo para o dois, então continuo o caminho até ver uma das salas com a luz acesa, coloco a cabeça para dentro da sala e vejo Haymitch sentado numa cadeira, debruçado sobre a mesa, enquanto simplesmente gira a sua faca para um lado e para o outro. Eu entro na sala com passos leves.
– Haymitch? – eu chamo quando já estou me aproximando dele, ele se vira rapidamente na minha direção, mas não parece muito surpreso, ele não diz nada apenas me encara e então volta sua concentração pra faca – Você sabe onde a gente está agora? – eu pergunto já puxando uma cadeira e sentando, ele me olha balançando a cabeça para um lado e para o outro.
– Acho que entre o cinco e o seis! – ele fala dando de ombros.
Lembro da minha mãe e ela realmente não está mais no trem, ela desceu no quatro o que significa que eu nem me despedi dela novamente, não que isso seja uma novidade.
– E o garoto? – ele pergunta com sua atenção de volta a faca.
– Dormindo! – eu respondo rapidamente – Ele estava exausto! – eu complemento.
– Acho que todos estamos! – ele fala baixo mas de modo que eu possa escutar, eu concordo com a cabeça.
– E você? Se lembra de alguma coisa? – eu pergunto a ele.
Ele me olha com seu olhar superior.
– O quê exatamente? – ele pergunta sem muita alegria.
– De como você quase foi expulso da festa e eu tive que impedir! – eu falo me jogando pra trás na cadeira.
Ele permanece me olhando – E eu deveria te xingar por ter impedido ! – ele fala dando de ombros mas com um sorriso irônico no rosto.
– De nada! – eu falo erguendo a mão e revirando os olhos.
Ele ri – E você por quê não está dormindo? – ele pergunta me encarando.
– Eu já dormi mais cedo e agora estou sem sono! – eu respondo – E você? – eu devolvo a mesma pergunta também encarando ele.
– Acho que foi parecido com isso aí! – ele fala apontando pra mim.
– É! Acho que você descansou bastante! – eu falo concordando com ele.

Ele volta a revirar a faca.
– Você nem se despediu da Effie! – eu falo esperando pra ver a reação dele.
Dessa vez é ele quem se joga pra trás na cadeira, revira os olhos passando a mãos pelos cabelos.
– Não começa com isso! – ele fala sua voz já irritada.
– Eu só comentei! – eu falo erguendo as mãos, ele me olha e me encara – E você disse que ia me contar sobre o por quê daquele beijo lembra? – eu falo sem me intimidar com o olhar dele.
Ele se joga pra frente quase caindo de cara na mesa.
– Por que você não me deixa em paz? – ele pergunta com a voz abafada já que ele colocou os braços por cima da cabeça.
– Haymitch é sério, você gosta dela e pronto, não tem muito o que fazer – eu falo tentando fazer ele falar algo, ele levanta a cabeça e me olha.
– Eu não gosto dela! – ele fala pausadamente.
– Claro que gosta – eu revido com a voz mais firme – Haymitch você intercedeu por ela, você beijou ela, se arrumou todo outro dia por ela também, você fica todo estranho perto dela – eu falo enquanto olho pra ele – É óbvio que você está apaixonado por ela! – eu concluo sorrindo.
– Não é por que você e o garoto estão numa boa que isso vai acontecer com todo mundo! – ele fala irritado.
– Por quê não? – eu pergunto erguendo a sobrancelha.
Ele balança a cabeça como se não valesse a pena me explicar.
– Fala Haymitch! – eu insisto me inclinando na mesa pra encarar ele – Por que você e a Effie é assim tão proibido? – eu pergunto novamente olhando pra ele, mas ele esta desviando o olhar do meu – Você gosta dela, ela gosta de você, é simples! – eu falo dando de ombros – Tudo bem que não seria uma relação das mais normais, vocês são diferentes claro, mas não é impossível, tudo que você tem que fazer é falar pra ela – eu concluo e continuo encarando ele.
– Em que mundo você vive garota? – ele fala agora me encarando friamente – Em que mundo você vive? – ele pergunta novamente pausando a cada palavra, então ele solta uma risada – E nesse seu mundo imaginário o que você acha que aconteceria depois? Ein? – ele começa a aumentar a voz ainda irritada me encarando friamente enquanto se apoia na mesa ainda sentado – Você acha o quê que ela ia largar tudo, todo dinheiro e prestigio para ir morar no doze ou eu ia simplesmente morar na Capital, o único lugar na face da terra que eu mais odeio e mais me enoja ? – ele pergunta com a voz mais baixa mas ainda irritado. Eu não sei o que falar ainda, observo ele se encostar na cadeira e soltar um riso nervoso.
– Mas você gosta mesmo dela, certo? – eu pergunto já que ele não negou isso.
Ele me olha como se não acreditasse na minha pergunta.
– Você escutou alguma coisa do que eu acabei de falar? – ele pergunta colocando as mãos na mesa.
– Sim, eu escutei perfeitamente! – eu falo imitando a postura dele – E em momento algum você negou isso! – eu falo com voz firme, ele desvia o olhar do meu e respira fundo.
– Anda Haymitch confessa logo! – eu insisto.
– Nunca ia dar certo! – ele fala sem me encarar.
– Fala! – eu retruco.
Ele nega com a cabeça e continua olhando pra porta.
– Fala Haymitch! – eu falo com a voz mais alta e dou um tapa na mesa, embora o barulho não tenha sido muito alto eu consigo a atenção dele de novo, ele me olha em silêncio, como quem está decidindo algo.
– É, eu gosto dela! – ele finalmente fala mas sem nenhuma animação na voz, ele joga a cabeça pra trás e passa a mão pelo rosto.
Eu libero um sorriso vitorioso – Até que enfim! – eu falo ainda sorrindo.
– E o que isso muda? – ele pergunta agora me encarando de novo.
– Bom, agora você finalmente sabe disso, sei lá, fala pra ela, liga pra ela, eu não sei, mas vocês tem que conversar! Eu tenho certeza que ela também gosta de você! – eu falo dando de ombros.
– Isso não vai dar certo! Nunca daria! – ele fala com a voz baixa – Ela é a Effie! – ele fala como se isso fosse impossível.
– É, ela é a Effie e você está apaixonado por ela! – eu falo encarando ele, ele revira os olhos.
– Eu nunca deveria ter te falado! – ele se arrepende.
– Mas falou! – eu falo sorrindo – Agora você a gente chega no doze e você liga pra ela, ela vai lá e vocês conversam! – eu simplifico.
– Parece bem simples pra você! – ele fala ainda sem acreditar.
– E é simples! Só não demora tanto tempo quanto eu demorei! – eu falo dando de ombros e me encostando na cadeira.
– Isso é diferente! Muito diferente! – ele retruca.
– Só conversa com ela Haymitch! – eu falo me virando pra ele – Depois vocês veem como fica! Primeiro fala com ela! – eu insisto.
– Esquece! – ele fala balançando a cabeça então se levanta da cadeira pra sair, eu me levanto junto com ele e bloqueio o caminho dele com meu corpo, ele para e me olha irritado.
– Desde a primeira vez que eu falei com você, eu te achei muitas coisas – eu começo a falar lentamente mas olhando pra ele – Eu te achei um idiota, um bêbado mau-humorado, inteligente, sarcástico, mentiroso, desgraçado mas eu nunca, nunca te achei um covarde! – eu falo tudo com a voz firme e clara, então eu olho novamente nos olhos dele – Não me faz mudar de ideia agora! – eu falo e me viro saindo da sala, ele ainda está parado quando eu saio.
Sigo meu caminho até o final do trem, até o último vagão quando paro na frente da porta ela se abre sozinha e eu prendo a respiração impressionada com a visão. No último vagão as janelas vão do chão ao teto, te dando a sensação de estar ao ar livre e a noite está simplesmente linda, o céu recheado de pequenas luzinhas, a lua está completamente redonda e mesmo com a luz do vagão apagada o espaço está iluminado, eu paro no meio olhando pra cima e observando o céu, eu repiro fundo, parece realmente que eu estou ao ar livre, eu vou até o sofá e me sento de frente pra essa janela e de costas pra porta, coloco minhas pernas em cima do sofá e abraço encostando meu queixo no meu joelho e fico olhando as coisas ficando pra trás, o trem não está na sua velocidade máxima, o que permite olhar com mais calma os lugares, me sinto como se puxado por algo enquanto olho tudo ficando pra trás. Enquanto fico assim eu começo a pensar em como as coisas aconteceram de formas tão rápidas e ao mesmo tempo parece tanto tempo, eu nunca imaginaria estar numa situação dessa e eu não digo sobre a viajem ou o resto, eu falo de estar completamente ligada a outra pessoa, Peeta, eu o amo como nunca imaginei e nem quis amar alguém antes, eu nunca imaginei ser tão dependente de alguém como hoje eu sou dele, não me imagino sem ele, se um dia alguém tivesse me falado isso eu não acreditaria, eu sempre depende apenas de mim mesma e agora eu vejo minha vida entrelaçada a dele e o que é mais estranho é que eu gosto dessa situação, em pensar que isso aconteceu no meio de toda essa confusão. Eu ainda estou perdida nos meus pensamentos quando o barulho da porta abrindo me faz virar rapidamente e eu vejo Gale parado na frente da porta.
– Desculpa, eu não sabia que tinha gente aqui! – ele fala com a voz baixa e já se virando pra sair.
– Tudo bem! – eu falo rapidamente antes que ele saia – Enfim, se você quiser ficar, tudo bem! – eu complemento quando ele para. Ele se vira pra me olhar e parece pensar nisso, mas depois de alguns segundos ele dá um passo pra dentro, eu sorrio e volto a olhar pra janela.
– Sabe o que eu estava pensando? – eu pergunto olhando pro céu mas nem espero ele responder – Que essa lua está igual aquela vez que nós tivemos que ficar na arvore esperando o coiote! – eu falo e então olho pra ele, ele sorri olhando pra lua, as mãos no bolso da calça.
– Não era tão tarde como agora! – ele fala olhando pra mim, eu dou de ombros.
– Mas parece! – eu resmungo, enquanto ele vem pro sofá, ele para antes me olhando como se perguntando se pode sentar, eu faço uma cara de que é claro que sim, ele sorri e senta não muito próximo de mim, ele coloca uma perna dobrada no sofá e continua olhando pra fora também.
– Você ficou contando aquela história do lobisomem, falando que ele andava pela floresta e depois ficava fazendo aqueles sons com a boca! – eu falo olhando pro longe sorrindo com a lembrança, posso ouvir o riso dele também.
– Meu pai sempre contava essa história! – ele fala ainda sorrindo embora eu não esteja olhando pra ele – E você não teve medo! – ele complementa.
Eu sorrio – Bom, eu tinha acabado de lutar com um coiote por dois perus, corrido metade da floresta e subido em uma arvore, acho que eu já estava assustada o suficiente – eu falo sorrindo.
Ele também ri – Você se lembra mesmo! – ele fala como se não acreditasse que eu lembrava.
Eu olho pra ele sorrindo – Eu só não lembro que fim teve aqueles dois perus! – eu falo olhando pra ele. Ele sorri e se endireita no sofá se virando pra mim.
– Nós trocamos lá no Prego, por um chapéu verde que Rory queria! – ele fala sorrindo – Foi presente de aniversário! – ele complementa.
– Ah meu Deus, isso mesmo! – eu falo me lembrando – Espero que ele ainda tenha por que deu muito trabalho conseguir! – eu falo sorrindo olhando pra ele, ele concorda com a cabeça.
– Eu disse pra você esperar o bicho sair, mas não você teve que se meter numa briga com ele! – ele fala relembrando e balançando a cabeça rindo – Se você tivesse me escutado! Mas me olhou exatamente como agora e me fez sinal pra calar a boca! – ele fala quando eu lanço um olhar de reprovação pra ele, então depois que ele fala eu reviro os olhos e volto a olhar pra janela.
– Ás vezes você é incrivelmente mandona ! – ele fala e eu viro rapidamente pra ele, por que foi exatamente o mesmo que Peeta me falou hoje lá no quarto – O que foi? – ele pergunta quando percebe minha reação.
Eu sorrio, balançando a cabeça e voltando a olhar a noite – É só que essa é a segunda vez que me falam isso hoje! – eu explico.
Eu apoio novamente o queixo no joelho olhando pra frente ainda perdida nessas lembranças quando ele fala novamente.
– Me perdoa! – ele fala com a voz baixa mas sincera, eu levanto minha cabeça e olho pra ele – De verdade, me perdoa! Por tudo! – ele fala apoiando os braços na perna e me olhando com certa vergonha – Eu deveria ter ficado mais do seu lado mesmo lá no treze, eu estava tão cego pra entrar naquela briga que eu acho que me perdi, eu só conseguia pensar nisso, e me envolvi nos planos da Coin e não conseguia perceber o resto – ele continua falando e eu continuo apenas observando – Eu não conseguia enxergar o quanto aquilo era difícil pra você! Eu também deveria ter continuado do seu lado mesmo depois do que aconteceu aqui na Capital, nós éramos amigos e eu simplesmente sumi, ainda teve agora esse meu comportamento em relação a você e o Peeta, eu... eu fui um idiota! – ele fala tudo olhando pra mim, tentando parecer claro, eu continuo olhando pra ele – E a verdade é que uma parte minha já sabia da sua escolha, na verdade no momento que eu vi a sua reação quando ele apareceu a primeira vez na televisão esse meu lado sempre soube! – ele fala e baixa a cabeça – O seu alivio e seu sorriso por ele está bem, eu soube ali, e se tivesse restado alguma duvida, quando a gente resgatou ele e aconteceu tudo aquilo eu vi novamente, o jeito que você ficou quando soube que talvez ele nunca voltasse a ser o mesmo. – ele pausa e volta falar – Só que quando você falou pra mim, foi como se realmente tivesse acabado qualquer chance minha e eu meio que surtei e fiz todas essas coisas estúpidas – ele volta a me olhar – Mas agora eu realmente entendi e eu só espero de verdade que vocês dois sejam muito felizes juntos! – ele fala e posso sentir a sinceridade nas palavras dele – Só espero que você me perdoe um dia!
Eu estou olhando pra ele e realmente me sinto melhor que ele tenha falado isso, que acabe esse clima estranho entre a gente, como resposta ao que ele disse, eu sorrio e estico minha mão pra ele, ele me olha sorrindo também e aperta minha mão. É bom sentir essa conexão de novo, me lembro de quantas vezes essas mesmas mãos me levantaram depois de um tombo ou tropeção, de como me ensinaram a montar aquelas armadilhas e limparam nossas caças, é bom tê-lo de novo. Nós ficamos apenas em silêncio com nossas mãos juntas olhando um pro outro por uns minutos então voltamos a olhar pro céu e começamos uma nova conversa, eu conto pra ele sobre a escola, ele me conta sobre o trabalho dele e no meio disso sinto que é possível sim manter uma ligação com ele. Já estamos um bom tempo assim quando a porta abre novamente, nós nos viramos rápido e eu vejo Peeta parado na porta.
– Peeta! – eu o chamo esticando a mão pra ele. Ele entra e vem na minha direção.
– Gale! – ele o cumprimenta.
– Peeta! – Gale responde.
– Você devia estar dormindo! – eu falo enquanto ele chega na minha frente e eu seguro a mão dele.
– Eu acordei e não te vi lá! – ele se explica e se senta ao meu lado ainda segurando minha mão.
– Eu não quis te acordar! – eu falo olhando pra ele.
O trem para e nós olhamos ao redor.
– Onde nós estamos! – Peeta pergunta meio perdido.
– Acabamos de chegar no Seis! – Gale responde certo disso.
– Eu nem me despedi da sua mãe! – Peeta se lamenta.
– Nem eu, quando eu acordei a gente tava saindo do cinco! – eu falo dando de ombros.
– Eu vi ela saindo, ela pediu que mandasse um beijo pra vocês! – Gale fala nos olhando.
– E sobre o que vocês estavam falando? – Peeta pergunta se ajeitando no sofá e embora pudesse ser por ciúmes eu sinto na voz dele que não é esse o motivo, ele apenas está tentando manter uma conversa, então eu conto sobre a história do coiote, ele começa a rir e fala que é bem típico de mim, nós também falamos sobre a padaria e então depois de um tempo Gale se despede.
– A conversa realmente está boa, mas eu vou tentar dormir um pouco antes de chegar no treze! – ele fala já se levantando pra sair.
– Tudo bem! Foi bom falar com você! – eu falo olhando pra ele.
Ele concorda com a cabeça sorrindo – Mantenha ela longe dos coiotes – ele fala olhando pro Peeta – Boa noite Peeta! – ele fala dando tchau – Catnip! – ele fala já na porta, se vira e vai embora.
Quando ele sai e a porta fecha, Peeta me puxa para o abraço dele, me deixando por cima dele.
– Ei! – eu reclamo mas estou rindo – Comporte-se por favor! – eu falo sem muita confiança.
Mas antes que eu pudesse falar algo ele me beija, eu não tento me afastar apenas correspondo, nós ficamos um tempo assim.
– Acho que é melhor a gente voltar pro quarto! – ele fala enquanto ainda estamos abraçados no sofá olhando pela janela, eu levanto a cabeça do peito dele.
– Tudo bem! Já estou com sono mesmo! – eu concordo e nós vamos pro quarto.
Nós nos deitamos e dessa vez eu volto pro meu lugar de sempre no peito dele e eu logo pego no sono.
– Katniss! – Peeta chama meu nome enquanto afasto o cabelo do meu rosto, eu abro os olhos.
– Já estamos chegando! – ele fala me despertando.
– Sério? – eu me sento na cama rapidamente olhando pela janela e ja está de dia, ele ri da minha reação.
– É! – ele confirma sorrindo, então eu observo e vejo que ele está arrumado, com uma calça preta e uma blusa de manga branca.
– Você já se arrumou? – eu pergunto surpresa.
– Eu tive que resolver umas coisas! – ele fala misterioso – Anda, toma banho e se arruma! – ele fala puxando o cobertor, eu me levanto.
– Eu já estou pronta! – eu falo erguendo a mão, mostrando minha camiseta e minha calça.
Ele sorri e me abraça beijando meu pescoço.
– Você realmente está linda, mas eu acho melhor você tomar banho e vestir outra coisa por que eu tenho planos! – ele fala se afastando de mim.
– Que planos? – eu pergunto curiosa.
– Segredo! Você vai saber na hora! – ele fala se virando.
– Mas eu tenho que saber pra poder escolher a roupa! – eu tento mais uma vez que ele fale, ele ri.
– Uma roupa confortável só! – ele fala dando de ombros – Na verdade são duas surpresas então é melhor assim! – ele fala sorrindo.
– Eu odeio quando você faz isso! – eu falo irritada procurando uma roupa.
Ele se aproxima por trás e coloca seus braços em volta de mim, encostando o queixo no meu ombro.
– Por favor! – ele pede com a voz baixa e sedutora.
Eu tento não rir e afastar ele mas quando me viro pra ele, o beijo acontece.
– Ok, você venceu! – eu falo sorrindo.
Pego o macacão que eu gosto que Cinna desenhou e vou pro banheiro. Tomo banho, me visto e saio. Quando saio o quarto está arrumado e as malas não estão mais lá, o quarto está vazio, quando eu abro a porta Peeta aparece.
– Chegamos! – ele fala sorrindo grandemente e me esticando a mão, eu pego a mão dele sorrindo e nós vamos pra saída do trem, Haymitch já está do lado de fora e nós descemos do trem.
– Achei que vocês fossem ficar! – ele fala com ironia.
– Nem brinca! – eu falo olhando ao redor e sorrindo, agora sim eu me sinto bem. Finalmente em casa, olho pro Peeta e o vejo com a mesma reação que eu.
– Eu não vejo a hora de entrar em casa! – eu falo começando a andar.
– Não tão rápido! – Peeta fala me puxando pela mão.
– Como assim? – eu pergunto confusa.
– Antes a gente tem alguns problemas pra resolver! – ele fala sorrindo olhando pro Haymitch.
– Bom, eu já vou indo! – ele fala e sai arrastando a mala.
Outro homem leva nossas malas.
– Peeta eu quero ir pra casa! A gente não pode fazer isso depois? – eu peço quase implorando, ele nega com a cabeça e me puxa pela mão, mesmo contra vontade eu vou, eu reclamo mas ele ignora e não fala mais nada, até que nós chegamos em frente ao Edificio da Justiça.
– O que isso? – eu pergunto confusa.
Ele sorri – Eu já pedi a permissão pra sua mãe, você tinha aceitado meu pedido, então nada mais impede! – ele fala se virando pra mim.
– Peeta! – eu não sei o que falar.
– A próxima vez que nós entrarmos em casa, eu quero que seja a nossa casa e que você seja a minha mulher – ele fala sorrindo.
Meu sorriso também aparece grande, então eu aperto nossas mãos, olhando pra ele.
– Então é melhor a gente correr! – eu falo e ele sorri mais ainda, me dá um beijo rápido e então nós entramos.


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