Metamorfose escrita por debora_carvalho


Capítulo 22
Hipnose




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Hipnose

 

 

Pensei naquela noite durante toda semana. Meu corpo estremecia só de relembrar cada toque de Henry.
Eu poderia reviver cada parte daquela realidade passada que me fazia muito feliz.
Carlisle me levou pro hospital pra mais uma transfusão de sangue. Entrei na sala e encontrei Emmett... E... Conseguintemente o “mala” do Edward – como sempre mal humorado – O ignorei quando Emmett me arrancou do chão me enchendo de beijos e brincadeiras... Era impossível não rir dele, me sentia um bichinho da pelúcia... Não sei se deveria me preocupar ou agir normalmente.
- Emmett cuidado... – Disse enquanto o sentia morder minha bochecha. – Sou perigosa.
- Eu também garotinha! – Emmett me soltou e deixou que a enfermeira preparasse todo aquele procedimento chato de me furar com as agulhas e deixar que aquela fonte de energia passasse por minhas veias. No fundo a sensação era boa.
Continuei ignorando Edward enquanto recebia o sangue. – Edward pode levar Perola pra casa depois que acabar? – Emmett perguntou enquanto brincava de jogar o tudo de soro pra cima.
- Não precisa, Reneesme vem me buscar... Eu ligo pra ela...
- Não! – Emmett continuou – Edward irá levá-la e ponto final. – Merda detestava quando Emmett bancava o possesso.Ele saiu da sala me deixando sozinha com ele.
Me concentrei na porta como sinal de indiferença enquanto o sentia me encarar, Edward tinha muito paciência e isso me irritava muito.
- O que foi? – Perguntei agressiva.
- ... – Ele não falou. Manteve o silencio atento e observador.
- Edward o que quer?
- Conversar com você! Me permite? – Bufei relutante e deixei as diferenças de lado.
- Ok Edward... Pode falar.
- Promete me ouvir sem exceções?
- Tudo bem! Prometo não brigar com você apesar de tudo.
- É sobre Henry que quero falar.
- Começou...
- Perola você prometeu... – Tranquei meus lábios deixando que ele falasse – Posso continuar?
- Prossiga!
- Não pense que quero colocá-lo contra você, mas ele...
- Edward como pode? Me diz o que te irrita tanto nele?
- Não estamos falando de mim... O que quero dizer é que...
- O que? – Minha voz soou descontrolada.
- Perola, Henry não é o que pensa... Ele está usando você!
- Usando como? Do jeito que você usaria?
- Por que está sendo tão imatura?
- Por que quer tirá-lo de mim? – Bati de frente com ele.
- Ele quer tirá-la de nós!
- Ele não vai me tirar de ninguém.
- Perola, abra seus olhos! Aquilo tudo é uma farsa... Henry é tão Volture agora quanto foi antes e ele tem um plano... Além de levá-la de volta quer que conceba uma criatura fiel a genética de vocês. – Foi impossível acreditar em suas palavras, minha única defesa era fingir que não ouvia e negar tudo o que ele dizia.
- Deixe de ser hipócrita Edward! Henry não seria capaz. E eu saberia de qualquer forma.
- Ele esta te bloqueando! Você pode tocá-lo até matá-lo mas nunca vai saber suas reais intenções.
- Para Edward! – Gritei com ele – Não quero te ouvir mais... O que vai ganhar com isso? – Meus olhos lacrimejaram.
- Perola não quero que se perca... Se os Volture consegui-la você se tornara o monstro que eles tão querem. Não confia... Não fuga. – Edward tocou meus cabelos – Não deixe que ele á toque.
Era tão horrível pensar em tudo o que Edward me disse, como Henry poderia fazer isso comigo? Não... Não... Não! Edward estava incomodado por Henry ter ocupado o espaço vazio que ele havia deixado.
Apertei meus lábios tentando evitar as lagrimas. Os pensamentos de que todo aquele amor era ilusão me deixava nauseada. Estava sendo usada por ele. Que existia um plano maléfico por trás de todo aquele encanto.
- Não Edward! Você não pode me condenar porque não pode me ter...
- Perola você vai acabar com sua vida se continuar com ele...
- Que seja! – As lagrimas me cegavam. – Se é esse o meu destino eu vou cumpri-lo.
- Isso é loucura!
- Loucura não é nada perto de tudo o que tenho sentido...
- Perola...
- Me deixa em paz! – Minha voz soou fraca.
- Vai abrir mão da sua vida por causa dele?
- Do mesmo jeito como Bella o fez por você! – Edward se calou e pude ver a dor em seus olhos. Minhas palavras de alguma forma atacaram feridas que ainda sangravam.
Eu não poderia pensar em outra maneira, com todos os riscos letais, era Henry quem eu queria ver quando meus olhos se fechassem.
 
 
 
As luzes iluminavam quase toda a rua, os carros seguiam para o estacionamento. As garotas mostraram bom gosto nos vestidos longos, maquiagem e penteados esplendidos. O salão era enorme tinha um palco enorme com os instrumentos montados, o DJ mexia nos aparelhos enquanto a musica tocava. Os garotos pareciam visitar um casamento com seus ternos e gravatas borboletas – é claro que alguns inventavam modelos para chamar atenção.
A pista de dança era a metade do salão, a outra parte ficava as mesas e cadeiras catalogadas para todos os convidados.
A decoração era perfeita, as paredes e o teto eram de lençóis brancos, a noite prometia boas surpresas. Começando com a recepção calorosa da banda que causava o delírio nas pessoas: The Tudors!
Muitas pessoas tentaram vir a essa pequena festa particular... A voz hipnótica de Henry trazia a o fanatismo de alguns malucos.
Reneesme eu e Jacob fomos os últimos a fechar. Perdemos o jantar e a pista de dança já tinha sido invadida por todos os alunos... Alguns pais também. Carlisle e Esme mostravam o que era dançar – perto de alguns que apenas balançavam – Carlisle era lindo e Esme muito charmosa.
Os casais que também faziam inveja eram: Emmett X Rosálie, Edward X Bella. Os movimentos eram rápidos, complicados e cheios de sensualidade. Dançar Maria do Rick Martim com classe era pra poucos. Alice e Jasper já gostavam de apreciar e namorar muito – mas logo caminhavam pra pista e mostravam do que eram capazes – Reneesme usava um vestido longo cor roxo extremamente sensual, os cabelos presos em um incrível penteado. E Jake como todos os outros de gravata borboleta, parecia que ele sufocava por causa do calor – Ele pra não senti-lo por alguns segundos puxou Nessie pra dançar.
Meu vestido era preto logo com bico de caracol, tecido malha, com a lateral esquerda cortada, exibindo boa parte da minha cintura e abdômen. Meus cabelos ficaram soltos e presos com alguns elásticos e cacheados. Sandália salta agulha como quase todas as garotas.
Fiquei observando cada movimento e como se esqueciam das inimizades quando se divertiam. Os Cullen mereciam uma folga – de vez em quando pelo menos – eu só queria saber onde Henry foi parar naquela festa. Deveria estar se preparando com os outros integrantes da banda para o tão esperado show.
Até que começaram os gritos das garotas e os aplausos, pausando as musicas, meus olhos caíram em Henry que pegou a guitarra indo em direção do microfone, os outros se arrumaram em cada instrumento, Felix, o Volture, foi até o baixo e acompanhou os outros, os Tudor mostravam charme e erotismo, vestidos a caráter conseguiam suspiros quando abriam os sorrisos.
Os seguranças estavam a postos caso alguma fã bancasse a louca – ela teria que se ver comigo – depois do segurança.
Pude ver que seus olhos vieram até os meus como da vez que o conheci.
- Boa sorte! – Sussurrei no mais intimo dos meus pensamentos. E do nada pude ouvi-lo:
- Eu te amo! – O maldito “encanto” de novo.
As baterias e guitarras começaram a ser tocadas e os gritos aumentaram quando Henry soltou sua hipnótica voz. Era poderosa a forma como eles conseguia dominar todos naquele salão. Com certeza nós sabemos do que seu dom era capaz.
Será que se eu fosse uma vampira seria assim como ele? Hipnótica? Encantadora? Irresistível?... Não sei dizer. Me lembrei de cada palavra, Henry cantava minha musica me deixando debilitada – eu o amava mesmo com medo de que ele pudesse ser minha própria destruição.
Eles cantaram umas dez musicas e encerraram o show pra tristeza de algumas garotas. Ainda não tive tempo nem oportunidade de falar com ele, fiquei me sentei na cadeira junto com Alice e Jasper.
Henry apareceu na pista de dança, e como abelhas atrás do mel, as garotas pularam nele e sua salvação foi seus companheiros que não eram pouca coisa. O sexo feminino não conseguia controlar seus hormônios.
- Como não fica enciumada Perola? – Alice perguntou.
- Se fosse Rosálie nós não saberíamos quem estaria morto: Ou Emmett ou as garotas. – Jasper disse com ironia garantindo nossas risadas.
- De certo as garotas! – Respondi: Alice e Jasper quase morreram de tanto rir. Eu não sei de onde eles tiraram tanta graça como naquela noite. Henry conseguiu escapar e viu o excesso de comedia e sorriu ao perguntar.
- O que houve com eles?
- Ainda não descobri! – Exclamei.
- Podemos dançar? – Ele me estendeu sua mão, o segurei com firmeza me levantando e seguindo. De repente todos os olhares caíram sobre nós tudo o que eu menos queria eram os olhos de inveja e preconceito daquelas pessoas.
Uma boa parte das pessoas dançava, os casais pelo menos, Emmett e Rosálie ficaram de olho em nós como sinal de vigilância. Edward e Bella dançavam também e me irritava como a expressão de Edward continuava fria e dura quando eu a encontrava.
A musica era leve e suave... Eu jamais me esqueceria dela.
 
Vanessa Williams – Remember me This Way
 
 
Eu poderia fechar meus olhos que tudo ficava em paz quando minha pele encontrava com a dele. Encostei meu rosto em seu ombro frio e senti meu corpo relaxar quando me abraçava com delicadeza.
Sendo que a mais doce das musicas era o timbre de sua voz:
- Já esperou por isso? – Voltei meu rosto para vê-lo.
- Pelo o que? – Não entendi sua pergunta.
- Por essa noite! Por esse momento! – Seus dedos tocavam meu rosto. – Esperei por você... Por muito tempo.
- Você me ama?
- Mais do que qualquer coisa!
- Faria tudo o que eu pedisse, mesmo que fosse impossível de se conseguir?
- Tudo! – Henry respondeu com toda sua certeza. – Perola o que quer dizer?
- Faria qualquer coisa por mim... Certo?
- Qualquer coisa! - O puxei pra fora do salão. Seguimos para o espaço perto do jardim. Nos aproximamos perto do chafariz com a estatua de Eros e Psique, Henry ficou confuso e não entendia onde eu queria chegar:
- O que houve Perola? O que ta acontecendo?
- Quero que me transforme! – Henry ficou serio, sua face se formou em sentido de fúria parecia não ter gostado do meu pedido.
- O que?
- Isso! Quero ser como você! Quero ser o que sou... Dessa vez por fora! – Puxei o cabelo para o lado direito o afastando do pescoço.
- Onde quer chegar com isso? – Henry se irritou com meu pedido. Por que ele se irritaria?
- Quero dizer que um dia vou morrer se minha natureza continuar humana... E que você tem a força pra que isso mude! – o segurei pelo braço, mas fui afastada dele como se tivesse uma doença. – Qual é o problema Henry? Vai conseguir o que queria.
- Não sabe o que quer! Não sabe o que quero! – Henry parecia torturado quando ergueu seu tom de voz comigo.
- Então me diga! – O questionei – Por que não pode me transformar? Por que não acaba com esse bloqueio?... – Droga as palavras saíram rápido demais! Não era pra ele saber que eu o estava testando.
- Perola... – Seu rosto desmanchou em um sorriso cheio de alegria... Que me causou medo. – Por que pensa que estou mentindo pra você?
- O que? – Agora caí na contradição. Henry me fez sentar no chafariz e se ajoelhou aos meus pés. Segurava minhas mãos com as seguintes perguntas:
- O que Edward disse a você?
- Nada...
- Ele disse! – Henry voltou a dizer.
- Não estou mentindo.
- Esta me bloqueando!
- Você também! – Rebati. – Por que? O que ta escondendo de mim? – Implorei vendo seu rosto silenciar de forma observadora.
- O que acha que é?
- Por que não me diz?
- Porque não tenho o que temer! – Henry me respondeu. Se levantou do chão de forma brusca irritado. – Droga Perola o que mais tenho que dizer a você pra que acredite em mim?
- Me transforme em vampira! Me deixe ser como você. – Me levantei indo até ele que ficara de costas pra mim. – Então entenderei... – Henry se virou e me abraçou arrancando meu corpo do chão.
- Meu anjo eu quero você! – Henry me beijou com força me contagiando mais uma vez, seu dom passou por minhas veias e diferente das outras vezes que não conseguia ver suas intenções vieram visões em minha mente de como ele me queria... De como sua carne desejava a minha e de como meu corpo queria o dele. Os bloqueios foram quebrados e minha pele queimava com a dele. Minha respiração ficou ofegante e pude ver seus olhos quase brancos e como sua voz sussurrava – Fique comigo essa noite. – Henry soprou em meu ouvido. – E prometo que não haverá segredos entre nós... 

Fechei meus olhos analisando cada palavra que Henry me dizia. Um bombardeio de perguntas veio a minha cabeça. Senti meus ombros serem tocados por suas mãos frias, no minuto seguinte as mesmas mãos desceram a minha cintura e beijou minha cabeça:
- Não tenha medo Perola!... Confie em mim... – Gritei comigo mesma em meus pensamentos mandando tudo pro alto.
Henry me puxou pro carro e fomos pra casa.
 
 
A mansão dos Cullen tinha algo de diferente que eu não sabia explicar... Talvez fossem meus pressentimentos que sopravam meus ouvidos e a sensação de temer o desconhecido quando minha primeira vez estivesse a ponto de acontecer.
Minha cabeça poderia estar confusa, porem eu queria conhecer esse universo misterioso de sentir sensações desconhecidas.
Subimos as escadas devagar sem pressa, o que me deixava ansiosa e os batimentos cardíacos acelerados.
Henry me deu lugar para entrar no quarto antes dele e fechou a porta. Apenas com o som me voltei pra ele com os olhos de um coelho sendo observado por uma serpente.
Meus passos eram para trás enquanto se aproximava. Procurou por minhas mãos e as trouxe pros seus lábios as tocando de leve, garantindo meu suspiro às levou em volta de seu pescoço e deixou que seus lábios se encontrassem com os meus, eu me esquecia do mundo quando o sentia morder meu lábio inferior, a sensação de que realmente queria morder meu lábio era tentadora e esquentava meu sangue.
Seu corpo passou a empurrar o meu para que eu caísse na cama enquanto o ajudava a arrancar o blazer preto do corpo. Henry não me deixou continuar, se deitou em cima de mim enquanto soltava seu hálito gelado em minha boca. Parou por um momento e se sentou na cama dizendo:
- Espera um pouco! – O que? Não entendi a pausa dele.
- Tudo bem?- Me sentei na cama confusa com sua ação.
- Sim! – Ele passou a mão na margem de seus lábios segurando o queixo como se tivesse um cavanhaque. – Me dê um minuto.
- Ok! – Henry se sentou de costas pra mim colocando os pés no chão apertou o colchão com as duas mãos e as caminhou para os botões da camisa branca. Cheguei a estremecer quando vi o corpo de Henry na regata. Os ombros largos e pálidos cheio de virilidade que me arrancavam o fôlego, aos não demorou nada e tirou a ultima peça... A tatuagem de asas permanecia ali, um corpo desenhado por Michelangelo – o próprio David – Ou Eros, Cupido, deus do amor, ou Apolo, que conseguia aquecer todos os meus sentidos depois de ver e apreciar cada linha daquele corpo musculoso e perfeito. Sem exageros... Simplesmente lindo. Eu poucas vezes o via assim e me causava um efeito colateral cortante.
Voltou seu corpo em direção ao meu e uma perna veio a cama com o olhar mais fixo do que antes, não queria me provar nada, estava tão curioso quanto eu.
Olhou para os meus pés e vi seus dedos caminharam para o feixe da minha sandália. Henry as tirou devagar, uma de cada vez sem pressa, queria me torturar com cada segundo antes dos “finalmente”. Henry podia ouvir minha respiração que acelerava com cada movimento dele e me deixava mais tensa quando dizia:
- Relaxe... – Jogou as sandálias no canto da cama e se aproximou mais de mim. Seus braços me fecharam sem que eu pudesse me movimentar, o rosto á poucos centímetros do meu, puxou meus lábios de leve com os dentes ganhando meus beijos, segurei seu rosto com força sem machucá-lo – embora isso nunca acontecesse – me ajoelhei o fazendo sentar na cama, meus cabelos o cercaram como uma cortina até a metade das costas. Se vampiros não respiram, agora passaram. Seus sussurros me faziam gemer conforme seu dom me contagiava matando todas as minhas duvidas e medos.
Fiquei descontrolada por conta do desejo e Henry demorou um pouco pra conseguir descer o zíper do vestido, foi descendo-o do meu corpo com pressa.
Sua voz era mais sexy quando queria rasgá-lo e não poderia. Meus lábios foram abandonados e meu pescoço foi muito bem requisitado. Henry queria arrancar minha pele se a dor existia... não conseguia senti-la.
Era como se algo governasse a nós dois, como se nossas naturezas estivessem saltando de nossas peles e pedindo que se encontrassem.
Henry parou por uns segundos me jogando na cama e pude ver os olhos brancos que me arrepiavam. Respirei rápido como se o ar fugisse dos meus pulmões. Apertei os lábios e fechei os olhos sucessivamente, então o observei atenta aquela estatua parada que ganhou movimentos deitando seu corpo sobre o meu, me envolvendo em seus braços, meu pescoço e minha clavícula foram beijados com leveza. Fechei os olhos e deixei que continuasse... Dessa vez não teria volta... Se existia igualdade entre nós era agora... Eu precisava vive-lo como se acabasse no próximo segundo...
 
 
Por mais ousado e inofensivo que fosse aquele momento, algo de estranho aconteceu. Henry se jogou do outro lado da parede e perdeu os movimentos desfalecendo no chão, seu corpo começou a se contorcer com dor. O desespero fez com que eu gritasse, corri até ele que apertava seus músculos tentando contrair a sensação horrível e cortante como se seus ossos estivessem sendo quebrados um por um ao mesmo tempo. Pulei da cama pro chão, me aproximei sem tocá-lo. Fiquei tão assustada que cheguei a chorar – Henry sentia aquilo por minha culpa – eu o machuquei e me odiava por isso:
- Tudo isso é minha culpa!
- Não! – Henry insistiu – Não é culpa sua!... É outra coisa
- Henry só eu posso fazer mal quando toco alguém...
- Não!... Sou eu... Eu contribui com isso. Você está vulnerável, não pode me machucar, então eu faço isso por nós dois.
- Não minta pra mim!
- Não estou mentindo! – Henry voltar a me olhar, parecia um pouco melhor, me estendeu sua mão para que eu á segurasse. – Confie em mim... – Segurei sua mão e a beijei deixando cair minhas lagrimas nela. – Não chore meu anjo. – Ele tenteou alcançar meu rosto com os dedos. – Me sinto mal quando fica assim... Eu não sei como acabar com elas. Diga-me o que devo fazer? – Cara, ele tava acabando comigo. Contraí meus lábios em seu punho tentando suprir aquela sensação de tristeza que me queimava por dentro. – Fique mais perto de mim. – Me deitei ao seu lado, tendo como apoio seu braço esquerdo. Ele me enlaçava como se eu precisasse de proteção. – Por que você chora tanto?!
- Porque tenho a sensação de que esse sonho vai acabar quanto eu menos esperar.
- Estou aqui! Vamos ficar juntos pra sempre! – Ele sorriu olhando para o teto. – Eu apenas queria entender... Tem tanto que não sei o que é chorar.
- Quando foi a ultima vez que chorou? – Perguntei curiosa.
- Já tem um bom tempo!
- Quanto tempo?
- Ah Perola não acredito que quer mesmo saber? – Henry riu com malicia.
- Se não me contar vou descobrir.
- Não me lembro mais como foi... Mas... – Ele hesitou – Foi quando vi minha mãe pela ultima vez, antes de ir pra guerra.
O que me lembro dela é que mesmo sorrindo e orgulhosa por ter um filho que serviria seu país até a morte, seus olhos queimavam por dizer que não nos veríamos de novo... Depois disso nunca mais caiu uma só gota dos meus olhos. – Ficamos em silencio por alguns segundos e do nada seu rosto veio até o meu – Quero secar suas lagrimas... – Seus dedos á seguiam em meu rosto.
- Me prometa que sempre estará comigo...
- Perola abra seus olhos... – Henry sussurrou com a voz fraca – Já me tem por muito tempo... Sou seu prisioneiro. – Henry finalizou nossa conversa acariciando meus cabelos e minha face.
Seus olhos permaneceram fixos quando os meus se fecharam... O sono foi invadindo meu sistema e pude terminar aquela noite em paz.
 
As cores eram cinzentas e a temperatura sofria um choque entre o frio e o calor. Me sentei na cama perguntando:
- Que horas são? – Não tive respostas, olhei para os lados e Henry não estava na cama. Me levantei indo até a instante procurando por um relógio, embora só encontrasse CDs, livros e entre outros.
- Quatro e meia da manhã! – Ouvi sua voz e pude vê-lo sair do banheiro. Suas roupas não eram as mesmas, trocou o terno por uma calça preta e uma blusa de mangas compridas cor azul marinho de linho.
- Eles já voltaram?
- Ainda não! – Henry colocou as mãos nos bolsos se encostando-se à porta do banheiro.
- Eu preciso de um banho... – Caminhei até a porta até que parei sentindo meu braço ser segurado.
- Espere Perola... Vem ver o amanhecer comigo.
- Ainda temos tempo. Só quero tirar esse vestido antes que eu tenha um acesso.
- Certo! – Ele me soltou. – Não demore. – Henry me soltou e pude sentir seus olhos me seguirem até o fim da porta com uma sensação estranha... Como se estivesse sofrendo... Ele temia algo que eu desconhecia e de alguma forma me preocupava muito.
Entrei em meu quarto e fui tirando o vestido a cada passo. Entrei na suíte e abri a ducha quente que me aliviou todas as tensões... Pensei nas horas passadas e de como nossa noite perfeita deu errado, depois vinham às palavras de Edward em minha cabeça sobre esse passo que eu queria dar com Henry e as conseqüências que isso me traria – como uma criança – algo que me prenderia á ele pra sempre. E por outro lado a forma monstruosa de que eu apenas seria usada por ele e pelos Volture.
Era tão difícil de acreditar em Edward... Se Henry não insistiu em me “tocar” era porque não mentia pra mim. Eu deveria confiar nele, deveria dar uma oportunidade para mim mesma... Sendo ele bom ou mal eu teria me entregado de bom grado e seria a noite mais linda da minha vida.
Senti um frio descer na espinha só de pensar na possibilidade, de como ele me tocaria, de como beijaria... De como conheceria meu corpo mais do que eu conhecia.
Agora eu tinha certeza... Era ele com quem eu queria ter a minha primeira vez. Minha covardia se acabou e decidi me atirar de olhos fechados.
Saí do banheiro procurando por roupas quentes. Coloquei uma regata e um casaco verde musgo, calça jeans preta e tênis. Por conta do frio sequei meus cabelos que voltou ao seu estado natural – liso e escorrido – Me olhei no espelho procurando por algum detalhe que me incomodasse, não encontrei, então saí do quarto voltando para o de Henry. O encontrei sentado na cama, às mãos cruzadas a cabeça baixa um tanto pensativo. Me aproximei dele e me ajoelhei entre suas pernas procurando seus lábios duros e gelados, ele só me percebeu quando o toquei, fui me levantando enquanto o segurava, Henry foi obedecendo meus comandos quando me sentei em suas pernas, seus braços me apertaram contra seu corpo enquanto eu sugava seus lábios. A sensação era boa explicar o beijo dele era como chegar ao seu sem sair do lugar, era como o êxtase no meu organismo me deixando alucinada que me fazia pedir BIS.
Pressionei seus ombros para que deitasse no colchão, consegui o que eu queria até que ele tentou reagir dizendo:
- Perola... Perola...
- Henry eu quero... – Insisti. – Quero agora! – Voltei a beijá-lo, mas fui impedida de novo.
- Vem comigo... Preciso lhe contar uma coisa.
 
 
 
Henry e eu fomos pra fora da casa a caminho do terreno plano. Aos poucos o sol começou a nascer, nos sentamos em frente a vista que se formava no céu. Ficamos apreciando cada minuto como se fosse o único... Ficamos assim por quase meia hora, não o questionei por nada esperei pelo momento certo que finalmente aconteceu:
- É lindo não é! – Sua voz soprou sem que se movesse. – Jamais foi tão precioso como agora.
- O que? – Ele amava metáforas.
- Ver o amanhecer... Saber que tudo a minha volta tem vida e que mais valioso é cada segundo que tenho com você aqui.
- Henry o que realmente tem procurado? – Pensei muito em perguntar... Eu temia suas respostas.
- Vingança. – Foi tão amargo do que qualquer coisa que já ouvi – Eu procurei por algo que me desse um sentido... Algo que pudesse amenizar o ódio que sempre me cortou a essência, que acabou com qualquer sentimento de ternura que eu sentisse por qualquer coisa. Eu nunca tive piedade de ninguém e não era ruim apenas em sentir prazer quando alguém sofria... Porque eu jamais sentiria o que minhas vitimas sentiam antes e depois de morrem em minhas mãos... Perola... Eu sou um soldado... Sou algo que foi criado para destruir... Assim como você... – Henry se levantou do chão e me puxando. Fiquei pálida e muda, suas palavras me nauseavam... Edward tentava dizer o que ele dizia agora, mas que eu não o deixaria. – Eu sempre estive por perto esperando a oportunidade de me vingar dos Cullen e como um impacto... Como se uma luz me cegasse você apareceu e todos os sentimentos congelados renasceram em mim... Eu quis matá-la naquela noite pra que a dor, a alegria, a raiva, a tristeza, a magoa, o ódio, o desprezo... Amor não tomasse conta de mim. Desde então tenho controlado seus passos, sua mente, sua vida... Eu me tornei o centro de todas as suas escolhas e isso tem me torturado porque eu a amei tanto que a fiz me amar... Você nunca me amou por você mesma...
- Não! – Eu não poderia deixá-lo continuar – Não... Não... – Voltei a derramar minhas lagrimas. – Eu amo você!... Eu amo tanto você... – Apertei os lábios sem palavras que o convencesse de que eu sabia a verdade.
- Não Perola... Você amou outra pessoa... Você amou Edward do acaso... Eu não! Eu provoquei isso em você, eu vim aqui cumprir com minha missão e falhei porque me envolvi demais...
- Não diga isso! – Continuei me aproximei dele apertando seu rosto. – Eu amo tanto você que abro mão de tudo... Que aceito que me use, que me leve aos Volture, que dê o que eles tão querem... Pra ficar com você! – Henry paralisou sem me corresponder – Eu não posso continuar sem que você esteja comigo... Sem que seus olhos sejam a única coisa que eu veja. Henry minha vida é sua... Faça dela o que quiser.

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