Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 25
Capítulo 25.


Notas iniciais do capítulo

Oi, jovens! Quanto tempo não vejo vocês, desde ano passado LFAMFLAFMSALDFM' Ok, minhas piadinhas sem graça de ano novo à parte, aqui está o capítulo. Como vão perceber, está chato, pequeno e etc, então não se surpreendam se não tiverem vontade de ler. Não fiz outro porquê provavelmente sairia outra porcaria, então vai este aí mesmo.
Boa leitura



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Hoje eu acordei com alguém me empurrando nada de leve; achei que era Sai e estava quase gritando com ele quando percebi que era, na verdade, Naruto de novo e com uma criança, um garotinho que acabou de piscar para mim e é claro que eu iria ficar com vergonha. Eu estou horrorosa, acabei de levantar e o meu cabelo decidiu parar de prestar de vez. Como que ele me faz isso logo agora? Sorri para tentar disfarçar.

–– Bom dia, pequena –– Naruto cumprimenta e também pisca para mim. Isso vindo dele tem mais efeito em mim.

–– Ah... Bom dia –– cumprimento de volta. Meu Deus, eu tenho que tomar banho!

–– Oi –– a criança cumprimenta dessa vez, fazendo nós dois nos lembrarmos de que ela ainda está ali. O garotinho sorri para mim e antes que eu possa responder, continua: –– Eu sou Konohamaru, o cara mais forte de Konoha.

Eu e Naruto começamos a rir depois daquilo, e olhei rapidamente para a direção de Sai, que finge muito bem estar dormindo. Ontem, tivemos outra briga. Um pouco depois de Ino e Tenten irem embora, eu voltei para o meu quarto e me deitei para finalmente poder dormir. Aí, eu coloquei a minha música de sempre e quase tive um ataque quando percebi que meu fone estava funcionando apenas de um lado. Na minha opinião, não existe coisa pior do que fone só de um lado. Como eu sei que Sai tem praticamente uma coleção de fones espalhados pelo quarto, pedi a ele um emprestado. Ele disse que não, então eu me revoltei. Disse milhões de coisas que não iria mais procurar o irmão dele, que provavelmente o tal Shin tinha morrido e era bem óbvio que não o amava por ter o abandonado ali por 3 anos. Sim, foi muito feio. E sim novamente, eu me arrependo demais por isso, porquê primeiro: eu não tinha o direito de sair falando que o irmão dele o deixou aqui sem nem o conhecer, e segundo: eu também não tinha direito de sair o culpando pelo meu fone decidir pifar logo agora. Mais tarde, se eu conseguir, vou pedir desculpas para ele. Espero que ele me ouça antes de mandar que eu cale a boca e vá deitar.

–– Então, como você está? –– Naruto pergunta se sentando na minha cama e Konohamaru faz a mesma coisa em uma outra que tem aqui do lado, balançando os pés enquanto ri baixinho.

–– Eu só quero ir logo para a minha casa –– respondo e o que acabei de dizer é mesmo verdade. Não estou agüentando mais, mas no caso, é ficar aqui.

–– Porquê você não gosta daqui? –– ele pergunta novamente e eu fico tipo “não é óbvio?”.

–– Depois que entrei aqui, apenas tenho me sentido sozinha. Estava na esperança de que toda essa dor e tristeza iria embora quando o meu tempo acabasse nessa clínica, mas ainda assim sinto isso. É horroroso. E eu costumava saber viver muito bem sem ninguém, porém isso foi antes que eu tivesse a chance de ter... amigos –– explico um pouco nervosa, e quando termino estou ofegante como se tivesse corrido por longos minutos. –– Eu realmente quero ir para a minha casa.

–– Não é assim que as coisas funcionam, Sakura –– ele diz estreitando os olhos e sei que não está mais de brincadeira. –– Se fosse tudo tão simples como você fala, até mesmo eu estaria curado há tempos. Você espalha por aí que está sozinha, mas será que você entende mesmo o que é isso?

Vontade de chorar? Imagine! Eu fiquei parada olhando para ele enquanto Konohamaru apenas continuava do mesmo jeito, o que irritou um pouco Sai e o fez sair do quarto –– e é claro que ele levaria o fone junto. Para onde foi a minha voz quando eu mais preciso dela? E porquê ele já começou a ficar assim, meio que me enfrentando? Não sei de onde ele tirou que eu fico espalhando que estou sozinha, pois eu nunca disse nada disse nem para o meu pai. Preciso pensar em alguma coisa; rápido e que não possa parecer tão “ofensivo” como o que ele acabou de dizer, afinal temos uma criança na nossa frente que não tem nada a ver com essas briguinhas.

–– Talvez você queira me mostrar o que é, de verdade, estar sozinho –– retruco depois de um tempo e continuamos nos olhando, desta vez em um silêncio admirável.

–– Você não vai dar o presente para ela, Naruto? –– Konohamaru pergunta e nos viramos para ele.

Naruto parece não querer ir pegar o tal presente, e por um segundo eu achei que ele iria embora, mas se levantou e tirou um livro de lugar nenhum e me entregou. Olhei para as páginas amareladas –– amei isso –– e só então fui ler o nome. Oh, não. “Romeu e Julieta”.

–– Gostou? –– ele pergunta e percebi que estava perto até demais do meu rosto como Leo gosta de fazer com as pessoas.

–– Sim, é incrível! Obrigada –– minto o colocando no meu colo.

Existe história mais brega e sem sentido do que “Romeu e Julieta”? Cara, eu nunca consegui entender muito bem ela. Bem, a razão primeiramente pode ser porquê eu sou lerda ou porquê é uma coisa idiota o rapaz se matar depois da garota. Tipo: o que?! Eu sempre achei que Julieta, se pudesse falar alguma coisa para ele mesmo depois de morta, iria querer que ele vivesse por ela e pelo amor deles e todas essas coisas que eu não faço questão de ficar falando. Essa história apenas é... idiota. Muito. E eu provavelmente não vou ler esse livro e não tenho muitas dúvidas de que logo ele vai estar no lixo ou todo queimado.

Decidi que iríamos para fora e Naruto me ajudou quanto ao soro –– sim, essas pessoas querem que eu tome esta porcaria todos os dias e eu ainda não entendo porquê ––, enquanto Konohamaru às vezes se destraía com qualquer coisa e tínhamos que chamá-lo para seguir em frente. Nos sentamos no gramado e eu comecei a arrumar o meu cabelo quando Konohamaru pergunta do nada:

–– Porquê você têm esses cortes iguais aos do Naruto?

É, agora eu estou mesmo ferrada, pois não sei o que responder. Eu estou sem blusa de frio e sabia que ele iria perceber, mas não tão rápido assim. Não posso dizer a verdade por ele ser muito pequeno e vai soar um pouco estranho, e sei que crianças tem uma curiosidade imensa, no caso, ele vai querer saber de todos os detalhes.

–– Bem... –– começo, sem ter a menor ideia de como continuar. –– Quando eu era mais nova, não gostava da minha aparência, então comecei a fazer isso para ver se as pessoas gostavam mais de mim.

Essa deve ter sido a pior mentira que eu já contei na minha vida. Depois de ouvir aquilo, Konohamaru continuou me olhando, desta vez parecia confuso e nervoso se continuava ou não. E eu bem que queria, muito, que parasse.

–– Eu acho que você é linda de qualquer jeito –– ele elogia e provavelmente fiquei vermelha. Ainda não sei reagir a elogios.

–– Obrigada... –– agradeço sorrindo.

–– Quando eu for maior e me achar feio, também vou fazer a mesma coisa? –– ele pergunta e chega a ser engraçado o jeito que faz isso, é tão... inocente.

–– Não, porquê tenho certeza de que você não vai ser nada feio –– respondo ainda sorrindo. Meu olhar bate em Naruto por dois segundos e depois desvia. –– Nunca faça isso, ouviu, Konohamaru? Nunca mesmo.

–– Isso dói? –– ele pergunta novamente e acho que estou ficando nervosa com tantas dúvidas.

–– Dói sim, muito. E é por isso que você não deve fazer –– Naruto responde dessa vez.

–– Ah, entendi –– Konohamaru diz suspirando.

Ficamos em silêncio até que ele saísse correndo. Naruto olhou para ele de longe e eu pude meio que perceber que ele estava triste. Me sentei mais perto, encostando seu ombro no meu e ele me olhou como se estivesse perguntando “o que você quer?”, mas não respondi nada.

E continuamos assim, até que ele fosse embora.

Ainda não acredito que não disse tudo o que eu se passa pela minha cabeça de madrugada, e ainda sinto aquele “frio” quando estou com ele, por incrível que pareça. Volto para o meu quarto e Sai está todo arrumadinho, pergunto o porquê e ele responde, mesmo não querendo muito o fazer, que temos uma consulta todos juntos hoje à noite. Eu não fazia a menor ideia disso, mas me arrumei também e tratei de ir atrás dele... Se a clínica já é sem graça pela tarde, imagine isso a noite! Quando entramos na tal sala que ficaríamos, Sai foi se sentar muito longe de mim e acabei meio que ficando sozinha, porquê todo mundo decidiu fazer a mesma coisa depois.

–– Boa noite, pacientes mal educados! –– a psicóloga cumprimenta assim que entra, toda animada. Ela se senta na mesa e fica olhando para nós. Ninguém tem nem a coragem de responder.

–– O que estamos fazendo aqui? –– pergunto não me importando se todos agora estão olhando para mim.

–– Vamos conversar –– ela responde colocando uma caneta atrás da orelha. –– Então, Sakura, qual é a sua especialidade?

Congelo, pois não sei o que é. Preciso pensar e procurar lá no fundo, bem lá no fundo mesmo, onde aquela garota ingênua e cheia de sonhos ainda vive.

–– Pessoas –– respondo não muito certa.

–– Você lida bem com elas?

–– Eu sei perdê-las muito bem.

A sala ficou em silêncio após a minha resposta e começo a achar que não deveria ter dito algo assim. Uma garota que parece um pouco insegura, diz lá atrás:

–– Também sou assim.

Me virei para olhá-la e ela estava sorrindo para mim, visivelmente com muita vergonha. Não entendi o porquê de ela estar olhando tanto para o chão, então vi um cachorro-guia ali e saquei que ela era cega. Mas o que uma pessoa cega está fazendo aqui? Acabei me lembrando de Karin e a ameaça... Ok, estou começando a acreditar que Hinata é capaz de fazer isso mesmo.

Falamos sobre muitas coisas e eu fui me soltando aos poucos depois de uma ou duas horas, dando minha opinião em quase todas as perguntas. Quando voltei para o quarto, engoli o meu orgulho e fui pedir desculpas para Sai, o abraçando logo em seguida. Ele retribuiu, mesmo que meio indiferente e sorriu para mim, mas não saiu da minha cama. Acho que o nosso relacionamento vai sim melhorar com o tempo e se eu continuar a dizer que vou procurar o irmão dele, podemos ser até amigos. Eu soube esses dias que Sai está perto de sair da clínica, e também que em dias eu já vou estar livre, no caso, terei tempo suficiente para investigar esse sumiço de Shin. Por onde começar? Não sei, mas procurarei mesmo assim, mesmo que dê trabalho, que as pessoas fechem as portas na minha cara, que eu passe madrugadas na rua procurando alguém que tenha o conhecido, ainda assim vou procurar por este garoto e entender porquê ele abandonou o próprio irmão por anos.

Fiquei pensando no que Naruto me disse, sobre estar sozinho e cheguei a conclusão de que ele está certo e que eu não sei realmente como é isso. Eu nunca estive sozinha na minha vida, meus pais estavam aqui o tempo todo e fui eu a boba, que não os percebeu antes. Naruto não, ele tem o avô e Leo, mas perder os pais tão cedo como já me disse é algo que dá solidão praticamente para o resto da vida. Gaara também não, e ele pode ser o maior exemplo de uma pessoa sozinha no mundo. Então, com todas essas coisas, percebo o porquê que é tão difícil entender os dois e ainda mais tentar ajudá-los...

Ah, sinceramente, não quero pensar nisso, por isso estou me virando na "minha" cama agora e vou tentar dormir. Eu já tenho problemas demais para tentar organizar os dos outros. E a única notícia boa desde que eu cheguei neste lugar é que os meus cortes estão desaparecendo e meu pai me disse que ele e mamãe jogaram a minha lâmina em um lugar que eu nunca poderei achar.


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Notas finais do capítulo

P.S.: No próximo capítulo Sakura já terá saído da clínica.