The Hunger Games Clove: The Spark escrita por MyG
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
“Chorar não é opção.”
—Hoje à noite teremos as entrevistas, lembrem-se, sejam mortais. – Enobaria está nos dando dicas de como nos comportarmos na entrevista hoje. – Agora, estão liberados, vão com a sua equipe de preparação.
Mais um dia de tortura se passa. Depilações, maquiagens, esfoliações, cremes e esmaltes. Eu odeio isso.
— E... Pronto. - Estou usando um vestido longo em tom salmão. Meu cabelo está metade preso e metade solto, segundo Otoniel é para não perdemos o comprimento. Minhas unhas estão longas e pretas, a maquiagem bem marcada e os sapatos me deixam no minimo quinze centímetros maior.
— E para acabar... – Otoniel tira algo do bolso – Sua marca. - O batom vermelho, claro, já tinha ate esquecido dele. – Bem, está incrível, vamos lá.
Somos posicionados no palco, e as entrevistas começam. Glimmer está com um vestido curto e sensual, se fazendo de boba.
Marvel opta pelo bom humor, entra rindo e faz piadas, sem duvidas conquistou o publico.
— E agora vamos aplaudir, do distrito dois... Isso mesmo, vocês a conhecem, vem para cá Clove! - Subo ao palco sorrindo, tentando passar o máximo de simpatia que consigo.
— Bem-vinda Clove! Está linda está noite.
— Obrigada Caesar. - Sento-me e Caesar pede para o público se acalmar.
— Então Clove, vamos começar falando da colheita, no seu distrito é normal ter voluntarias, então por que você acha que ninguém se voluntariou? - Oh! Droga.
— Provavelmente elas estavam com muito medo. - Comento de modo apática e o público cai na gargalhada, sorrio junto. - Na verdade, todos em meu distrito sabem o quanto eu queria participar dos jogos, creio que ninguém se voluntariou por saber desse meu desejo. - Mentira, mentira, uma grande mentira. Ninguém se voluntariou por que todos querem o massacre quartenário. Mas eu não posso falar isso.
— E qual sua estratégia para vencer?
— Matar todos que cruzarem meu caminho.
— Uau! Vocês ouviram isso? Ouviram? - O público grita, ficam ensandecidos. - Você é perigosa. - Ele sorri. - E me diga Clove, estou vendo esse batom vermelho, ele fica muito bem em você, e não deixei de notar que você também o usou no desfile, algum motivo em especial? - Pensa rápido Clove.
— Vermelho é a cor do sangue, junto da armadura do desfile, ele demonstra que um campeão precisa fazer sacrifícios, e junto desse vestido, ele demonstra que o que é belo, também pode matar. - Faço um pausa e focalizo em uma das cameras. - Matar voce. - Gritos e mais gritos, eu abro um grande sorriso e Caesar tenta - em vão - conter os gritos e aplausos da multidão. Leva alguns segundos para se normalizar e Caesar conseguir falar novamente.
— Uou, uou!! Ela é incrível! Incrível! - Palmas e gritos em concordância são escutados. - Bem Clove, mas eu quero abordar uma outra coisa, sobre as notas... O que você achou da nota do distrito doze? Que, devemos comentar, foi maior que a sua. – Começo a tremer, claro que ele ia falar sobre isso.
— Uma nota não define nada. Na arena é matar ou morrer e creio que “matar” bonecos no centro de treinamento é bem fácil comparado ao que vamos viver lá. A recém ai saberemos se o que conta é uma nota ou a sede por sangue. - Mais gritos se seguem. Acho que estou me saindo bem.
— Muito bem Clove, muito bem. Tenho certeza que nós veremos não é mesmo pessoal? – Ele pergunta e a multidão grita. - Então Clove, mudando de assunto novamente, você é muito bonita, algum garoto especial?
— Não.
— Serio?
— Não tenho tempo para isso.
— E o garoto de seu distrito? Soube que as moças daqui gostaram dele.
— O problema não é meu Caesar. Acho que você devia falar com ele. - O assunto "Cato" não é meu assunto preferido, e nem o que formaria as melhores respostas. Creio que esteja na hora da entrevista acabar.
— Bem então vamos chamar o Cato, já que seu tempo infelizmente acabou Clove. Senhoras e senhores do distrito dois, nossa espetacular Clove!
Ele ergue minha mão e eu saio do palco, Cato entra em seguida mas não fico para ver sua entrevista ou receber os parabéns de Enobaria e Ethan. Subo para o apartamento, a fim de tomar um banho e me livrar de todos os produtos da Capital. Peço algo para comer no quarto, e deito a fim de relaxar. Horas mais tarde, alguém bate na porta.
— Clove, está acordada?
— Sim Ethan, entre. - Ele ainda está com o terno, e com cheiro de bebida também. Ele se senta na cama e me encara.
— Está pronta para amanha?
— Espero por isso há anos. - Ele sorri, mas em seguida seu sorriso apaga e o semblante de seu rosto assume um ar preocupado.
— Não deixe eles lhe mudar Clove.
— Eles quem?
— A Capital Clove. Não quero que eles te mudem.
— Eles não vão.
— Você sabe que se você deixar eles vão. Ser um vencedor não te livra dos pesadelos da arena, você sabe disso não sabe?
— Sei. E já pensei nisso também. O Cato já me falou algo parecido um dia.
— Cato... - ele sussurra - Você sente algo por ele?
— Você está de brincadeira com a minha cara?
— Não. É serio, responde.
— Claro que não Ethan, nunca pensei nisso e também nem conhecia o Cato antes da colheita.
— Ele te conhecia.
— Como?
— Isso não importa. – O silencio se instala um tempo entre nós. Mas o que ele quis dizer com isso? – Clove. Me promete uma coisa?
— O que?
— Prometa que vai voltar.
— Eu vou. - Ele sorri, mas sem confiança.
— Acho que vou deixar você dormir. Boa noite Clove.
— Boa noite Ethan.
Ele se retira do quarto e eu só me pergunto o que acabou de acontecer aqui. Como assim Cato já me conhecia? Sentir algo por ele? Será que Ethan estava bêbado?
As horas passam, o sono não vem e a curiosidade não vai também. Vou à sala e lá encontro Enobaria sentada, parece muito concentrada.
— Atrapalho?
— Oh! Clove! Não. Sente-se. Você não deveria estar dormindo?
— Não consigo dormir.
— Ansiosa para a arena?
— Muito. - Tento parecer empolgada, mas ela percebe, suspira e então olha para o chão. – O que foi Enobaria?
— Nada Clove.
— Você sabe que não me engana. Me fala. - Ela suspira novamente.
— Clove, você sabe que talvez não vai voltar e Ethan me falou que você recusou nossa proteção, ele está preocupado.
— Ele já viu isso muitas vezes Enobaria, pessoas do nosso distrito morrendo.
— A diferença é que elas não eram você. – Faço uma careta confusa, não estou entendendo aonde ela quer chegar.
— Não entendo...
— Não é para entender agora. Mas Cato também está preocupado, andei conversando com ele.
— E o que eu tenho haver com isso?
— Clove, ele está com medo que só restem vocês dois na arena. Ele acha que não vai conseguir te matar.
— Ah! Por favor conte outra. Acho que ele não ia matar a namoradinha do distrito um dele.
— Clove...
— Enobaria... – Ambas paramos e nos encaramos.
— Eu estou falando serio.
— Eu também.
— Você é impossível sabia?
— Já me falaram isso.
— Bom vou deitar, vai também, amanha você ira entrar na arena.
— Tudo bem, depois eu vou.
Enobaria sai da sala me deixando sozinha, o tempo passa e o sono vem. Caminho até meu quarto, mas paro assim que passo pela de Ethan. De lá, ouço murmurios e escuto vozes baixas. A porta está meio aberta, e assim consigo ver la dentro. Ethan e Cato estão sentados, parecem conversar:
— Cato, chorar agora não é uma opção.
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Vejo voces nos reviews.