Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Estou postando agora porquê hoje vou viajar e ficarei talvez a semana toda sem postar nada; o computador da minha irmã está estragado, então, vai ter uma tortura para mim D;
Espero que gostem do beijo (que eu ainda acho que não ficou fofo), boa leitura e me desculpem qualquer erro.



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Não existe amizades verdadeiras nesse mundo, e Kiba é um grande exemplo disso. Ele está agora do lado de Hinata enquanto ela tem um microfone na mão, e milhares de fotos de braços mutilados estão atrás dos dois. Será que não tem ninguém nessa escola para falar alguma coisa? Será que não tem ninguém para me ajudar? Será que Naruto não vai mesmo vir para a escola? Meu coração dispara ainda mais quando ela aponta para mim e começa a falar.

–– E aqui está ela, a nossa Miss Gilete! –– Hinata dá uma risadinha e todos a acompanham. Kiba parece não querer estar ali, mas continua no mesmo lugar. –– Agora, Kiba, conte para nós exatamente o que você viu.

–– Os braços da Sakura cortados. –– ele mente, porquê ele só sabe que eu me corto. O olho indignada, com a boca entre aberta e sinto que logo vou começar a chorar. Kiba sorri quando percebe a minha diferença de humor, e também se revela. –– Ela disse para que eu não a visse como uma louca, mas francamente, como não considerar uma pessoa doente e louca alguém que faz essas coisas?

E então eu começo a chorar porquê não sou forte o bastante para agüentar tudo isso. As pessoas estão apontando para mim e rindo, comparando as imagens com os meus braços e imaginando como eles devem ser de verdade. Será que não tem ninguém para me ajudar?

–– O que está acontecendo aqui? –– Gaara pergunta chegando do meu lado, então olhei para ele e depois para tudo aquilo na nossa frente. –– Vem comigo.

–– Espera, você vai mesmo perder o seu primeiro dia aqui por minha causa? –– pergunto enquanto ele me puxa pela mão.

–– Ninguém vai sentir a minha falta. –– ele responde ainda sem me olhar. –– E você? Vai mesmo querer vir comigo?

Fico em silêncio e paro de andar. Estou em duvida se devo dizer que não confio mesmo nele e que não quero ir, mas ao mesmo tempo quero só para não ter que encarar o que está atrás de mim; Hinata. E agora, Kiba também. Uma vez o meu irmão disse que eu fugia demais dos meus problemas, e sim, é isso o que eu estou fazendo nesse segundo. E não é “só” porquê a Hinata conseguiu mais uma pessoa para me humilhar, mas sim pelo fato de que eu não sou forte o suficiente com tudo isso. Essa é a verdade, e eu não acho que deva a esconder.

–– Ninguém vai sentir a minha falta também. –– respondo depois de séculos o olhando. Pego sua mão e recomeço a andar. –– Para onde nós vamos, afinal?

–– É um lugar um tanto... diferente. –– ele responde e consegue me alcançar e me olhar fixadamente quando fala isso. –– E vamos logo, porquê vai começar a chover.

–– Gaara, não vai começar a... –– paro de falar assim que uma gota cai na minha cabeça. –– Ah, que porcaria!

E cá estamos nós, correndo dessa maldita chuva e tentando ao mesmo tempo não ser atropelados. A minha mochila já caiu umas 100 vezes, e 100 vezes Gaara parou para pegá-la. Eu sinceramente não me arrependeria de deixá-la aí na rua, mas ele disse que isso custa caro e que eu não deveria dizer umas coisas dessas. Não vejo motivo para Gaara estar se importando com tudo o que se refere á mim agora –– sem se esquecer de dizer que quando estávamos atravessando uma esquina, ele me abraçou.

Séculos depois, chegamos ao lugar extra-estranho, e estou me arrependendo de ter vindo com ele. O lugar é na verdade um daqueles canos enormes que eu sei lá para o que serve, mas sei que cabe eu e ele aqui dentro. E cá estamos nós de novo, sentados nesse negócio que faz eco até se eu respiro, tremendo de frio e estou começando a ficar com fome.

–– Vamos voltar? –– pergunto cruzando os braços.

–– Voltar? Ficou maluca? –– ele pergunta de volta, rindo da minha cara. –– Escuta bem essa chuva, apenas Sakura... –– Gaara ergue o dedo e ficamos em silêncio ouvindo as gotas caírem por cima do cano. –– Não dá para voltar. Não agora.

–– Então eu vou ter que ficar aqui com você? –– pergunto novamente, suspirando depois que ele faz que sim com a cabeça. –– Mesmo com essa blusa de frio, eu tenho que admitir, estou morrendo de frio.

–– Então toma a minha. –– ele diz e se levanta para colocá-la sobre mim. Fico um pouco confusa na hora, mas, bem, se ele está oferencendo, não vai ser eu que irá recusar. –– Espero que te esquente bastante, ouviu? E não se importe com essas coisas aqui não.

Então olho para os braços de Gaara e percebo o quanto os meus cortes não são nada se comparando com os dele; ao que me parece, ele cortou tão fundo alguns que depois de sararem, puxaram a pele que ficou para cima, e ele também cortou os dois pulsos, só que na vertical. Eu nunca teria coragem de cortar aí, a menos que estivesse com muita vontade de morrer. Já tive sim muita vontade de fazer isso, mas não tenho nenhuma coragem.

–– Como que você teve coragem? –– pergunto pegando seus dois braços e depois levanto os olhos para encará-lo. Ele parece nervoso.

–– Você deveria saber a resposta, mas como não sabe, é simples: quando todo o mundo se volta contra você, a única coisa a se fazer é, desistir. –– ele responde e balanço a cabeça negativamente, porquê isso com certeza não é verdade. –– Só que não deu certo como eu planejei, e agora eu vou ter que levar essas cicatrizes para sempre, e isso sempre vai me aterrorizar quando eu não estiver de blusa de frio.

–– Gaara, você tem amigos, uma família que eu já soube que não é tão boazinha assim, mas não precisava tentar tirar a sua própria vida, precisava? –– pergunto alto o bastante para a minha voz ecoar umas quatro vezes e ele olhar para cima admirado por isso.

–– Precisa sim. –– ele responde somente, e tira os braços das minhas mãos do jeito mais educado possível, e se senta ao meu lado. –– E você? Fica aí se cortando e depois vem me dar bronca?

Viro a cabeça e o olho indignada com uma sobrancelha erguida. É, talvez eu não devesse ficar dando bronca nas pessoas que já tentaram se matar, mas olhando para os braços dele agora, eu senti uma agonia horrível e tudo o que eu disse foi somente para que ele se sentisse bem, mas acho que isso só piorou as coisas.

–– Não é assim. Eu sei que tenho que parar também, só que... –– me interrompo e encosto as costas na parede do cano. Não quero dizer o que vem depois.

–– Só que virou vício, certo? –– ele terminou para mim, e não confirmei nem discordei, apenas fiquei quieta. Ele provavelmente sabe que a resposta é “sim”. –– Então, nós estamos tendo um encontro, mas você não me elogiou também.

Olho para ele e Gaara começa a rir. Ele deve estar ficando mesmo mais louco que eu, porquê não me elogiou em segundo algum em todo esse nosso caminho sofrido, e bem, se foi assim, então eu não vou mesmo o elogiar, porquê primeiro: não sou obrigada, e segundo: não sei por onde começar. Gaara é lindo, e não estou dizendo isso em algum segundo sentido se foi assim que entendeu, até mesmo os garotos devem admitir isso. Porquê, quem no mundo, não acha uma pessoa ruiva e ainda por cima de olhos verdes claros linda?

–– Mas você não me elogiou. –– digo depois de alguns minutos, e nesse segundo um relâmpago estoura acima de nós. Solto um gritinho estridente, coisa que eu sempre faço, porquê morro de medo de chuvas.

–– Você tem um cabelo legal. –– ele “elogia” ou faz sei lá o que enquanto tenta não rir tanto da minha cara. –– Agora diga algo sobre mim.

–– Você... –– começo, mas não consigo seguir com a pequena frase. Fico olhando para Gaara e ele faz a mesma coisa comigo. –– Também tem um cabelo legal.

–– Vai dizer só isso? –– ele pergunta de volta se aproximando de mim, ficando a centímetros perto do meu rosto como Naruto faz. –– Já viu a cor dos meus olhos? Olhe que lindos! Você também deveria elogiar isso!

–– Tá ok, você tem os olhos lindos! –– digo porquê ele acabou de começar a fazer cócegas em mim. –– Se não parar, juro que vou dar na sua cara...

Mas ele não para, e eu tenho a risada tão horrorosa que estou começando a ficar com a cabeça doendo de tanto rir. Ele também está rindo, tanto que começa até a chorar. Eu sei que não é um choro de tristeza, por isso somente continuo aproveitando sua estúpida, e ao mesmo tempo boa, brincadeira. Paro de sorrir de vez quando percebo que ele está chorando.

–– Sabe o que você disse agorinha, sobre eu ter amigos? –– ele pergunta, e me levanto no mesmo segundo.

–– Sei. Porquê? –– pergunto de volta interessada, porquê isso deve ser sério.

–– Eu não tenho amigos, Sakura. –– Gaara agora olhou para mim e percebi somente neste segundo o quanto ele está triste com tudo isso. –– Nem amigos, nem família, nem ninguém.

Eu não sei exatamente o que falar, porquê estou com medo de alguma sair errada e eu acabar piorando a situação. Naruto chora, Kiba chora, Gaara chora, todos na minha frente e parece que todos eles estão fazendo alguma coisa coisa para que eu fique sem graça quando isso acontecer, e eu sempre vou sentir aquela vontade de roubar a dor das pessoas só para vê-las sorrir de novo...

–– Mas que bobeira é essa? É claro que você tem amigos e família, Gaara. –– começo, tomando cuidado com as palavras. –– Eu tenho certeza de que Kiba gosta muito de você...

–– Ele te contou sobre mim? –– ele pergunta me interrompendo e balanço a cabeça afirmando. –– Eu sabia que ele ia contar! Ele também disse que eu matei o meu tio? Provavelmente não.

Outro relâmpago pode ter estourado atrás de mim, mas estou tão impressionada por ter ouvido isso que sequer ligo para o meu medo. Gaara, vendo o estado que fiquei, balança a cabeça, fecha os olhos de novo e recomeça a chorar. Acho que aquele cara que falava aquelas coisas estranhas para mim e parecia ser forte foi embora, e esse aqui que sobrou não sabe se controlar como o outro. Eu tenho uma cópia dessa dentro de mim também, e ela geralmente costuma sair quando não tem ninguém em casa –– sim, eu ainda choro gritando apesar de tudo que tem acontecido comigo.

–– Gaara. –– o chamo tentando pegar em seu braço, mas ele o tira de um jeito gentil e balança a cabeça negativamente. –– Olha, se não tiver problema, você tem á mim.

Ele me olha dessa vez, e algumas lágrimas escorrem por seu rosto sem permissão quando faz isso. Dou um sorrisinho forçado de lado tentando o ajudar de alguma forma –– coisa que está me parecendo impossível até agora.

–– O que você disse? –– ele pergunta ainda sem piscar.

–– Eu disse que você tem á mim. –– repito sorrindo novamente e dessa vez ele faz a mesma coisa comigo. –– Pare de chorar, tá bem? Isso é... é horrível te ver assim embora você não confie em mim.

–– Não é isso, é que, assim, você é um pouco fechada demais ás vezes. –– ele diz limpando o nariz com a manga da blusa que ainda está sobre as minhas costas e o tiro de lá no mesmo instante. –– Eu confio muito fácil nas pessoas que falam seus sentimentos.

Abro a boca para retrucar alguma coisa, mas não tenho nada para dizer, então a fecho e suspiro fundo colocando o queixo sobre meus joelhos, agora tremendo de frio por causa do vento forte que está lá de fora.

–– Então me desculpe, mas eu não sou esse tipo de pessoa. –– digo olhando para o chão e dando de ombros.

–– Está com frio, hein? –– ele pergunta já me enfiando entre suas pernas e é até idiota ficar tentando sair daqui. –– Sakura, você tem pesadelos?

–– Tenho, ás vezes. Daí eu acordo que nem uma louca berrando. –– respondo me lembrando da imagem do meu pai sentado ao meu lado. –– Eu durmo muito mal, e tem vezes que eu sequer consigo fechar os olhos...

–– Na próxima vez, eu vou estar lá para dormir com você. –– ele diz e ergo o braço esquerdo, batendo em sua costela forte o bastante para fazer ele me soltar. –– Ou você volta aqui, ou eu vou te matar!

Paro e fico olhando seriamente para ele. Não duvido que isso seja, sei lá, verdade, já que ele matou o tio –– se é que isso é mesmo verdade também. Gaara olha para mim da mesma forma com as sobrancelhas juntas, então depois de alguns segundos, para o meu alívio, começa a rir.

–– Não de verdade, sua burra! –– ele diz ainda rindo da minha cara.

–– Eu sou burra? Tem certeza que sou eu? –– pergunto de volta, tentando não rir junto. –– E que história foi aquela de ontem sobre que eu –– Apontei para o braço que ele tinha beijado. –– cuidasse disso?

–– É simples: você se cortou aí e eu só te dei uma dica. Só isso. –– ele responde da forma mais natural do mundo e solta um risinho pelo nariz quando vê a cara de duvida que faço. –– Senta aqui, vem. Vai acabar com dor no pescoço se continuar em pé.

Me sento ao seu lado de novo, ainda desconfiada com aquilo –– mas na verdade, eu só estou mesmo é confusa, porquê ainda não entendi porcaria nenhuma dessa explicação. Eu estava morrendo de sono e sequer vi quando o abracei como faço com os meus travesseiros e cochilei. Acordei séculos depois e quando olhei para fora, já estava um pouco lá, e foi nesse momento que eu comecei a me desesperar.

–– Meu Deus, porquê não me acordou?! –– pergunto gritando e levantando tão rápido que bati a cabeça no cano, fazendo um barulho alto.

–– Porquê você fica uma graçinha quando está dormindo. –– Gaara responde com um sorrisinho de lado, coisa que eu não ando gostando mais tanto assim. –– Nem está tarde, okay? –– Ele ri olhando para mim e vai se levantando até ficar perto demais do meu rosto. –– Okay, okay? Okay.

Foi nesse segundo que eu me lembrei de onde essa palavra “okay” vinha e sorri, mas minha experssão mudou quase no mesmo instante, voltando para a “eu estou nervosa com você, não me faz rir”.

–– Já parou de flertar comigo, camarada? –– pergunto colocando as mãos na cintura.

–– NÃO. –– ele responde juntando ar nas bochechas, o que eu acabo tendo que rir. –– Então, quer ir para casa?

–– NÃO. –– o imito, rindo que nem louca (coisa que eu desconfio agora ser mesmo). –– Eu quero ficar aqui até que chamem a polícia para me caçarem. Que pergunta mais idiota, Gaara. É claro que eu quero ir.

Estava pegando a minha mochila quando Gaara pegou a minha mão, fazendo eu o olhar. Eu já fiquei muito tempo contorcida desse jeito e ele ainda faz isso... Ah, eu não mereço.

–– Quer que eu te leve até a sua casa também? –– ele pergunta e afirmo com a cabeça impaciente. –– Vem cá.

–– O quê? –– pergunto ainda longe dele, mas Gaara faz um sinal com a mão para que eu me aproxime e faço isso antes que ele não me deixe ir embora e não duvido que podemos ficar aqui para sempre. –– E aí, o que foi?

–– Ainda tá muito longe. –– ele diz e “bufo” me aproximando mais. –– Ainda longe, Sakura.

–– Meu Deus, o que é?! –– pergunto quase gritando e percebo que meu nariz está encostado no dele e Gaara sorri mais do que nunca.

Ele me responde a pergunta me beijando enquanto segura as minhas mãos entre as dele. Retribuo embora isso tudo esteja um pouco estranho, e porquê fez isso agora do nada? Bem, só ele sabe; ele e essa cabeça cheia de coisinhas incríveis e maléficas ao mesmo tempo, como eu costumo pensar.

–– Agora, vamos para casa. –– ele diz ainda perto de mim e saímos daquele cano idiota que eu espero que joguem no lixo. –– Á propósito, fiz um texto para você no seu caderno. Leia depois, okay, Sakura?

–– Vou ler se você parar com essa de “okay”! –– digo e quando ele pega minha mão, parece que sinto mais raiva embora tenha gostado disso. –– Você me conheceu não faz nem uma semana e já quer pegar na minha mão assim? ES-TÚ-PI-DO. E tem outra, qual é essa de...

E Gaara silencia tudo ao nosso redor me beijando de novo, e não solta até que tem a certeza de que vou manter a minha boca fechada por grande parte do caminho até a minha casa. Quando abro os olhos, novamente ele está sorrindo para mim.

–– Seja uma garota legal e leia o texto, okay, Sakura? –– ele pergunta colocando a palavra que agora comecei a odiar. Não respondo nada e apenas olho para o chão. –– Ei, Sakura? Eu estou falando com você...

–– Tá, depois eu leio. –– respondo de volta, e pego sua mão desta vez e começamos a andar.

–– Um “tá” é muito sem graça, diga “okay”. –– ele diz enquanto paramos em uma esquina esperando o ônibus chegar, porquê achou melhor eu não andar tanto.

–– Não. –– digo friamente olhando para um lado e para o outro.

Gaara me vira pelos ombros e começa a me beijar, seja na boca ou no rosto, e acabo rindo porquê isso faz cócegas, pelo menos em mim.

–– Diga “okay” ou eu não vou parar. –– ele anuncia, e percebo que estou me dando por vencida.

Ele solta os meus ombros, sorrindo e com os olhos brilhando, e então, com muito custo e tristeza por ter deixado o meu orgulho perder desta vez, digo em alto e bom som:

–– Okay, Gaara, okay. Depois eu vou ler o seu texto.


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Notas finais do capítulo

Rockeira Louca, o que achou? Eu tentei fazer o mais fofo possível? *--------------*