Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 14
Um Dia Quase Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Meu oi pra vocês! BOM... Eu atrasei muito o capítulo, mais de uma semana e quero me defender antes que tentem me matar. O capítulo está pronto há dias, eu que fiquei sem net enfim, gostaria de dar uns avisos: Vou reposta Além de "irmãos", fazer uns acertos e tal, e todos vocês estão convidados a lê-la outra vez ou pela primeira vez. Escrevi uma one com a carta que a Maeva fez para Samy e pretendo postá-lá logo (quem quiser o link é só pedir u.u) . Quanto a minhas outras fics: Uma Perdição Evidente e Selados, está sem data para atualização (todos xingando a Hanako Kkkkk) agora falando de Coisas do Acaso, eu meio que superamei escrever esse capítulo e obrigada ao carinho e paciência de vocês!

Boa leitura!



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Acordei meio grogue e olhei ao redor ainda desnorteada. Mal acreditei quando me vi deitada ao lado de Simon sem uma peça de roupa sequer. Eu ri e mordi involuntariamente os lábios. Deitei-me outra vez e fiquei encarando meu irmão. Pegando cada pequeno detalhe como se fosse obrigatório tê-los registrados na mente. O subir lento do peito, o audível respirar, a boca levemente aberta, uma das mãos sob o travesseiro, a outra jogada perto do corpo. Ele era perfeito demais. Lembrei dos acontecimentos anteriores e quase não acreditei que passamos a noite aqui. Numa cabana. Permiti passar os dedos em torno do contorno do rosto de Simon. Senti-o estremecer sob meu toque e logo, seus olhos se abriram e um sorriso nasceu nos lábios. Ele realmente era lindo.

– Bom dia - sussurrei rente á orelha dele.

– Preciso escovar o dente! - Ele falou fazendo um barulho estranho com a boca e uma careta, da qual eu tive que rir.

– Eca, precisa mesmo. - concordei num aceno de cabeça e ele me deu um tapa de leve. Grudei nossos lábios não me importando nem um pouco com o mau hálito ou qualquer coisa do tipo.

– Que cheirinho de sexo! - ele comentou e eu soquei-o no peito. Ele deu uma choramingada e depois ficou quieto.

– Bocó! - falei ainda rindo, mas ele não disse mais nada por um bom tempo.

– Amor? - Ele chamou quando deitei ao lado dele outra vez. Eu quase derreti com isso.

– Estou ouvindo - Informei a ele que tinha agora, começado a brincar com o meu cabelo.

– Nós fizemos amor, né? - Ele perguntou. Senti medo de que talvez, ele estivesse se arrependido ou apenas se tocado, do quanto àquilo era ilícito.

– Fizemos. - Respondi num murmúrio, brincando com os dedos em volta do umbigo dele na esperança de me distrair.

Então senti meu mundo desabar. Um momento de vertigem.

– Ahn... Isso... - Engoli em seco, e não sabia o quê dizer.

– Você sabe que chegamos ao ápice, não sabe? - Ele começou a massagear meu ombro. Assenti com a cabeça. As palavras não pareciam, sequer, chegar à garganta.

– Tá preocupada com isso? Porque eu amaria ter um filho seu. - Ele falou isso na maior naturalidade. - Sabe... Na verdade já deveríamos ter nosso Simonzinho... Eu gostaria mesmo de ser pai. - Eu me surpreendi com aquilo. Surpreendi-me pelo fato de que ele nunca me aturou. Imaginei-o tomando conta de um bebê que chora para conseguir as coisas. Simon não aguentava ficar dez minutos cuidando de mim quando nossos pais saíam sem me bater! Lembro que odiava ficar perto dele. Se queria me botar medo, bastava falar: "Lá vem o Simon..." E do nada, minha gargalhada inundou o ambiente e ele deu um pulo do meu lado. Olhou-me como se eu fosse maluca, e senti ser.
– Falei bobagem? - Ele indagou ainda me olhando de forma estranha. Demorei um pouco a resgatar o ar.

– Simon... Você seria um péssimo pai. - Acusei retornando a rir.

– Não seria não. - Ele respondeu emburrado. Eu passei a mão nos cabelos dele e me forcei a parar de rir.

– Ok. Se iluda. - Dei de ombros e o ouvi dizer baixo:

– Se duvida, faça um comigo. - Eu fiquei subitamente em silêncio. - O que foi?

– Eu quero também. - Respondi à resposta dele um pouco depois, mas ele não se tocou.

– Quer o quê?

– Eu quero que me prove que pode ser um bom pai. Que cuidaria do seu filho de maneira tal que ele não desejaria jamais viver longe de você. Eu quero que me prove que pode ser melhor do que eu. - Desafiei-o já em cima dele e ele grudou os dedos em meu cabelo.

– Você sabe do meu potencial. - Ele sibilou tirando-me de sobre ele. Arqueei a sobrancelha um tanto confusa e ele me olhou perdido. Senti que algo estava errado.

– Aconteceu alguma coisa?

– Só um... Um aperto no peito. Alguma coisa está errada. - Eu revirei os olhos e me sentei ao lado dele abraçando meus joelhos. Claro que tinha algo errado. - Você não acha? - Ele perguntou tirando-me de meus pensamentos.

– Com toda a certeza inolvidável desse mundo.

– Inolvidável?

– Inesquecível. - Expliquei dando de ombros.

– Inesquecível por quê? - eu encarei-o.

– Achei que estivesse notório.

– Pare de usar essas palavras difíceis. Só faz confundir minha cabeça. - Ele pediu fazendo biquinho e passando os braços em torno de mim.

– É claro que tem algo errado, Simon. - Sussurrei com medo do impacto da verdade que eu estava perto de declarar. - E esse erro somos nós. Passando a noite juntos como um casal totalmente enamorado matando um pouquinho da saudade absurda que sentem. Pode ver isso também? - Questionei apreensiva começando a me vestir. Simon levantou (foi um pouco estranho vê-lo totalmente nu e aquele negócio balançando.) e segurou-me pelo braço (o que me fez prestar atenção nele e não... bom...)

– Qual a sua, aliás? E todo aquele papo de me amar, de me desejar? Se você não estava a fim de encarar o mundo pra podermos viver esse amor, que porra está fazendo aqui? Comigo. - Ele falou me olhando profundamente e eu não me atrevi a desviar o olhar. Era como que forçoso olhá-lo. Então ele desviou o olhar, soltando meu braço sem pressa. - Talvez essa noite tenha sido um erro mesmo. - Ele acrescentou sem me olhar e mordi o lábio inquieta, sem saber o que fazer quando o vi vestir sua cueca box e a roupa que usava na noite passada. Engoli em seco quando o vi andar até a porta e colocar a mão na maçaneta. Eu estava prestes a fazer a maior loucura da minha vida, mas que se dane!

– Simon. - Chamei e ele não olhou para trás embora tivesse me passado a certeza de estar ouvindo. Andei até ele e o virei encostando o seu corpo forçadamente na porta frágil, que pareceu tremer com a força imposta contra ela. - Estou disposta a lutar. - Falei um pouco perdida. - Fique. - Implorei. - Por favor, fique. - Ele colocou as mãos fortes no meu rosto e se aproximou num beijo caloroso e explosivo. Comecei a sentir uma falta de ar lancinante e eu não sabia se ainda estava consciente. Foi um beijo diferente dos outros. De repente ele parou.

– Termine de se vestir. - E Eu obedeci prontamente como se fosse uma ordem. - Agora nós iremos num lugar, que se não estiver inteiramente inundado, tenho certeza que você amará. - Depositou um beijo no topo da minha cabeça e entrelaçou os dedos nos meus.

A chuva havia alagado uma boa parte da fazenda praquelas bandas, comentei com Simon e ele me corrigiu dizendo "Isso é um sítio, pirralha. Não confunda." depois soltou uma risada gutural como se aquilo fosse rotineiro. Ele não me chamava de pirralha desde... Ele nunca me chamou assim. Passei o restante do caminho pelo qual ele me guiava, em completo silêncio.

Avistei ao longe - depois de atravessar a margem ensopada de um riacho barrento - um enorme tronco esbranquiçado de uma árvore retorcida onde continha um pedaço de madeira fincado na terra como se estivesse marcando algo.

–Quando eu cheguei aqui - Ele pronunciou - fiz uma cápsula do tempo, já ouviu falar? - concordei com a cabeça. - Eu nunca pensei em abri-la. Não sozinho pelo menos. Lembro de uma coisa que coloquei na pequena caixa de sapato envolta num saco plástico e quero que você veja. Se compromete?

– A essa altura não tem como dizer não. - Debochei quando ele começou a cavar - o pedaço de madeira no chão, era na verdade a ponta do cabo de uma pá. Depois de algum tempo de esforço e suor, ele conseguiu puxar o saco o qual virou do avesso e colocou no chão, convidando-me a sentar sobre o mesmo. Agradeci com um sorriso e sentei. Ele abriu a caixa e me entregou. Gritei insurgentemente quando uma minhoca caiu do meu lado e Simon riu descontroladamente alegando o quanto minha cara tinha sido épica. Ignorei tamanha infantilidade da parte dele e a primeira coisa que tirei da caixa foi uma revista pornô.

– Ops! Acho que eu gostava meio que demais disso aí. - Ele falou enrubescendo. - Mas não me ache um tarado louco por sexo. - ele falou virando agressivamente as folhas da revista.

– Difícil não achar isso quando você folheia desesperadamente a revista na minha frente. - Comentei abafando um riso.

– Aqui! - ele falou alto demais - Era por isso que eu gostava tanto dessa revista. - Ele apontava para um nome realçado em rosa no rodapé da página desgastada. "Beatriz Lúcia.", eu sorri de canto. - É quase seu nome. - ele acrescentou feliz. Lúcia infelizmente é meu nome do meio.

– Então você tinha um fetiche pela sua irmã? Porque você chegou aqui há dois anos e ainda não sabia que eu era eu... Como explica isso?

– Eu só achei coincidente demais. Ter quase o mesmo nome da minha irmã. Confesso ter achado, na época, que você fosse esse mulherão todo e estivesse se prostituindo sabe? - Arqueei a sobrancelha, um sorriso ainda estampando o rosto.
Passei para o próximo item da caixa e retirei um estilingue.

– Também posso explicar esse aí. Lembra uma vez que você tinha quatro anos e brincava no quintal abaixo do pé de manga e uma manga verdinha, enorme, caiu no meio da sua testa?

– Claro que lembro! Destruiu minha casa de boneca e eu chorei muito.
– Pois é, fiquei dias a fio treinando minha mira. - Arregalei os olhos e dei um tapa nele.

– Canalha. - murmurei fingindo estar emburrada. - Parece que tudo nessa caixa tem referência a mim.

– Acredite Bia, te atormentar foi a melhor parte da minha vida e eu precisava registrar isso.

O próximo item foi uma camisa manchada que logo reconheci.

– Essa camisa é a...

– Do dia que nos conhecemos! - ele completou sorrindo.

– Você não estava usando ela. - falei.

– Idaí? - ele deu de ombros e peguei o próximo objeto que era um canivete com uma fita enrolada no cabo. Ele pegou da minha mão e desenrolou a fita, um papel caiu e ele me entregou para ler.

– Em voz alta. - pediu exigente.

– "A trarei aqui. Escreverei nesse tronco nossos nomes. O Carvalho Branco é uma árvore que tende a durar várias gerações. Assim, quando gravar nossos nomes ali, será como se fôssemos um do outro para sempre. Eu ainda a verei novamente. Algo me diz que nosso amor é real."

– E é. - ele falou ficando de pé e o imitei. Ele começava a gravar nossos nomes no tronco. Escreveu: "Bia & Monze - Juntos porque sim." Eu ri e o abracei.

– O última se referia a sua irmãzinha também?

– Não. Esse aí foi necessariamente pra garota que conheci numa boate e com a qual fiz o melhor sexo da minha vida.
Íamos nos sentar quando ouvi ao longe a voz do Filipe chamando por nós. Simon foi até ele, conversaram um pouco afastados e quando Filipe virou as costas, Simon voltou coma cara fechada. O semblante preocupado. Logo soube que algo ruim tinha ocorrido.

– Precisamos voltar - ele falou pegando minha mão e a caixa.

– O que aconteceu?

– Está tudo bem. - ele assegurou. Mas eu sabia que não estava.
[...]


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Notas finais do capítulo

Uhhuhhu... (Eu aqui de novo- Keel) O Simon falando palavrão, que músculo! Kkkkk Gente, superfofo né? Mas o que será que aconteceu? Bom, a Aylla vai contar pra vocês no próximo capítulo e... QUEM aí quer ter um filho do Simon? OLHAAAAAAAAAA EU AQUIIIIII o/ Só amo o Mon (como a Mannu diz -ó as intimidade) e... Sei que meus capítulos estão ficando melosos e tal e culpem meu gosto literário. Amo tragédia! acabei de ler Como eu era antes de você (muito emocionante, aliás) e fui ler A Culpa é das Estrelas (Porra, não leia!) #Revoltada :s... Bom, deixa eu parar de enrolação e dizer Tchau pra vocês kawais da mai laifi. COMETEM POVO DA TERRA e desculpem mais uma vez! Kissus kissus... Beijocas da Keel.