Terrible Love escrita por Isabella Cullen


Capítulo 10
Mudança


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meus amores que resistem! Mais um capítulo fresquinho! Obrigada pela presença maravilhosa! Tenham um bom dia e até sexta... ou quinta... reencontro!



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"A distância atua sobre a emoção exatamente como atua sobre o som. A mesma dura lei física rege desgraçadamente a acústica e a sensibilidade. É sempre em ambas o idêntico e tão racional princípio das ondulações, que vão decrescendo à maneira que se afastam do seu centro, até que docemente se imobilizam e morrem: se elas traziam um som que vinha vibrando – o som cala quando elas param: se traziam um terror que vinha tremendo – o terror finda quando elas findam." Eça de Queiroz

Tinha um pouco de sol e eu resolvi sentar um pouco para aproveitar ele. Estavam recebendo os novos estudantes, o campus era de uma agitação inigualável nessas épocas. Muitos perdidos, deslumbradas e até emocionados. Ver essa movimentação do banco que costumava sentar era sempre bom. Alice dizia que Harvard nunca morreria porque sempre teria sangue novo correndo em suas veias, os alunos em si traziam a vida que os murais velhos, paredes antigas e professores mortos deixavam para trás. Eu gosta dessa época, a animação era contagiante. Muitas festas, muitas descobertas e novos alunos perdidos pelo campus.

– Está aqui ainda?

Olhei para Jacob. Ele sentou do meu lado e eu logo me ajeitei tomando uma postura mais distante.

– Eu sei que é casada, não precisa se assustar. – ele riu, eu não.

Olhei para a aliança de ouro e brilhantes que eu estava usando. Edward tinha me mandando na segunda semana de aula e estava no meu dedo desde então. Nunca a tirei nem para tomar banho.

– Eu tenho que ir. – falei me levantando.

– Por que você foge de mim? – ele perguntou curioso.

– Eu não fujo Jacob, estou atrasada.

Levantei correndo, realmente fugindo. Se passaram quatro anos desde que eu vim para Harvard e tudo que me restou foi o medo de Edward cumprir sua promessa. Dele descobrir que Jacob Black, o segundo melhor aluno de medicina de Harvard, era completamente apaixonado por mim. Alice sempre brincava e dizia que Jacob tinha na verdade paixão pelo meu cérebro, eu era a primeira melhor aluna do curso de medicina, tinha as melhores notas e me comparam a Isaac Weels o famoso melhor aluno de Harvard por dez anos.

Eu aprendi a lidar melhor com minha situação nada comum. Eu não contei a ninguém que eu e Edward na verdade nunca trocamos mais que duas palavras. Quando Alice começou a questionar uma coisa e outra eu comecei a inventar histórias. Primeiro programei meu celular para tocar e fingia ser ele no telefone. Isso era simples e eu me fechava no quarto para dizer que estava matando as saudades. Depois nos finais de semana em que tínhamos alguma folga eu fiz o que Edward na sua fúria me disse para fazer: compre uma casa com esse cartão. Eu comprei uma casa perto de uma área campestre graças ao dinheiro que tinha num dos cartões, foi minha salvação e refúgio. A casa era minúscula, um quarto e um banheiro, cozinha e varanda. Eu fiz um jardim pequeno atrás e na sala guardava meus livros. Era um ótimo lugar para estudar e também dizer que estava passando um tempo com meu marido.

O meu maior problema eram os finais de ano, eu passava no geral sozinha. No primeiro ano eu passei ação de graças fazendo caridade no Alabama, eu vi a propaganda na internet enquanto estudava, estavam pedindo doações e aceitando voluntários. Eu queria pensar que apesar de ter feito algo péssimo eu estava me redimindo com o bebê de Kate. Se tornou uma tradição todos os anos passar com eles e cada ano era melhor que o anterior. Meu Natal era na Igreja de Saint Peter em Nova York, o coral começava os ensaios em novembro e era uma ótima viajar para lá cada final de semana, nos dias em que estava mais disposta eu ia de carro, outras eu fazia uma pequena viagem de avião. E meu ano novo eu passava em minha casa sozinha, pedindo a Deus que me desse força.

Seguindo a linha voluntária eu me candidatei para os médicos sem fronteiras e fiz algumas viagens pelo território americano. Ajudei alguns pacientes que sofriam de doenças pós desastres como lesões, malária, febres e infecções. Eu me sentia útil e a cada paciente novo, renovada. Uma vez quando um bebê morreu nos meus braços eu fiquei imaginando o bebê de Edward e de Kate e isso me fez chorar intensamente. Ele era branquinho e tinha o peso ideal, mas nasceu com uma doença genética que o fez parar de respirar. Meu estágio tinha acabado rapidamente com minhas atividades extras e tudo que me restava agora era um ano de residência médica. Eu tinha escolhido emergência, queria poder ajudar aqueles que estavam passando por um período complicado e assim me redimindo. Se eu pudesse salvar apenas uma pessoa na emergência eu seria feliz, se salvasse durante minha vida milhares eu também seria feliz.

– Chegou tarde. – Alice estava na cozinha. O cheiro era maravilhoso.

– O que está fazendo?

– Macarrão. Um molho de madeira, acha que vai ficar bom?

– Não sei... – disse sorrindo para ela e suas invenções. Ela era melhor com doces com certeza.

– Chegou uma carta, George entregou. A esposa dele melhorou finalmente.

– Que boa notícia, hoje nem o vi.

Alice sorriu mexendo a panela.

– Você se acostumou tanto a tê-lo por perto que nem percebe mais. Depois de tantos anos para mim ainda é estranho.

Dei os ombros e fui tomar banho. A carta estava em cima da minha cama. Deveria ser algum convite de residência, alguns hospitais estavam me convidando, outros eram bem enfáticos em dizer que seria quase uma honra me ter. Eu pensaria nisso mais tarde. Tomei um banho, troquei de roupa e fui para sala. Alice estava colocando o jantar. Tinha um lindo buquê em cima da mesa.

– Mais um buquê?

– Sim. – ela corou. – Quem será que me envia?

Eu sorri tentando ser o mais discreta possível.

– Alice já pensou em abrir mão de algum conceito seu?

– Como assim?

– A pessoa está te enviando buquês, bombons e presentes há um ano.

– Você sabe quem é? – perguntou animada.

– Tenho uma ideia e tenho certeza que você tem as suas.

Ela refletiu.

– Não pode ser.

– E se for? – desafiei e ela ficou um pouco mais pensativa.

– Sabe, nem todos são ricos e mimados. Tem ricos interessantes.

– Jasper Hale não é rico Bella, ele é bilionário. O que ele pode querer com uma bolsista que economiza até na comida?

Olhei o lindo prato na minha frente,

– Então resolveu hoje não economizar? – brinquei.

– Estava querendo algo especial. Amanhã é seu aniversário e você nunca me deixou dar uma festa.

– Vou passar com meu marido.

– Ele bem que poderia passar aqui!

– Ele não vai. É tradição e além do mais meu pai está carente esse ano. Acho que vamos para casa dele. Não sei o que ele pretende.

– Deve ser uma surpresa! – ela bateu palmas e eu sorri tentando parecer animada.

– Deve sim. Mas voltando a Jasper, o que fará? Não ficaremos em Harvard para sempre, você sabe.

– Eu sei, é o último dele também.

– Economia mundial – soltei.

– Como sabe o curso dele?- Alice fez uma cara feia e eu gemi com o que estava vindo- Você conversou com ele?

– Sim. – droga.

– E o que ele disse? Deus Isabella eu pedi para não se meter.

– Eu não me meti! Ele me meteu. Entrou em uma aula minha sentou do meu lado. E ficou falando que te ama, Alice nenhum riquinho choraria como ele chorou em formação fetal como ele fez se não gostasse muito.

– Ele não fez isso! – ela gritou – Idiota! Mandei ele ficar longe de mim.

– Ele ficou. Ele ficou perto foi de mim. E agora vive me perseguindo pelo campus. Alice saia com ele, dê uma chance ao rapaz.

– Não serei acusada de caça-dotes novamente.

Eu sabia que o idiota do Royce tinha estragado Alice por dentro. Ele a abandonou dizendo que ela era apenas mais uma na cama dele e que não seria idiota de cair no conta de menina virgem e pobre. Isso estragou Alice para um romance com Jasper. Na verdade, ele a conheceu por conta dos boatos. Assim que a viu, segundo ele, ele soube que tudo era mentira. Ele sabia, o campus inteiro não. Essa foi uma das razões de no primeiro ano Jasper mandar coisas anônimas e no segundo correr atrás dela feito um cachorro que segue o dono. E agora depois de tanto tempo ele ainda estar aqui, se escondendo atrás de árvores, suspirando pelos cantos e chorando em minhas aulas.

– Sabe, conversar com ele não custa muito. Não vai te ofender.

– Vão me ver com ele.

– Chame ele aqui e resolvam isso. Faça um desses jantares maravilhosos e conversem. Tem aquele vinho fino que me mandaram, use ele. Ele tem cara de quem gosta de vinho.

– Acha mesmo? Será que...

– Acho, na verdade.

Tirei do bolso meu celular.

– Ligue. Jasper. Está na agenda. Vou estudar, preciso me sair bem nas provas.

Alice revirou os olhos.

– Você sempre se sai bem.

– Ligue Alice.

Fui para meu quarto e avistei a carta em cima da cama. Sentei e abri. Não era de um hospital.


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Notas finais do capítulo

Eu li num comentário assim: eu quero Beward, meninas a fiction é Edward e Bella, mas por hora precisa ser assim. Bem meus amores aguardem que no próximo temos grandes emoções...Beijos gatas!