A Seleção-Interativa escrita por Alice Zahyr


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Recomendem essa fic ;)

Gostaria de divulgar a autora Livre, que tem sido minha leitora mais fiel até agora haha *-*



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Até aquele momento, as coisas estavam uma bagunça só. Relembrando: May ficou doente e Maxon estivera cuidando dela. Depois, Maxon veio ao meu quarto de madrugada e começou a chorar em meu colo. Repentinamente fomos invadidos pela presença irritante de Celeste. Então Aspen a expulsa e Maxon simplesmente some, como um cachorro perdido correndo atrás de seu dono.

E agora Aspen queria explicações.

Mas eu não as tinha.

Eu poderia mentir. Poderia dizer a verdade, também. Mas se dissesse que simplesmente estava tão perdida quanto ele, aquilo soaria meio desonesto. Porque eu sabia o que ele queria realmente saber - o que havia entre Maxon e eu. Ele não perguntou o que foi aquela cena maluca. Seus olhos me indagavam uma justificativa para a presença do príncipe em meu quarto.

– Aspen, - eu comecei, escolhendo bem as palavras e esperando que ele não percebesse isso, caso contrário, toda a tentativa de zelar pela sua amizade *e amor* iriam por água abaixo - eu estou tão confusa quanto você. Maxon pediu para falar comigo, - menti - e eu estava na sacada tentando... você sabe, digerir tantas coisas, por que ainda continuo na Seleção. Então ele entrou, e depois veio Celeste.

– Meri, olha - ele se aproximou, pegando minhas mãos - você não deveria tentar apaziguar as coisas fazendo isto. - Droga. Ele percebeu que eu escondi certos detalhes. - Sei que sente algo por ele. Também sei que está confusa, talvez tanto quanto eu. Eu não quero me intrometer na sua vida, - continuou, e temi ouvir o que ele diria adiante - e você sabe o que quis dizer quando perguntei aquilo. - Ele tinha razão. Presumi que quisesse saber sobre meus sentimentos.

Aspen me olhou nos olhos. Pensei que fosse me beijar, como da última vez. Mas não. Ele simplesmente me olhava para tentar me decifrar. Eu deveria achar aquilo romântico, mas não. Quando Aspen estava triste, eu podia sentir.

E eu o conhecia o suficiente para saber que a minha resposta, e não só ela, mas o fato de que não conseguia ver nada por trás de meus olhos azuis e lacrimejantes, cortavam seu coração.

– Você não é mais aquela Meri. - ele disse, com a voz triste. - Mas não estou te acusando. Também não sou o mesmo Aspen, mas se eu pudesse ao menos saber como... como fazer as coisas voltarem ao normal... - ele lamentou. "Pare, Aspen, antes que meu coração quebrado se estilhace mais ainda."

Se havia algo que me cortava ao meio era vê-lo triste. E eu não poderia fazer nada, porque apesar de saber que o amava, também sentia algo por Maxon, e não podia ficar alternando beijos e sentimentos de acordo com a disponibilidade deles. Meu coração também sofria com cada um.

– Eu sei, Aspen. - eu falei. - Eu também me sinto diferente. Mas olha, eu recebi uma segunda chance. Eu tenho que mudar. Talvez eu apenas melhore, e você está virando um homem...

Mas Aspen me interrompeu.

– Temo que nunca mais possa beijar a Meri de antes.

Aquilo foi o ápice. Como ele me acusava de mudar tanto? Ele foi quem deu fim á Meri antiga!

Quis sentir raiva. Mas só senti tristeza. Porque, no fim das contas, eu não era mais eu. E dizer que ele também havia mudado não justificava nada.

– Aspen, meu coração está em pedaços. Será que não consegue ver? Eu continuo confusa, mas agora é diferente. Temos que aceitar a mudança. Nunca mais vamos ser os mesmos. - eu o abracei forte. - Mas isso não muda o que sentimos, Aspen. - ele olhou para mim, ansioso para ouvir o que eu diria e para saber se ainda havia chances.

Mas eu não disse nada.

Aspen sorriu, meio triste.

– Sinto muito se você não consegue mais ver o que sinto em meus olhos. - eu falei. - Acontece que nem eu mesma sei mais o que sinto.

Ele fez uma reverência com a cabeça e foi andando em direção a porta.

Naquele momento, suspirei, ao mesmo tempo em que, repentinamente e contra minha própria vontade, várias coisas vieram em minha cabeça em poucos segundos.

A casa na árvore. Nossos beijos.

O sorriso de Aspen. Seu corpo, seus olhos.

Aquele amor que eu sentia.

Droga.

Ainda estava ali, escondido. E não cedia lugar á Maxon, por mais que fosse esse o dever da confusão que eu sentia.

Pensei que tudo se resolveria com o tempo, mas não. Eu ainda amava Aspen, e pude sentir que muito mais que a Maxon. Não queria deixar esse amor ir embora, mas também queria poder amar Maxon sem empecilhos.

Então, naquele momento, percebi. A clareza que me faltara em todos aqueles dias voltou com toda a força.

Eu ainda amava Aspen. E muito. Mas, se queria amar Maxon e esquecê-lo, tinha que tirar Aspen totalmente da cabeça. Disso eu estava completamente ciente. O único problema é que eu não queria esquecê-lo. Aspen era minha família, meu porto seguro, a única pessoa que me conheceu desde criança e que sabia quem eu era desde sempre. Só ele me entendia por completo.

Ter alguém que sempre se disponibilizava a estar ao meu lado e que me entendia tanto me tornou uma garota preguiçosa. Eu gostava tanto dos benefícios de ter Aspen por perto que tinha medo de ter de começar todo esse processo tortuoso com Maxon.

Maxon me entendia. Mas em parte, já que jamais seria Aspen. E era esse meu defeito. Sempre os comparando. Sempre encontrando uma qualidade que se sobressaía.

Só que dessa vez seria definitivo. Me obriguei a lembrar de todas as vezes em que Maxon esteve lá, ao meu lado, sempre paciente, sempre generoso. Isso era claro para mim. Eu esperava sentir por Maxon aquela coisa que sentia quando estava com ele quando lembrei disso, mas isso só me fez pensar que eu queria um amor, não filantropia. Eu já era uma Três. Seria bem de vida se resolvesse ficar com Aspen. Mas nunca esqueceria o príncipe.

A coisa estava mais ou menos assim:

Aspen era o meu abrigo, minha casa nos momentos de aflição.

Maxon, porém, sobressaía-se sendo algo mais. Se eu deixasse esse amor florescer, saberia enfim quem queria.

Então decidi.

Esqueceria Aspen.

Ainda não sabia como, mas da melhor forma possível.

Eu sabia que era uma escolha perigosa porque talvez ele não desistisse de mim. Mas também sabia que, pelo bem de nós dois, precisava deixar meu coração se afundar no amor de Maxon para então saber com quem ficaria. Eu sabia, também, que era uma escolha dolorosa, pois Aspen ainda achava que só fazia questão de quem lutasse mais. Mas dessa vez, eu escolheria.

Maxon me dera uma chance. Então também lhe daria uma.

Aspen teria de esperar. Ele já sabia o que eu sentia por ele.

Com aquela ideia fervilhando na cabeça, tentei dormir.

Mas é claro que não consegui.


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Notas finais do capítulo

SE QUISEREM MAIS, FAVORITEM A HISTÓRIA >>>>>>>>>>>

E comentem ;P haha