Hipnose
Pensei naquela noite durante toda semana. Meu corpo estremecia só de relembrar cada toque de Henry.
Eu poderia reviver cada parte daquela realidade passada que me fazia muito feliz.
Carlisle me levou pro hospital pra mais uma transfusão de sangue. Entrei na sala e encontrei Emmett... E... Conseguintemente o “mala” do Edward – como sempre mal humorado – O ignorei quando Emmett me arrancou do chão me enchendo de beijos e brincadeiras... Era impossível não rir dele, me sentia um bichinho da pelúcia... Não sei se deveria me preocupar ou agir normalmente.
- Emmett cuidado... – Disse enquanto o sentia morder minha bochecha. – Sou perigosa.
- Eu também garotinha! – Emmett me soltou e deixou que a enfermeira preparasse todo aquele procedimento chato de me furar com as agulhas e deixar que aquela fonte de energia passasse por minhas veias. No fundo a sensação era boa.
Continuei ignorando Edward enquanto recebia o sangue. – Edward pode levar Perola pra casa depois que acabar? – Emmett perguntou enquanto brincava de jogar o tudo de soro pra cima.
- Não precisa, Reneesme vem me buscar... Eu ligo pra ela...
- Não! – Emmett continuou – Edward irá levá-la e ponto final. – Merda detestava quando Emmett bancava o possesso.Ele saiu da sala me deixando sozinha com ele.
Me concentrei na porta como sinal de indiferença enquanto o sentia me encarar, Edward tinha muito paciência e isso me irritava muito.
- O que foi? – Perguntei agressiva.
- ... – Ele não falou. Manteve o silencio atento e observador.
- Edward o que quer?
- Conversar com você! Me permite? – Bufei relutante e deixei as diferenças de lado.
- Ok Edward... Pode falar.
- Promete me ouvir sem exceções?
- Tudo bem! Prometo não brigar com você apesar de tudo.
- É sobre Henry que quero falar.
- Começou...
- Perola você prometeu... – Tranquei meus lábios deixando que ele falasse – Posso continuar?
- Prossiga!
- Não pense que quero colocá-lo contra você, mas ele...
- Edward como pode? Me diz o que te irrita tanto nele?
- Não estamos falando de mim... O que quero dizer é que...
- O que? – Minha voz soou descontrolada.
- Perola, Henry não é o que pensa... Ele está usando você!
- Usando como? Do jeito que você usaria?
- Por que está sendo tão imatura?
- Por que quer tirá-lo de mim? – Bati de frente com ele.
- Ele quer tirá-la de nós!
- Ele não vai me tirar de ninguém.
- Perola, abra seus olhos! Aquilo tudo é uma farsa... Henry é tão Volture agora quanto foi antes e ele tem um plano... Além de levá-la de volta quer que conceba uma criatura fiel a genética de vocês. – Foi impossível acreditar em suas palavras, minha única defesa era fingir que não ouvia e negar tudo o que ele dizia.
- Deixe de ser hipócrita Edward! Henry não seria capaz. E eu saberia de qualquer forma.
- Ele esta te bloqueando! Você pode tocá-lo até matá-lo mas nunca vai saber suas reais intenções.
- Para Edward! – Gritei com ele – Não quero te ouvir mais... O que vai ganhar com isso? – Meus olhos lacrimejaram.
- Perola não quero que se perca... Se os Volture consegui-la você se tornara o monstro que eles tão querem. Não confia... Não fuga. – Edward tocou meus cabelos – Não deixe que ele á toque.
Era tão horrível pensar em tudo o que Edward me disse, como Henry poderia fazer isso comigo? Não... Não... Não! Edward estava incomodado por Henry ter ocupado o espaço vazio que ele havia deixado.
Apertei meus lábios tentando evitar as lagrimas. Os pensamentos de que todo aquele amor era ilusão me deixava nauseada. Estava sendo usada por ele. Que existia um plano maléfico por trás de todo aquele encanto.
- Não Edward! Você não pode me condenar porque não pode me ter...
- Perola você vai acabar com sua vida se continuar com ele...
- Que seja! – As lagrimas me cegavam. – Se é esse o meu destino eu vou cumpri-lo.
- Isso é loucura!
- Loucura não é nada perto de tudo o que tenho sentido...
- Perola...
- Me deixa em paz! – Minha voz soou fraca.
- Vai abrir mão da sua vida por causa dele?
- Do mesmo jeito como Bella o fez por você! – Edward se calou e pude ver a dor em seus olhos. Minhas palavras de alguma forma atacaram feridas que ainda sangravam.
Eu não poderia pensar em outra maneira, com todos os riscos letais, era Henry quem eu queria ver quando meus olhos se fechassem.
As luzes iluminavam quase toda a rua, os carros seguiam para o estacionamento. As garotas mostraram bom gosto nos vestidos longos, maquiagem e penteados esplendidos. O salão era enorme tinha um palco enorme com os instrumentos montados, o DJ mexia nos aparelhos enquanto a musica tocava. Os garotos pareciam visitar um casamento com seus ternos e gravatas borboletas – é claro que alguns inventavam modelos para chamar atenção.
A pista de dança era a metade do salão, a outra parte ficava as mesas e cadeiras catalogadas para todos os convidados.
A decoração era perfeita, as paredes e o teto eram de lençóis brancos, a noite prometia boas surpresas. Começando com a recepção calorosa da banda que causava o delírio nas pessoas: The Tudors!
Muitas pessoas tentaram vir a essa pequena festa particular... A voz hipnótica de Henry trazia a o fanatismo de alguns malucos.
Reneesme eu e Jacob fomos os últimos a fechar. Perdemos o jantar e a pista de dança já tinha sido invadida por todos os alunos... Alguns pais também. Carlisle e Esme mostravam o que era dançar – perto de alguns que apenas balançavam – Carlisle era lindo e Esme muito charmosa.
Os casais que também faziam inveja eram: Emmett X Rosálie, Edward X Bella. Os movimentos eram rápidos, complicados e cheios de sensualidade. Dançar Maria do Rick Martim com classe era pra poucos. Alice e Jasper já gostavam de apreciar e namorar muito – mas logo caminhavam pra pista e mostravam do que eram capazes – Reneesme usava um vestido longo cor roxo extremamente sensual, os cabelos presos em um incrível penteado. E Jake como todos os outros de gravata borboleta, parecia que ele sufocava por causa do calor – Ele pra não senti-lo por alguns segundos puxou Nessie pra dançar.
Meu vestido era preto logo com bico de caracol, tecido malha, com a lateral esquerda cortada, exibindo boa parte da minha cintura e abdômen. Meus cabelos ficaram soltos e presos com alguns elásticos e cacheados. Sandália salta agulha como quase todas as garotas.
Fiquei observando cada movimento e como se esqueciam das inimizades quando se divertiam. Os Cullen mereciam uma folga – de vez em quando pelo menos – eu só queria saber onde Henry foi parar naquela festa. Deveria estar se preparando com os outros integrantes da banda para o tão esperado show.
Até que começaram os gritos das garotas e os aplausos, pausando as musicas, meus olhos caíram em Henry que pegou a guitarra indo em direção do microfone, os outros se arrumaram em cada instrumento, Felix, o Volture, foi até o baixo e acompanhou os outros, os Tudor mostravam charme e erotismo, vestidos a caráter conseguiam suspiros quando abriam os sorrisos.
Os seguranças estavam a postos caso alguma fã bancasse a louca – ela teria que se ver comigo – depois do segurança.
Pude ver que seus olhos vieram até os meus como da vez que o conheci.
- Boa sorte! – Sussurrei no mais intimo dos meus pensamentos. E do nada pude ouvi-lo:
- Eu te amo! – O maldito “encanto” de novo.
As baterias e guitarras começaram a ser tocadas e os gritos aumentaram quando Henry soltou sua hipnótica voz. Era poderosa a forma como eles conseguia dominar todos naquele salão. Com certeza nós sabemos do que seu dom era capaz.
Será que se eu fosse uma vampira seria assim como ele? Hipnótica? Encantadora? Irresistível?... Não sei dizer. Me lembrei de cada palavra, Henry cantava minha musica me deixando debilitada – eu o amava mesmo com medo de que ele pudesse ser minha própria destruição.
Eles cantaram umas dez musicas e encerraram o show pra tristeza de algumas garotas. Ainda não tive tempo nem oportunidade de falar com ele, fiquei me sentei na cadeira junto com Alice e Jasper.
Henry apareceu na pista de dança, e como abelhas atrás do mel, as garotas pularam nele e sua salvação foi seus companheiros que não eram pouca coisa. O sexo feminino não conseguia controlar seus hormônios.
- Como não fica enciumada Perola? – Alice perguntou.
- Se fosse Rosálie nós não saberíamos quem estaria morto: Ou Emmett ou as garotas. – Jasper disse com ironia garantindo nossas risadas.
- De certo as garotas! – Respondi: Alice e Jasper quase morreram de tanto rir. Eu não sei de onde eles tiraram tanta graça como naquela noite. Henry conseguiu escapar e viu o excesso de comedia e sorriu ao perguntar.
- O que houve com eles?
- Ainda não descobri! – Exclamei.
- Podemos dançar? – Ele me estendeu sua mão, o segurei com firmeza me levantando e seguindo. De repente todos os olhares caíram sobre nós tudo o que eu menos queria eram os olhos de inveja e preconceito daquelas pessoas.
Uma boa parte das pessoas dançava, os casais pelo menos, Emmett e Rosálie ficaram de olho em nós como sinal de vigilância. Edward e Bella dançavam também e me irritava como a expressão de Edward continuava fria e dura quando eu a encontrava.
A musica era leve e suave... Eu jamais me esqueceria dela.
Vanessa Williams – Remember me This Way
Eu poderia fechar meus olhos que tudo ficava em paz quando minha pele encontrava com a dele. Encostei meu rosto em seu ombro frio e senti meu corpo relaxar quando me abraçava com delicadeza.
Sendo que a mais doce das musicas era o timbre de sua voz:
- Já esperou por isso? – Voltei meu rosto para vê-lo.
- Pelo o que? – Não entendi sua pergunta.
- Por essa noite! Por esse momento! – Seus dedos tocavam meu rosto. – Esperei por você... Por muito tempo.
- Você me ama?
- Mais do que qualquer coisa!
- Faria tudo o que eu pedisse, mesmo que fosse impossível de se conseguir?
- Tudo! – Henry respondeu com toda sua certeza. – Perola o que quer dizer?
- Faria qualquer coisa por mim... Certo?
- Qualquer coisa! - O puxei pra fora do salão. Seguimos para o espaço perto do jardim. Nos aproximamos perto do chafariz com a estatua de Eros e Psique, Henry ficou confuso e não entendia onde eu queria chegar:
- O que houve Perola? O que ta acontecendo?
- Quero que me transforme! – Henry ficou serio, sua face se formou em sentido de fúria parecia não ter gostado do meu pedido.
- O que?
- Isso! Quero ser como você! Quero ser o que sou... Dessa vez por fora! – Puxei o cabelo para o lado direito o afastando do pescoço.
- Onde quer chegar com isso? – Henry se irritou com meu pedido. Por que ele se irritaria?
- Quero dizer que um dia vou morrer se minha natureza continuar humana... E que você tem a força pra que isso mude! – o segurei pelo braço, mas fui afastada dele como se tivesse uma doença. – Qual é o problema Henry? Vai conseguir o que queria.
- Não sabe o que quer! Não sabe o que quero! – Henry parecia torturado quando ergueu seu tom de voz comigo.
- Então me diga! – O questionei – Por que não pode me transformar? Por que não acaba com esse bloqueio?... – Droga as palavras saíram rápido demais! Não era pra ele saber que eu o estava testando.
- Perola... – Seu rosto desmanchou em um sorriso cheio de alegria... Que me causou medo. – Por que pensa que estou mentindo pra você?
- O que? – Agora caí na contradição. Henry me fez sentar no chafariz e se ajoelhou aos meus pés. Segurava minhas mãos com as seguintes perguntas:
- O que Edward disse a você?
- Nada...
- Ele disse! – Henry voltou a dizer.
- Não estou mentindo.
- Esta me bloqueando!
- Você também! – Rebati. – Por que? O que ta escondendo de mim? – Implorei vendo seu rosto silenciar de forma observadora.
- O que acha que é?
- Por que não me diz?
- Porque não tenho o que temer! – Henry me respondeu. Se levantou do chão de forma brusca irritado. – Droga Perola o que mais tenho que dizer a você pra que acredite em mim?
- Me transforme em vampira! Me deixe ser como você. – Me levantei indo até ele que ficara de costas pra mim. – Então entenderei... – Henry se virou e me abraçou arrancando meu corpo do chão.
- Meu anjo eu quero você! – Henry me beijou com força me contagiando mais uma vez, seu dom passou por minhas veias e diferente das outras vezes que não conseguia ver suas intenções vieram visões em minha mente de como ele me queria... De como sua carne desejava a minha e de como meu corpo queria o dele. Os bloqueios foram quebrados e minha pele queimava com a dele. Minha respiração ficou ofegante e pude ver seus olhos quase brancos e como sua voz sussurrava – Fique comigo essa noite. – Henry soprou em meu ouvido. – E prometo que não haverá segredos entre nós...