The Hunger Games Clove: The Spark escrita por MyG


Capítulo 12
Capítulo 12 - Chorar não é opção


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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“Chorar não é opção.”

—Hoje à noite teremos as entrevistas, lembrem-se, sejam mortais. – Enobaria está nos dando dicas de como nos comportarmos na entrevista hoje. – Agora, estão liberados, vão com a sua equipe de preparação.

Mais um dia de tortura se passa. Depilações, maquiagens, esfoliações, cremes e esmaltes. Eu odeio isso. 

— E... Pronto. - Estou usando um vestido longo em tom salmão. Meu cabelo está metade preso e metade solto, segundo Otoniel é para não perdemos o comprimento. Minhas unhas estão longas e pretas, a maquiagem bem marcada e os sapatos me deixam no minimo quinze centímetros maior. 

— E para acabar... – Otoniel tira algo do bolso – Sua marca. - O batom vermelho, claro, já tinha ate esquecido dele. – Bem, está incrível, vamos lá.

Somos posicionados no palco, e as entrevistas começam. Glimmer está com um vestido curto e sensual, se fazendo de boba. 

Marvel opta pelo bom humor, entra rindo e faz piadas, sem duvidas conquistou o publico.

— E agora vamos aplaudir, do distrito dois... Isso mesmo, vocês a conhecem, vem para cá Clove! - Subo ao palco sorrindo, tentando passar o máximo de simpatia que consigo.

— Bem-vinda Clove! Está linda está noite.

— Obrigada Caesar. - Sento-me e Caesar pede para o público se acalmar. 

— Então Clove, vamos começar falando da colheita, no seu distrito é normal ter voluntarias, então por que você acha que ninguém se voluntariou? - Oh! Droga. 

— Provavelmente elas estavam com muito medo. - Comento de modo apática e o público cai na gargalhada, sorrio junto. - Na verdade, todos em meu distrito sabem o quanto eu queria participar dos jogos, creio que ninguém se voluntariou por saber desse meu desejo. - Mentira, mentira, uma grande mentira. Ninguém se voluntariou por que todos querem o massacre quartenário. Mas eu não posso falar isso. 

— E qual sua estratégia para vencer?

— Matar todos que cruzarem meu caminho.

— Uau! Vocês ouviram isso? Ouviram? - O público grita, ficam ensandecidos. - Você é perigosa. - Ele sorri. - E me diga Clove, estou vendo esse batom vermelho, ele fica muito bem em você, e não deixei de notar que você também o usou no desfile, algum motivo em especial? - Pensa rápido Clove.

— Vermelho é a cor do sangue, junto da armadura do desfile, ele demonstra que um campeão precisa fazer sacrifícios, e junto desse vestido, ele demonstra que o que é belo, também pode matar. - Faço um pausa e focalizo em uma das cameras. - Matar voce. - Gritos e mais gritos, eu abro um grande sorriso e Caesar tenta - em vão - conter os gritos e aplausos da multidão. Leva alguns segundos para se normalizar e Caesar conseguir falar novamente. 

— Uou, uou!! Ela é incrível! Incrível! - Palmas e gritos em concordância são escutados.  - Bem Clove, mas eu quero abordar uma outra coisa, sobre as notas... O que você achou da nota do distrito doze? Que, devemos comentar, foi maior que a sua. – Começo a tremer, claro que ele ia falar sobre isso. 

— Uma nota não define nada. Na arena é matar ou morrer e creio que “matar” bonecos no centro de treinamento é bem fácil comparado ao que vamos viver lá. A recém ai saberemos se o que conta é uma nota ou a sede por sangue. - Mais gritos se seguem. Acho que estou me saindo bem. 

— Muito bem Clove, muito bem. Tenho certeza que nós veremos não é mesmo pessoal? – Ele pergunta e a multidão grita. - Então Clove, mudando de assunto novamente, você é muito bonita, algum garoto especial?

— Não. 

— Serio?

— Não tenho tempo para isso.

— E o garoto de seu distrito? Soube que as moças daqui gostaram dele.

— O problema não é meu Caesar. Acho que você devia falar com ele. - O assunto "Cato" não é meu assunto preferido, e nem o que formaria as melhores respostas. Creio que esteja na hora da entrevista acabar. 

— Bem então vamos chamar o Cato, já que seu tempo infelizmente acabou Clove. Senhoras e senhores do distrito dois, nossa espetacular Clove! 

Ele ergue minha mão e eu saio do palco, Cato entra em seguida mas não fico para  ver sua entrevista ou receber os parabéns de Enobaria e Ethan.  Subo para o apartamento, a fim de tomar um banho e me livrar de todos os produtos da Capital. Peço algo para comer no quarto, e deito a fim de relaxar. Horas mais tarde, alguém bate na porta. 

— Clove, está acordada?

— Sim Ethan, entre. - Ele ainda está com o terno, e com cheiro de bebida também. Ele se senta na cama e me encara. 

— Está pronta para amanha?

— Espero por isso há anos. - Ele sorri, mas em seguida seu sorriso apaga e o semblante de seu rosto assume um ar preocupado. 

— Não deixe eles lhe mudar Clove.

— Eles quem?

— A Capital Clove. Não quero que eles te mudem.

— Eles não vão.

— Você sabe que se você deixar eles vão. Ser um vencedor não te livra dos pesadelos da arena, você sabe disso não sabe?

— Sei. E já pensei nisso também. O Cato já me falou algo parecido um dia.

— Cato... - ele sussurra - Você sente algo por ele?

— Você está de brincadeira com a minha cara?

— Não. É serio, responde.

— Claro que não Ethan, nunca pensei nisso e também nem conhecia o Cato antes da colheita.

— Ele te conhecia.

— Como?

— Isso não importa. – O silencio se instala um tempo entre nós. Mas o que ele quis dizer com isso? – Clove. Me promete uma coisa?

— O que?

— Prometa que vai voltar.

— Eu vou. - Ele sorri, mas sem confiança. 

— Acho que vou deixar você dormir. Boa noite Clove.

— Boa noite Ethan. 

Ele se retira do quarto e eu só me pergunto o que acabou de acontecer aqui. Como assim Cato já me conhecia? Sentir algo por ele? Será que Ethan estava bêbado?

As horas passam, o sono não vem e a curiosidade não vai também. Vou à sala e lá encontro Enobaria sentada, parece muito concentrada.

— Atrapalho?

— Oh! Clove! Não. Sente-se. Você não deveria estar dormindo?

— Não consigo dormir.

— Ansiosa para a arena?

— Muito. - Tento parecer empolgada, mas ela percebe, suspira e então olha para o chão. – O que foi Enobaria?

— Nada Clove.

— Você sabe que não me engana. Me fala. - Ela suspira novamente.

— Clove, você sabe que talvez não vai voltar e Ethan me falou que você recusou nossa proteção, ele está preocupado.

— Ele já viu isso muitas vezes Enobaria, pessoas do nosso distrito morrendo.

— A diferença é que elas não eram você. – Faço uma careta confusa, não estou entendendo aonde ela quer chegar.

— Não entendo...

— Não é para entender agora. Mas Cato também está preocupado, andei conversando com ele.

— E o que eu tenho haver com isso?

— Clove, ele está com medo que só restem vocês dois na arena. Ele acha que não vai conseguir te matar.

— Ah! Por favor conte outra. Acho que ele não ia matar a namoradinha do distrito um dele.

— Clove...

— Enobaria... – Ambas paramos e nos encaramos.

— Eu estou falando serio.

— Eu também.

— Você é impossível sabia?

— Já me falaram isso.

— Bom vou deitar, vai também, amanha você ira entrar na arena.

— Tudo bem, depois eu vou.

Enobaria sai da sala me deixando sozinha, o tempo passa e o sono vem. Caminho até meu quarto, mas paro assim que passo pela de Ethan. De lá, ouço murmurios e escuto vozes baixas. A porta está meio aberta, e assim consigo ver la dentro. Ethan e Cato estão sentados, parecem conversar:

— Cato, chorar agora não é uma opção.


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Notas finais do capítulo

Vejo voces nos reviews.