Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 28
Algumas Coisas Dão Certo, Outras Não.


Notas iniciais do capítulo

Vim mais rápido dessa vez ((: E acho que escrevo o próximo cap também, mas só acho. Portanto, não se surpreendam se for a Aylla quem postar.
Ei gente!!! Alguém já comeu banana com leite e açúcar? :3 Eu sou apaixonada por isso. Dilicia :3

Boa Leitura! PS: Eu tava inspiradona



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430806/chapter/28

Se você soubesse o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar.

Levantei decidido. Eu iria atrás dela. Não podia, de verdade, ficar sem vê-la. Ficar sem estar com ela. De cima do meu guarda-roupa, peguei uma mala mediana. Não era grande o bastante, mas era suficiente para ir atrás dela. Em mim eu já levaria tudo que precisaria pelo resto da vida: Meu amor.

Assim que terminei de jogar as coisas na mala, a fechei numa rapidez consideravelmente rápida, e sim, isso não faz sentido. Mas quem disse que precisa fazer sentido para você entender? Tipo, eu não entendo o amor e nem por isso, não entendo que amo ela. Porque eu entendo que a amo. Entendeu ou bugou no caminho? Eu entendi.

Desci as escadas e me surpreendi com uma equipe de polícia ali na minha sala de estar. Meus pais estavam abraçados e o pai do Lipe chorava muito. O que será que tinha acontecido? Parei na escada e sentei num degrau, da onde pude ouvir a conversa:

“Faz tempo que ele sumiu?” – O policial perguntou anotando alguma coisa numa prancheta quando Joseph falou que já fazia um dia. Um instante... Filipe sumiu?

De repente a porta se abriu e entrou uma Meg confusa de mãos dada ao seu inseparável namorado, Jake.

– O que houve? – Ela perguntou. Pus-me em pé e desci como se não tivesse estado ali antes.

– Também quero saber. – Implementei .

– Filipe sumiu. Joseph está agoniado. – Rose explicou.

– Filipe foi embora. – Meg falou simplesmente. Os policiais a olharam como se ela fosse suspeita.

– O que mais sabe sobre isso...

– Meg – Ela falou esboçando um curto sorriso. – Eu sou a melhor amiga dele. Há pouquíssimo tempo a garota que ele amava morreu de um câncer maligno e... Ele ficou desolado. Disse que não queria mais viver num lugar que qualquer coisa trazia lembranças dela. E então ele disse que ia embora. Pelo jeito ele foi.

– Por que não nos avisou? – Meu pai indagou um tanto aborrecido.

– Ele é meu amigo, e eu não achei que ele estivesse falando sério. – Ela respondeu num dar de ombros.

– Ele não disse para onde ia? – O policial perguntou outra vez.

– Não.

– E você, como melhor amiga, não imagina um lugar que ele possa ter ido? – Interrogou outra vez o policial.

– Ele nunca comentou sobre algo do gênero. – Meg declarou depois de uns segundos pensando.

– Ele é maior de idade? – Outro policial que até agora não havia se manifestado quis saber.

– Fez dezoito faz um tempo. – Joseph falou.

– Então, como ele foi embora por opção, não podemos fazer mais nada. Desculpem. – O policial informou. – Sinto muito mesmo. – Completou ao ver a cara de Joseph.

– Tudo bem, obrigada. – Rose falou. Ela era a única que expressava calma ali. Os policiais fizeram uma reverência com a cabeça e se foram.

– E agora? – Joseph perguntou sentando no sofá.

– Agora vamos esperar. – Lúcio falou sentando ao lado de Joseph. Meg torceu os lábios e depois subiu para o quarto sendo seguida por Jake. Eu olhei para eles... Filipe era como ser da família, ok, ele é da família. Mas é amado como se fosse um filho, não apenas sobrinho. E eu não podia dizer: “Pai, to indo embora atrás da minha irmã e talvez nunca mais volte.” Sacou? Meu plano de ir atrás da Bia acaba de ir por água abaixo. Assim como meu semblante.

– Não sabia que gostava tanto do Lipe. – Rose falou ao ver minha expressão.

– Pois é... – Concordei pegando Sophia no colo, que acabara de correr em minha direção. – Oi pequena.

– Tato. – ela falou tirando meu boné da cabeça e deixando-o cair no chão. Olhou para o boné e depois olhou para mim com os olhinhos suplicantes. – Caiu tato. Num tive cupa. – Eu dei um beijo molhado no rosto dela, que fez uma carinha e me deu outro beijo de volta. Beijo esse que fez um estalo e tanto. – Binca cumigo? – Ela pediu. Fiz que sim com a cabeça e saí com ela para o quintal. De alguma forma ela me lembrava a Bia. E eu nem sabia o porquê.

Meg

Encostei a porta e sentei na poltrona enquanto via Jake se acomodar na beira da minha cama. Era estranho ter um namorado. Era estranho ele ser meu namorado. Eu jamais pensaria que estaríamos juntos hoje. Tudo aconteceu tão inesperadamente...

Flashe Back In

– Oi, cadê a Bia? – Jake perguntou ao chegar em casa e me ver no sofá “fazendo a unha" do pé.

– Saiu com o Simon e o Lipe.

– Cadê seus pais? – Eu revirei os olhos. A criatura além de ter entrado na minha casa sem aviso prévio, ainda ficava me interrogando.

– Estão no hospital. Esqueceu do acidente? – Perguntei retoricamente.

– Impossível. – Ele disse sentando ao meu lado. Eu não sabia ainda porque a presença dele me deixava tão inquieta. Mas supunha que fosse pelo fato de já ter ficado com ele. De ele ter sido meu primeiro amor. Você sabe o que dizem sobre o primeiro amor, não sabe? Com certeza já deve ter ouvido numa esquina qualquer dessa vida rica que deves estar levando. O primeiro amor deixa marcas, que tempo algum é capaz de tirar. E ok. Eu me fudi nesse meu primeiro amor, ele nunca me correspondeu embora vivesse me dando falsas esperanças, e ficava com meninas na minha frente... Mas eu o amei. Durante cinco inacabáveis anos. Eu o amei até começar a me amar. E dizer a mim mesma que garoto algum era digno de receber lágrima minha. Então eu o ignorei. E comecei a curtir de verdade o que a vida me oferecia, sem me lembrar dele, mesmo o encontrando em cada baladinha que eu ia. Confesso que quando ele começou namorar minha melhor amiga, senti raiva de ambos. Ela sempre o amou também e eu era o motivo do falso não que ela oferecia a ele. Eu superei. Eu sou linda. E eu não preciso mais que ele me diga isso. Porque outros mil garotos me diziam. E sabe aquele negócio de: Só dá valor quando perde? Então, eu não acredito muito não. Acho que cada pessoa tem a consciência do que tem ao lado e perde porque é otário. Mas então... Sabe aquele outro lance de: Você só sabe o que é bom pra você, quando o bom se vai? Nisso eu acredito com convicção. Porque bastou eu deixar de me importar para que ele se importasse por eu não me importar mais. Ele deixou minha melhor amiga e veio atrás de mim. E meu arrependimento de cada não que dei a ele era menor do que a dignidade que eu sentia restaurada. “Enfim ele havia me notado!”, viva o amor próprio. – Quer ajuda? – Ele perguntou quando me viu derramar quase o frasco todo de acetona. Que ele não saiba, mas eu estava tremendo muito.

– Vai dizer que sabe pintar unha? – Inquiri arqueando uma sobrancelha.

– Eu sei, dona Margarida.

– Meg. – Corrigi.

– Dá seu pé aqui Meg – Ele sabe a fórmula exata para me tirar do sério. E sabe pintar unhas muito bem pelo visto. Ele pintou todas e desenhou, com a maior facilidade do mundo e o pior é que ele não era gay. Beleza então. Fingirei que isso é normal. Durante todo o tempo, ele não falou nada. E eu também não ousei abrir a boca. Por algum motivo, o silêncio nos cabia bem.

– Nossa! Ficou muito bom...

– Também achei. – Eu olhava para meus pés, mas podia sentir o olhar dele. – Agora meu dinheiro. – Ele falou estendendo a mão e me pegando de surpresa.

– Que dinheiro? – Indaguei confusa.

– Acha que um capricho desses vai sair de graça? Não mesmo, fofa. – Ele falou abusado.

– Nem vem, você que se ofereceu! – Argumentei me pondo em pé. Ele fez o mesmo, sem esboçar nenhum sinal de estar brincando.

– Vamos Meg... Não tenho o tempo todo. – Ele me apressou? Será que esse cachorro sabe que mulheres odeiam ser apressadas? E pior... Ser apressadas sem motivos aparente? Em quem eu bato produção?

– Jake, meu amor da minha vida. Vai se fuder! – exclamei juntando minhas coisas. Ele me pegou pelo braço e me obrigou a encará-lo.

– Não precisa pagar em dinheiro. – Eu ri. Desculpa tive que rir.

– Como é que é?

– Vai dizer que não gosta mais de mim? – Ele perguntou.

– Vai dizer que se importa? – rebati furiosa.

– Vou dizer que te quero. Vou dizer que você me quer. – Engoli em seco. – E não vou te ouvir negar. – Ele soltou um pouco meu braço e colou nossos corpos. – E sabe por quê? Por que nós dois sabemos... – Ele me deu um selinho. – Que nós nos queremos. – Depois me beijou de vez. No começo pensei em dizer não. Mas sim. Eu o queria. E o quis a vida toda.

Flash Back Off

– Amor? – Chamei. Ele xeretava as gavetas do meu criado mudo.

– Sim?

– Eu amo você. – Ele sorriu, levantou as sobrancelhas e veio em minha direção, sentando no meu colo.

– Eu também amo você. – E me deu um beijo.

Eu tinha encontrado meu porto seguro.

***

Três dias depois...

***

Filipe

Já andava sem rumo por algum tempo. Com apenas uma mochila, dinheiro, comida, e uma pequena mala; eu encarava o Rio de Janeiro. E já fazia dois dias que eu andava procurando acertar o endereço da Bia. Fazia dois dias que eu não me alimentava, só tomava água, que eu não tomava um banho ou me preocupava com a minha aparência. Por que ser bonito por fora se a minha beleza por dentro era maior que qualquer cosa?

Acho que encontrei o endereço dela. É, tenho quase certeza que é aqui. Estou parado em frente a porta sem coragem alguma para apertar a campainha dourada que brilhava convidativa. Medo de assustá-la. Pior: medo de assustar alguém que não fosse a Bia.

Bia

Já era em torno de Onze Horas da noite. Eu e minha mãe estávamos sentadas em frente a TV assistindo um programa de humor, digno de muitos risos. Ela já havia me xingado por ter batido na Katney, mas me elogiou dizendo que uma hora ou outra alguém faria isso e por que não eu? Eu concordava. Sábia essa senhora minha mãe.

A campainha tocou ensurdecedoramente. Parecia que era um índio apertando a campainha. Sem a noção básica de que apenas um toque basta. Pois quem quer que fosse, apertava insistentemente. Vá pra puta que o pariu. Minha mãe levantou esbravejando.

– Que que foi? – Ela quase gritou ao abrir a porta. Mas fez um silêncio enorme quando viu quem era. Eu levantei me perguntando se estava tudo bem e não. Me surpreendi quando vi ele ali.

(...)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Gostaram? Me amem! Beijos da tia Keel...


~Keel