Louise No Mundo Dos Sonhos escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 7
A lâmina dançante


Notas iniciais do capítulo

Eu consegui, consegui desempacar! Amém! To me sentindo ótima com isso, na moral! Espero que as pessoas ainda acompanhem essa fic :(
Desculpem a super-hiper-mega demora pra postar. Aconteceu tanta coisa que não dá pra colocar aqui. Problemas, falta de internet, falta de inspiração e o pior, considero-me terrível descrevendo lutas. Nada ficava bom o suficiente para colocar aqui.
Bom, ainda acho que não está bom o suficiente, mas vamos ver no que vai dar.
Boa leitura para vocês



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Vega subiu na arena com sua habitual flexibilidade, girando a sua fina espada entre os dedos. Seu único olho encontrou o de seu rival, um mago elemental de alto calibre, que controlava tanto o gelo como o fogo. Não houve algo como uma troca de palavras. Ele sabia com quem estava lidando, e ela também. Dessa forma, a luta começou rapidamente, com o homem invocando uma coluna de fogo na direção dela.

A espadachim desviou, pegando pressão nas pernas, correndo para que pudesse chegar até ele. Precisava, mais que tudo, ser rápida e destra. Uma segunda bola de fogo voou em sua direção e ela escorregou, jogando o corpo para trás. Recuperou o equilíbrio em instantes, saltando para um lado e depois para o outro. Uma chuva fumegante caía sobre ela, no entanto quase nada a acertava. E quando acertava, era de raspão.

Paralelamente, as pessoas mais próximas da arquibancada iam se espalhando, tentando ficar o mais distantes possível. As esferas escarlates começaram a acertar um campeão ou outro, e Salazar agarrou Louise, jogando-a sobre o ombro e correndo dali.

– Ei! Espera! Onde estamos indo?

– Não é lógico? Embora! Aqueles dois são egoistas insanos, vamos acabar sendo torrados vivos!

A pequena garota desistiu completamente de argumentar contra aquilo deixou-se ser carregada para alguns metros atrás, onde havia barreiras protetoras e ela podia assistir à luta sossegada. Salazar ainda reclamava, emburrado, alegando que aquela algazarra toda era desnecessária. Mas ela ignorou-o. Estava mais concentrada na luta.

O mago não perdera a calma, afinal. Notando a intenção clara de Vega tentar chegar perto dele, Criou uma barreira de gelo no último instante, e a mulher acabou batendo contra a mesma com a espada. Incrivelmente, a lâmina não sofreu dano, mas toda a força da corrida havia sido perdida. - Ah... como eu odeio magos!

– Você achou que seria simples assim?

– Na realidade... achei mesmo. - Como sempre, Vega era dolorosamente honesta. Voltou a jogar a pressão na espada, tomando distância, e correu mais uma vez contra a parede de gelo, desta vez forçando um golpe vertical. O gelo trincou, e com mais alguns golpes começou a se esfacelar de fato. Aquela mulher parecia dançar com a lâmina, com seus movimentos fluídos e ritmados, mas isso não fazia-a nada fraca. Não era apenas estilo e beleza que havia naquela técnica, para compensar a ruína que era a mulher por trás da espada.

O mago, assustado pela gritante força bruta da oponente, saltou também para trás, desfazendo a parede e optando em fazer pilastras de gelo surgirem do chão abaixo dela. Aquilo de fato pareceu machucá-la, e Vega precisou se equilibrar sobre uma ponta das inúmeras que surgiram para evitar ser empalada viva. Pressionando o ferimento recém-adquirido com a mão livre, lançou um olhar feroz ao mago.

Um olhar que dizia claramente: vou terminar com você!

Vega sentiu as estacas se recolhendo e pulou, ganhando terreno. Ela fez das colunas de gelo uma verdadeira pista de corrida, aproximando-se do mago. E então fez menção de dar um golpe por cima, o qual seu oponente tentou defender com o cajado. Mas então ele viu, Vega não estava mais lá. A espada fina dela tocou seu pescoço por trás, pressionando uma veia.

– Você é realmente rápida.

– Você achou que seria simples assim? - repetiu o questinamento do mesmo, pressionando um pouco mais. Havia feito uma luta completamente fora do seu padrão, propositalmente. Ele esperava que ela faria-o gastar todas as forças tentando pegá-la, e depois seria fácil para a espadachim acabar com ele. Por isso, o homem jogara feitiços violentos desde o início. Mas não contava com a versatilidade de sua oponente.

– Certo... você ganhou...

– Foi uma boa tentativa. - ela retirou a espada, dando passos para trás e guardando-a na bainha. Os aplausos subiram, um barulhento mar, mais distante que o usual, afinal toda a platéia (incluindo o juíz) havia se escondido o mais longe possível de ambos. A mulher deixou a arena com simplicidade.

Louise a encarava, perplexa. Havia uma única coisa que estava incomodando-a mais que a perda das memórias e aquele torneio. E essa coisa era acabar batendo de frente com Vega numa luta. Ela sabia que não era possível ganhar dela. O poder de imaginar não seria suficiente.

Mas é claro... aquilo não passava de uma mínima possibilidade. Muito possivelmente, Louise haveria de ser elimada antes de tal sitação. Certo? O destino, contudo, parecia estar de ótimo humor naquele dia, pois fez o impensável ocorrer.

Era o último dia de torneio.

As finalistas eram Vega e Louise.

Força de vontade versus a Imaginação fantástica.

Só uma podia sair vencedora, só uma levaria consigo o prêmio. E Louise, teimosamente, não queria se render por nada no mundo.

– Você ainda pode desistir. Embora Vega vá detestar se vencer o torneio por falta de um oponente. - Salazar dizia, mais para si mesmo do que para a garota, enquanto tirava uma mecha ou outra do cabelo de frente da sua face. Não estava preocupado. A Estrela Cadente não iria ferir a pirralha, sabia disso... iria?

Na verdade, ele não tinha tanta certeza assim. Vega era um enigma tão gigantesco que tentar se aventurar pelos pensamentos dela era desastroso. Era dificil até mesmo definir se a espadachim tinha algum tipo de apresso por Louise, a garota com olhos de coelho. Se tivesse, de fato, não demonstrava nem de longe.

– Eu não vou. - a garota bufou, cruzando os braços e fazendo bico. Ela estava apavorada, não podia negar. Lutar contra um rival desconhecido era fácil... mas Vega não era assim. A garota tinha plena consciência das habilidades e do gênio daquela mulher de rosno destruído. E, para ser bem sincera consigo mesma, até mesmo gostava do jeito dela. Ela era tão... segura de si! Como se nada no mundo pudesse derrubá-la.

E Louise... era apenas Louise. Com imaginação ou não. O que a fazia lutar, o que levava-a a tomar essa decisão? Talvez provar para si mesma que existia. Que não era fruto da mente de ninguém, que era real. Necessitava disso, principalmente por não se lembrar de quem era antes de despertar no Mundo dos Sonhos. Era por isso que lutaria. Porque precisava se sentir viva.

Salazar suspirou, colocando uma mão sobre a testa. Seria inútil tentar convencer qualquer uma das duas. Que lutassem, então! - Ah... que dor de cabeça. Faça como quiser.

– Eu farei! E você nem precisa torcer por mim.

– Não irei mesmo, pirralha!


Uma hora depois, Salazar estava na arena, mastigando com nervosismo o que parecia ser um palito de dentes. - Espero que ganhe, pra valer a pena tanta teimosia, garota. - Ele resmungava para si mesmo, vendo ambas entrarem na arena. Um homem cujos cabelos começavam a ficar brancos, com um chapéu preso em uma das mãos e um grande sobretudo de cor marrom atirado sobre um dos ombros, parou ao lado do mesmo e acenou.

– Ei! Como vai?

– Allistar. - o mago sorriu, balançando a cabeça para o seu conhecido, praticamente um amigo íntimo. - O que faz ainda por aqui? Não saiu para uma escavação?

– Eu adiei... fiquei sabendo que era o dia final do Torneio. No fundo fiquei interessado em ver até onde aquela criança iria.

– Ah... conheceu aquela pirralha? Eu deveria imaginar, foi por sua causa que ela colocou na cabeça que queria conhecer Hannyere...

– Ela disse isso? Mas que coisa... - Allistar riu, coçando o queixo, onde havia uma rala barba. - Estou impressionado.

– Verdade. Impressionante como ela consegue ser idiota. Bom, vamos ver até onde ela vai.

– Contra Vega, certo? Isso será divertido.

– Imagino que sim. - Salazar retirou o pedaço de madeira da boca, atirando-o a um canto e debruçando-se sobre a cerca na qual estava atrás. Aquela seria uma luta memorável, realmente. O suficiente para abrir caminhos...


– Do lado direito, Louise dos Cabelos de Ouro e Prata, a Mestra da Imaginação! - O juiz com cara de rato começou as apresentações, já havia tomado distância antes mesmo da luta começar, por via das dúvidas. - E do lado esquerdo, Vega, a Estrela Cadente, a Lâmina Dançante! Lembrando, senhoras, senhores e monstros, que esta é a luta final. Façam suas apostas, e que a melhor vença!

O silêncio tomou conta, enquanto a pequena Louise e a deformada Vega se encaravam. Duas existências completamente opostas, prestes a se enfrentar. A mulher caolha desceu metade do corpo numa mesura, e depois apontou a espada em direção a Louise. - Você fez por merecer sua estadia aqui, garotinha. Mas não pense que irei pegar leve!

Louise, apesar das roupas de couro, fez uma reverência elegante, fingindo segurar as pontas de um vestido que não estava mais lá, e então fechou os punhos, os braços caídos rente ao corpo. - Nem quero que pegue. Venha com tudo!

– Como preferir, criança... - As palavras dela mal conseguiram chegar à garota, e ela já estava a frente da mesma, desferindo um golpe que mirava o ombro da mesma. Louise conseguira desviar por pouco, derrapando no chão e pensando rapidamente, enquanto fazia uma barra de ferro aparecer entre os dedos de uma das mãos, usando-a para aparar um segundo golpe, agora vertical. Vega realmente não estava se poupando. Não era hora para brincar, então...

Louise começou... do chão surgiram correntes que deveriam envolver-se em sua rival, mas ela era realmente rápida. Conseguiu desvencilhar-se com maestria, chegando por trás da garota e tentando um golpe nas costas. Esta, já imaginando isso, fez um escudo aparecer atrás de si, de maneira que a arma de Vega bateu contra o mesmo, fazendo um barulho irritante de ferro contra ferro.

– Você... pode fazer melhor do que isso. - Alegou com franqueza a mulher, mudando a posição da espada para acertar as pernas da outra. Ela saltou, caindo por cima da arma, pedindo por equilíbrio em sua mente, e fez o bastão vibrar em direção ao rosto de Vega.

– Você também.

Era um fato.

Louise estava controlando sua imaginação devastadora.

Vega retia seus golpes, mirando apenas em lugares não vitais do corpo da criança. E mesmo que tentasse acertar os mesmos, nunca era uma estocada com intenção de matar.

Estavam claramente num impasse. A mais velha quebrou-o, fazendo o primeiro movimento certeiro. A espada desceu em diagonal, fazendo a garota cair, e voltou por cima, prendendo-a no chão pelo braço. Louise deixou escapar um grito de dor.

– Você estava pedindo por isso.

Paralelamente, uma porrada violenta acertou-a nas costas, fazendo-a cambalear e cuspir sangue. Louise invocara um verdadeiro pêndulo no ar, o qual batera contra Vega com a força de uma marreta. Violenta o suficiente para mudar a respiração sempre inauterada na rival. Em seguida, uma chuva de agulhas metálicas foi lançada contra ela. A Estrela Cadente recuperou-se do susto rápida o suficiente apenas para se afastar e deter a maior parte delas. Algumas penetraram em seu corpo. Uma no ombro, outra na perna, uma terceira varou seu rosto, e a última acertou seu flanco esquerdo.

Ela parecia que ia cair. Estava com o corpo ligeiramente tombado para a frente, enquanto segurava com a mão livre o ferimento do braço, que deixava uma trilha de sangue fresco descer até a outra mão. A jovem garota mantinha-se presa no chão pela espada fina e de aparência frágil de Vega, e havia parado de tentar arrancá-la ao ver aquela cena. Ela teria matado-a? Não era sua intenção... Não er...

A Estrela deu mais um passo para frente, deixando-se cair... para apoiar-se no chão com ambas as mãos, ignorando os ferimentos recém sofridos, que reclamavam cuidados urgentes. A mão que usava para esgrimir levantou-se, segurando a espada que prendia Louise ao chão. A outra, procurou sua garganta.

– Não... n...

– Fique calada. Você não deveria estar aqui... esse mundo... - ela ergueu a cabeça, fazendo seu único olho aparecer por entre os cabelso desarrumados, que tampavam boa parte do seu rosto. - Esse mundo de sonhos é muito cruel. Ele vive dos sonhos de crianças como você e morre na descrença de alguém como eu.

– Por que... - Louise forçou seu cérebro a funcionar, mas o terror havia tomado conta dela de tal forma daquela vez que era mais denso que sua criatividade. Sua mente havia entrado em pane, assim como seu corpo. Ele não se movia, nada respondia...

Por que Vega estava tentando matá-la?

Então, aquela era a resposta que estava procurando?

Um mundo criado de sonhos e morto pelo desespero.

Ela sentia dor, e essa era a única coisa que seu corpo registrava. Nem mesmo os gritos de protesto do lado exterior ou a tentativa de certos dois homens em tentar entrar na arena para tirá-la dali pareciam arrancá-la de sua paralisia. E as lágrimas começaram a correr daqueles olhos vermelhos, enquanto o sangue de sua inimiga, daqueles ferimentos que a própria Louise havia aberto, caiam sobre seu corpo.

– Você fez por merecer estar aqui. Mas não deveria ter vindo. - O único olho de Vega cravou-se naquele rosto lavado de lágrimas. No entanto, sua expressão era tão fria, tão desprovida de significado, que era impossível ter certeza do que ocorreria no final.

E então, os dedos que seguravam a garganta de Louise afrouxaram, apenas um pouco. Ela registrou esse ato, infenitesimal. E mesmo que mais tarde alegassem que Vega só soltara-a por causa do que houve instantes depois, Louise sabia a verdade.

A Estrela Cadente havia desistido de seus intentos malignos segundos antes dos Monstros da Escuridão descerem do céu.


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Notas finais do capítulo

Uou. Espero que tenha ficado bom :p
Agora definitivamente começa a história, galera.
Um beijo enorme para quem ainda tinha esperança de me ver continuar a fic, e mais ainda aos que acompanham. Prometo não demorar mais para postar, até porque a pior parte já foi rsrsr
Até a próxima, pessoal



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