Louise No Mundo Dos Sonhos escrita por Dama dos Mundos


Capítulo 2
Uma nova campeã?


Notas iniciais do capítulo

Bem, esse demorou um bocado...
O começo dele foi perdido quando formatei meu notebook e depois fiquei sem inspiração pra escrever... mas ela voltou o/
Um agradecimento especial a Manikta (minha única leitora atualmente), cujo comentário foi muito construtivo. Muito obrigada :3
Desejo a todos uma boa leitura



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Louise estava prestes a desmaiar a essas horas. O cão e todas as suas três cabeças -porque venhamos e convenhamos, uma sempre é muito pouco- pareciam ignorar completamente que destino dariam a ela...

–Ainda acho que deveriamos comê-la...

–Pare de latir... estou pensando. E meu cérebro não funciona direito com a sua ladainha sobre comer tudo o que vê pela frente.

–Mas ela parece um bom aperitivo...

A terceira cabeça, que ainda meditava sobre o nome da criança a sua frente, piscou os grandes olhos e grunhiu para a primeira, logo endireitando-se, porém. -Não sabemos ao certo de onde ela vem ou o que veio fazer aqui... levando em consideração que não conhece nada, creio que devamos dar-lhe uma vantagem.

–Uma vantagem? -ela arregalou os olhos, erguendo-os bem acima de sua altura.

–Vou propor-lhe um pequeno teste... uma experiência. Não convém nem um pouco a nós deixar que qualquer um atravesse o portão, a não ser que seja um convidado ou um lutador.

–Ah, de fato, mas a senhorita não é uma nobre...

–Muito menos uma amazona. -a primeira cabeça bufou de maneira antipática. Melhor ainda... armaduras estragam o sabor.

–No entanto... -a cabeça mais formal continuou, ignorando os comentários das outras duas.- Podes entrar como uma desafiante. E então provarás seu valor.

–Mas... eu sou apenas...

–Uma criança? Vê-se...

–Estamos no Mundo dos Sonhos. Até mesmo uma criaturinha como ti pode lutar. -a cabeça do meio abriu o que parecia ser um sorriso canino e a pata direita do cão indicou a passagem a frente deles. -Esse é um torneio de Campeões... tu verás. Tenho certeza de que se sairá explendidamente bem.

–E ainda é melhor do que servir de comida ao nosso amigo aqui do lado.

Louise pareceu pensar por alguns instantes, olhando de um para o outro... no segundo seguinte as três cabeças já estavam perto novamente, o suficiente para que conseguisse sentir o seu hálito. E não era nada agradável.

–Vamos, pequena. Não temos o dia todo...

–...decida-se.

–ou vire o almoço...

–-------------------------x--------------------------x------------------------------

Obviamente a garota de cabelos loiro-prateados não tivera uma escolha de fato. Ela foi escoltada pelo portão e inserida aonde outros campeões esperavam para lutar. E como se uma garota de 13 anos, querendo entrar numa arena repleta de monstros -e outras coisas que poderiam cortá-la em pedacinhos- fosse uma coisa completamente normal, ninguém pareceu se incomodar com isso. As coisas naquele mundo eram realmente estranhas...

Ela percebeu que o Mundo dos Sonhos era separado em várias partes, e habitantes de todas se encontravam ali. Do Reino dos Pesadelos vinham os monstros, todos horrendos, quimeras terríveis e corpulentas... até os menores causavam espanto.

Do Reino das Florestas vieram seres estranhos, na maioria mágicos, mais belos que assustadores, para contrastar com os primeiros.

Do Reino Mágico do Leste saíram magos e feiticeiros, todos versados na arte da alquimia e transmutação, invocação e desconstrução.

E do Reino de Vale Profundo os cavalheiros de fato chegaram. De lá, todos eram humanos, mas cada um tinha sua própria forma de entrar na briga. Louise vira cavalos, e adagas, e machados. Muitas armas que nunca pensara em conhecer passaram pelo seu campo de visão. Assim como muitas pessoas.

A campeã favorita do momento era uma jovem, embora não tão nova quanto ela. Já era uma mulher, e exibia cabelos negros, cortados em chanel, o que deveria facilitar muito em suas lutas, além do fisico, que parecia ter sido feito na medida pra isso.

Mas o que chamava atenção nela não era nada disso, veja bem. Poderia ser o olho verde como uma esmeralda. Sim, o olho. Por que não os olhos você perguntará. Eu lhe responderei prontamente: O outro tinha sido arrancado, e o buraco onde estaria era escondido por um grande e negro tapa-olho. Fora isso, toda a sua face era coberta de cicatrizes. No nariz, na maçã do rosto, na testa, no pescoço. Muito provável que o resto do corpo fosse da mesma forma, mas a armadura que ela usava impedia qualquer um de ter certeza. Ela parecia uma colcha de retalhos. Mas sobrara o suficiente para verem que um dia ela fora muito bonita...

A tal estava voltando depois de cortar a cabeça de um monstro de tentáculos -ela logo cresceria outra vez, mas deram o duelo como encerrado- quando a garotinha conseguiu ficar completamente paramentada. Da arquibancada subiam gritos de júbilo. O nome que corria de boca em boca era...

Vega.

Louise sabia que conhecia. Não sabia como, apenas conhecia. Um nome de estrela. E de fato Vega era a estrela do torneio. Uma estrela apagada. Sem a menor beleza, mas com um brilho ofuscante. Sua arma era um florete, e ela usava-o para retalhar qualquer um que estivesse em sua frente. Ou atras, dos lados, acima e abaixo. A garota haveria de ver com seus próprios olhos.

–Acho que Vega vai ganhar outra vez. -Foi o comentário de um cavaleiro barrigudo mais ao canto. A resposta foi disparada quase de imediato pela mulher de cabelos ruivos que ajeitava Louise, sem contudo ter qualquer pena com relação a situação da mesma.

–A Estrela Cadente não está disposta a cair de novo. Mas duvido que o florete seja páreo pra uma maça... ou para magia. -e com essas palavras puxou os longos cabelos da garota para prendê-los em um coque. Ele não durou lá muito tempo antes de se desfazer, de modo que a mulher desistiu e voltou a prender como um rabo-de-cavalo desta vez. -Escute aqui, salva-vidas-de aquário, não vai querer bater de frente com essa ai. Ainda mais porque sua cabeça não cresce de novo se for cortada.

Eu não queria bater de frente com ninguém.

Pensou, mas não o disse. Preferiu ficar parada, observando là de trás a Favorita da Multidão deixar o corpo cair sobre uma cadeira e pegar uma garrafa que outro guerreiro lhe estendia, que continha um liquido verde e suspeito. A cor seria o bastante para dizer isso, se ele ainda não borbulha-se.

–Estão aceitando crianças no torneio agora? -ela perguntou, logo após tomar um gole da bebida, focando seu único olho na garota.

–Bem. Não é como se eu tivesse tido escolha... e também, disseram que as crianças aqui também podem lutar.

Vega manteve-se na mesma posição, e depois de um segundo explodiu em uma gargalhada.

–Claro, claro... de fato que são, mas parece que Os Porteiros lhe passaram a perna... ou melhor, a pata. -com uma das mãos retirou um pouco de cabelo que caia em seu rosto e continuou. -Crianças tem muita imaginação, creio... por isso costumam se dar bem. Mas aqui é uma arena. O prêmio é caro demais para que coloquem alguém que só tem a imaginação a seu favor para lutar.

Louise fechou os punhos. E a expressão. Como toda criança, ela sabia ser teimosa. E bastante ingênua.

–Pois eu lhe mostrarei que serei capaz de passar por cada um. E também não ligo para a droga do prêmio.

–Não é realmente daqui, certo? -ao contrário do que todos esperavam, o florete não oscliou em direção ao pescoço da garota. Apenas as palavras. -De onde vens? Para onde vais? E como não sabes nem a razão deste torneio e entras nele mesmo assim? Ficas-te maluca?

–Era isso ou ser devorada pelo cão de três cabeças lá fora. -ela se ajeitou pela milésima vez em sua roupa de couro fervido, que colocara para substituir o vestido (todo mundo sabe que não se entra em uma luta de vestido, não é), e estufou o peito, o que não deu diferença quase alguma em sua postura. -E você pode tentar descobrir a resposta para as outras perguntas, porque eu também não sei.

Ela finalmente foi chamada, era a sua vez. Girou nos calcanhares e saiu pisando duro, seguida por olhares surpresos, desconfiados e curiosos. Por enquanto, nenhum parecia preocupado. Como já foi dito, ninguém achava isso tão irreal além de Vega, era como se Louise sempre estivesse entre aquele grupo, fazendo aquelas coisas, e só estivesse indo para mais uma grande batalha. Apenas isso. Não dava para saber se era algo bom ou ruim.

Enquanto se dirigia para a entrada da arena, a ultima coisa que chegou a ouvir foi a risada rouca de uma Estrela Cadente ecoando pela área de preparação, e então essas palavras:

–Vamos ver do que és feita, Garota-dos-Cabelos-de-Ouro-e-Prata. Não me desaponte...


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Notas finais do capítulo

Bem, aqui está mais um... Se gostarem, comentem. Se não, deixem um review também, assim posso melhorar.
Agora as coisas vão começar a esquentar... Quem Louise haverá de encontrar em sua luta? E como ela vai lidar com isso? Veja o próximo capitulo e você saberá :P



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