Terrible Love escrita por Isabella Cullen


Capítulo 18
Luto e confiança


Notas iniciais do capítulo

Bom meus amores eu espero que gostem do capítulo ele está um pouco triste pela morte do Charlie, mas eu quero que vocês prestem atenção em cada detalhe dele porque tudo nele é revelador. No demais, obrigada por estarem aqui comentando ou não, obrigada por deixar seus pensamentos fofos e adivinhações nos comentários.



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Haviam muitas pessoas. Eu não sabia muito bem da onde elas tinham vindo, mas haviam muitas pessoas. Nenhuma delas chegava até mim sem passar por Alice ou Edward, Jasper estava cuidando da segurança e estava atento a cada um que entrava. Eu estava imersa em mim, não tinha muita coisa para falar com ninguém e não queria.

O caixão preto estava fechado com uma bandeira americana colocada em cima e uma foto dele de terno e gravata e fundo azul. Ele estava muito bem na foto e sorria. Seu bigode dando um ar sério e ao mesmo tempo deixando-o mais velho do que ele era. Eu tinha tantas lembranças dele que todas elas pareciam inundar minha mente de uma vez só. Ele me ensinando a andar de bicicleta sem rodas, ele me levando para escola ou para empresa, fazendo os deveres de casa, meu pai sorrindo e tirando fotos em apresentações de teatro. Ele me tirando do balé, a professora mandou eu emagrecer, ele brigando comigo porque as notas eram baixas e seus castigos engraçados. Meu pai era um mundo e meu mundo particular.

Olhei ao redor, tinha uma faixa vermelhar cercando o caixão e eu estava dentro do cercado, as pessoas estavam fora, conversando ou sussurrando alguma coisa no ouvido das outras. Coloquei a mão no caixão querendo tocar ele pela última vez. Meu vestido preto e óculos escuros davam um ar de seriedade, mas eu estava um caos por dentro. Eu lembrei da carta e de todas as palavras escritas.

– Eu não sei como você sabia quem ele era. – disse numa voz baixa. – Eu estou sozinha agora.

Lágrimas escorreram e Edward apareceu do meu lado. Ele estava em um terno preto bem alinhado. Eu o achei lindo quando o vi hoje pela primeira vez, mas seus olhos estavam tristes. Tinha algo nele que eu sabia o que era perfeitamente. A dor de perder alguém. Era uma dor diferente para ele, mas era intensa. Eu sabia que ele gostava do meu pai.

– Quer uma cadeira? Isso pode demorar, tem muitas pessoas chegando ainda.

– Estou bem.

Ficamos em silêncio olhando para o caixão. Ele colocou a mão em meus ombros e eu senti um conforto indescritível. Ele compreendia que palavras não serviam de nada e que aquele era um momento difícil.

– Está na hora. – Edward falou e eu voltei a mim.

– Já?

– Você está em pé a duas horas.

– Eu nem percebi...

Ele me estendeu um copo de água.

– Bebe um pouco, está sem comer e beber a um tempo.

A água desceu com um gosto estranho. As pessoas haviam feito uma fila e Edward segurou minha mão. Um grupo de homens uniformizados se posicionou e pegou o caixão de maneira organizada. Eu e Edward fomos até o mausoléu que minha família era enterrada. Ali tinham pelo menos três gerações de Swan e meu pai teria um lugar de destaque que Edward disse que foi feita a mais ou menos a alguns meses. Não foi permitida a entrada de muitas pessoas. Somente de dez, alguns empregados que o tinham ajudado, Alice e Jasper e o pai de Edward. Carlisle estava com um terno preto, não o achei tão bonito quanto Edward e estava sério. Quando fecharam tudo e aquela parte acabou eu olhei uma senhora com cabelos escuros e muito elegante entrar e Edward se virou para ver o que eu estava olhando. Ela tinha um colar de pérolas e brincos combinando, Carlisle a cumprimentou fazendo uma cara feia para ela e Edward estendeu a mão. Ela tirou os óculos escuros e eu só sabia observar.

– Não consegui chegar antes. Me desculpa.

– Que isso, acho que se ligasse mais cedo...

– Você tinha muitas coisas para pensar querido. – ela me olhou e sorriu. Ela me abraçou e eu senti o cheiro suave de seu perfume. – Eu sinto muito querida. Seu pai foi um homem brilhante, um verdadeiro cavalheiro.

– Obrigada.

Ela se afastou e Edward se deu conta da minha confusão. Eu não a conhecia.

– Isabella essa é Esme, minha madrasta.

– Oh...

Eu não sabia nada de Edward.

– Prazer senhora Cullen.

Ela sorriu.

– Não querida, você é a senhora Cullen, eu sou Esme Masen agora.

Edward fez uma careta.

– Mamãe isso é um absurdo.

– Não é Edward e você sabe, não sou casada com Carlisle há pelo menos dez anos e Eleazer e eu somos casados há cinco. Deixei de ser a senhora Cullen há muitos anos.

Sua voz era doce e maternal. Ela me transmitia um amor, uma paz e serenidade. Esme Masen era alguém. Uma simpatia enorme tomou todo meu ser.

– Vamos, temos ainda uma recepção para encarar e espero que isso seja rápido.

Alice ficou do meu lado enquanto Edward seguia com Esme, Jasper e Carlisle. Foi uma recepção simples em um salão no centro, tinha muitas fotos dele, arranjo de flores e muitas pessoas vieram nos cumprimentar. Embaixadores, empresários nacionais e estrangeiros, alguns membros da equipe pessoal deles e alguns sócios maiores. Eu fui no automático com tudo. Edward estava sempre perto, mas Carlisle parecia agora um pouco mais descontraído com a presença de alguns que eu imaginei serem ser seus conhecidos.

– Estou cansada. – disse para Alice.

– As pessoas já estão indo embora. A madrasta de Edward é bonita não?

– Sim, muito simpática.

– Eles se parecem você não acha?

– Algo nele com certeza é dela, só não sei dizer o quê. Eu fico me perguntando o que ela sabe de toda essa história e onde ela estava quando Kate morreu. Eu nunca a vi, muito mal vi a irmã de Kate...acredita que não há fotos de nenhum deles na casa?

– Na nova? – ela perguntou olhando na direção de Carlisle.

– Na nova... na antiga... isso não é estranho?

– Ele o tempo se esquiva do pai, se aproxima de Esme e te observa. Isso diz muita coisa. Jasper disse que Esme era irmã da primeira esposa de Carlisle. Ela morreu quando Edward tinha apenas dois anos e ele sempre achou que Esme ficou com Carlisle por causa de Edward.

– Que história estranha. Ela ficou com o viúvo da irmã por causa disso?

– Bom, é o que todos suspeitam.

– Como você sabe disso?

– Jasper me contou que a família dele nunca apoiou o casamento achando que Esme sofreria como Elizabeth sofreu.

– A mãe de Edward sofreu casada com Carlisle? Deus eu não gostava dele antes e agora...- uma coisa me veio – Por isso eles se parecem! Esme é irmã da mãe de Edward, logo sua tia. A semelhança!

– Verdade. Mas acho que estar perto dela também trouxe algo a personalidade dele, veja como os dois agem de maneira parecida. Cumprimentam educadamente, bebem pouco, ficam atentos aos detalhes.... ela com certeza influenciou muito ele. Não teria como ele não ser doce como ela.

O mostro do lado Ness afinal de contas não existia. Esme era uma pessoa adorável, quando sorria, nas poucas vezes que fez isso ela pareceu mais linda se possível.

– O que mais ele te disse? – eu estava curiosa. – Por que Elizabeth sofreu?

– O pai de Jasper disse para ele que Carlisle nunca foi um homem fiel a ninguém, só a ele mesmo.

– Que coisa horrível! Se isso é verdade como Esme pode se casar com ele?

– Mais uma vez: pelo Edward.

Fazia muito sentido. Mais sentido ainda ela ter aberto mão de tudo por ele. Ela queria que ele fosse um homem diferente do pai, ele era? Meu pai acreditava que sim. Ele confiou cegamente em Edward, isso mostrava que Esme conseguiu criar seu sobrinho da melhor maneira que pode. Eu admirava ela por isso.

– Meu pêsames Isabella.

A voz atrás de mim me fez ficar arrepiada e eu senti um frio dentro de mim. Quando me virei o homem elegante com um ar sereno não me enganou. Aro era uma cobra experiente demais para que seu ar de serenidade e tranquilidade me enganassem. Meu pai apesar de ter negócios com ele, mencionou sua vontade de ficar com tudo.

– Obrigada. – disse no mesmo tom que ele usou.

– Espero que conte com minha ajuda nessa fase tão difícil. Nunca admirei tanto uma pessoa como a seu pai. – o cheiro de Kate invadiu meu sentido. – Ele sempre será o fundador de nossa maior empresa e homem que comandava aquilo com mãos de ferro.

– Sim.

Eu queria entender a presença de Kate. Olhei ao redor me achando louca.

– Nós agradecemos a sua presença senhor Volturi, espero que nos reencontremos em ocasiões mais festivas como o casamento de sua filha com Alec.

Edward estava ao meu lado, suas mãos na minha cintura de maneira protetora e de repente Esme e Jasper estavam lá também. O cheiro de Kate pareceu mais forte.

– Claro Edward, espero que vocês compareçam. Será uma grande honra receber os dois. E é claro Jasper e Esme.

– Faremos o nosso melhor, estaremos vivendo momentos muito íntimos, espero que Jane compreenda caso nenhum de nós compareça. – Esme foi simpática, mas tinha no tom de sua voz uma firmeza estranha. Como se a conversa devesse terminar ali.

– Estará na próxima reunião do conselho querida? Afinal é dona agora de um império...

– Isabella está em provas finais. O seu representante legal sou eu. Se acostume a me ver por lá porque com certeza a diretoria será informada nas próximas horas que Charlie Swan me nomeou não só como seu representante, mas herdeiro direto.

Essa informação era nova, mas não me surpreendia. Eu gostava de não ter que ir na empresa, enfrentar acionista e decisões. Eu estava feliz e confiante de que isso era o melhor. A palavra confiança surgiu em minha mente forte.

– Eu confio que Edward dará o seu melhor como já tem dado. Meu pai confiava nele e eu também. Tenho certeza que todos verão como isso só trará lucros para a empresa.

Aro sorriu, mas eu sei que ele não gostou. Se despediu brevemente e depois foi embora sem trocar muitas palavras com dois ou três convidados. Respirei aliviada quando entrei no carro com Edward, o motorista estava dirigindo com calma pelas ruas até a casa.

– Obrigada por... bom... por tudo...

– Não está chateada porque... seu pai deixou uma grande fortuna para você... suas contas estão garantidas... – ele hesitava nas palavras - Não se preocupe eu não vou...

– Eu confio em você. – disse e ele ficou sereno e aliviado. – Eu sei que o que vivemos foi difícil. Também sei que temos muitas coisas para dizer e resolver, mas eu confio. Sei que é um homem honrado e honesto.

Naquele momento eu sabia não só pela confiança que meu pai tinha, mas pela que nasceu dentro de mim.

– Eu espero que um dia o monstro que fui... o irresponsável que te maltratou suma de sua mente e você perceba outras coisas em mim.

Meu coração acelerou. Deus eu via tantas coisas nele há tantos anos. Eu só queria não ser para ele a bêbada que matou sua família.

– Eu nunca te vi dessa forma. – confessei. – Eu sempre entendi o seu lado.

A voz saiu mais baixa do que o normal. Ele respirou fundo surpreso com minhas palavras. Era um dia de grandes revelações e de muitos acontecimentos.

– Me perdoa Isabella.

Uma lágrima escorreu por mim e eu não consegui pronunciar o que eu queria: me ame Edward. Só me ame.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam meninas?
Muitas emoções ainda por vir com certeza!