Metamorfose escrita por debora_carvalho


Capítulo 17
A Surpresa




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A Surpresa





Passei três dias e três noites internada com todos os Cullen cuidando de mim.
Carlisle era o responsável e me enchia de agulhas... Era chato ficar com o corpo furado o tempo todo, Henry nem ficava muito comigo quando eu passava por essa experiência complicada. Fiquei mimada por todos. Rosálie e Emmett não desgrudavam de mim por um minuto, diferente dos outros pais, Emmett ficava me zuando por mancar “masoquista”.
Ele e Alice se juntaram pra me ajudar a não ficar só na dieta do hospital, aquela comida era horrível, eu tava a ponto de ir à cozinha e ensinar a cozinheira o que é a arte da culinária... Nem eu cozinhava mal assim... Rosálie ficava brava com eles quando encontrava doces, chocolates, biscoitos, Mc’donals, Subway, Burguer King... A primeira coisa que fazia era culpar Emmett e gritar com Alice... Ainda bem que eles não se importavam e continuavam a me trazer o tira gosto.
No meu ultimo dia no hospital as coisas se acalmaram, Carlisle queria me manter lá por mais tempo, claro que me neguei, eu não gostava de hospital e me causava mais enjôos do que qualquer coisa nojenta na minha frente.
Decidi que deveria mudar minha vida... Todos eles se importavam muito comigo e não mereciam sofrer por minha causa. Eu nunca me senti tão bem com eles como agora. Os buracos pareciam ter se fechado.
- Perola até amanhã você volta a comer sem ninguém te encher o saco. – Alice dizia tirando da bolsa um mc’donalds da bolsa. Peguei como uma criança satisfeita.
- Trouxe a batatinha? – Henry olhava pra minha direção rindo discretamente como sabia fazer... Olhei pro lado e vi Emmett cheirando a batata e fazendo cara de novo.
- Como consegue comer isso?
- Se fosse da sua natureza iria gostar! – Peguei a caixinha da batata e apertei na maionese.
- Alice... Não deveria fazer isso... Sabe que Rosálie se irrita. – Henry disse sorrindo sem censurá-la com Rose andava fazendo.
- Henry... Não vale dedurar ou nos veremos na caça! – Alice o ameaçou sorrindo também!
- Não briguem ou eu vou matar vocês! – Disse com a boca cheia, Emmett quase deitou no chão de tanto rir... O que foi mais engraçado foram suas piadinhas com meu jeito de comer.
Ouvimos algumas batidas na porta e assim que abriu era Carlisle, percebemos que seu rosto era de preocupação:
- Emmett preciso falar com você! – Emmett foi até ele e questionou.
- Não pode falar aqui?
- É particular... Venha. – Emmett obedeceu fechando a porta, Alice soltou um pigarro e pude entender que tinha algo de estranho.
- O que ta acontecendo Alice? – Perguntei chupando o canudinho em seguida.
- Nada Perola! Não foi... Nada!
- Alice o que viu?
- Não vi Perola! – Alice fingia inocência pois eu sentia que ela já sabia de algo que não queria me contar. – Não ando tão boa como antes.
- Alice por que ta me escondendo?
- Porque fui eu que pedi... – Aquela voz fez com que todos nós nos virássemos para a direção da porta, meus olhos não acreditavam no que via naquele momento. Aquele rosto... Aqueles olhos cor topázio... Aqueles cabelos acobreados... Aquela pele cor de mármore... Aquela expressão dura e adorável me deixou paralisada... Era mentira o que passava diante de mim, não poderia ser real... Ou... Não... Ela estava aqui.
- Edward... – Alice indagou – É bom vê-lo... Irmão. – Voltei meu rosto pra ela, Alice parecia insegura como se tivesse que comer pizza. Procurei a mesma feição em Henry e encontrei um olhar furioso e frio que se igualou ao de Edward quando se calaram.
- Eu posso falar com Perola... – Edward fuzilou Henry novamente. – Á sós?!... – Abaixei a cabeça esperando que eles saíssem antes que vissem minhas lagrimas. Edward viu uma delas caírem no lençol, com muita má vontade Henry saiu do quarto. Alice fechou a porta nos deixando ali... Sozinho...
Edward se aproximou da maca e se sentou de frente pra mim, esperei alguns segundos pra encará-lo.
- Como você está? – Sua voz continuava doce e macia foi inevitável conter as lagrimas.
- Bem... – Minha voz tremeu.
- Me diga a verdade... – Eu tinha me esquecido que estava lendo minha mente, do nada seu rosto mostrava decepção e magoa.
- Um pouco machucada... – Apertei os lábios.
- O que posso fazer para que tudo isso passe?
- Me abrace... – Foi o Maximo que pedi e o que mais precisava. Edward me puxou para seus braços com rapidez como se ansiava por aquilo, me acolheu em seu abraço confortável, gelado e cheio de doçura, encostei a cabeça em seu ombro enquanto me puxava pro seu colo enlaçou os dedos em meus cabelos e deixou que eu chorasse tudo o que eu deveria chorar, me afagava como á uma criança quando se machuca e procura os pais. Me deixei desabafar e entregar com toda a fúria a magoa que carreguei – eu era egoísta demais em vê-lo e sofrer sozinha – Ele deveria sentir minha dor.
Ficamos assim por um bom tempo, solucei muito e pude sentir meu corpo relaxar aos poucos com o sopro de seu hálito gelado... As canções de ninar eram uma tortura que se tornou um consolo.
Parei de chorar com o tempo... Edward parou de cantarolar e deixou que o silencio executasse sua melodia. Cansei de ouvir apenas minha respiração e disse:
- Há quanto tempo estamos assim?
- Quase duas horas!
- Uau... – Minha voz saiu fraca – Você deve esta cansado de ficar aqui...
- Seria bom poder te ouvir.
- Já deve ter ouvido o bastante.
- Quero dizer que gosto de ouvi-la falar.
- Vai me ouvir dobrado.
- Então me pergunte o que quer tanto saber...
- Você veio por que quis ou por que o chamaram?
- Os dois! – Seu tom de voz saiu brincalhão – Eu tinha dito a Bella que tínhamos ficado muito tempo longe... Que não era justo continuar fugindo... Ela se negou e muito até que Reneesme me ligou dizendo que você estava morrendo e antes de qualquer adversidade não deveria definhar por tão pouco...
- Não era pouco...
- Não me leve á mal Perola... Isso á prejudicou muito... Eu deveria ter dito adeus, mesmo que você fizesse uma cena, porem não consegui encará-la... Você sofria tanto quando lutava contra o sono enquanto minha decisão gritava em seus ouvidos que eu estava mentindo ali do seu lado...
- Edward, por que nunca ligou? Por que nunca manteve contato?...
- Eu apenas falava com Carlisle, Esme e Reneesme... O melhor seria se eu me afastasse então o sofrimento acabaria com o tempo... Mas... Não foi assim...
- Tem sido tão ruim... Eu nunca me acostumei com o fato de que você não estava aqui.
- Perola, eu voltei... Eu te peço perdão... Perdão por todas as lagrimas que deixei caírem do seu rosto, por fazê-la se esquecer o tanto que é amada por todos esses vampiros “corujas”... – Rimos – Por toda a falta e a magoa que deixei em você...
- Obrigada... – Sussurrei com a voz um pouco mais alta – Acha... Que isso vai passar?
- Com certeza já passou... Eu sei que me amou muito... Que morreria por mim se eu pedisse... Sei que me ama, assim como a amo, mas o que a cegou foi à saudade, a solidão, a falta do bem – estar... Perola seu coração já não é mais o mesmo. – Ele tinha razão – Eu estava mudada e meus olhos se abriram mesmo sem que Edward viesse os abrir – a cura veio antes mesmo que eu a percebesse.
- Promete que não vai embora?... Que vai cuidar de mim?
- Prometo! – O senti beijar minha testa e voltou a cantarolar. Meu corpo se deixou entregar como toda a minha essência pegou no sono facilmente e dormir me causava alegria de saber que meus olhos se fechavam diante dele.
Foi tão bom... Tão maravilhoso... Eu estava em paz.



Fui liberada do hospital ainda bem!
A transfusão de sangue me daria à folga de um mês quanto a sugar vitalidade involuntariamente. Percebi que as únicas pessoas que vieram me buscar foram Rosálie, Alice e Reneesme...
Meu Lamborghini desfilou por Forks com perfeição... Não existia um olho que não tivesse curiosidade em ver quem estava dentro daquela maquina. Rosálie amava correr dirigia como um piloto profissional.
Chegamos à mansão procurei por Henry, mas não o encontrei.
Fui até escritório e vi Carlisle lendo seus livros.
- Carlisle, viu Henry?
- Tentou o quarto dele?
- Valeu... – Sai do escritório e corri para o quarto dele. Bati na porta aberta vendo Esme.
- Viu Henry?
- Tentou no escritório?
- Carlisle estava lá e disse que ele veio pra cá.
- Ele deve esta na campina.
- Certo! Obrigada Esme! – Corri pra fora da mansão fui até a campina e não o encontrei, andei em volta da mansão e o encontrei na garagem de carros – as coleções de Carlisle – Henry parecia um estudante com seu tênis all’ star, o jeans despojado, e a cacharel cinza que definia sua musculatura perfeita. Os cabelos negros e arrepiados o deixava com um ar de rebeldia. Irresistível... Incrivelmente lindo. Observava os carros e logo percebeu que eu estava ali.
- Finalmente te encontrei... Pensei que tivesse fugido. – Tentei brincar, porem não consegui nenhum sorriso.
- O que quer? – Ele perguntou um pouco frio.
- Eu... Pensei que fosse me buscar no hospital... Então...
- Não pude... – Ele me deu as costas. Tinha algo de errado com seu comportamento.
- Henry o que foi? Por que ta me tratando assim? – Fui até ele e tentei segurar seu braço.
- Nada! – Henry tentou me ignorar de novo. Aquilo começou a me irritar.
- Não seria “nada” você não tivesse estranho... O que aconteceu?
- Perola me deixa em paz...
- Não até você me contar... É comigo?
- Não quero falar...
- Não me faça descobrir... – Henry se soltou e foi pra fora da garagem. Corri atrás dele dizendo – Henry não vai poder fugir o tempo todo...
- Perola é melhor ficar longe de mim...
- O que por que ta dizendo isso? – Henry entrou na floresta e continuei o seguindo, fomos até o campo onde eu e Emmett treinávamos continuei andando enquanto me ignorava... Eu poderia berrar mais ele não me ouvia. Bate o pé – não deu certo – corri até ele irritada com sua atitude e dei uma rasteira – claro que deu errado – consegui levá-lo ao chão mais fui junto com ele.
- Merda! – Gritamos. Me sentei junto com ele e voltei a questioná-lo.
- Henry porque não quer falar comigo?
- Perola é melhor que fique longe de mim...
- Por que isso agora Henry? – Fiquei desesperada – O que eu fiz de errado.
- Não você não fez nada de errado... Só não quero mentiras e pronto. – Ele se levantou e me puxou pelas mãos.
- Mentiras? Como assim?
- Perola eu to mentindo pra mim mesmo... Por você...
- Henry eu ainda não consigo entender...
- Droga Perola como consegue ser tão ingênua? Você sabe muito bem o que quer.
- Sei! – Afirmei – Sei o que quero... E quero você! – Sua expressão ficou confusa, embora o brilho estivesse em seu olhar.
- Não sou eu Perola... – Sua voz soprou enigmas que eu mesma não conseguia entender.
- O que quer que seja... Eu o quero comigo... O quero perto de mim. – Henry correu de mim no mesmo segundo ficou de frente com minhas costas.
- Não se engane Perola... Não minta pra você mesma como tenho feito.
- E o que é mentira pra você?
- Eu amo você! – Nossa foi um baque aquelas palavras.
- E o que tem de mentiroso nisso? – A alegria e a confusão tomavam conta de mim.
- Não é igual como sente por...
- Não!... – O interrompi. Ele não poderia fazer isso comigo. Não poderia acusar Edward. – Eu sei o que sinto por você e não menti por isso... Henry eu te aceitei como é desde o primeiro dia... – Nossos movimentos eram os mesmos, me sentei no chão com ele sem que nossos olhos se desprendessem. – Você me tirou do abismo em que eu vivia... Me tirou da ausência que deixei tomar conta de mim por tanto tempo... Como pode pensar que não o amo?... Que estou mentindo?
- Não faz isso comigo...
- O que? – Perguntei insegura e com medo de sua resposta.
- Não me prenda mais á você como tem feito... – Se ele usava seu dom contra mim, estava conseguindo o que queria me aproximei mais dele, fiquei de joelhos entre suas pernas e toquei seu rosto sem medo de feri-lo, já ele conseguia me dominar com seu rosto e seus olhos que sempre foram meu motivo de paixão, era neles que eu descobria o que mais queria ver.
Sua mão pálida e gelada segurou a minha com leveza em seu rosto, por uns segundos fechou os olhos e apreciou o calor da minha pele e o meu cheiro. Congelei por uns minutos então voltei a me sentar – Era como se uma estatua me apreciasse – Fiquei mais perto de seu rosto, minha mão se libertou dele. Pude senti-lo acariciar meu rosto pra que aquela sensação não se perdesse, caminhou até meu queixo e aproximou seu rosto do meu sem medo de qualquer conseqüência.
O que eu mais esperava aconteceu como num passe de mágica, nos lábios se encontraram sem qualquer receio, Henry hesitou por alguns segundos e voltou a tocá-los. Nos encaramos em silencio então senti beijar meus lábios e puxou meu lábio inferior... Foi incrível e mágico... Até seu gosto era hipnótico. Os beijos se hesitavam e aconteciam com mais rapidez e pra que permanecesse entrelacei meus dedos em seus cabelos me ajoelhando enquanto o sentia segurar minha cintura, respirei enquanto ele sussurrava... Foi quando me jogou no chão deitada como num golpe de Karate.
Henry estava ofegante, olhou pros lados como se estivesse confuso.
- Me perdoe... – Ele se levantou me tirando do chão. – Eu te machuquei.
- Não! – Disse um pouco constrangida. – Estou bem.
- Pensei que te mataria...
- De alguma forma estava conseguindo. – Uhummmmmmmmmmm beija muito bem!!!!! Ele sorriu depois que apertou os lábios. – Posso tentar de novo.
- Você não deveria se arriscar.
- Me beija vai... – Joguei meus braços por seu pescoço deixando que os sinos batessem em meus ouvidos... Até pausar de novo.
- Droga Perola... Vamos embora ou mato você agora mesmo! – Henry sorriu com malicia me fazendo rir. Me puxou pela mão em direção a floresta.
Eu tinha me esquecido do quanto era bom estar apaixonada... E por tudo o que é mais sagrado... Que beijo maravilhoso.

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