A Seleção-Interativa escrita por Alice Zahyr


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Leiam e deixem seu comentário! Só não sejam malvados, acho que fui atacada por um bloqueio de ideias :/



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O rei Clarkson logo se pôs na minha frente. Pensei por um momento que ele fosse declarar morte contra mim, como quase fizera na nossa última conversa. Mas ele apenas perguntou:

– O que faz aqui, senhorita America?

Ele tinha um ar malicioso, o que me incomodou um pouco.

– Eu... - tive de ser rápida - Preciso muito encontrar alguém. - menti, esperando que por algum milagre dos céus alguém salvasse minha pele.

O rei provavelmente percebeu que eu estava blefando - pessoas como ele reconhecem a tirania da mentira não importa de quem venha. Mas devo dizer que me surpreendi quando ele pareceu desconversar.

– Bom, - ele disse - só não apareça exausta amanhã pela manhã. Receio que seja um longo dia. - Clarkson iria dar a meia volta quando de repente parou e se virou para mim, novamente.

– A senhorita não vai visitá-lo? - ele perguntou, mantendo um sorriso malicioso escondido no rosto.

Ele estava falando de Maxon?

– Ah, bem, eu - engoli em seco - acho melhor voltar, ele deve estar... - Clarkson abriu um meio sorriso de maldade - dormindo.

Por que ele estava agindo daquela forma?

– É estranho, America Singer. - ele disse mesmo America Singer? - Maxon lhe deu outra chance. Não deveria estar recompensando-o por esse favor? - ele perguntou com as sobrancelhas levantadas.

Então era isso. Aparentemente,um convite para me encontrar com seu filho á madrugada só podia significar que Clarkson não queria uma nora, e sim alguém que desse a Maxon o que fosse preciso para mantê-lo... feliz. Mas se Clarkson pensava que a minha eliminação seria baseada nisso, estava muito enganado. Eu podia ter vacilado com seu filho, mas ainda o conhecia o suficiente para saber que, voláteis os homens ou não, Maxon tinha um coração que seu pai jamais poderia ter. Se é que o rei tinha um coração.

Eu tive de segurar minha língua para não acabar com as minhas chances com Maxon. Aquele rei estava me tirando do sério.

Resolvi ignorar. Desceria as escadas em busca de outro plano e logo me distrairia.

Eu só não sabia que essa distração significasse encontrar Celeste em meu caminho.

E ali estava ela, outra vez.

Celeste vestia apenas uma camisola transparente, de forma que pude ver seu corpo com facilidade. Seus cabelos estavam... bagunçados. Sua boca devia estar com o batom borrado, talvez por que...

Clarkson também carregava marcas de batons vermelho no pescoço.

Não. Eu teria voltado aquela noite inteira para nunca ter visto o que vi.

Mas eu vi.

***

Todos aqueles dias no palácio e as situações pelas quais tive de passar devem ter feito com que eu ficasse boa na arte de manter uma expressão fingida. Talvez fosse o tempo que passei com Celeste. Depois de ver aquela cena, minha mente foi invadida por conclusões repugnantes a respeito daquela linhagem real. Que tipo de rei era Clarkson? E quanto a Amberly, Maxon? Será que a informação que eu concebi naqueles segundos de repugno também já havia sido descoberta por Maxon? Bem, quanto a Celeste, não sei como descrever.

Suja.

É a única palavra conveniente neste momento.

Mantive a expressão perdida e fiz uma reverência antecipando minha saída antes que Celeste percebesse que eu a havia visto.

Desci um degrau.

– America? - alguém me chamou. Olhei para trás.

Era Maxon.

Senti vontade de correr, correr para bem longe. Por vários motivos: tive pena dele, tive raiva por ele, senti algo que nunca havia sentido antes.

Digo, já tive pena de outras pessoas. Mas ali, com Maxon frente a seu pai e Celeste logo atrás, felizmente ofuscada pela porta entreaberta de um dos quartos, senti tantas coisas misturadas que meu coração acelerou de tal forma que logo estava ofegando como se tivesse corrido uma maratona.

– Maxon. - Clarkson o chamou. - Tire essa garota daqui. - ordenou. E saiu. Sem dar nenhuma palavra. Olhei para trás e tudo o que vi de Celeste foi um relance de sua expressão.

Não sei como, mas ela sabia que eu a vira.

E agora estávamos, de certa forma, empatadas. Ela sabia o bastante para me entregar a respeito de Aspen, e eu sabia mais do que o suficiente sobre ela e o rei. Mas ela jamais poderia me entregar, porque sua traição a Maxon se sobressaía ao meu segredo.

Não que eu pudesse ser capaz de contar para Maxon. Não poderia fazer isso com ele nem se quisesse. Se tratava de seu pai. E de uma das concorrentes mais apropriadas até o momento. Depois de Marlee, se isso saísse na mídia, acho que ele renunciaria o trono.

Aquilo foi demais. Mas tive que sair de meus pensamentos quando Maxon se aproximou de mim.

– America, tudo bem? - ele perguntou, com uma expressão provavelmente tão perdida quanto a minha.

Eu olhei em seus olhos buscando algum refúgio de tanta sujeira envolvendo a Seleção. Mas Maxon fazia o mesmo comigo. Então era isso, éramos duas crianças perdidas procurando uma forma de se esconder - ao menos por um tempo, talvez pela eternidade - daquele mundo em que vivíamos.

– Eu... - respondi, obrigando-me a permanecer forte. - Estou bem. - sorri, torcendo para que soasse amigável o bastante.

– Podemos conversar? - ele pediu, dando-me o braço.

– Claro. - respondi, receosa. - Para onde vamos?

Maxon me olhou confuso. Então lembrei... o bilhete. Ele havia pensado que eu recusara.

Eu não recusara. Muito menos queria que ele pensasse que eu estava brincando com seus sentimentos.

Bem, de qualquer forma, eu ainda estava ali por um motivo. Mesmo que a cena mais horrível da minha vida tivesse passado pelos meus olhos há alguns segundos, eu tentaria reconquistá-lo.

– Desculpe. - eu disse. - Acho que estamos confusos no momento.

Ele sorriu para mim, brincando com os meus olhos.

– Conte-me uma novidade.

Certo, era isso. Logo saímos de uma situação horrível para um passeio á noite.

Eu só esperava que ele nunca percebesse o terror em meus olhos.


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Notas finais do capítulo

Aí está, um capítulo de 1002 letras! haha será que vocẽs dão conta ^^??



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