Peeta Mellark - Jogos Vorazes escrita por Nathy


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, e dessa vez um pouquinho maior, e agora sim reta final pessoal, acho que teremos só mais dois ou três capítulos depois, e eu trarei novidade nos próximos :P

obrigada a quem comentou, favoritou, ou que só está acompanhando
boa leitura ;)



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Opa, uma flecha apontada para mim por qual motivo? Mal começo a pensar no motivo e a flecha passa do meu lado, acertando a árvore atrás, acabo dando um pulo de susto, não tenho tempo de processar mais nada quando Katniss começa a falar e ela está brava:

– O que você está fazendo? Era para você estar aqui e não pela floresta!

– Eu achei algumas amoras perto do rio.

– Mas eu assobiei e porque você não assobiou de volta?

– Não cheguei a ouvir, a água faz muito barulho. – Conforme digo isso eu vou me aproximando, pois vejo que ela está tremendo, ao chegar perto coloco minhas mãos sobre seus ombros, tentando passar segurança, demonstrando que não aconteceu nada.

– Eu pensei que Cato tivesse te encontrado e te matado. –Diz aflita.

– Não aconteceu nada, eu estou bem. – E então eu a abraço, mas não sinto sua retribuição, e então noto que não adiantou eu falar nada, algo ainda não está certo – Katniss? Está tudo bem? – Ela não diz nada, apenas me empurra, ela parece estar pensando no que dizer, e após uns poucos minutos ela diz:

– Quando duas pessoas combinam de fazer um sinal, elas não devem se afastar, caso uma delas não responda, os dois estarão encrencados, certo?

– Certo

– Certo, porque quando eu estava com a Rue, foi isso que aconteceu, e eu tive que assistir a morte dela – Ela virou de costas para mim e foi pegar uma garrafa de água, enquanto isso eu absorvia suas últimas palavras, ela está preocupada em me perder? Eu não devia ter feito nada errado, devia ter continuado próximo, mas eu imaginei que pegar as amoras era bom, sou interrompido de meus pensamentos quando Katniss fala – E ainda comeu sem mim.

– O quê? Eu não comi nada não.

– Então a maçã comeu o queijo sozinha.

Eu respiro, ela está com raiva e eu não posso piorar a situação, então respiro,me acalmo e digo:

– Eu não sei como o queijo sumiu, mas não fui eu que comi, eu estava colhendo amoras perto do riacho. Quer um pouco? – Estendo as amoras que estão em minha mão para Katniss.

Ela se aproxima, parece analisar as amoras e pensar em algo, pega algumas e fica analisando, eu tento adivinhar o que ela está pensando, mas não consigo perceber nada, até que um tiro de canhão nos assusta, Katniss vira para mim como se soubesse de algo, mas eu só levanto as sombracelhas, e depois nós vemos o aerodeslizador aqui perto erguendo o corpo da Cara de Raposa, eu logo penso, Cato está aqui por perto, nós precisamos nos proteger, vou me aproximando dela, pego em seu braço e a puxo na direção da árvore dizendo:

– Sobe, Cato vai estar aqui a qualquer momento, teremos mais chance se lutarmos do alto. – Katniss me interrompe dizendo:

– Calma Peeta, não foi o Cato que matou ela, foi você.

– O quê? Não a vejo desde o primeiro dia, como eu poderia mata-la?

Katniss apenas me estende as amoras, e então eu entendo, se eu tivesse comido era eu que tinha morrido, mas Katniss ainda perde um tempo me explicando tudo de como ela precisava de comida, e foi esperta em pegar da pilha dos carreiristas, mas que não tinha sido o suficiente e que ela também não teria motivos para desconfiar das amoras, já que nós estávamos pegando-as para comer.

– Fico imaginando como foi que ela nos encontrou – Eu acabo falando o que estou pensando, mas não deixa de ser verdade, eu fico mesmo imaginando, pois pelo o que a Katniss contou, dá a entender que a Cara de Raposa se escondia muito bem e longe dos outros, mas então lembro da nossa caminhada, e de que a Katniss falou do barulho, então falo – Deve ter sido minha culpa, se eu fiz todo o barulho que você diz.

– Ela era muito esperta Peeta, até você se provar mais raposino que ela.

– Mas não fiz de propósito, não parece justo, enfim, se ela não tivesse comido primeiro nós também estaríamos mortos. – Mas então me lembro que a Katniss ficou um bom tempo analisando as amoras – Nós não iríamos comer e nem morrer, você reconheceu as amoras não é?

– Sim, nós as chamamos de amoras-cadeado.

– Nossa até o nome parece mortífero, desculpa Katniss, eu achei mesmo que elas eram do mesmo tipo das que você tinha colhido.

– Não precisa se desculpar, isso agora só significa que estamos mais perto de casa.

– Vou me livrar dessas aqui que sobraram. – Katniss está certa, mas também não tem porque guardar, pego o plástico azul, para jogar as amoras na floresta, mas Katniss grita:

– Espera um pouco – Encontra uma bolsa de couro em uma das mochilas e coloca um pouco das amoras na mesma – Já que as amoras enganaram a Cara de Raposa, vai que Cato se engana também, se ele estiver atrás de nós, podemos derrubar sem querer e ele achar que é só umas frutas, e ai...

– Olá distrito 12!

– Bem isso.

– Provavelmente ele já sabe onde estamos, se ele estava por perto viu o aerodeslizador, ele sabe que matamos Cara de Raposa e então deve estar atrás de nós agora.

– Agora vamos fazer uma fogueira.

– Já está preparada para enfrentar o Cato?

– Estou pronta para comer, melhor aproveitarmos a chance, se ele já sabe que estamos aqui, ele sabe e ponto. Mas ele também sabe que estamos em dois, e deve imaginar que estávamos caçando Cara de Raposa, significando que você já está recuperado, e a nossa fogueira quer dizer que não estamos escondidos e sim convidando ele a vir aqui. Você apareceria aqui?

Eu paro um pouco para pensar, realmente, Cato sabe que nós dois estamos vivos, e que se a Cara de Raposa morreu, só pode ter sido pelas nossas mãos, e que se há uma fogueira só nós podemos ter acendido, e então não estamos com medo, logo se ele vier aqui pode ser uma emboscada, realmente é melhor ele ficar onde está e tentar planejar algo, então respondo:

– Provavelmente não. – Com isso eu pego um tanto de madeira, mesmo que úmida me lembro das técnicas que meus irmãos me ensinavam com um pouco de força entre esfregar um galho no outro eu consigo acender uma fogueira, Katniss coloca as coisas que caçou para cozinhar e nós revezamos para cuidar da fogueira, colher verduras e observar se Cato está por perto, mas assim como Katniss previa ele não apareceu.

No momento em que tudo está pronto, Katniss guarda quase tudo, deixando apenas uma perna de coelho para cada um, Katniss diz que quer um lugar no alto. Eu até queria concordar, mas então me lembro da minha perna, eu não estou totalmente curado, o medicamento só foi suficiente para me estabilizar, eu não irei conseguir subir e descer, será mais atraso ainda, não tenho forças suficientes.

– Eu não vou conseguir subir tão bem quanto você Katniss, principalmente devido à condição da minha perna e eu acho que não conseguiria dormir quinze metros do chão.

– Mas não é seguro ficarmos aqui embaixo a céu aberto, Peeta.

– Não podemos voltar para a caverna então? Tem água lá perto e será fácil de nos defendermos.

Katniss para um tempo, pensando no que eu disse, torço para ela aceitar, eu sei que a caminhada é um pouco longa, mas lá estaríamos protegidos, teríamos água para encobrir o barulho das nossas conversas, e seria muito bom para nós, quando eu acho que ela não vai aceitar ela me surpreende como sempre, ela me dá um beijo, simples, curto, mas com carinho, claro que eu fico bobo, não me acostumei ainda, e ela diz:

– Tudo bem, vamos voltar para a caverna com certeza.

Acabo soltando um suspiro de alívio e digo:

– Bem, foi até fácil.

Katniss vai em direção a árvore que ela acertou a flecha mais cedo, a retira e guarda, juntos jogamos madeira na fogueira para ela produzir mais fumaça e assim distrair Cato, caso ele esteja cuidando, ao chegarmos no rio, a água baixou um pouco, e Katniss diz para voltarmos por ele, e eu claro aceito, caminhar na água é mais fácil, faço menos barulho, e agora que a água está mais baixa, não há tanta força a ponto de me derrubar.

Após um bom tempo chegamos, enchemos nossas garrafas e entramos na caverna, Katniss começa a mexer nas coisas para preparar o jantar, mas de repente não vejo nada, estou tão cansado, fiquei tanto tempo deitado, que essa caminhada foi demais para mim, acabo cochilando, Katniss me acorda e diz para eu entrar no saco de dormir, eu assim faço e adormeço rapidamente, a exaustão foi tanta que hoje foi uma noite sem pesadelos e sonhos, apenas tenho uma sensação de que alguém cuidou de mim, e de sentir um beijo em minha testa, Katniss me acorda quando o dia já está levemente cinza.

– Katniss você me deixou dormindo a noite toda, não é justo, você deveria ter me acordado.

– Vou dormir agora, me acorde se algo interessante acontecer.

Dito isso ela apaga, eu vejo que ela deixou separada a janta ao meu lado, então eu decido comer, vou comendo aos poucos, para não passar mal, e não ficar com fome a ponto de querer comer muito mais.

A manhã se passa, tudo está tranquilo, os idealizadores não criaram nada para fazer com que a gente se mexa, Cato não deu sinal de estar aqui por perto, e eu só penso o quanto estamos mais perto de irmos juntos para casa, rever meu pai, ajudar ele na padaria se eu puder e quem sabe ter a Katniss ao meu lado em todos os momentos. Lá pelo meio da tarde a Katniss acorda e pergunta:

– E aí, algum sinal do nosso amigo?

– Nenhum, a falta dele chega a ser perturbador.

– Quanto tempo você acha que teremos, até que os idealizadores nos reúnam.

– Bom, Cara de Raposa morreu há quase um dia, ou seja já houve tempo suficiente para que o público fizesse suas apostas e comecem a ficar entediados, a qualquer momento eles devem aprontar alguma coisa.

– Verdade, e eu estou com uma sensação de que hoje é o dia, só imagino como eles farão isso – eu não tenho o que responder então depois de uns minutos Katniss completa – Bom até que isso aconteça, não tem sentido perdermos um dia de caçada, mas também é uma boa idéia comermos o máximo que conseguirmos caso haja alguma encrenca.

Enquanto eu empacoto as coisas, Katniss arruma o jantar, feito essas atividades, nós dois comemos, e tudo que sobra são ossos, ambos estamos com as mãos gordurosas, decidimos sair para nos limparmos, antes de seguir caminho, ao saímos da caverna nos deparamos com um leito seco, os idealizadores secaram o rio, só não entendemos o porque, e Katniss diz:

– Eles devem ter secado o rio enquanto estávamos na caverna, no tempo em que dormimos. – Logo a minha ficha cai e eu sei exatamente o porque de não termos água:

– O lago, eles querem que a gente vá para lá – É meio obvio, só estamos em três e é a última batalha sanguinária que decide quem ganha, claro que eles vão querer que seja em um lugar como o início dos jogos.

– Podemos ver se as fontes estão com água – Katniss diz isso com um fio de esperança na voz, não querendo aceitar o fato, decido não contrariar.

– Podemos verificar.

– Tudo bem, você tem razão, eles estão nos guiando para o lago, quer ir direto ou esperar que a água volte?

– Vamos agora, enquanto temos comida e estamos descansados, e acabarmos logo com isso.

Katniss concorda, mas vejo preocupação em seus olhos, sei que mesmo que estejamos mais perto de ir para casa, matar Cato não será fácil, faço a única coisa que está ao meu alcance, envolvo ela em um abraço e digo:

– Dois contra um, será mamão com açúcar.

– E a nossa próxima refeição será na Capital.

– Pode apostar que sim.

Passamos um pequeno tempo assim, abraçados, aproveitando o momento, sentindo tudo que estava a nossa volta, e eu claro imaginando poder abraçar ela dessa forma muitas outras vezes, após esses poucos minutos, nos separamos seguindo na direção do lago, depois de andarmos um bom tempo, paramos para descansar um pouco e noto que é o local em que fiquei com os carreiristas cercando Katniss, lembranças daquele dia me vêem a mente e parece que da Katniss também, pois ela só diz:

– Vamos sair daqui.

Não digo nada só vou ao seu lado, alcançamos a Cornucópia ao anoitecer, não há sinal de Cato por perto, rodeamos a Cornucópia para ver se ele não está escondido, e como não há sinal dele, vamos em direção ao lago encher os contêineres de água, e o sol começa a se por e então Katniss diz:

– Não acho que lutar a noite seja um bom momento. Só temos um par de óculos.

–Talvez seja exatamente isso que ele quer, o que pretende fazer? Voltar para a caverna?

– Voltar para a caverna ou achar uma árvore, mas vamos dar mais meia hora e depois procuramos abrigo.

Sentamos na margem do lago, e de repente Katniss canta uma pequena melodia e repete a melodia mais uma vez, todos os tordos em volta começam a reproduzir também e então digo:

– Igual ao seu pai.

– Essa é a canção da Rue, eles devem se lembrar.

Ficamos um tempo em silêncio, só ouvindo a canção, mas de repente, sons cortados abruptamente em frases distorcidas e imperfeitas atrapalham a melodia, as vozes dos tordos se elevam em gritos agudos, e mais do que depressa nós dois ficamos em pé e então avistamos Cato correndo em nossa direção.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e nos próximos trarei novidades e ai conto com o comentário de vocês ;)

beijos e até o próximo