Já devia ter uma hora que eu estava dançando, dancei com algumas meninas da minha sala inclusive a dona da festa a Chris. Ela era uma garota legal. Fiquei cansada de dançar e sentei, procurei a galera e vi que estavam se pegando. O Jonas ainda não tinha chegado.

–O que uma garota linda faz sozinha aqui? –Uma voz perguntou olhei e vi que era o Jonas. Sorri.

–Essa garota linda está esperando o namorado dela. –falei entrando na brincadeira.

–Esse namorado dela é muito bobo, deixando essa menina linda sozinha. – ele riu.

–Concordo que ele seja um bobo.

–Haha que tal dançarmos?

–Desculpa, mas o meu namorado é ciumento. –olhei pras minhas unhas.

–Tem problema não. – ele me puxou pra perto dele. – eu não tenho problema em dividir. – ele me beijou.

Olhei para o pescoço dele e vi um roxo enorme. Aquilo era um chupão?

– O que isso no seu pescoço? – perguntei me soltando dele.

–Isso o que? – ele me olhou assustado.

–Esse chupão Jonas! – eu gritei. – Quem fez isso em você?

–Não foi você? – ele perguntou sem graça.

–Claro que não. Porque se tivesse sido eu, não estaria perguntando quem foi.

–Calma. –ele veio pegar minha mão, mas eu esquivei.

–Calma coisa nenhuma. Explica logo. –olhei furiosa pra ele.

–Isso foi minha prima.

–Sua prima? Mas você não tava trabalhando?

–Estava, mas fui pra casa pra me arrumar e ela estava lá.

–E ai em vez de te cumprimentar ela te deu um chupão? – eu perguntei irônica.

–Não foi bem assim... Ela é louca por mim, toda vez que me vê tenta me atacar. – ele me olhou. –E agora que estou namorando ela enlouqueceu de vez.

–Acha que vou acreditar nisso?

–Mas, é verdade. – ele me olhou suplicante. –Juro que tô falando a verdade.

–Jura mesmo? – perguntei engolindo a história.

–Juro. – ele me abraçou. –Vem vamos dançar.

Dançamos um pouco, eu ainda não tinha engolido direito essa história da prima dele, mas estava me esforçando pra acreditar. Bernardo e Rebeca estavam dançando e se beijando, aquilo doeu. Por mais que eu estivesse com o Jonas, eu ainda era completamente apaixonada pelo Bernardo. E ver ele com a Rebeca me doía o coração. Ele estava tão bonito! Eu precisava tirar o Bernardo da minha cabeça. E o único jeito era bebendo algo forte.

–Preciso beber algo. –eu disse.

–O que você quer? –Jonas perguntou.

–Tequila.

–Vamos lá buscar.

Saímos da pista de dança e fomos até a cozinha aonde se encontrava as bebidas. Jonas pegou um copo pra mim.

–O que você pensa que está fazendo? –alguém segurou a minha mão. Olhei e vi que era Mingau.

–Bebendo. – respondi óbvia.

–Você não pode beber. –ela me olhou brava. –Você prometeu pra Nick que não ia beber.

–Eu sei o que prometi Mirely. –olhei pra ela que revirou os olhos. –Só vou beber esse copo.

–Qual é Mings? Deixa ela beber. – Jonas colocou o braço em minha volta.

–Primeiro: Pra você é Mirely. – ela olhou pra ele com desprezo. Eu não entendi. Até meia hora ela gostava dele. – E segundo: Eu não perguntei pra você.

–Calma. – ele olhou pra ela sem entender. –Vou deixar vocês conversarem. – ele saiu.

–Por que foi grossa com ele? – perguntei brava.

–Porque ele não vale o chão que pisa. – ela respondeu.

–Como assim? – perguntei.

–Ele é... – ela foi interrompida.

–Oi gente. –Bernardo entrou na cozinha.

–Oi. – respondemos juntas.

–Vim pegar uma bebida pra Rebeca. – ele disse pegando um copo com algo dentro e saindo. Aquilo me enfureceu e eu virei à tequila que tava na minha mão. Ela desceu queimando.

–Você bebeu? –Mingau me olhou furiosa.

–Bebi sim e você não tem nada a ver com isso. – dei os ombros e peguei outro copo e virei novamente. –Você não é minha mãe. –sai da cozinha e fui dançar.

Eu não fui procurar o Jonas, apenas fiquei dançando e bebendo qualquer coisa que aparecia pela minha frente. Minha cabeça já estava girando e eu já estava enxergando tudo dobrado, com muita dificuldade conseguir sair de dentro da casa e ir para fora. Sentei cambaleando no meio fio.

–Argh. – abaixei a cabeça até os joelhos. -Nick vai me matar.

–Yummi? –alguém me chamou, levantei a cabeça e vi que era o Bernardo.

–Que foi? – perguntei.

–O que tá fazendo aqui sozinha?

–Sentada, você não tá vendo? –soltei áspera.

–Calma, não precisa me espancar não. – ele sentou do meu lado.

–O que você está fazendo aqui? – eu perguntei.

–Acabei de levar a Rebeca pra casa e voltei pra buscar os meninos.

–Rebeca sempre a Rebeca. – eu disse fazendo voz de nojo.

–Algum problema com ela?

–Sim todos. – eu gritei. –Por causa dela você não gosta de mim. – ele me olhou surpreso.

–O que quer dizer com isso?

–Isso mesmo que você ouviu. Por causa dela você não gosta de mim.

–Quem disse que eu não gosto de você?

–Você mesmo. – eu gritei novamente.

–Eu super gosto de você Yummi. – ele disse. –Você que sempre me rejeitou.

–Eu te rejeitei?

–Sim, e duas vezes. – seu timbre de voz era venenoso. –Uma quando me declarei e a outra quando disse que eu havia feito nada sendo que eu tinha te beijado.

–Você... –eu estava sem palavras. Minha cabeça tava rodando e eu estava vendo dois Bernardos. –Você gosta de mim?

–Sim Yummi. –ele me olhou. –Sempre gostei.

Senti minha cabeça pesando mais uma vez e logo depois tudo ficou preto.

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Acordei com a minha cabeça estourando de dor, abri meus olhos e não reconheci de imediato onde eu estava, depois de várias piscadas vi que estava na casa da Mingau.

–Até que fim a Bela adormecida acordou. –Mingau disse.

–Minha cabeça tá doendo. –gemi. –Quanto tempo eu dormi?

–Muito tempo. – ela mexeu no cabelo. –Não me admira sua cabeça estar doendo, você bebeu praticamente a festa inteira.

–Sério? – eu perguntei. –Eu tinha prometido pra Nick que não ia beber, e falar em Nick você ligou pra ela?

–Sim. – ela respondeu. -Ah sério? – ela fez cara de ironia. –Parece que você não cumpriu essa promessa.

–Não seja irônica comigo. – reclamei.

–Você não tem o direito de reclamar de nada Yummi. – ela me olhou furiosa. –Você encheu a cara, sumiu e me deixou procurando você pela festa inteira. E sabe onde eu te achei? Deitada no meio fio. – ela começou a gritar. –Você sabe o quanto eu fiquei preocupada com você? E ainda tive que mentir pra Nick.

–Desculpa. – eu olhei pra ela me sentindo mal.

–Se desculpar não muda o que você fez ontem. – ela disse visivelmente chateada comigo. –Você foi muito imatura.

–Desculpa tá? – eu levantei da cama. – eu estava chateada com o Bernardo, estava chateada com o fato de nem por um segundo eu conseguir esquecer ele.

Ela me olhou e deu os ombros.

–Eu desculpo você. Mas, saiba que dá próxima vez que você ficar com raivinha, gritar comigo e encher a cara, eu vou deixar você sozinha. –ela me olhou.

–Okay.

–Vem me dá um abraço. – ela me deu a mão e eu a abracei. –Sabe quem me trouxe até você?

–Quem?

–O Bernardo. – ela disse.

–Pensei que tinha sido o Jonas. – eu disse.

–Esse ai não ligaria nem se você tivesse morrendo. –ela disse.

–Por que você tá falando assim dele?

–Porque ele não presta Yummi. –ela me olhou.

–O que quer dizer?

–Você vai descobrir sozinha. – ela disse. –Vai tomar banho, eu vou fazer um café bem forte pra curar essa sua ressaca.

Entrei no chuveiro, a agua quente estava levando meus problemas embora. A noite de ontem era um borrão branco na minha mente.