Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 20
Lembranças part 2


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiii pessoar * bem voltei com mais um cap u.u so q esse cap vai ser mais lembranças tudo bem.....
Outra coisa gente, eu e a keel temos 45 leitores e menos de 10 estão aparecendo nos comentários, gente são os comentários de vcs que nos fazem felizes e com ânimos........então por favor comentem.....
Será que temos leitores que não tem conta?????? Bem eu espero que sim.....e se vcs quiserem fazem a conta no nyah assim poderá conversar conosco......u.u bjs



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WALKÍRIA

– Mãe? – Olhei para o lado e me deparei com o Simon me olhando interrogativa.

– Sim? - respondi segurando a maçaneta da porta, mas sem girá-la.

– A senhora está bem? – perguntou com a voz preocupada.

– Sim... – Assinto meio excitante – Apenas preciso de um tempo à sós, tudo bem? – perguntei torcendo para que ele não me pedisse explicação de nada.

– Tudo bem, só lembre que tem pouco tempo de visita – diz com as mãos no bolso, como se não soubesse o que fazer – Hã... Eu vou ir ficar com a Bia, qualquer coisa me chame ok?

– Ok querido – Eu disse e logo em seguida espio ele afastar para poder entrar naquele local.

A primeira coisa que vi foi ele, totalmente imóvel, como se não existisse nada e nem ninguém ali, e se não fosse pelo barulho constante do bip bip do aparelho. Seria isso que qualquer um pensaria. Aproximei-me lentamente com medo... Mas medo de quê? Não saberia responder isso antes de olhar para ele deitado naquela cama, mas logo que eu o vi, soube exatamente do quê eu tive medo

Flash Back on

Era um dia normal, ou pelo menos teria sido se eu não tivesse trombado com aquele caipira estúpido. Saía de mais uma aula no campus, quando por obra do acaso ele trombou em mim.

– Não vê por onde anda? – Indaguei abaixando para pegar meus materiais, e é claro que como um ogro que ele era nem fez questão de tentar pegá-los (mas o que eu poderia esperar de um cara que não tinha senso nenhum de moda?)

– Bom se você não estivesse distraída não teria trombado em mim – disse com um sorriso sexy, e provavelmente foi isso que me encantou a ponto de não ter batido nele... No primeiro instante.

Uma semana depois:

– Deixa de ser chato – digo risonha, enquanto pegava um punhado de grama e jogava nele.

– Ahhh você não deveria ter feito isso – diz se levantado enquanto corria atrás de mim, que no momento não sabia se ria ou corria.

–N-não p-para p-por f-favor – implorei depois de ter sido vencida na corrida e estar sendo feita de refém das cócegas.

– Com uma condição – Declara parando com as cócegas, mas ainda me mantendo presa nos seus braços, o que eu não podia reclamar.

– Q-qual? – Tento dizer com certa dificuldade, por causa do excesso de risos.

– Aceita namorar comigo? – pergunta com seus olhos vidrados no meu.

– Ainda não sabe a resposta? – Rebato me inclinando em sua direção e o beijando com carinho.

Um ano depois:

Olhar para traz e perceber que eu só encontrei o homem da minha vida por causa da minha falta de atenção (era que eu que estava avoada e que não prestei atenção aonde ia), mas para qualquer efeito a culpa foi dele quando trombou em mim.

Toc Toc ...

– Oie – sorrio animada vendo meu futuro marido entrando no meu quarto, sim... Ele me pediu em casamento alguns dias atrás, e minha mãe como sempre já deu um jeito de organizar praticamente tudo, menos uma coisa... A data do casamento.

– Oi amor – Cumprimenta me dando um selinho e sentando ao meu lado na cama.

– Já pensou quando vai ser a data do nosso casamento? – pergunto me deitando na cama e balançando os pés .

– Que tal amanhã? – Ele joga sorrindo torto.

– E correr o risco da minha mãe ter um ataque cardíaco? Acho melhor não. – digo entrado na brincadeira.

– Que pena – diz me puxando para seu colo, mordiscando de leve o meu lábio inferior.

– Agora vamos falar sério, qual data que você quer?

– Que tal daqui exatamente dois meses? – Ele me olha com expectativa.

– Mas daqui dois meses... Não é seu aniversário? – Inquiro meio confusa.

– Sim, não acha que esse é um ótimo presente? – Pergunta retoricamente me beijando sem dar chance para que eu responda.

Dois meses depois:

Tudo parecia passar num borrão de imagens, a cada passo que eu dava em direção ao altar era uma nova emoção. Não sabia identificar todas, pois eram tantas. Eu me sentia segura mesmo ainda sendo bem nova para dar esse passo.

Eu sentia como se tivesse fazendo a escolha certa, a escolha que esperei toda minha vida (que não é tão longa assim, vale mencionar) para fazer. Não me lembro com clareza como foi quando fui entregue no altar á ele. A única coisa que me foquei foi nele, no brilho dos seus olhos, no seu sorriso e a forma tão segura como ele disse o famoso sim. Mas, como disse tudo isso passou rapidamente, e quando dei por mim estávamos apenas eu e ele, sozinhos em um quarto e com a noite toda apenas para nós.
Nossa primeira noite de amor.

Flash Back Off

As lembranças vieram todas de uma vez, cada uma me fazendo lembrar algo, mas principalmente me fazendo lembrar de uma coisa que tentei esconder de mim mesma. Me fez lembrar que eu ainda continuava o amando, mesmo depois de todos esses anos, eu o continuava amando. Amando como eu nunca amei mais ninguém em toda minha vida, mas nem esse amor foi capaz de superar tanta desconfiança.

Flash Back in

– Quantas vezes vou ter que te dizer que esse bebê é seu? – Questiono irritada pela falta de confiança.

– Você realmente quer que eu acredite nisso? Você sabe muito bem que EU NÃO POSSO TER FILHOS e é claro que se achando a esperta resolveu ir ficar com outro assim como as vadias fazem né – não vi como, mas quando dei por mim minha mão já batia com toda força que tinha no rosto dele.

– Nunca, ouviu bem? NUNCA MAIS ouse me chamar de vadia – Explodi totalmente fora de mim – E essa criança é sua e quando ela nascer você vai se arrepender de ter duvidado disso. – Ameaço saindo dali, pegando Simon e indo rumo a casa da minha mãe, aonde eu passei os nove meses seguintes.
***

Ver a cara de espanto dele quando abriu aquele exame e percebeu que eu realmente estava falando a verdade foi algo bom, muito bom. Mas ao mesmo tempo doeu. Doeu lembrar que em nenhum momento da minha gravidez ele esteve comigo, e doeu saber que ele estava sofrendo, por mais que ele merecesse, mas doía imaginar a dor dele. E era por isso que tinha vezes que eu desejava que a minha pequena Bia realmente não fosse filha dele, talvez assim ele sofreria menos, apenas talvez.
***

– Eu não aguento mais! – desabafei cansada de toda aquela situação. Eu estava farta das brigas, das discussões que muitas vezes não tinham fundamento algum.

– O que você quer dizer com isso? – Lúcio calmamente perguntou. Calma essa que eu já não tinha mais.

– Eu quero o divórcio – falei e vi ele me olhar como se já soubesse que era isso que eu iria falar, e em nenhum momento tentou me convencer do contrário. Isso foi o que mais machucou. O fato dele parecer nem se importar com o fim daquilo ( fosse o que fosse aquilo). Mas eu estava enganada, e só descobriria anos mais tarde, que ele fez o que fez por que não gostaria de me machucar mais... Ainda.

Flash Back Off

A dor era demais. Mesmo depois de tantos anos, tudo aquilo ainda me atormentava e me condenava. Talvez se eu tivesse tentado mais, só talvez, nós poderíamos ser uma família feliz agora. Uma família de verdade. Mas de nada eu posso ter certeza, por isso, que deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto, sem tentar pará-las ou segurá-las. Apenas as deixei rolar, lembrando de cada momentos juntos. Por fim saí dali sem olhar para trás, prometendo a mim mesma que contaria toda a verdade aos meus filhos.

FILIPE

Chorar? O que era isso? Para quê serve isso? Bem não sei se posso responder isso, mas agora, nesse exato momento lá estava eu. Chorando feito uma criança. Me curvando em forma de uma bolha, na inútil tentativa que aquelas palavras não fossem real, mas elas eram... E isso doía demais. O que aconteceria quando ela... se fosse? Essa pergunta rodeava minha cabeça e por mais que eu tentasse, ela não saía. E eu estava me esforçando ao máximo para não lembrar disso.

Flash Back in

Mais um dia entediante na escola, mas o quê mais eu poderia esperar de uma escola como essa?

– Alunos... – chamou a professora de História na tentativa de ter a atenção dos alunos. – ALUNOS! – berrou enfim conseguindo chamar a atenção de todos. – Bem quero dizer que temos uma aluna nova, e quero que vocês fiquem em silêncio para que ela se apresente. – Diz com firmeza. – Vamos lá! Apresenta-se – Estimula a empurrando para frente.

– Oi... Eu me chamo Samyra Calter. Eu morava em Vilhena, mas os meus pais decidiram se mudar para cá – Conta delicadamente, como se cada palavra que ela estivesse pronunciando fosse demais para ela. Sua voz parecia sinos e seu sorriso tão meigo...

– Bom agora você pode se sentar. – Samyra a olhou perdida - Ali perto do Lipe. - A professa apontou tentando ser gentil.

– Ok – ela diz andando apressadamente, o que quase fez com que ela fosse direto ao chão se eu não tivesse sido rápido e a segurado.

– Oh, desculpa-me – pediu ficando vermelha e tudo piora quando a sala começa a rir.

– SILÊNCIO – Grita a professora e logo a sala volta ao silêncio.

– Tudo bem – sussurro baixo para ninguém mais escutar, e logo em seguida vejo ela se sentando na cadeira ao lado. Não sei por qual motivo, mas o resto da aula eu passei a observando. Decorando cada mínimo detalhe dela, detalhe esses que nunca vou ser capaz de esquecer.
***

Já fazia duas semanas que ela tinha chegado e uma que nos tornamos melhores amigos. Sim. Depois de uma semana inteira a vendo sentada sozinha, resolvi puxar assunto e acabamos nos tornando amigos... E como melhores amigos, aqui estávamos nós, sentados abaixo de uma árvore tomando yorgute.

– Você tem segredos? – ela me perguntou do nada.

– Quem não tem segredos? – respondi com outra pergunta.

– É acho quem ninguém – diz olhando para o nada e com o olhar vago.

– Qual é o seu segredo? – pergunto.

– Tenho medo se eu contar, você não querer mais ser meu amigo – diz com a voz triste.

– E porque isso iria acontecer? – perguntei confuso.

– Porque é isso que todos fazem quando eu conto. – diz me olhando com os olhos brilhando por causa das lágrimas que começavam a cair.

– Ei não chora – pedi limpando as lágrimas – E quem disse que eu sou todo mundo? – brinquei no final, o que a faz dar um pequeno sorriso.

– Ok, eu vou falar o meu segredo. – diz se afastando um pouco de mim – Eu nasci com o Vírus do HIV, minha mãe pegou o vírus quando estava grávida de mim, e eu tinha 50 por cento de chance de pegar e foi o que aconteceu. Durante toda minha vida eu vivi com vários tipos de restrições, por causa da minha imunidade que era muito pouca. Qualquer coisa que pudesse fazer já era um risco para muitas doenças entrar no meu sistema. – Conta olhando para as próprias mãos. – Meus amigos, ou era isso que eu pensava que eles fossem, sempre se afastavam quando descobriam o que eu tinha por medo de pegar. Sendo assim, sempre passei minha infância e adolescência sozinha. – Termina voltando a chorar baixinho.

– Ei não fica assim, eu estou aqui ta bom? E sempre vou estar ao seu lado – confortei-a a abraçando e daquele dia em diante, foi como se tivéssemos nos tornado um só.
***

– Você gosta de algum menino? – perguntei na maior cara dura, deixando a minha amiga parecendo um pimentão de tão vermelha.

– N-não c-claro q-que n-não– diz gaguejando e se entregando.

– Vai fala, por favor? – Implorei fazendo bico (infantil, mas ela sempre caía)

– Fill não... – disse ela me chamando pelo apelido que ela inventou, já que como ela mesmo disse “ela queria ser original”.

– Vai por favor, vai .... – Pedi manhoso.

– Ok , eu gosto do Simon – e foi a partir daquele dia que eu descobri que minha melhor amiga, era apaixonada pelo Simon, ou pelo menos foi nisso que ela quis que eu acreditasse.

Walkíria

Como contar a eles a verdade? Era essa a pergunta que me fazia enquanto seguia em direção a recepção do hospital. Eu sabia que de hoje não passava, mas como chegar aos meus filhos, e contar algo como... isso? Eu tinha medo, medo que eles nunca me perdoassem. Medo de machucar os que eu sempre quis bem, medo de ficar sozinha, pois sem eles eu não tinha mais ninguém. Só que eu sabia o que eu tinha que fazer. E era isso que ia fazer, de uma vez por todas eu ia contar a eles a verdade, e talvez assim o peso na minha consciência diminuísse.
(...)


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado.......
gente comentem por favor......
bjs