A Toda Prova escrita por Coala


Capítulo 7
Capítulo 7




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Tanto a dor em minha cabeça quanto a em meu peito são tão fortes que me impossibilitam de entender as vozes de minhas amigas e de Sue. Sinto uma picada de agulha, já familiar, em meu braço e, finalmente, caio na escuridão.

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Quando acordo, minha cabeça dói, mas ainda não quero levantar, não consigo. Estou em meu quarto, meu antigo quarto, e tudo está escuro, mas não me importo, tudo o que eu preciso é de tempo para pensar.

O reencontro com Jasper foi um desastre, mas eu já devia saber que isso aconteceria... era o esperado. Ele, apesar de todos esses anos, ainda deve levar muito em conta o que Esme lhe diz e não posso culpá-lo por isso, ela, ao contrário de mim, sempre esteve ao seu lado, o apoiando

Quando paro para pensar, me questiono se não deveria ter permanecido em Forks, ao seu lado, quando Charlie morreu e aguentado Esme e minha dor calada. Se não tivesse ido para New York não teria conhecido James e não estaria aqui, correndo contra o tempo e lutando por uma vida com um prazo de validade. Mas por outro lado também não teria conhecido Alice e muito menos Rosalie e todas as outras pessoas que entraram em minha vida durante os anos em que estive viajando pelo mundo em busca de uma cura inexistente. Por isso, pelas amizades que conquistei, não me arrependo.

Alguém está conversando no corredor e realmente não me importo, provavelmente é Rosalie ou Alice e sei que elas tentarão me convencer de que devo deixar a fazenda e ir para alguma grande cidade com mais recursos do que Portland, que está relativamente longe em caso de alguma emergência. Não importa o que elas digam, não desistirei de Jasper assim, tão facilmente.

Continuo em silêncio e fecho os olhos quando escuto alguém entrando no quarto. A pessoa se aproxima de mim e tudo o que eu ouço é o som de sua respiração. Estranho, se fosse uma das meninas ou Sue eu já teria sentido pelo menos uma mão checando minha temperatura ou alguém se sentando ao meu lado, então com certeza não é nenhuma das três. Me mecho um pouco, como se estivesse acordando, mas quando abro os olhos não tem ninguém lá.

- Que ótimo, agora eu to alucinando. Maravilha. – murmuro comigo mesma.

Avisto meu celular em cima do criado ao lado da cama e, ainda com um pouco de dor de cabeça, olho as horas e me assusto. Já são quase seis horas da noite e eu tenho certeza que quando chegamos aqui eram no máximo onze da manhã. Elas me deixaram descansar praticamente o dia todo e agradeço por isso, mas já está na hora de levantar matar a saudade que senti desse lugar e nada melhor do que um bom banho para começar.

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Após um longo e relaxante banho quente e de vestir um vestidinho leve, me sinto muito melhor, com fome, mas renovada. Estou descendo as escadas, rumo à cozinha e a casa está completamente silenciosa. Sue deve estar dando um tour da fazenda e meu irmão e seus amigos provavelmente estão por aí.

É. Não tem ninguém na cozinha, como eu pensava, mas pelo que posso ver, tem um bolo em cima da mesa e é de formigueiro, o meu favorito. Não acredito que Sue se lembra de meu bolo favorito. Em todos esses anos que comi as comidas consideradas as melhores do mundo, nunca encontrei nenhuma que chegasse aos pés da de Sue.

Acabo de comer e, como ninguém apareceu, vou para o celeiro em busca de Spirit, meu garanhão Árabe puro sangue negro como carvão e super temperamental, a única pessoa que já conseguiu montá-lo e isso só aconteceu por que tínhamos uma forte conexão. O treinei durante meses e agora, depois de tanto trabalho, ele é o melhor cavalo das redondezas, ou pelo menos era.

Spirit continua no mesmo lugar de antes, mas parece estar maior, mais forte. Chego perto dele e, como antigamente, ele parece sentir que sou eu, pois ele se agita, relincha e então se inclina na minha direção.

- Oh meu amigão, há quanto tempo... – falo enquanto acaricio sua cabeça – Você sentiu minha falta? Eu senti a sua, muito.

- Incrível... – Me assusto com uma voz atrás de mim – Desculpe, não quis assustá-la, só estou impressionado. Ele nunca me deixou tocá-lo, na verdade eu nunca vi ninguém o tocando. – O ruivo, amigo de Jasper, é quem está me observando.

- É, eu já ouvi algumas pessoas me falando isso... – não me lembro o nome dele.

- Edward. Edward Cullen.

- ...Edward, Spirit sempre foi difícil. Você vem muito aqui? – pergunto o olhando.

- Um pouco, sempre que Jaz vem pra cá eu venho junto. – o olho confusa, desde quando Jasper gosta de vir para cá? – E o conheço há pelo menos seis anos, então já vim pra várias vezes e em todas elas eu tentei montá-lo, mas tudo o que consegui foram bons tombos. – ele completa sorrindo, um sorriso que estranhamente me contagia.

- Ele sempre foi tempestuoso, somente eu consigo montá-lo e para isso levei vários meses.

- Vocês parecem estar conectados, ele está tão quieto, tão sereno. – Edward diz pensativo – parece que estava te esperando.

- Hum.... – continuo acariciando Spirit enquanto o ruivo nos observa, fato que me deixa um tanto nervosa. – Também estava esperando o dia que poderia voltar. – olho em volta do celeiro em busca de uma cela, mas não as encontro. – Edward, você sabe onde estão as selas?

- Sei, mas não acha que é perigoso montá-lo? Quero dizer, me parece que você está a algum tempo sem praticar.

- Não se preocupe. Eu sei o que estou fazendo. – Ele dá de ombros e me leva a uma parte nova do celeiro, parecida com um galpão.

Lá se encontram diversas selas, inclusive a do meu pai e a que eu costumava usar. Passo a mão delicadamente pela sela de meu pai, ela me lembra de momentos. Após alguns minutos, pego a minha e volto para onde Spirit está e o preparo para poder montá-lo.

* * * * *

A sensação de montar Spirit é ótima, parece que estou voando do tanto que ele é rápido. Como senti falta disso, como senti falta de tudo. Se alguém estivesse olhando de longe se preocuparia, mas eu não. Sei não vou cair, nunca caí dele, é quase como se estivéssemos grudados um no outro, como se fossemos um só corpo. Livres. Acredito que essa é nossa conexão, ambos queremos ser livres.

Aqui, com Spirit, parece que nada mudou, que se eu for para o lago meu pai estará lá, pescando, onde ele sempre estava, mas infelizmente nada é o mesmo e não posso mudar isso.

Ainda posso ver Edward parado em frente ao celeiro, do outro lado do campo, me observando. Ele parece ser e é, definitivamente, lindo com seu corpo sarado, olhos verdes e cabelos acobreados. Não sei o que ele quer comigo, sendo tão prestativo e agradável, mas não posso me deixar levar, James conseguiu matar uma parte de mim e também não tenho tempo para amar, não seria justo com a outra pessoa. Por isso vou me concentrar em Jasper e conseguir seu perdão antes que seja tarde.


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Notas finais do capítulo

Aí está o link do Spirit: http://harasduabelas.syscall.ws/static_img/126128/resize-500x356_thoroughbred-puro-sangue-ingles-1-30980.jpg

Link da sela da Bella:
http://i47.servimg.com/u/f47/16/57/50/20/sela_w10.gif



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