PDV Bella.
Fiquei sem palavras, ele estava em minha casa, ouvi sua risada gostosa quando me respondeu que sim, que era ele, respirei fundo e continuei, disse que havia ido atrás dele para conversar, ele respondeu que teve a mesma idéia, pedi para ela ficar lá que eu chegaria no dia seguinte, ele confirmou que ficaria lá com Mel e meus pequenos, nos despedimos e desligamos.
Estava radiante e Esme também, disse que iria voltar para casa e para Edward, ela me abraçou feliz, respirei fundo e pedi para Esme se poderia ficar com ela até meu vôo, ela confirmou que seria uma alegria ter com quem conversar, me ofereceu o quarto de Edward para eu descansar, agradeci e subi, adormecendo rapidamente.
Três horas depois acordei mais disposta, encontrei Esme embalando os últimos objetos da sala com ajuda de suas empregadas, sorriu para mim, ajudei com algumas coisas, meu coração dizia que eu precisava contar qual era o meu segredo, Esme merecia saber que eu não daria netos para ela, percebendo minha expressão, ela pediu para as meninas terminarem e seguimos para a cozinha.
Depois do café preparado, comecei minha historia.
–Esme, quando eu tinha dezoito anos, vim para os Estados Unidos fazer intercambio de um ano, antes da universidade, durante meu curso conheci Riley, no começo tudo deu certo, começamos a namorar em poucos dias, passava bastante tempo com ele, praticamente morávamos juntos, mas as coisas começaram a dar errado quando fiquei grávida...

PDV Edward.
Era impossível medir o tamanho da minha alegria, confirmei que ficaria na casa dela com as crianças, avisei meu pai que riu da historia, dona Meg me acolheu muito bem, Tony era uma doçura de criança, calmo e esperto, já Mia não me dava muita confiança, mas mesmo assim eu tentei, segundo Mel, Mia tinha o mesmo gênio forte da mãe, decidida e manhosa, mas com jeito consegui dobrá-la, Mia aceitou vir no meu colo, conversei e andei com ela pela sala, ela me aceitou bem, observei a babá trocá-los e dona Meg dar a mamadeira, pedi para ficar olhando os dois e dona Meg avisou que em quatro horas ambos acordariam, então achei melhor descer e jantar com elas.
–Dona Meg, minha mãe está querendo morar em Oxford e provavelmente vai querer ficar perto de Bella, será que há alguma casa a venda por aqui?
– Mel deve saber, você viu alguma querida?
–Sim, um pouco mais no fim dessa rua mesmo, um pouco menor que essa, mas tem mais quintal.
–Será que posso ver amanhã? Assim aviso meu pai e ele vem ver.
Mel ligou na portaria e avisaram que no dia seguinte avisariam o horário para a visita agradeci a ajuda, liguei para meu pai que ficou feliz e confirmou que viria sim, sabia que minha mãe não iria aceitar viver em apartamento e teria a chance de ficar perto das crianças e de Bella, por mim viria morar com eles, mas faria o certo dessa vez, a pediria em namoro e seguiríamos na ordem correta das coisas.
Como previsto, as crianças acordaram, ajudei a dar mamadeira para Tony que adormeceu nos meus braços, me despedi de todos e fui dormir, precisava encontrar Bella logo.
Minha mãe me ligou que Bella já havia partido, mesmo indo visitar a casa que Mel indicou e ficando com as crianças, eu estava impaciente, precisava conversar logo com ela, por fim meu pai comprou a casa, Mel e dona Meg informaram que caso fosse necessário teria mais espaço na casa de Bella para todos.
Por sorte, a casa tinha a maior partes dos armários prontos, minha mãe ficou eufórica e avisou que já iriam retirar as coisas da casa, somente a decoração e roupas minha mãe traria, sabia que colocaria a casa em pé rapidamente.
Bella avisou Mel que estava pegando o carro no aeroporto, me arrumei e fiquei aguardando, Bella chegou linda e sorridente, a abracei apertado, sentir seu corpo pequeno e seu perfume novamente foi um alivio imenso, nos separamos e ambos sorriamos, a beijei, não podia esperar mais, precisava acabar com toda saudade que existia em mim.
Quando notamos, estávamos sozinhos, meu pai saiu com dona Meg e Mel para passear com as crianças, não conseguia parar de tocá-la, mas Bella respirou fundo e me chamou para sentar.
–Precisamos conversar e eu queria começar.
–Tudo bem, pode falar Bella.
–Sei que você não me deve explicações, não estávamos namorando, mas o tal email que eu recebi me abalou muito, você pode imaginar, uma vida em Dubai onde mulher não é bem aceita dando ordens, os gêmeos na UTI e Paola morrendo, recebia emails e não entendia por que não havia recebido o anterior, fomos nos perdendo, mas nós dois erramos Edward, eu me abalei e desisti, você viu que eu sumi e não me ligou, sei que minha vida é um fardo pesado pra qualquer homem, mas eu não posso voltar atrás, não posso também, ter certeza do que poderia ter acontecido, eu não fugi Edward, eu não usei Dubai como desculpa para ficar longe ou esconder os gêmeos, eu segui minha vida, tentei buscar minhas realizações profissionais, você não conhece minha historia, o meu passado, você sabe como eu não queria ter ido para Nova York, como eu não queria ter me apaixonado, aquela cidade acaba comigo, acabou com todos meus sonhos de princesa, de ser feliz, mas você surgiu e Deus sabe como eu não queria, mas me apaixonei, eu amo você, amo demais, se existe outra pessoa em sua vida, claro que eu entenderei, mas eu não posso esconder isso, eu... Eu não posso ter filhos, eu tenho dois bebês adotados, a filha única, a aluna exemplar, mas eu não sou perfeita.
–Você é perfeita, você é incrível, você não imaginava o quanto sofri longe de você, de como me arrependo da minha fraqueza, eu podia muito bem ter ido atrás de você, ter cobrado uma resposta, eu fui fraquejando Bella, eu vi minha família desmoronar, vi minhas irmãs partirem e me odiarem, eu as perdi e perdi você também, senão fosse o alerta de Paul e o acidente de Tânia, eu ainda estaria perdendo dinheiro, estaria sem direção e teria me conformado a viver com seu fantasma alimentando o amor que carrego comigo, eu te amo Bella, não importa se não teremos mais filhos, eu amo os gêmeos, vou recomeçar minha vida na Inglaterra, quero você pra mim, quero vocês na minha vida, minha mãe já contou sobre Irina, sobre o que passei, não foi fácil pra mim, minhas irmãs partiram jurando me odiar e não me deram mais nenhuma explicação. Eu só preciso de vocês agora, vou conversar com minhas irmãs por que preciso viver em paz, mas a minha alegria está aqui, nessa casa e nessa cidade, aceita namorar comigo?
Nos beijamos, Bella ria e chorava em meus braços, mas Bella disse que queria contar sobre seu passado e por que era tratada como um bebê por todos, disse que não era preciso, mas ela confirmou que era preciso sim.
– Fui para os Estados Unidos fazer intercambio com dezoito anos e o curso teria duração de um ano, durante meu curso conheci Riley, ele era professor, lindo, tinha vinte e cinco anos, no começo tudo deu certo, começamos a namorar em poucos dias, passava bastante tempo com ele, praticamente morávamos juntos, mas as coisas começaram a dar errado quando fiquei grávida, não conhecíamos a família um do outro, sabia que o pai dele tinha um escritório de contabilidade e sua mãe tinha problemas depressivos, nunca expliquei exatamente o que meu pai fazia, dizia que ele trabalhava em um estaleiro, mas não contei que era dono. Em um dos surtos, sua mãe disse que eu estava grávida para roubá-lo, que estava dando o golpe da barriga nele, mas só soube disso depois, no mesmo dia que ele foi visitar a mãe, Jasper me chamou para jantar, aceitei e não avisei Riley, mas seus amigos me viram e avisaram, isso foi motivo suficiente para ele acreditar na louca da mãe, depois do jantar, Jass me deixou próximo ao meu carro e partiu, Riley apareceu, sorri para ele, mas não imaginava ver aquela fisionomia dele, ele parecia transtornado, segurou firme nos meus braços e me prensou na parede, já estava com cinco meses, ele começou a gritar e me acusar, quando mais eu gritava, mais forte ele me segurava e foi ai que ele começou a me bater, desmaiei e não lembro de mais nada.
–Bella...
–Então, acordei três dias depois no hospital desesperada por ver que não estava mais grávida, me sedaram novamente, sem me dar a chance de contar e pedir explicações, depois de mais dois dias acordei e encontrei meus pais, soube que uma mulher ouviu os gritos e chamou a policia, espero Riley me soltar e foi me ajudar, segundo meus pais, eu já havia perdido o bebê, a mulher contou que ouviu o que Riley falava e por isso pediram o DNA do bebê, meus pais já haviam acionado a policia e os advogados do estaleiro estavam na cidade, perguntei por Jass, Emm e Mel, mas minha mãe contou que todos estavam bem, voltei para Itália e somente uma semana depois vi Jass, ele chorava e me pedia perdão, em nenhum momento o culpei, todos estavam comigo nesse momento, mas comecei a entrar em depressão, era muito nova e havia sofrido tanto, foi uma luta difícil, depois de mais de um ano, iria voltar para visitar os meninos, mas entrei em crise no aeroporto quando vi o destino, não consegui e sai desmaiada do aeroporto, nunca mais voei sozinha pra Nova York, a menos é claro, essa semana que fui lhe encontrar.
–Onde está esse cara?
–Quando lhe disse que não conseguia encontrar Jass, bom, ele espancou Riley, hoje ele vegeta em uma cama, não sei se está vivo realmente, Jass passou uns dias presos, mas por sorte minha vizinha já sabia o que havia acontecido comigo e por medo Riley tirou tudo do meu apartamento, antes de Jass aparecer, Jasper alegou pra policia que Riley estava tentando assaltá-lo, mas que o “bandido” não sabia que Jasper era lutador, e minha vizinha confirmou que viu Riley agredir Jasper primeiro.
–Eu não sei o que dizer Bella.
–Como eu disse Edward, minha vida é um fardo pesado.
– Eu sinto muito.
–Tudo bem Edward, eu entendo sua posição.