Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Camy, Lady Bells


Capítulo 9
O fim do sonho


Notas iniciais do capítulo

enjoy ~~



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Não demorou muito e o pastel chegou. Todos estavam muito exaustos para grandes conversas e acabaram indo dormir também. Dawn não saiu do quarto em momento algum. Brock entrou no quarto que dividia com Ash antes do mais novo, que segurou a namorada quando se viram sozinhos no corredor.

– Hmm. Que foi? – ela perguntou sorrindo, enlaçando o pescoço dele com seus braços finos.

– Nada… só queria desejar boa noite pra minha namorada linda – ele sorriu, roubando um selinho – e me certificar de que você tá bem.

– Eu tô bem, Ash. Juro que tô.

Ele a olhou desconfiado, mas sorriu e acariciou a cintura da ruiva. Aproximou-se devagar, sem pressa. O beijo não foi nada malicioso. Foi algo delicado, meigo, quase tímido. Estavam se conhecendo ainda, conhecendo um o corpo do outro. Depois do beijo, ela o apertou e apoiou a cabeça no ombro do amado. Ele a apertou bem forte e se sentiu embriagado com os sentimentos ainda novos que o invadiam. Sentia-se em paz com ela, assim como ela se sentia em paz com ele.

– Boa noite, Ash.

– Boa noite, Myst.

Um selinho foi trocado, nada mais. E cada um foi para o seu quarto.



Ele acordou sobressaltado. Ouvira um grito. Parecia a voz de Misty. Correu para o corredor, com Brock em seu encalço. O grito, que antes pensara ser da amada, era de Dawn. Os dois amigos invadiram o quarto da morena, que chorava na cama enquanto se contorcia.

– Dawn! – Brock se aproximou, preocupado. Ash o acompanhou.

Quando Ash estava suficientemente perto, ela se jogou em seus braços, aos prantos.

– O que aconteceu? – perguntou preocupado, acariciando os cabelos sedosos.

– Eu… foi um pesadelo tão horrível, Ash! Tão horrível.

Ele suspirou aliviado e a apertou em seus braços. Com os olhos, comunicou a Brock que este podia sair. O mais velho olhou desconfiado para a amiga antes de se retirar. Ele caminhou para o seu quarto, esquecendo completamente que haviam pensado que era Misty quem gritava. No quarto da ruiva, a cama bagunçada estava vazia.



Ash se acomodou melhor com Dawn em seu colo. Pensara que ela havia sido atacada ou algo do tipo, ela ainda chorava.

– Hey, o que aconteceu?

– Eu não quero dizer – ela soluçou – eu tô com tanto medo, Ash! Tanto medo…

– Calma Dawn. Nada vai te acontecer. Não quer mesmo me dizer o que aconteceu?

– Eu tô com muito medo, Ash. Eu não quero falar.

– Tudo bem, tudo bem. Se acalma, eu tô aqui. Shi…

Ele a apertou e ela aspirou o cheiro que saía da camiseta dele. Era tão bom! Fechou os olhos, apreciando o calor do corpo dele. Vestia apenas uma camisola – cuidadosamente escolhida – e, quase inocentemente, a fez deslizar para cima, exibindo uma parte da calcinha fio-dental. Ash estava concentrado demais nas lágrimas que ainda escorriam para perceber.

– Era tão escuro!

– Pera, vou ligar uma luz.

– Não! Não me deixa aqui sozinha – ela pediu, soluçando novamente.

– Eu não vou, calma. Só vou acender a luz.

– Mas… não, tudo bem. Pode ir dormir. Eu não posso te alugar pela noite toda, já tô bem melhor, obrigada Ash – ela tentou sorrir, mas as lágrimas aumentaram e um soluço escapou sem sua permissão.

– Que isso, Dawn. Você é minha amiga. Eu fico aqui até você se sentir melhor, viu?

– Mas e se o medo não passar até o amanhecer?

– Aí eu fico com você até o amanhecer – ele prometeu com um sorriso confortador.

Ela sorriu, se sentindo melhor, e ele voltou a abraçá-la. Dawn tremia. Ele tentou esquentá-la e cobriu a ambos com um cobertor. Ela torceu o nariz sem que ele percebesse e ajeitou a camisola para exibir mais de seus seios em crescimento enquanto ele estava de costas para ela. Quando se virou, cobriu a ambos até o queixo.

– Está frio, não?

– Sim… estava tão frio, Ash – ela falou, novamente com lágrimas nos olhos.

Ele não viu outra alternativa senão ficar com ela até a mesma se acalmar. A cada vez que a olhava, pensando que ela dormira, a via encarando a escuridão com tanto medo que não conseguia ir embora. Dawn, quando o viu pegar no sono, se acomodou delicadamente no peito de Ash e sorriu. Seu plano funcionara.



A respiração estava irregular. As lágrimas escapavam sem a sua permissão enquanto ela estava encolhida em sua cama. Já era de manhã. Abraçava seu travesseiro como se isso pudesse apagar toda a noite. O quarto escuro ainda era muito vívido. Não podia fingir que não acontecera. Não com as dores que lhe percorriam o corpo inteiro. Olhara-se mil vezes no espelho, mas, a exceção das conhecidas marcas redondas em seu antebraço direito, não havia nenhuma indicação do que passara. Achava impossível sentir tanta dor sem ter nenhuma mancha, sentia como se todo o seu corpo estivesse roxo.

Ela tentou se mexer e ir ao banheiro, mas o corpo não obedecia. Misty tremia. Encolheu-se mais e teve certeza de que não conseguiria. Não importava o quanto amava Ash. Pensara que poderia suportar tudo novamente, mas estivera apenas enganando a si mesma. Não conseguiria. Com o passar do tempo, acabamos esquecendo a dor. Caso contrário, as mulheres jamais teriam mais de um filho, se conseguissem realmente lembrar como era a dor de um parto. Jamais depilariam-se, se lembrassem da dor da cera. Os homens jamais passariam horas e mais horas na academia, se lembrassem com perfeição como era a fatiga. Os grandes traumas e as dores tendem a ser esquecidos. Ela sabia que já passara por aquilo antes, mas era como se fosse a primeira vez novamente. Não sobreviveria a isso de novo. Não sobreviveria a mais uma noite como aquela.

Pulou quando ouviu um barulho em sua janela. Olhou, assustada, mas era apenas Pikachu. Ela estendeu os braços para ele, jogando o travesseiro para longe. O ratinho correu para os braços estendidos e se acomodou ali. Preocupado, a ouviu chorar e gemer, sem realmente saber o que acontecera. Ela o beijou na testa.

– Só fica aqui comigo, ok? Sem perguntas.

– Pikapi… “Tudo bem…”

O ratinho, assim como Togepi, andara sumido nos últimos dias. Ela teria se perguntado os motivos, mas isso apenas em outros tempos. Togepi apareceu na janela e se apoiou no ombro dela, começando a chorar silenciosamente também. Vira tudo o que acontecera. Pikachu, que passara a noite consigo, o consolara. Mas o ratinho não sabia de nada. Togepi não poderia revelar o segredo da mestra. Era um assunto dela. Ele apenas compartilhava os pesadelos.

– Misty? – ela o ouviu bater na porta. O soluço ficou preso em sua garganta e ela estreitou o ratinho entre seus braços.

– Togepi, Toge prii “Ela já vai, foi pro banho”.

– Obrigado, Togepi. A avise que o café está pronto, sim?

– Toge “Okay”.

A ruiva sentiu as lágrimas aumentarem ainda mais. Precisava de um banho, assim como seu Pokémon dissera que aconteceria. Pikachu saiu do abraço apertado e limpou as lágrimas ininterruptas.

– Pika pika “Vamos, Myst”

– Eu… eu…

– Prii “Banho”.

Ela assentiu com a cabeça e sentiu a aura colorida de Togepi a envolver. Ambos Pokémons a ajudaram a chegar ao banheiro, onde também a ajudaram a se despir. Togepi ligou o chuveiro e ela sentou-se na banheira, esperando a água levar tudo embora. Os Pokémons pegaram os shampoos e a ajudaram, visto que ela não se sentia capaz de fazer nada. Quando pronta, Misty ainda não havia se mexido.

– Toge prii “Vamos, Myst”.

Ela o olhou e se levantou. Secou-se com a ajuda deles e foi Togepi quem escolheu sua roupa. Apenas a usou. Depois de pronta, se sentou na cama. Tremia ainda.

– Togepriiii toge toge “Se recomponha, precisa descer”.

– Preciso – ela sussurrou – eu vou terminar com Ash.

– Pika? “Por quê?”

– Eu não posso mais, Pikachu. Eu não vou aguentar de novo.

Ela pensara a mesma coisa da última vez, mas sobrevivera. Não sabia como. Sentia-se suja, manchada, quebrada. Morta.

– Toge prii “Espere até a noite”

– Pizzaria?

– Pika… “Sim…”

– Eu não quero magoá-lo, eu juro.

As lágrimas ameaçavam vir novamente e eles perceberam que precisariam ser radicais. Ela não poderia se desfazer novamente. Pikachu descarregou um pequeno choque na ruiva, que teve todos os pelos do corpo arrepiados e saiu de seu estado de transe. Olhou para eles e sorriu. O sorriso não chegou aos seus olhos. Não achava que algum pudesse chegar novamente.

– Obrigada. Café da manhã, não é mesmo?



Ela passara o dia inteiro como num sonho. Não se lembrara de nenhuma palavra trocada e de praticamente nenhuma ação sua. Só sabia que limpara. Limpara a casa inteira. Quando ela desceu, completamente desligada do mundo exterior, Brock e Ash se preocuparam. Ash sentiu medo de ela ter descoberto que passara a noite com Dawn, mas a menina parecia nem mesmo existir para a ruiva. Ele a abraçou, beijou e disse as palavras mais lindas em que conseguira pensar, mas ela apenas o olhava como se não estivesse realmente ali. Misty ficou no modo automático o dia inteiro e ninguém foi capaz de tirá-la disso. Ash chegara até mesmo a gritar com ela, mas a ruiva havia apenas se virado para o relógio e dito:

“- Está na hora de irmos à pizzaria”.

E ali estavam. Na pizzaria. Ninguém comia, mas todos tinham um pedaço de pizza no prato. Correção: apenas Dawn comia. Esta nunca estivera tão feliz em toda a sua vida. Tentava, sem sucesso, disfarçar sua felicidade, mas Brock há muito a percebera. Estava assustado. Dawn parecia estar feliz com o estado letárgico em que Misty se encontrava.

– Misty, por favor, me diz alguma coisa.

E ela virou o rosto sem emoções para ele. Sua voz, quase aérea, disse a frase que ele mais temia ouvir:

– Ash, precisamos terminar.

Continua…


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Notas finais do capítulo

Hey gente o//

Então, as atualizações mudaram. Agora acontecerão nos sábados e nos domingos. Só olhar no meu perfil a organização ;3

Seguinte: "A Princesa e o Plebeu", por já estar concluída, vai ser postada durante a semana. Porque... sei lá.

Ai genteee, que capítulo tenso, né?

fiquei com raiva d mim mesma por estar escrevendo aquela cena Ash e Dawn, mas ela tava planejada desde q eu postei a fic aqui pela primeira vez, então né;

Hm... suspeitas a respeito do segredo da Misty?

No próximo eu vou falar um pouco mais sobre ele ;3

reviews? *--*


Bjs e teh + ^3^/

obs: Totally Spies Pokémon vem amanhã ;33



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