A Bailarina Branca escrita por Gabii


Capítulo 1
Prólogo - Past


Notas iniciais do capítulo

~>> Não deixem de comentarem, espero que gostem.
~>> Capítulo narrado em terceira pessoa. Desculpe ps erros de ortografia.



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“De tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças, sua extraordinária irracionalidade.”

Virginia Woolf

                                           /...

Era um dia frio na capital da França, Lucius Delarut estava sentado há quase duas horas numa pequena mesa no meio do café mais antigo e mais badalado de toda frança.

O motivo? Simples, ele estava esperando para fazer uma entrevista.

Havia mais ou menos vinte e seis horas que haviam contatado que a bailarina do momento queria fazer uma biografia sua, e o havia escolhido. Lucius de inicio duvidou de tudo, ele já estava acostumado a ser rebaixado e a pregarem pegadinhas nele, pois desejava ser jornalista a seguir a carreira do pai, mas quando lhe disseram que ela realmente queria e ele ouviu a voz dela por trás do telefone, ele pensou que séria o momento perfeito para entrar de vez no seu sonho.

Lucius alisou o terno com cuidado e olhou para os lados, seu traseiro doía por causa do tempo sem se mover e ele sentia uma enorme vontade de se alevantar e ir embora, começava a desconfiar que fosse mais uma peça de Juan.

Quando finalmente havia tomado à decisão de ir embora e afastava a cadeira da mesa ele ouviu um pequeno reboliço de corpos, pessoas falavam freneticamente e estendiam microfones para um corpo ilegível no meio da pequena algazarra.

Todas as perguntas feitas pelos jornalistas e apresentadores eram ignoradas, fleches iluminavam mais do que o grande lustre de cristal logo acima de sua cabeça. Ele observava entorpecido enquanto via ela se aproximar, apesar de todo o tempo que ficará observando fotos suas em jornais, revistas e blogs na internet, nada se comparava a vê-la tão de perto.

Ela usava um vestido muito parecido com o de Fleur Decolar usara no baile de inverno em Hogwarts no quarto ano de Harry Potter, que ele passará horas imaginando na sua adolescência. Seus olhos eram grandes e escuros e sua pele era clara como leite, o cabelo era liso e castanho claro chegava a sua cintura com graciosidade, não havia pessoa mais linda no mundo do que ela.

Ela veio direto na direção de Lucius que ainda entorpecido por sua beleza, esqueceu que deveria se alevantar e puxar a cadeira para ela, como um cavalheiro faria. Ela se sentou na cadeira a sua frente e depositou sua bolsa ao seu lado, e sorrio. Seus dentes eram brancos, mais havia um pequeno dente que estava mais para trás, Lucius não ligou, ela continuava linda.

“Você é Lucius Delarut?” ela perguntou a voz suave e amigável.

Ele assentiu com a cabeça e beijou com delicadeza a mão que ela estendeu.

“Eu sou Evangeline Dall’Acqua, A Bailarina Branca.E tenho um importante trabalho para você, minha vida ficará em suas mãos, literalmente.”

                                                   /...

Eles saíram do café meia hora depois, o vento cortante e gelado penetrando seus corpos como flechas entorpecentes, os dois estavam encolhidos contra si mesmos com a esperança de manter calor corporal suficiente para não pegar uma pneumonia.

Evangeline resmungava baixinho que tinha uma apresentação dali a dois dias e não poderia pegar um resfriado e que nunca mais deixaria Genevive escolher a suas roupas, Lucius ficou sem entender nada, mas mesmo assim resmungou “entendo”.

Depois de caminharem mais ou menos quinze minutos, Lucius avistou ao longe uma luz acessa e uma placa velha e enferrujada em cima de um pequeno bar de esquina.

“Vue du ciel” dissera Lucius em voz alta.

Vue Du Ciel, não tinha nada  de Vista para o Céu, na verdade era um arranha-céu imundo que ficava numa rua escura e suja, que de noite tinha pouco movimento e de dia eram um mutirão de corpos. Lucius foi à frente enquanto Evangeline o seguia.

Vue Du Ciel era frequentado apenas por homens e prostitutas, os homens eram importantes na sociedade e iam escondido ao bar enquanto suas esposas achavam que eles estavam num bar cinco estrelas encontrando pessoas importantes.Quando na verdade as traiam com várias na mesma noite e gastavam o dinheiro que deveria estar reservado para as joias de suas esposas em bebidas nojentas.

Quando eles viram Evangeline assoviaram e falaram coisas grotescas e só calaram a boca quando Lucius os chamou de um palavrão tão feio que nem eu gostaria de escrever aqui.

Lucius a conduziu até uma pequena mesa no canto do bar, eles ficavam longe o suficiente de olhos e ouvidos curiosos e Evangeline se sentiu um pouco mais segura.

Ela estava indecisa desde que acordará de manhã e perceberá que falaria sobre sua vida. Sobre o passado que ela gostaria de manter escondido, guardado naquele baú velho e cheio de tralhas, ela não queria sentir o que havia sentido antes de se transformar no que era hoje.

Lucius pediu dois cafés e começou a retirar o material da mochila que ele havia arrumado antes de sair de casa, um notebook, um gravador de voz, canetas e um caderno. Evangeline ficou observando os olhos atentos e doces brilhando levemente contra a luz suave do bar, quando uns dos garçons mal encarados trouxeram os cafés, Evangeline tomou e logo afastou a xícara de si mesma.

Lucius suspirou e depois alisou seu terno, tomou um longo gole do café e olhou para Evangeline.

“Antes de começarmos, eu poderia pedir exatamente o porquê de a senhora ter me escolhido pra fazer essa entrevista?Antes que de mim existem homens muito mais competentes e especialistas em biografias mais detalhas.” - falou Lucius, seu forte sotaque Francês deixando as palavras meio embaralhadas para Evangeline.

Ela esfregou a mão no rosto e por alguns segundos escondeu os olhos cor de musgo, quando olhou novamente para Lucius não havia respostas para suas dúvidas, havia mais dúvidas.

“Não sei se é apropriado falar agora sobre eu ter o escolhido, jovem senhor, apenas deixe-me contar minha história e terminar logo com isso.” - ela disse e seus olhos pararam num homem que levava uma garota que aparentava ter quinze anos para um dos inúmeros quartos do aranha-céu.

Um silêncio se instalou na mesa por vários minutos, os dois repiravam em sinfonia perfeita e alguns grãos de poeira flutuavam pelo ar,Evangeline observou um grupo de homens que se retirava do bar.Agora só restava Evangeline,Lucius e o homem meio cego e surdo que era dono de Vue Du Ciel.

“Quando quiser...” - falou Lucius, já ficando cansado do silêncio monotomo.

Evangeline respirou fundo, seus olhos faiscaram e flutuaram para um lugar que nem mesmo os deuses conseguiram alcançar. Ela viajou para o passado.

                                                   /...

Durante toda a minha vida, desde que eu era um bebê passando para a infância e depois para adolescência,momentos ruins e tragédias me seguiam como uma sombra que não me deixava nem nas trevas.

Eram raros e únicos os momentos em que eu podia aproveitar um pouco a felicidade, mas na maioria das vezes eu me acostumava a ficar trancado no meu quarto, lendo ou fazendo qualquer coisa.

Eu nunca gostara de ficar sozinha, mas eu aprendi a aceitar a solidão, então aos poucos eu ia afastando as pessoas de mim. Eu afastei até as que me amavam incondicionalmente.

É claro que eu me arrependi no futuro, é claro que demorou muito para chegar, mas quando chegou, quando eu senti que precisava daquelas pessoas a quais eu joguei para longe eu quis de todo o custo voltar ao passado e consertar meus erros. Eu queria, mas já tinha passado o tempo, eu havia “viajado” de mais, não havia mais volta. Nenhum avião, jatinho ou até mesmo um dos meus preciosos livros ia me levar de volta para aquele tempo.

Nunca mais eu fui a mesma.....

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Notas finais do capítulo

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