Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 45
Um Grito de Dor


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores, aqui é a tia Aylla .u

Cadê vcs? Todas sumiram affs.

GENTEEEEEEEEEEEEEE.... Bom eu e a Keel vamos vir com uma surpresa para vcs, até porque a fic está quase chegando ao fim e quase completando um ano né.
Bom espero que vcs gostem do cap u.u

Boa Leitura!



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“Gravar a tua voz em mim, para que eu possa te ouvir toda vez que eu precisar.”
— Fresno.


BIA
Muitas vezes pensei que o pior seria lembrar das coisas. Por diversas vezes desejei esquecer as lembranças ou que elas simplesmente nunca tivessem existido. Pensava que isso apenas me traria dor e sofrimento, que lembrar era apenas uma forma idiota de se sentir mal, e por muitas vezes culpei as lembranças, por coisas que ela não tinha culpa e que, mesmo assim, eu achei culpa para a culpar. E agora vejo que há algo pior do que se lembrar... Não lembrar-se de nada. Isso é agonizante, e incrivelmente frustrante.
Por muitos anos tentei esquecer as minhas lembranças, refazer minhas memórias, principalmente quando em muitas o Simon aparecia. Esperei pacientemente que um dia eu fosse esquecer a dor que as lembranças me traziam, mas não tinha percebido que era eu mesma que causava dor a mim. Nunca tinha percebido que eu, apenas eu, era a razão de todo o meu sofrimento. Então percebi que ao longo dos anos as pessoas sempre guardam algumas lembranças, que no fim muitas vezes desejam não as terem guardado porque sabem que no fundo iria acabar se magoando, porém, sempre parece que guardar aquela lembrança é melhor que simplesmente a deixar cair no esquecimento. E com essa desculpa esfarrapada a guarda.
Eu, entretanto, sempre tinha vivido em meio à lembranças intensas, e muitas vezes desejei nunca ter tido elas. Mas talvez por ironia do destino, encontrava-se olhando a minha volta, em um quarto de hospital sem saber o que de certo acontecia, e naquele momento simplesmente mais do que nunca desejei ter lembranças, porque eu precisava saber o que tinha acontecido.
– A senhorita já acordou?- uma enfermeira que tinha acabado de entrar perguntou. Por um momento apenas olhei a enfermeira, e minha língua coçava com a súbita vontade de lhe responder que ainda continuava dormindo, porém era sonâmbula. Mas não podia falar aquilo, sabia que ninguém tinha culpa.
– Acordei a pouco - minha voz estava meio grogue e eu me sentia cansada, na verdade estava esgotada.
– Bem, preciso aplicar essa injeção em você - diz se aproximando com uma agulha.
–Não - exclamei meio assustada - Preciso saber, o que aconteceu?- minha voz mostrava o quanto eu estava tensa e muito assustada.
– Depois que você acordar explicaremos tudo a você - prometeu com uma voz amável, mas não era essa a resposta que desejava escutar. Seus olhos lentamente começaram a se fechar, sabia que iria adormecer, porém não desejava isso.
Meus olhos percorreram o ambiente, sabia que procurava por algo, porém até aquele momento não sabia identificar o que procurava, até que o encontrei. Em um canto mais afastado da sala se encontrava um pequeno berçário, era todo enfeitado de rosa e eu sabia que ali se encontrava meu pequeno tesouro. Lentamente levantei da cama e caminhei a passos pequenos até o seu bebê, consegui ver cada detalhe, a porta entreaberta, a luz que parecia meio apagada, a cama desarrumada, porém nada disso teve importância conforme eu chegava mais perto do meu bebê e nada no mundo conseguiria me acalmar diante da cena que se seguiu.
NÃOOOOOOOO.
Foi um grito agudo, cheio de dor e angústia. Abri rapidamente meus olhos e com grande felicidade percebi que tudo não passara de apenas um pesadelo. Um pesadelo onde seu bem mais precioso se encontrava morto.
Olhou assustada ao redor, porém logo começou a se acalmar quando viu sua mãe sentada em uma cadeira.
– Mamãe? - assustou ao perceber que há muito tempo não a chamava assim.
– Você está bem querida?- perguntou enquanto se aproximava. Seu rosto parecia tão cansado, como se não dormisse durante várias noites.
– Estou bem, apenas pouco desorientada - digo tentando dar um pequeno sorriso. - O que aconteceu? - minha voz saiu monótona.
– Acho que é melhor apenas o médico te explicar querida - algo na sua voz me alertou e eu soube que coisa boa não estava por vir.
Olhei para minha mãe com uma pergunta em mudo onde se encontrava o médico, porém ela apenas deu um singelo sorriso e olhou para porta no exato momento em que um homem vestido de branco entrava.
– Dr. Silva - minha mãe o cumprimentou.
– Olá Dona Walkíria - a cumprimentou e em seguida olhou para minha mãe - Vejo que nossa paciente já acordou.
– Sim, ela acabou de acordar depois da última anestesia.
– O que aconteceu comigo? - minha voz saiu baixa, mas eu esperava que alguém tivesse escutado.
– Ouve complicações - o médico disse me olhando nos olhos de forma que senti como se ele pudesse estar olhando no fundo da minha alma, porém sabia que isso não era possível.
– O que o senhor quer dizer com isso? - indaguei com uma voz aflita.
– Eu não sei como te falar isso, sem que você assuste ou tenha qualquer outra reação pior - falou devagar - Quando você deu entrada no hospital, você estava desacordada e isso levou nós, médicos, a termos que fazer uma cesariana em você, porém isso não foi tudo.
– Como assim?
– Durante a cirurgia houve complicações, e essa complicação resultou em uma consequência muito grande - falou engolindo o fôlego - Você não poderá ter mais filhos - e foi apenas com essas três palavras que todo o meu mundo desabou, eu jamais poderia voltar a ser mãe e sem saber como, essa frase em um futuro próximo seria a mais pura verdade, porém por um motivo diferente. Naquele momento eu soube que ter lembranças é algo importante. Eu soube que guardar as memórias – boas ou ruins – faz parte. E graças ao fato de ter memória, não surtei naquele instante. Pois imaginei que o Simon estava ali, do meu lado, me tranqüilizando, dizendo que ele me amaria de qualquer maneira, dizendo que nada disso importava, que poderíamos adotar umas cinco crianças... Ele me diria que me ama, e que eu passaria dessa. Provavelmente passaria a mão nos meus cabelos, choraria um pouco comigo... Mas ele me deixaria melhor, ele... Ele faria com que não fosse tão difícil. Quer dizer, eu devo ser a pessoa mais sem sorte que conheço. Perco o primeiro filho do homem que eu amo, engravido dele outra vez e ele pensa que é do primo, e depois... Descubro que não terei mais filhos. Tanto dele como de qualquer outro, não que eu pense em ter outro. Ninguém jamais seria como o Simon. Se eu pudesse me descrever nesse momento, diria que: acabei de cair num abismo.
[...]


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero suas manifestações...

Reta final, finalmente kk' Algum nome para a mini-Bia?

Alguma ideia de qual é a surpresa?

Até meus amores, deem um comentário, até porque só através dos comentários q vc poderá fazer parte da surpresa u.u

Aylla.



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