Eles logo descobriram que Blooming Cora era de fato, uma ilha. Parecia que, durante a maré alta, o mar cobria a passagem que conduziria até a gigantesca ilha principal.

- O jeito é esperar a maré abaixar. – disse Kurt. – Ou alugar um bote, mas mal temos dinheiro pra comprar comida...

A comida era outro problema. Eles tinham que trabalhar pela comida, e isso era muito difícil, pois os empregos que ofereciam lá eram bem... Curiosos.

- Aqui, Salmão, tem uma folha de “procura-se professor” aqui. – disse Victoria olhando para um panfleto no quadro de avisos de uma taverna.

- Ali está escrito “procura-se professor de Bungee Jump” Victoria. – disse Sam.

- Mas você vai aceitar? – perguntou Victoria, que claramente queria ver Sam se esborrachando no chão.

- Limpeza de chaminé? Mas estamos no verão. – disse New enquanto lia um panfleto pedindo limpadores de chaminé.

- Cara, esse lugar é muito estranho. – disse Bill, olhando um panfleto que dizia “Precisa-se de um Swizvtsenber, de preferência com todos os dedos do pé.”

E então, fazendo trabalhos muito estranhos, o grupo passou três dias estranhos na ilha. Eles haviam combinado que enquanto seis integrantes do grupo trabalhavam, dois procuravam informações sobre a estátua de Harkon.

No primeiro dia, foi a vez de Sam e Victoria irem procurar informações. Vicky teria ido com Kurt, mas todos os outros haviam encontrado um trabalho que poderiam fazer.

E agora ela estava preocupada. Será que o professor Salmão vai me mandar voltar para casa, agora que estamos sozinhos? Será que ele quer me pegar em uma armadilha? Será que ele vai me tarar de novo?

- Devo admitir professor Salmão... Você me surpreendeu. – disse Victoria, desabafando suas preocupações. – Passamos um tempão juntos e você não falou nada sobre me mandar de volta pra casa.

- E do que adiantaria? – perguntou Sam. – Você ouviu a Esther. Não é permitido deixar a ilha agora que o jogo começou. E mesmo se pudesse, eu não poderia forçar você a sair.

Ta bom. Agora você realmente me surpreendeu. Pensou ela.

- E além do mais, minha missão é encontrar o Clube das Sete e trazê-las de volta a salvo. E como não me deram um prazo para isso, por enquanto eu me contento em proteger você e a Ashlee.

- Hunf! Eu não preciso de proteção.

- Quem dera... Dá pra imaginar o que a diretora faria se eu deixasse você ou a Ashlee se machucarem? Eu mesmo não me perdoaria por ser tão negligente.

- Isso não é da minha conta. Só me deixe em paz.

- Se eu fosse você, não reclamaria tanto de alguém que prometeu te proteger a qualquer custo.

- Você não prometeu isso.

- Prometo agora, então! – disse Sam, irritado. – Droga! Não me pagam o suficiente pra esse trabalho.

Os dois continuaram a investigação, perguntando para vários cidadãos de Blooming Cora, mas ninguém deu alguma informação relevante. Então eles ouviram falar de uma tal de Tiphreth, que poderia ter alguma informação melhor, mas eles não conseguiram encontrá-la.

No segundo dia, foi a vez de Kurt e Ashlee. Eles quase não falavam um com o outro. Pois Ashlee tinha medo dele, e Kurt tinha um pouco de inveja dos poderes dela.

Eles não conseguiram informação nenhuma, e já estavam desistindo, quando uma garotinha saiu de um beco e esbarrou em Kurt.

- Ei! Olha por onde anda! – disse Kurt.

- Olha você, seu bobo! – retrucou a garotinha, caída no chão, sem conseguir inventar insulto melhor.

- K-Kurt-san... Ela é só uma menininha, não precisa falar assim com ela... – disse Ashlee, ajudando a garota a se levantar.

Kurt bufou e não disse mais nada. Isso pareceu irritar ainda mais a garota.

- Você nem vai pedir desculpa, seu bobo?

- Porque você não corre pra sua mãe, pirralha? Nós temos mais o que fazer. – Kurt estava irritado porque quase não dormiu na noite anterior. Maldito trabalho no observatório da cidade.

- Ora, seu idiota... Você não sabe com quem está lidando! – disse a garota, tirando uma varinha do bolso. – Eu sou Sephira, aprendiz do grande mago Louie! E você vai se ver comigo!

Kurt simplesmente tirou a varinha da mão dela. – Uma garotinha não devia mentir assim. No dia em que você for aprendiz do grande Mago Louie, eu serei o Harry Potter.

Sephira deu um chute entre as pernas dele.

- AI! Sua vaca! – gritou Kurt enquanto caía no chão.

- Kurt-san! – gritou Ashlee.

Sephira pegou sua varinha. – Vou te mostrar do que eu sou capaz!

Ela lançou um feitiço com forma de flecha de luz em Kurt, mas o feitiço ricocheteou em um escudo invisível, feito por Ashlee de última hora.

- Você também é uma feiticeira? – perguntou Sephira, esquecendo a raiva.

- Eu também sou! – disse Kurt, se levantando com dificuldade.

- Sério? Que legal!

A raiva de Sephira sumiu completamente, e ela passou a segui-los pela cidade, perguntando cada detalhe das magias que eles sabiam. Na verdade, estava começando a irritar.

- Meu mestre veio participar do evento. Mas ele não está procurando a estátua, ele está procurando... – Sephira de repente se calou. – Outra coisa.

- O que? – perguntaram Ashlee e Kurt ao mesmo tempo.

- É segredo! – respondeu Sephira, mostrando a língua.

- Se o grande Louie está na ilha, provavelmente muitos rivais dele devem aparecer somente para derrotá-lo.

- Mas não conseguirão! Meu mestre nunca perdeu um duelo! – disse Sephira. – Quando eu crescer, nós vamos nos casar, e seremos os mais poderosos magos da Terra!

Ashlee e Kurt riram pelo modo fofo de Sephira falar de seu sonho.

- Ei! Eu falei sério! – protestou Sephira.

O sol estava começando a se por, então Kurt e Ashlee resolveram voltar para a pousada.

- Tchau, Sephira-san. Foi um prazer conhecê-la. – disse Ashlee.

- Tchau! Agora vou tentar achar meu mestre... Eu me perdi dele na caverna.

- Que caverna? – perguntou Kurt.

- Ah, é a caverna que sai da praia de coral. É a única saída. – disse Sephira, despreocupada.

- E onde fica?

- Na parte mais alta da praia de coral, bem longe de Blooming Cora... – de repente ela parou. – AH! Eu não devia ter contado isso! Tenho que ir, tchau!

E ela desapareceu em uma nuvem de fumaça, deixando Kurt e Ashlee sorrindo, satisfeitos.