Subentendido escrita por Anne


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi BenFias :)
Olha eu aqui de novo com mais um novo capítulo
E preciso dizer que esse tá imperdível...
MatFia, Ben com ciúmes e indo tirar satisfações com a Sofia, conversa franca entre o Ben e o Pedro e finalmente, Anita descobre sobre a Sofia e o Matheus :)
Sim, muitas coisas acontecendo, agora, sem mais delongas espero que vocês gostem desse capítulo e comentem depois dizendo o que acharam.
Beijo Beijo
Até o capítulo 17 ;)



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Sofia abre os olhos e encontra os olhos de Matheus nos seus. O beijo havia sido breve, mas intenso, e agora ela precisava ouvir o discurso da irmã Regina em seus ouvidos sobre o quanto seu comportamento era inadequado.

– Isso é ridículo, todo mundo vive se agarrando em qualquer canto, mas só sobra para mim... – Sofia retruca com mal humor, tentando ignorar os olhares curiosos das pessoas que se aproximavam.

– Sofia, como você pode fazer uma acusação dessa? Você sabe muito bem que esse tipo de comportamento é inadmissível nas dependências do colégio, ainda mais com um garoto que não faz parte do convívio escolar, eu vou ser obrigada a comunicar isso para a Raíssa.

– Me desculpa, irmã, o que a Sofia quis dizer - Matheus interpela tentando aliviar a barra da loira – É que sentimos muito, e sabemos o quanto isso é errado, não se deve desrespeitar regras impostas por pessoas tão sábias – ele sorri para a irmã, de maneira gentil. Ela corresponde. Sofia o fita sem saber aonde ele estava querendo chegar – A culpa foi toda minha, eu beijei ela, é que... – ele hesita colocando a mão na boca parecendo sem jeito – Isso é tão desagradável, mas acho que eu posso confiar na senhora, apesar de mal lhe conhecer... Eu tenho uma doença rara e incurável e eu amo essa garota... – Sofia o fitou sem acreditar no que via, ele estava chorando? - Eu, só achei que não haveriam problemas. Eu prometo que isso não vai se repetir – ele prossegue, com a pose de bom moço, fazendo Sofia franzir a testa, surpresa, mas sem acreditar em tal revelação. E ele ainda tinha coragem de dizer que ela mentia bem?

– Meu filho, tão jovem e tão bonito – a irmã fala comovida pela história do garoto. Os dois começam a conversar sobre a doença. Sofia observa o moreno piscar um dos olhos e um sorriso maroto surgir em seus lábios, sem que Regina perceba – Eu vou orar por você, sua família deve estar muito abalada. Eu sinto muito, sei que vocês devem estar querendo aproveitar o tempo, mas, isso não é permitido aqui meu filho, vou ter que pedir para você se retirar, o sinal já bateu e a Sofia já deveria estar na sala dela.

– Eu entendo irmã, isso não vai se repetir... Eu posso só me despedir da minha namorada?

– Rapidamente querido – a irmã fala sorridente para Matheus – E você mocinha – a irmã se volta para Sofia com rigidez – Depois de se despedir desse lindo rapaz, pode ir para a sala, e se eu pegar você aprontando mais alguma, você vai levar advertência.

Sofia observa a irmã Regina se afastar, atrás de algumas crianças, possíveis retardatários, os mandando voltarem para sala rapidamente.

– Doença rara e incurável? – ela indaga com a voz curiosa e irônica – Impressionante como ela acreditou fácil nessa historinha né Teteu.

– E porque ela não acreditaria?

– Porque eu e você sabemos que isso tudo foi um teatrinho seu!

– Bom, graças ao meu teatrinho, você não levou uma advertência...

– Impressionante Matheus, você tá se saindo um mentiroso de primeira pra alguém que era tão certinho... O que será que a minha irmãzinha faria se descobrisse que o amiguinho certinho dela de infância anda fazendo algo tão subversivo?

– Bom, se a sua curiosidade for muito grande, eu posso ir perguntar pra ela... Ela estuda aqui também não é?

Ele a observa revirar os olhos de desgosto e suas bochechas ficarem rosadas, enquanto uma expressão de raiva surge em seu lindo rosto. Acho-a linda. Estava apaixonado por ela, sabia muito bem reconhecer, não teria feito tal loucura por outra garota. Não que ele não estivesse acostumado a mentir, ainda mais para meninas com as quais ele saia, mas, para uma freira, céus, ele havia se superado.

– Muito engraçado Teteu – Sofia rebate odiando as palavras de Matheus, e ainda mais, odiando a insegurança que sentia com relação a irmã. Do jeito que Anita era encantada, porque Matheus não se interessaria por ela também, uma vez que ele já teve uma estúpida paixonite de infância por ela. Queria ao menos uma vez ser amada, sem reservas, sem comparações... Era pedir demais? - Achei que você tivesse subornado todo mundo – ela desvia de assunto assim que encontra o sorriso presunçoso de Matheus.

– Não se pode subornar uma inocente freira, isso seria muito baixo... Qual a imagem que você faz de mim Sofia?

– Ainda to tentando descobrir.

– Então eu vou te ajudar, jantar, hoje, as oito, com a minha família, faço questão que você pareça!

– Você não tá levando a sério toda aquela história de que eu sou sua namorada?

– Ah, não, isso seria...

– Estranho? – a loira interpela franzindo a testa, achando que melhor definição não existiria. Ela sabia que as coisas haviam mudado, mas, mesmo assim, havia estranheza nisso ainda. Apesar de ela gostar da ideia, uma parte dela queria se proteger. Uma parte dela ainda tinha esperança de que ela e o Ben... Isso era tão ridículo de se pensar, pensou ela, desviando o olhar do garoto a sua frente, e encontrando o olhar de Ben direcionado para eles.

– É, estranho defini bem... Sabe, eu só quero apresentar uma amiga para minha família.

– Uma amiga que você beija? – Sofia provoca olhando na direção de Ben.

– Minha melhor amiga – ele responde e dá um sorriso malicioso – Posso te pegar as oito então?

– Não vai dar, estou de castigo, graças a você, esqueceu?

– Eu resolvo isso... Só esteja pronta as oito.

Sofia observa Matheus se afastar, sentindo-se confusa com relação a ele. E ela que o julgava a alguns anos atrás como um pirralho idiota que vivia correndo atrás da Anita, estava surpresa com a rapidez de raciocínio do rapaz, mas algo nisso tudo a incomodava. Era fato que ele sabia mentir tão bem, e se ela estivesse se enganando em relação a ele?

Teria tempo para pensar nisso depois, decidiu voltar para a sala, não precisava de mais algumas semanas de castigo por ter levado uma advertência. Seu filme com os pais já estava queimado o suficiente para arrumar mais confusão. Uma última vez fitou o local em que Ben estava até poucos minutos atrás. Ele não estava mais lá.

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Sidney ajeitou seu velho gorro na cabeça irritado, depois de ter o tacado no chão, pisoteado, e falado alguns palavrões para o nada. Odiava lembrar do sorrisinho no rosto de Sofia, assim que entrou na sala, já atrasada. Sabia o motivo, Junior e Minhoca haviam feito o favor de contar, e ele era agradecido por não ter visto Sofia beijando outro cara mais cedo, não sabia o que era capaz de ter feito. Ele a viu se despedir de Flaviana, e sabia que não tinha direito de tomar satisfações, afinal, como ela adorava lembrar, eles não tinham nada, mas algo dentro dele falou mais alto, e quando a loira passou próximo de si, seus lábios soltaram as palavras com mágoa.

– Bonito hein Sofia, agarrando um cara que você mal conhece pra todo mundo ver!

Sofia para de andar e encara Sidney achando engraçado o tom de cobrança e ciúmes que continha nas palavras ditas pelo garoto.

– Oi? Você é alguma coisa minha? – a loira pergunta parecendo desinteressada – Acho que não né Sidney. Quem eu agarro ou deixo de agarrar é problema meu.

Sidney comprime os lábios, não gostando da resposta. Ele sabia que era perca de tempo querer tirar satisfação de algo com a loira, tinha que admitir para si mesmo que estava lutando contra a maré. Sofia nunca seria dele.

– Eu só estou preocupado com você, é óbvio que essa cara é um...

– Cara melhor que você? – ela interrompe impaciente com um sorriso desdenhoso nos lábios – Eu sei disso, aliás, não é preciso ser muito inteligente para ver.... Mas eu acho fofo o seu ciúme Sidney, é uma pena que ele não me comove. Agora eu preciso ir, então se você me der licença, eu tenho mais o que fazer do minha vida.

Ben, que estava ali próximo, ouve chocado a fala de Sofia. Sabia perfeitamente que Sofia não gostava de Sidney, e isso era, de certa forma reconfortante, mas, o jeito que ela tratava seu melhor amigo de infância, não era o jeito correto de tratar uma pessoa. Talvez Sofia nunca fosse amadurecer, essa era a verdade.

– Antes você vai me ouvir – Ben fala surgindo ao lado do Sidney, com os braços cruzados, parecendo irritado. Ele olha brevemente nos olhos de Sofia e desvia assim que os olhos dela encontram os dele – Será que você pode nos dar licença Sidney?

Sidney hesita por um momento, sabendo que provavelmente Sofia havia aprontado mais alguma. E ele queria realmente ter motivos para defender ela, mas, não havia. Talvez Ben conseguisse colocar algum juízo na cabeça da loira.

– Claro brother, eu vou indo nessa! – ele lança um olhar para o amigo, pega seu skate e sai andando sem olhar para trás.

– Quanta sutileza Benjamin! – Sofia solta irônica, fitando Ben com um sorriso no rosto. Sabia que o garoto estava ali para fazer algum de seus sermões que ele achava importante por algum motivo idiota, ou para a culpar pelo término com Anita, mas mesmo assim, estava feliz de poder trocar palavras com ele de novo – Só o tapado do Sidney para não perceber mesmo!

– Perceber o que? – ele retruca colocando a mão no queixo, deixando toda sua raiva transparecer, mas, sem perceber que a proximidade dos dois aumentava – O quão mau-caráter você é Sofia?

– Ai, falou o príncipe perfeito da Anita... - a loira hesita colocando a mão na boca, como se tivesse falado algo errado e depois sorri – Opa, ex príncipe da Anita, porque traiu a princesa com a bruxa má, que por um acaso é irmã dela... É parece que o felizes para sempre de vocês acabou tão rápido né?

– Quem disse que acabou? – ele a fitou nos olhos, a desafiando, e conseguiu o que queria. Deixar Sofia sem palavras. Sabia que uma volta com a Anita seria difícil, e algo adormecido dentro dele havia despertado desde o beijo trocado com Sofia naquela festa, mas, odiava ver o ar de vitoriosa dela. Ele queria rebater, até porque ainda não havia engolido a cena que havia presenciado mais cedo, e odiava admitir para si mesmo, que ele havia dedurado o casalzinho para a irmã Regina. Já Sofia sabia, que por mais que Anita estivesse com raiva agora, seu amor pelo príncipe sapo e sua facilidade em perdoar as pessoas, faria com que um dia eles voltassem. Estava tão cansada disso.

– Olha só Ben, foi muito legal da sua parte me ajudar a me livrar do tosco do Sidney – ela ajeita a bolsa no ombro - Mas eu realmente, não tenho nada para falar com você.

– Ah, mas eu tenho, e não se preocupa, você não vai precisar falar nada, só ouvir. Vem comigo – ele a puxa pela mão com força. Sofia deixa se conduzir sem falar nada. Não queria admitir a si mesma, mas gostava de sentir as mãos de Ben tocando na sua pele, produzindo um formigamento agradável que ela só conseguia sentir com ele.

Ben a conduziu pelo corredores, sentindo a adrenalina tomar conta de si. A sensação de perigo que era estar perto de Sofia lembrava-lhe algo que sentia sempre que precisava encarar um desafio novo no parkour. A insegurança e a vontade de pular, arriscar, por prazer, ambas intensas e pulsantes dentro de si... Mas ele sempre encarava o desafio, calculando os riscos com cuidado, não era de arregar. Talvez fosse por isso que Sofia o atraísse tanto. Entrou na sala de audiovisual, e observou a sala mal iluminada, a luz entrando pela janela e incidindo nos olhos verdes de Sofia, a deixando mais bonita do que já era. Precisava se concentrar, não se perderia de novo, só por um simples desejo.

– Sala de audiovisual? – a loira perguntou não contendo um sorriso nos lábios – Tem certeza que você me trouxe aqui realmente para conversar? – ela continua, provocando Ben. Não sabia realmente qual era a intenção dele, mas, sabia qual era a intenção de qualquer garoto ao trazer uma garota para aquela sala. Inconvenientemente, ou não, as vezes, um dos funcionários “esquecia” de trancar a sala, e com o tempo, o local havia se tornado local de encontro de muitos casais e de possíveis amassos – Você e a Anita deviam frequentar muito esse lugar né?

– Eu não sei do que você tá falando Sofia – Ben despista, nervoso.

– E então, vai me falar logo porque você me trouxe aqui então?

– Eu não queria que a Anita visse a gente junto... E precisava conversar com você!

– Ah, claro, imagina a decepção da princesa vendo o príncipe dela conversando comigo!

– Podemos não falar da Anita? – Ben indaga, em tom autoritário, desviando o olhar da loira. Sofia abre a boca, sem conseguir esconder a surpresa.

– Oi? – ela dá um sorriso sem jeito – Achei que você tivesse aqui para falar nela, ou de quanto foi errado o que a gente fez.

– Adiantaria de alguma forma, falar sobre isso de novo? Acho que não né... Eu já estou pagando pelos meus erros, e agora ela já sabe da verdade. Talvez um dia ela me perdoe, mas não é sobre ela que eu quero falar com você... Eu – ele hesita tentando não parecer preocupado demais – Só queria saber qual é a desse cara com quem você tá saindo, vocês estão namorando?

– Eu ouvi direito? – ela indaga sentindo-se poderosa. Ben queria saber da relação dela com o Matheus só podia indicar uma coisa... Ele estava com ciúmes – Não vai me dizer que tá com ciúmes Ben?

– Eu não estou com ciúmes – ele arregala os olhos, fechando a cara.

– Não é o que tá parecendo.

– Olha, eu sei que não tenho nada com sua vida, que eu não sou nem da sua família, mas, esse cara tá passando dos limites Sofia... Carregando você pela madrugada sabe lá para onde deixando toda a nossa família preocupada, vindo aqui e te agarrando no horário de aula...

– Quem tá passando dos limites é você Ben, só pra eximir a sua culpa daquela noite – ela o ataca, respondendo no mesmo tom que ele - Não é só porque você é o senhor perfeição que todo mundo tem que ser igual a você... Eu gosto dele, gosto de como as coisas não são certinhas ou pré-determinadas quando eu estou com ele, e, principalmente... Ele gosta de mim, e não tem vergonha e nem medo de admitir isso.

– Você vai acabar se machucando com ele... E se continuar nesse caminho, vai machucar outras pessoas também, como a sua mãe, seus irmãos.

– Acho que isso é um problema meu... Eu só quero o meu final feliz Ben, não pense que só porque você é o príncipe que só você tem direito a ele – ela rebate e depois sai pela porta, a batendo em seguida. Ben fita a fresta de sol entrando pela janela, amargo, por alguns minutos, pensando que talvez, príncipe sapo não combinasse definitivamente com ele, porque, sempre foi mais excitante ser chamado como garçom psicopata.

________________________

– Ei cadê o pessoal da casa? – Ben nota estranhando a casa silenciosa. Pedro levanta rapidamente os olhos do dicionário e volta sua atenção para ele rapidamente.

– A Anita tá na casa da Júlia, vai dormir lá...

– De novo? – Ben pergunta não escondendo a decepção. Queria conversar com Anita, mas, parecia impossível já que a mesma o ignorava na escola e quase não parava mais em casa.

– É o que parece... – o pequeno responde balançado os ombros - A Giovana tá na casa da Clara ensaiando com a banda, aparentemente o papai esqueceu do castigo dela quando ela começou a insistir muito com a coisa toda da demo que ela quer fazer, o Vitor está no Paulino, o nosso pai no Embaixada e a mamãe foi fazer umas entregas de última hora, mas disse que já voltava.

– É, parece que somos só nos dois então, como nos velhos tempos – Ben ponderou, dando um longo suspiro cansado. Sua cabeça estava doendo, mas ele pouco achava que tomar um analgésico resolveria alguma coisa.

– Só que nos “velhos tempos” sua voz soava mais animada – Pedro abaixa o dicionário e resolve fazer uma pausa na leitura – Aconteceu alguma coisa?

– Não – Ben respondeu sem soar convincente. Pedro o fitou sem acreditar, queria ajudar o irmão mais velho, queria que a sua família voltasse a ser o que era, com todas aquelas briguinhas do dia-a-dia, mas unida, a casa cheia.

– Tem certeza?

– Você não entenderia...

– Eu tenho um Q.I. de 160, e talvez eu não tenha muita experiência de vida, mas acredite, eu já vi muita coisa e aqui mesmo na nossa família.

– Você não vai desistir não é?

– Sou seu irmão, e nessa família a gente não desisti nunca de ninguém.

– Eu magoei muito uma pessoa – Ben começa fitando o irmão mais novo – Ela é perfeita sabe, meiga, carinhosa, sempre foi sincera comigo... E eu, estraguei tudo, por causa da minha insistência em me envolver com outra pessoa que não presta, que é má.

– Essa pessoa que você magoou é a Anita? – o pequeno indagou com naturalidade.

– Como você sabe? – Ben replica franzindo a testa – Ela falou algo para você?

– Não, mas, vocês sempre andavam juntos e de uma hora para outra pararam de se falar, desde a briga no aniversário da mamãe. É ela não é?

– É ela sim, eu só queria poder consertar as coisas, voltar ao que era sabe... Antes – o mais velho emudece, lembrando da primeira vez que viu Sofia no lobby do hotel. Talvez as coisas tivessem começado a ruir ali, mas naquela época ele mal percebera. Estava enfeitiçado por aquela que julgou ser um anjo.

– Já pediu desculpas para ela?

– Claro, mas não sei se desculpas são suficientes nesse caso, sabe, eu vacilei feio com ela.

– Dá um tempo pra ela, a Anita vai te perdoar, ela só precisa de um tempo.

– Desde quando você virou tão entendedor assim da mente feminina?

– Não sou entendedor da mente feminina, eu só conheço a Anita a mais tempo e melhor que você.

– Obrigada por esclarecer – Ben ironizou, sorrindo para o irmão – Algum outro conselho?

– Não desiste da Sofia... Ela não é má, não assim do jeito que você tá pensando. Eu sei que ela parece egoísta as vezes, mas ela não é, eu sei que ela ama a gente... A nossa família.

Ben queria acreditar nas palavras ditas pelo irmão mais novo, mas era algo inconcebível na sua cabeça, uma vez que já havia se desiludido tantas vezes com Sofia.

– É, talvez ela ame mesmo, do jeito meio torto dela... – ele disse tentando ser gentil com o irmão mais novo, mas não soou convincente e pode ver a decepção estampada nos olhos do pequeno – Olha Pedro, eu sei que você gosta muito dela, mas, eu só me decepcionei com a Sofia, ela não é quem eu pensei que fosse. Eu queria acreditar que ela não é má, mas depois de tudo que ela fez, eu não consigo. Ela é tão diferente da Anita.

– Não existe ninguém igual a ninguém Ben.

– Eu sei, mas a Sofia, ela é mimada, fútil, egocêntrica, geniosa...

– Eu sei que a minha irmã cometeu vários erros, mas você está cometendo dois piores – Pedro fala apontando dois dedos - O primeiro é querer comparar a Anita com a Sofia, e o segundo, é só conseguir olhar para ela com a razão. Eu sei o que parece que a Sofia é, mas será que ela é assim mesmo? – o pequeno indaga olhando nos olhos do irmão mais velho – Você consegue acreditar com o seu coração que ela é má, que ela não presta?

– Não.

– Então, não esquece que nessa família não se desiste de ninguém.

Ben sorri mediante a inteligência e sensibilidade do irmão. Talvez ele estivesse certo. Ele só precisava conhecer a Sofia por trás da fachada de garota fútil que ela adorava demonstrar. Ele podia fazer isso.

– Ela tá namorando um idiota – Ben fala de repente, sentindo-se mais leve por liberar aquilo para alguém.

– Eu sei, aliás, todo o colégio já sabe e... – o pequeno faz uma pausa, colocando as mãos no abdômen, o rosto se contorcendo de dor – Ai – deixa escapar um gemido. Ben ri do irmão mais novo achando engraçado, provavelmente o irmão estava fazendo alguma brincadeira, mas percebendo o rosto de desespero do pequeno, ele o fita aflito.

– Pedro, Pedro, calma cara, olha pra mim – ele fala se portando ao lado do irmão, preocupado. Não sabia direito o que estava acontecendo, mas ver o irmão assim estava o deixando desesperado – Me explica, o que tá acontecendo.

– Eu to – o pequeno arfou buscando ar – Sentindo muita dor Ben. Eu quero a minha mãe!

_______________________

– Anita, Serguei, vocês não vão acreditar no que eu acabei de ver – Júlia fala fazendo mistério enquanto entra no salão. Serguei para de ajeitar o cabelo da sua cliente e fita a amiga curioso – Sabe aquele cara, que a gente viu conversando com a Sofia naquele dia, na entrada do colégio? – Anita sentada em uma das cadeiras, até pouco tempo desinteressada e inerte a conversa, já que estava pensando em Ben, ajeita o corpo, lembrando do dia que viu a irmã conversando com o desconhecido garoto. Lembrou-se de ter falado que o garoto não era estranho, e talvez fosse algum dos meninos que havia convivido na Barra quando era mais nova – Então, parece que a Sofia tava beijando esse cara hoje no pátio, as micas fizeram algo como um fã-clube para ele no 2.0 – ela aponta para o tablet em suas mãos e Serguei e Anita se aproximam para observar. Havia uma foto do garoto, contando milhares de curiosidades da vida dele, como data de nascimento e prato preferido. E uma foto dele com Sofia. E enfim, Anita reconhece o rosto do rapaz, sem acreditar.

– Ai meu Deus, esse é o Teteu – ela fala incrédula, olhando atentamente a foto – Ele tá tão diferente, mas o sorriso e os olhos, só pode ser ele.

– Perai, esse Teteu não é aquele que você sempre fala, que era seu amigo de infância? – Serguei pergunta confuso, fitando a amiga.

– É ele mesmo... Só que é tão estranho, ele e a Sofia, juntos – ela ri pensando na possibilidade – Eu nem sabia que ele já tinha voltado para o Brasil.

– Será que eles estão namorando? – Júlia pergunta encarando os amigos.

– Eu realmente torço para que sim – Anita discursa, fitando mais uma vez a foto do antigo amigo, vendo ali uma possibilidade de fazer Sofia perceber o quanto ela havia sido estúpida em estragar seu romance com seu príncipe.


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Notas finais do capítulo

Quantas coisas acontecendo né?
Eai, o que vocês mais gostaram no capítulo?
E o que acham que vai acontecer no próximo?



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