Corri com todas as minhas forças, quando cheguei a cidade, já havia anoitecido, bem não era bem o que eu esperava, não sei dizer se era uma cidade pequena, não vi ninguém se cumprimentando, havia homens e mulheres com cara de cansaço andando de um lado para o outro que haviam me ignorado sempre que eu tentava perguntar onde era o tal bar que I-Pin mandou eu ir ou ao menos que horas são, eles não parecia notar ou se importar com a minha presença, então eu achei melhor me sentar na calçada para descansar um pouco, minhas pernas estavam queimando, vi uma lanchonete pequena do outro lado da rua e eu não como nada à horas, fui até lá pedir algo, minha barriga já rocava, vi que tinha uma tabela de preços e percebi que não tinha levado nada para pagar. -Ah, tem comida...? E-eu não tenho como pagar agora, mas posso limpar uma mesa ou algo do tipo...- Choraminguei. -Hm? Desculpe, nós damos os restos pros cachorros... -Disse a atendente, sem nem me olhar direito e fazendo sinal para eu ir embora, eu iria embora, mas estava com muita fome mesmo. -P-POR FAVOR, EU FAÇO QUALQUER COISA. -Supliquei. -Você está assustando os clientes, Luka! - Um homem forte que devia ser o tal Luka apareceu, a atende cochichou alguma coisa para ele, que me me olhou com nojo e me puxou até a rua, me atirando na calçada. -SE VOLTAR AQUI SERÁ MUITO PIOR! - Gritou o homem, fiquei confuso, afinal o que eu fiz de errado. Senti meus olhos se encherem de lágrimas, agora eu era quem não queria ficar naquele lugar desprezível, levantei e então percebi que eu havia torcido meu tornozelo, tentei andar mancando, mas acabei caindo de novo, quando vi uma mão estendida à minha frente, levantei o rosto e segurei a mão que pertencia a um homem de cabelo longo roxo-azulado, percebi que os olhos dele haviam cores diferentes, um era azul e o outro era vermelho vivo, eram realmente belos. -Oy, pega minha mão. -Ele disse, peguei e me levantei com ele. - Ouvi a discussão lá dentro está com fome... Hã... -Tsunayoshi Sawada. - Eu disse, finalmente alguém legal apareceu, sorri e o homem sorriu de volta para mim. -Rokudou Mukuro, venha, tem algum lugar pra dormir? -Eh? N-não eu acho... - Na verdade eu nem tinha pensado nisso. -Quer comer e dormir essa noite na minha casa, Tsunayoshi Sawada? -Arregalei os olhos e torci para não estar sorrindo de um jeito muito idiota, sabia que havia pessoas bondosas na cidade, ao contrário do que o cara com a arma disse mais cedo. -Também está sujo, acho melhor tomar um banho e trocar de roupas... -Não vou atrapalhar? -Nem um pouco, moro sozinho. Assenti e segui o homem, ele me pergunto de onde eu tinha vindo e por que estava sozinho, inventei qualquer coisa porque me sentiria mal falando de casa, pelo jeito que ele me olhou posso quase dizer que sabia que eu estava mentindo, mas como ele não me questionou ou nada do tipo deixei para lá, no fundo me sinto péssimo por mentir para alguém que está sendo tão legal comigo. Logo chegamos a uma casa não muito grande, porém bem bonita, era em tijolinhos europeus e havia trepadeiras nas paredes. Mukuro abriu a porta e disse para eu ficar à vontade. -Por que está sendo tão legal comigo? - Eu disse, ele fez uma expressão estranha. -N-não que e-eu não g-goste, eu gosto m-muito... -Kufufufu é muito fofo Tsunayoshi...